CINCO-MARIAS
Brincar sozinho é um experimento saudável na infância
EUGÊNIA PICKINA
Me responda você
Que parece um
sabichão
Se lagarta vira
borboleta
Por que trem não vira
avião?
José Paulo Paes
Meninazinha, gostava
de brincar só. Apesar de ter irmãos, muitas vezes era divertido arriscar a
imaginação no jardim e inventar brincadeiras, explorar o mundo de modo
solitário...
Insisto com os pais,
especialmente aqueles que se inclinam à superproteção: durante a infância, se
as crianças brincam sozinhas, naturalmente contando com a presença atenta e
tranquila de um adulto, elas testam brincadeiras, inventam histórias, imaginam
e expressam sentimentos importantes para o seu desenvolvimento saudável.
É razoável entender
que as crianças não precisam de convivência com outras crianças o tempo todo.
Brincar sozinho também é uma vivência relevante na infância, pois isso ensina
sobre autoconfiança, autoestima, segurança, inaugurando os preparativos para
uma vida futura autônoma.
Obviamente, “estar
sozinho” significa simplesmente gostar de estar consigo mesmo e aproveitar
certos momentos de solidão para brincar e com isso se conhecer e desfrutar da
própria companhia, ativando a imaginação para criar cenários, brincadeiras e
personagens… Quantas vezes brinquei com o meu brinquedo favorito sozinha no
quintal, andei de bicicleta ou reli meus livros prediletos?
Muitas vezes, e por
falta de hábito, as crianças se sentem um pouco inseguras para brincarem
sozinhas. O que os pais podem fazer? Explicar à criança sobre ideias ou
brinquedos para brincar sozinha. Dizer palavras de afirmação para encorajá-la
e, quando a brincadeira terminar, não esquecer de perguntar como ela se sentiu
no momento de brincadeira.
De outro lado, alguns
pais podem também sentir-se desconfortáveis em deixar a criança brincando
sozinha. No entanto, aos poucos eles perceberão que esse exercício lúdico
solitário contribui com o desenvolvimento saudável do ser humano…
Notinha
Algumas brincadeiras
para seu filho brincar sozinho: brincar de arqueólogo; jogo de montar; carimbo
de objetos; casinha; baú de fantasias; amarelinha; desenhar; pintar; oficina de
brinquedos recicláveis...
*
Eugênia
Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia
Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros
infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da
consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).
Especialista
em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra
cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de
São Paulo e no Paraná, onde vive.
Seu
contato no Instagram é @eugeniapickina
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