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segunda-feira, 30 de setembro de 2024

 



Dádiva para Deus

 

Irthes Terezinha (Espírito)

 

Desculpar as ofensas sem comentá-las.

Auxiliar aos companheiros do caminho sem falar disso a ninguém.

Humilhar-se para os amigos, a fim de conservá-los.

Escutar referências infelizes envolvendo-as no silêncio.

Ver quadros inconvenientes ou destrutivos apagando-lhes as imagens e as cores na memória, para que não cheguem à conversação.

Solucionar problemas dessa ou daquela pessoa amiga, sem que ela venha a saber disso.

Abster-se de qualquer comentário infeliz, quando o propósito de enunciá-lo nos visite a cabeça.

Repetir informações sem alterar a voz e sem críticas, mesmo risonhas, com os nossos semelhantes que ainda não hajam adquirido a suficiência desejável no domínio da compreensão.

Respeitar as mágoas alheias, vestindo-as com a bênção da amizade e do entendimento.

Aceitar sem melindres a irritação de qualquer pessoa, sem excitá-la com respostas esfogueantes.

Apagar o braseiro da discórdia, no nascedouro, sem contar vantagens de semelhante construção espiritual.

Abster-se de imprudência com os irmãos ainda imprudentes e manter a paciência nos instantes em que a serenidade parece distanciar-se de nós.

Estejamos certos de que as dádivas em favor dos homens são todas elas bênçãos da vida que a vida nos retribuirá fatalmente; no entanto, existem dádivas para Deus que os beneficiados desconhecem, e que Deus saberá premiar com a luz da alegria e com a paz do coração.

 

Do livro Cura, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

 

 

 

 

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domingo, 29 de setembro de 2024

 



Alma e Espírito são a mesma coisa?

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

 

Um colega de lides espíritas pergunta-nos:

- Alma e Espírito são a mesma coisa? Se não são, qual a diferença entre Alma e Espírito?

Essa questão foi tratada por Kardec em três diferentes momentos na obra fundamental do Espiritismo – O Livro dos Espíritos.

Inicialmente, definindo o termo Alma, ele escreveu:

“Julgamos mais lógico tomá-lo na sua acepção vulgar e por isso chamamos Alma ao ser imaterial e individual que em nós reside e sobrevive ao corpo. Mesmo quando esse ser não existisse, não passasse de produto da imaginação, ainda assim fora preciso um termo para designá-lo.” (O Livro dos Espíritos, Introdução, II.)

Mais à frente, na mesma Introdução, ele complementou a definição:

“A Alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório.

Há no homem três coisas: 1º, o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º, o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.” (L.E., Introd., VI.)

No terceiro momento, quando redigiu as questões 134 e 135 da mesma obra, ele publicou as informações seguintes:

134. Que é a alma? “Um Espírito encarnado.”

a) Que era a alma antes de se unir ao corpo? “Espírito.”

b) As almas e os Espíritos são, portanto, idênticos, a mesma coisa? “Sim, as almas não são senão os Espíritos. Antes de se unir ao corpo, a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, os quais temporariamente revestem um invólucro carnal para se purificarem e esclarecerem.”

135. Há no homem alguma outra coisa além da alma e do corpo? “Há o laço que liga a alma ao corpo.”

a) De que natureza é esse laço? “Semimaterial, isto é, de natureza intermédia entre o Espírito e o corpo. É preciso que seja assim para que os dois se possam comunicar um com o outro. Por meio desse laço é que o Espírito atua sobre a matéria e reciprocamente.” (O Livro dos Espíritos, questões 134 e 135.)

À vista do exposto, parece claro que Alma e Espírito são denominações de um mesmo elemento. Quando o ser se encontra encarnado, dir-se-á alma. Quando desencarnado, dir-se-á Espírito. Referindo-nos a alguém que se encontra em nosso meio, diremos então:

- Meu amigo João é uma alma boa.

Quando João tiver feito a passagem para a vida espiritual, a frase será diferente:

- Meu amigo João é um bom Espírito.

