CINCO-MARIAS
EUGÊNIA PICKINA
eugeniapickina@gmail.com
O educador medíocre fala. O bom educador explica. O educador superior
demonstra. O grande educador inspira. W. A. Ward
Qual é o segredo de avós bem-sucedidos?
Em primeiro lugar, perguntar aos pais como podem
ajudar e, dessa maneira, entender melhor a dinâmica familiar e o que os pais
querem que as crianças aprendam e vivenciem. Isso vale para tudo: alimentação –
se os pais, por exemplo, optaram por não dar refrigerante para os filhos, independentemente
da idade, os avós não podem oferecer “só um pouquinho” escondido dos pais. Além
da deslealdade com os próprios filhos, a atitude serve de péssimo exemplo para
os netos (ensina a mentir, a esconder o jogo, a não ser verdadeiro).
Em segundo lugar, exceto quando dividem a casa,
avós são visita. Portanto, ainda que haja muita intimidade, é preciso pedir
licença e ter o hábito de cultivar algumas cerimônias. O mesmo vale para os
filhos: se os pais estão passando alguns dias na casa, é boa educação bater na
porta antes de entrar no quarto, por exemplo. A relação entre pais, filhos e
avós, além de afetiva, tem que ser respeitosa, evitando os adultos discussões
por diferenças de opinião ou ideologia (essas brigas são um modelo de
deselegância e intolerância para quem está na infância).
Mas, de outro lado, se a relação entre pais e avós
é tensa, tomada por atritos, deixando os avós os netos fazerem o que quiserem
porque “na casa da vovó é sempre dia feliz”, a melhor atitude é os pais
conversarem com seus pais (ou sogros) e para estabelecer regras de convivências
como:
1- A avó não é segunda mãe. É importante deixar
claro que as avós têm um papel de avó e urge entender claramente esse
parentesco. Dessa forma, ela saberá que, apesar do seu grande afeto, quem
decide são os pais da criança.
2- Impor limites. Muitos avós são facilmente
‘dominados’ pelas crianças e acabam realizando todos seus desejos e sonhos –
mesmo aqueles que são absurdos e deseducam! Cabe aos pais deixar claro para os
avós os limites, o que o filho pode ou não fazer. E se os avós são também os
cuidadores, orientando a rotina da criança, eles também precisam seguir as
regras estabelecidas pelos pais. Quando o conjunto de regras é uníssono, as crianças
se sentem mais tranquilas e seguras. Ganham todos.
Quando os avós não concordam com as atitudes dos
pais, eles devem dizer isso aos adultos – e sem impor algo distinto diretamente
à criança. Então, serão evitados aqueles conflitos entre adultos que, no geral,
acabam mal.
Se você é mãe/pai, posicione-se e deixe os limites
claros para que avós e netos tenham uma relação afetiva saudável, que esteja
alinhada ao tipo de educação que você deseja para os seus filhos.
Se você é avó/avô, considere o fato de que mimar
demais seus netos, ou superprotegê-los, acaba por prejudicar a sua educação
como ser humano e como cidadão. Além disso, é bom não esquecer: pais e avós
devem ter claro que a última palavra é sempre dos pais.
*
Eugênia
Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia
Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros
infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da
consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).
Especialista
em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra
cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de
São Paulo e no Paraná, onde vive.
Seu
contato no Instagram é @eugeniapickina
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