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domingo, 14 de julho de 2024

 




Na educação do filho, os pais devem fazer como o bom jardineiro

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

 

Um estimado colega de lide espírita nos pergunta se é realmente possível mediante a educação reformar o caráter de uma pessoa.

A resposta é sim.

Contrariamente ao que sempre se imaginou, descobertas recentes no campo da biologia e dos estudos da mente mostram que tanto o cérebro como a mente humana podem rearranjar-se de maneira drástica e as pessoas, de igual forma, transformar-se em qualquer estágio da vida.

Pesquisas divulgadas oportunamente têm questionado até mesmo um dos dogmas da psicanálise segundo o qual os adultos carregam para sempre os traumas vividos na infância.

Martin Seligman, docente da Universidade da Pensilvânia, afirma, em sua obra intitulada O que você pode mudar e o que não pode, que é possível à criatura humana mudar a timidez, o mau humor, o pessimismo, a depressão e quase todas as disfunções sexuais, como a frigidez e a impotência.

Sanjay Srivastava, um dos mais abalizados estudiosos dessa área, sustenta, com base em experiências por ele conduzidas, que as mulheres que sofrem de ansiedade na adolescência tendem a recuperar a autoconfiança entre os 30 e 40 anos.

Para nós, espíritas, não causam surpresa tais ideias, porque a evolução ou o progresso constitui um dos princípios fundamentais do Espiritismo e, ao tratar da infância, é peremptória a afirmativa constante da questão 385 d´O Livro dos Espíritos, que diz ser possível, por meio da educação, reformar o caráter e reprimir as más inclinações que a criança traz do passado, missão sagrada – acrescentam os Instrutores da espiritualidade – que Deus confiou aos pais e da qual estes deverão prestar contas.

A respeito dessa missão Santo Agostinho (espírito) escreveu:

“A tarefa não é tão difícil quanto vos possa parecer. Não exige o saber do mundo. Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio, e o Espiritismo lhe facilita o desempenho, dando a conhecer a causa das imperfeições da alma humana. Desde pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior. A estudá-los devem os pais aplicar-se. Todos os males se originam do egoísmo e do orgulho. Espreitem, pois, os pais os menores indícios reveladores do gérmen de tais vícios e cuidem de combatê-los, sem esperar que lancem raízes profundas. Façam como o bom jardineiro, que corta os rebentos defeituosos à medida que os vê apontar na árvore. Se deixarem se desenvolvam o egoísmo e o orgulho, não se espantem de serem mais tarde pagos com a ingratidão.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, n. 9.)

Apenas para que todos lembremos, o verdadeiro jardineiro também não deixa que faltem água e carinho às plantas, nem neglicencia os cuidados indispensáveis ao êxito do seu trabalho.

 

 

 


  

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