Há, no entanto, um porém...

Alguns anos depois, o codificador do Espiritismo reavaliou o assunto e deu aos dois termos – Alma e Espírito – um significado diferente, que nos parece também mais apropriado.

Segundo o novo entendimento do codificador, expresso em um texto publicado na Revista Espírita de 1864 (tradução de Júlio Abreu Filho, Edicel, págs. 138 e 139), a Alma é o princípio inteligente, imperceptível e indefinido como o pensamento e que não é possível conceber isolado da matéria de maneira absoluta. É o corpo espiritual – ou perispírito – que faz dela um ser definido, limitado e circunscrito à sua individualidade espiritual.

A união da Alma, do perispírito e do corpo material constitui o HOMEM.

A Alma e o perispírito, quando separados do corpo físico, constituem o ESPÍRITO.

Em síntese:

   a Alma é o ser simples, primitivo;

   o Espírito é o ser duplo;

   o homem é o ser triplo.

Nas manifestações espíritas não é, pois, a alma que se apresenta isoladamente. Ela está sempre revestida do seu envoltório fluídico. Trata-se, pois, de um Espírito. Nas aparições de Espíritos, não se vê a alma, mas sim o corpo espiritual que a reveste, do mesmo modo que, quando se vê um ser encarnado, vemos seu corpo, mas não a alma que o faz agir.

 


 

 

 

 

 

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sábado, 28 de setembro de 2024

 



Os verbos “colocar” e “pôr”, apesar de sinônimos, nem sempre podem ser usados indiferentemente, um pelo outro.

Devemos usar o verbo “colocar” quando nos referimos a coisas materiais:

        Colocou o copo sobre a mesa.

        Colocou o violão ao lado da porta.

        Coloquei o carro ao lado do seu.

        Coloque os pratos, por favor.

Quando, porém, nos referimos a coisas abstratas ou de sentido figurado, o correto é usar o verbo “pôr”:

   Pôr em prática.

   Ele pôs o dedo na ferida.

   Vamos pôr um ponto final nessa discussão.

   Pusemos o assunto em dia.

Em caso de dúvida entre um e outro, prefira sempre o verbo “pôr”.

 

*

 

Quanto ao verbo “pôr”, duas observações:

1ª – o verbo “pôr” é graficamente acentuado para distingui-lo da preposição “por”.

2ª - as formas verbais do pretérito perfeito e do pretérito mais-que-perfeito do indicativo e do pretérito imperfeito e do futuro do subjuntivo são grafadas com “s”, jamais com a letra “z”:

        Eu pus

        Tu puseste

        Ele pôs

        Nós pusemos

        Pusera

        Pusesse

        Se eu puser

        Se nós puséssemos.

 

 

Observação:

Para acessar o estudo publicado no sábado anterior, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2024/09/muitos-oradores-e-palestrantes-costumam.html

 

  

 

  

 

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sexta-feira, 27 de setembro de 2024

 



A Caminho da Luz

 

Emmanuel

 

Parte 7

 

Damos prosseguimento ao estudo da obra A Caminho da Luz, de Emmanuel, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier em 1938 e publicada em 1939 pela Federação Espírita Brasileira.

Este estudo, que tem por base a 15ª edição da obra, é publicado sequencialmente sempre às sextas-feiras neste blog.

A seguir, o texto e as questões de hoje.

 

Texto-base para leitura e reflexão

 

115. Reconhecendo os esforços de todos os Espíritos que se haviam localizado na Itália primitiva, os prepostos de Jesus projetam a fundação de Roma. (P. 97)

116. A esse tempo, o Vale do Pó era habitado pelo povo etrusco, que se via humilhado pelas constantes invasões dos gauleses. Atormentados e desgostosos por essas agressões, os etruscos decidiram tentar vida nova e, guiados indiretamente pelos mensageiros do Senhor, grande parte resolveu fixar-se na Roma do porvir, que nada mais era, então, que um agrupamento de cabanas humildes. (PP. 97 e 98)

