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quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

 



CINCO-MARIAS

 

Sobre pais, filhos e avós

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com

O educador medíocre fala. O bom educador explica. O educador superior demonstra. O grande educador inspira. W. A. Ward

 

Quem já não ouviu histórias de avós que estragaram ou mimaram netos? Felizmente, isso não é uma realidade em todas partes, pois há muitos avós que, na realidade, ajudam os pais a exercitarem com mais suporte a função da maternidade ou da paternidade.

Qual é o segredo de avós bem-sucedidos?

Em primeiro lugar, perguntar aos pais como podem ajudar e, dessa maneira, entender melhor a dinâmica familiar e o que os pais querem que as crianças aprendam e vivenciem. Isso vale para tudo: alimentação – se os pais, por exemplo, optaram por não dar refrigerante para os filhos, independentemente da idade, os avós não podem oferecer “só um pouquinho” escondido dos pais. Além da deslealdade com os próprios filhos, a atitude serve de péssimo exemplo para os netos (ensina a mentir, a esconder o jogo, a não ser verdadeiro).

Em segundo lugar, exceto quando dividem a casa, avós são visita. Portanto, ainda que haja muita intimidade, é preciso pedir licença e ter o hábito de cultivar algumas cerimônias. O mesmo vale para os filhos: se os pais estão passando alguns dias na casa, é boa educação bater na porta antes de entrar no quarto, por exemplo. A relação entre pais, filhos e avós, além de afetiva, tem que ser respeitosa, evitando os adultos discussões por diferenças de opinião ou ideologia (essas brigas são um modelo de deselegância e intolerância para quem está na infância).

Mas, de outro lado, se a relação entre pais e avós é tensa, tomada por atritos, deixando os avós os netos fazerem o que quiserem porque “na casa da vovó é sempre dia feliz”, a melhor atitude é os pais conversarem com seus pais (ou sogros) e para estabelecer regras de convivências como:

1- A avó não é segunda mãe. É importante deixar claro que as avós têm um papel de avó e urge entender claramente esse parentesco. Dessa forma, ela saberá que, apesar do seu grande afeto, quem decide são os pais da criança.

2- Impor limites. Muitos avós são facilmente ‘dominados’ pelas crianças e acabam realizando todos seus desejos e sonhos – mesmo aqueles que são absurdos e deseducam! Cabe aos pais deixar claro para os avós os limites, o que o filho pode ou não fazer. E se os avós são também os cuidadores, orientando a rotina da criança, eles também precisam seguir as regras estabelecidas pelos pais. Quando o conjunto de regras é uníssono, as crianças se sentem mais tranquilas e seguras. Ganham todos.

Quando os avós não concordam com as atitudes dos pais, eles devem dizer isso aos adultos – e sem impor algo distinto diretamente à criança. Então, serão evitados aqueles conflitos entre adultos que, no geral, acabam mal.

Se você é mãe/pai, posicione-se e deixe os limites claros para que avós e netos tenham uma relação afetiva saudável, que esteja alinhada ao tipo de educação que você deseja para os seus filhos.

Se você é avó/avô, considere o fato de que mimar demais seus netos, ou superprotegê-los, acaba por prejudicar a sua educação como ser humano e como cidadão. Além disso, é bom não esquecer: pais e avós devem ter claro que a última palavra é sempre dos pais.

 

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Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina

 

 

 

 

 

 

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