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sábado, 13 de julho de 2013

Pérolas literárias (44)


Redenção

Antero Costa Carvalho


Acusado sem culpa ante a calúnia infrene,
Explico-me a chorar, no entanto é assim que eu morro...
“Deus! Ampare-me, ó Deus!” – exoro por socorro,
Sem que a força do Céu me responda ou me acene.

N’alma, remorso algum... Nada que me condene...
Nas raias da agonia, em pranto jorro a jorro,
A bênção da oração é o teto a que recorro,
A render-me, sem mágoa, ao minuto solene.

Mas quando o corpo tomba exânime, cansado,
Vejo-me, austero algoz, a rugir no passado,
Em vômitos de lama, a cólera assassina...

O lobo então que eu fora, o suplício desterra!
Glória à reencarnação! Glória às dores da Terra,
Em que se cumpre a Lei da Justiça Divina!...


Antero Costa Carvalho nasceu em Jataí, Goiás, em 22 de julho de 1904 e desencarnou em Catalão, no mesmo Estado, em 16 de agosto de 1937. O soneto acima integra o livro Antologia dos Imortais, psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.



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