117. Foram, pois, os etruscos que edificaram as primeiras organizações da cidade, fundando escolas de trabalho e levando para aí as experiências mais valiosas de outros povos, de modo que, quando Rômulo chegou, já encontrou uma cidade próspera e trabalhadora. (PP. 98 e 99)

118. Mais uma vez podemos ver que a direção do planeta se conserva, de fato, no mundo espiritual, de onde Jesus vela incessantemente pelo orbe e pelos seus destinos. (P. 99)

119. As influências etruscas nas organizações romanas evidenciam-se na alma popular, devotada então aos gênios, aos deuses e às superstições de toda espécie. Cada família possuía o seu gênio invisível e amigo e, na sociedade, multiplicavam-se as comunidades religiosas, culminando no Colégio dos Pontífices, cuja origem remonta ao passado longínquo da cidade. (P. 100)

120. Esse Colégio foi mais tarde substituído pelo Pontífice Máximo, chefe supremo das correntes religiosas, do qual os bispos romanos iriam extrair, no futuro, o Vaticano e o Papado dos tempos modernos. (P. 100)

121. A família romana, em suas tradições gloriosas, constituía-se no mais sublime respeito às virtudes heroicas da mulher e na perfeita compreen­são dos deveres do homem, ante seus sucessores e antepassados. (P. 102)

122. A vinda do Senhor ao orbe terrestre produziu um fato singular nas esferas mais próximas do planeta. Reinava Augusto quando se viu uma noite cheia de luzes e de estrelas maravilhosas. Harmonias divinas cantavam um hino de sublimadas esperanças no coração dos homens. A manjedoura é o teatro de todas as glorificações da luz e da humildade, e, enquanto alvorecia uma nova era para o globo terrestre, nunca mais seria esquecido o Natal, a "noite silenciosa, noite santa". (P. 104)

123. A manjedoura assinalava o ponto inicial da lição salvadora do Cristo, como a dizer que a humildade representa a chave de todas as virtudes. (P. 105)

124. Há quem julgue que o Mestre aprendeu suas doutrinas com os Essênios, mas, na verdade, não obstante a elevada cultura das escolas essênias, Jesus não necessitou da sua contribuição, porque desde os seus primeiros dias na Terra ele mostrou-se tal qual era. (P. 106)

125. Sua palavra, mansa e generosa, reunia todos os infortunados e todos os pecadores e ele escolheu os ambientes mais pobres e mais desataviados para viver a intensidade de suas lições sublimes, mostrando aos homens que a verdade dispensava o cenário suntuoso dos areópagos, dos fóruns e dos templos, para fazer-se ouvir na sua misteriosa beleza. (P. 108)

126. Não nos compete fornecer uma nova interpretação das palavras eternas de Jesus: compete-nos, sim, apenas observar o seu ensino, aplicando-o a nós próprios, no mecanismo da vida de relação, de modo que se verifique a renovação geral de todos nós, à luz dos exemplos do Mestre. (PP. 108 e 109)

127. A lição do Cristo ficou para sempre na Terra, como o tesouro de todos os infortunados e de todos os desvalidos, e sua palavra construiu a fé nas almas humanas, fazendo-as entrever seu glorioso destino. (P. 110)

128. O exemplo dado pelo monge de Manilha, acusado de tramar a liberdade de seu povo contra o jugo espanhol, mostra-nos como se processa a influência do Divino Mestre em todos os corações sofredores da Terra. (P. 111)

129. A Grécia havia transferido, nas suas lutas expiatórias, suas experiências e conhecimentos para a família romana, apta então para as grandes tarefas do Estado. De fato, se Roma quisesse, poderia, à força de educação e de amor, unificar as bandeiras do orbe, criando um novo roteiro à evolução coletiva da Humanidade. (P. 114)

130. Vê-se que o determinismo do mundo espiritual era o do amor, da solidariedade e do bem, mas os próprios homens, na esfera relativa de suas liberdades, modificaram esse determinismo superior, no curso incessante dos séculos. (P. 116)

131. Foi o que aconteceu com Roma, cujos generais, desviando-se dos objetivos superiores que os animavam, deram origem aos mais amargos frutos de provação e sofrimento para a Humanidade terrestre. É por isso que, em sua quase totalidade, entraram eles no plano espiritual seguidos de perto por suas numerosas vítimas, e, passados decênios infindáveis de martírios expiatórios, podiam ser vistos, sem suas armaduras elegantes, arrastando-se como vermes ao longo das margens do Tibre, ou estendendo as mãos asquerosas, como mendigos detestados do Esquilino. (P. 116)

132. O século de Augusto foi bafejado pela presença consoladora do Divino Mestre, o que deu motivo a que todos os corações experimentassem uma vida nova, ainda que ignorassem a fonte divina daquelas vibrações. (P. 117) (Continua no próximo número.)

 

Questões para fixação do estudo

 

A. A condenação de Sócrates e sua execução acarretaram alguma consequência de natureza coletiva?

Sim. O fato acarretou dolorosas e amargas provações coletivas para todos os que dele participaram. Foi por isso que, mais tarde, o povo nobre e culto de Atenas forneceria escravos valorosos e sábios aos Espíritos agressivos e enérgicos de Roma. (A Caminho da Luz, pág. 96.)

B. A que povo se devem as primeiras organizações romanas?

Aos etruscos. Eles fundaram ali escolas de trabalho, levando para a região as experiências mais valiosas de outros povos, de modo que, quando Rômulo chegou, já encontrou uma cidade próspera e trabalhadora. As influências etruscas nas organizações romanas evidenciam-se na alma popular, devotada então aos gênios, aos deuses e às superstições de toda espécie. Cada família possuía o seu gênio invisível e amigo e, na sociedade, multiplicavam-se as comunidades religiosas. (Obra citada, pp. 98 a 100.)

C. Que significado têm a manjedoura e a singeleza do nascimento do menino Jesus?

A manjedoura assinalou o ponto inicial da lição salvadora do Cristo, como a dizer que a humildade representa a chave de todas as virtudes. (Obra citada, pág. 105.)

 

 

Observação:

Para acessar a 6ª Parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2024/09/a-caminho-da-luz-emmanuel-parte-6-damos.html

 

 

 

  

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quinta-feira, 26 de setembro de 2024

 



CINCO-MARIAS

 

Pai presente e participativo

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com

 

“A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida.” Sêneca

 

Quem negaria? Toda criança precisa de um pai. O pai protetor, o homem responsável.

O pai é aquele que precisa estar presente na vida da criança e para estabelecer com ela uma relação além da mãe.

Meu pai (da infância) era um homem simples, mas que atendia as necessidades de nossa casa, estabelecia os limites e ajudava a esclarecer, no cotidiano da vida, a noção de certo e errado. Acho, ainda, que meu viés religioso (no sentido de amor a Deus) foi guiado na infância muito mais pela influência paterna do que pelos exemplos de minha mãe, embora ela nunca tenha abdicado de sua fidelidade a Jesus e a Nossa Senhora.

A criança espera coisas diferentes do pai e da mãe. No geral, o pai representa proteção, e a mãe representa cuidado. E uma criança que tem o pai presente, participativo, cresce sentindo-se mais visível e segura.

O pai deve estar presente no cotidiano e na formação dos filhos. E à medida que ser pai é algo vivido, construído diariamente, quando o filho se sente acompanhado, educado pelo pai, a sensação de bem-estar é mais sólida e modeladora de um ser humano inclinado a ser mais confiante e resiliente…

Procurar ser um pai presente exige tempo, dedicação, paciência, resiliência. O pai guia o filho e deve fazê-lo com coragem, disposição e amor, ciente de que seus exemplos, sua simples presença, influenciam direta e fortemente na construção da identidade do filho…

 

Notinha

A criança que cresce sem a presença da figura paterna vai buscar o modelo masculino em outra pessoa, como um avô, um tio. E isso faz diferença na construção da sua própria identidade.

 

*

Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina

 

 

 

 

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