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quinta-feira, 31 de março de 2016

Pérolas literárias (144)


Coração

Eugênio Júlio Savard de Saint-Brisson
  
Desde o astro primeiro exposto à Imensidade,
Na pauta da grandeza, o Regente Divino,
Num misto de beleza, alegria e bondade,
Fez os mundos e os sóis como notas de um hino.

Deu tons ao vento agreste e fala à tempestade,
Rumor ao fogo estranho e voz ao mar leonino...
A eterna melodia a tudo atinge, invade
E sonoriza a paz nas claves do destino.

Mas o homem, só ele, era mudo e expectante...
Eis, porém, que o Criador premiu-lhe a fonte inculta
E o pêndulo da vida inflou-lhe o peito arfante.

Se a dor te envolve o passo em sombra malfazeja,
Sente Deus em ti mesmo e, em prece viva, ausculta
O ritmo do amor que o coração harpeja!...
  



Poeta espontâneo, de vastos recursos e profunda emotividade, “caráter bondoso e coração terno”, Eugênio Savard nasceu no Estado do Rio de Janeiro em 13/11/1865 e desencarnou em Niterói (RJ) em 1º de dezembro de 1899. O soneto acima integra o livro Antologia dos Imortais, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.





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quarta-feira, 30 de março de 2016

Pílulas gramaticais (198)


Da lista de erros frequentes cometidos no uso do idioma português, eis mais cinco casos:

“A promoção veio de encontro ao seu desejo.”
O correto: A promoção veio ao encontro do seu desejo.
A explicação: A locução “ao encontro de” é que exprime uma situação favorável.
“De encontro a” indica uma condição desfavorável ou contrária às expectativas. Exemplo: Sua dispensa veio de encontro à sua vontade.

“Comeu frango ao invés de peixe.”
O correto: Comeu frango em vez de peixe.
A explicação: “Em vez de” indica substituição e não oposição.
“Ao invés de” indica oposição, ação contrária, como nestes exemplos: Ao invés de entrar, ele saiu. Ao invés de beijar sua noiva, ele a esbofeteou. 

“Se eu ver meu filho fumando...”
O correto: Se eu vir meu filho fumando...
A explicação: O futuro do subjuntivo do verbo “ver” é: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem. Exemplo: Se tu vires meu irmão, entrega-lhe este recado.

“Quem intermedia o negócio eu conheço.”
O correto: Quem intermedeia o negócio eu conheço.
A explicação: O presente do indicativo do verbo “intermediar” é: intermedeio, intermedeias, intermedeia, intermediamos, intermediais, intermedeiam.
O verbo intermediar, assim como o verbo mediar, conjuga-se como o verbo “odiar”: odeio, odeias, odeia, odiamos etc.

“Temos de dispensar todos, porque ninguém se adequa ao perfil exigido.”
O correto: Temos de dispensar todos, porque ninguém se ajusta ao perfil exigido.
A explicação: Não existe a forma verbal “adequa”. O presente do indicativo do verbo adequar apresenta somente duas formas: adequamos e adequais. Trata-se de um verbo defectivo, usado somente nas formas arrizotônicas: adequamos, adequais; adequava; adequou; adequaremos etc.
Arrizotônicas são as formas verbais em que o acento tônico não recai na raiz.



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terça-feira, 29 de março de 2016

Os dois lados do crescimento


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Muitas situações, vistas por um modo, são tristes e merecedoras de compaixão, mas as mesmas situações, observadas por outra forma, são brilhantes simplesmente a serem lapidados, no entanto, tesouros. Sempre dependerá se as observações forem a partir dos olhos do coração, pois eles veem oportunidade enquanto a razão, muitas vezes, só quer exaltar o desigual e trágico estado.
Se nada acontece por acaso e estamos onde devemos estar, há que viver sempre com mais amor, pois ele nos oportuniza compreensão e otimismo diante dos acontecimentos e evita a indignação e a inércia frente às ocorrências incompreendidas. Inúmeras ocasiões tristes e nefastas recebem todo o contorno de algo bem mais necessário que visível.
A doença congênita ou surgida no decorrer dos anos possui a indicação, no mínimo absoluto, ao doente do momento e, em alta porcentagem, a ele e aos companheiros de convívio. Se é uma enfermidade passageira, rechear o trato ao enfermo com muita paciência carinhosa aproximando-se um pouquinho mais para conhecer o outro universo. Caso seja uma doença progressiva, ou congênita ou mais duradoura esforçar-se para enxergar nos outros olhos o brilho que poderia ser o do nosso olhar. Então, ao invés de sentir pena ou inconformação e negar ajuda, receber esse momento com alegria e fazer o melhor aos envolvidos, pois tudo na vida é passageiro da mesma forma que toda semente germinará. Muito provável que uma grande dificuldade seja o desencadeamento para uma futura existência bem mais feliz, pois os débitos quitados e os resgates vividos trazem a liberdade para o espírito.
Assim, em casos de escassez financeira, mesmo com a falta até do necessário, inúmeras vezes, essa realidade é a indicada para grupos de espíritos conquistarem, num próximo momento, dias mais amenos e corações mais leves por alcançarem o aprendizado. Nada se perde, tudo se transforma, mas nessa observação algumas atitudes precisam de abstinência para transformações benéficas suscitarem; o egoísmo, a impaciência, o orgulho, a prepotência, a vaidade, a incompreensão, o desrespeito estão entre os primeiros a serem cerceados, pois como haverá um jardim lindo e colorido se arbustos grosseiros se inserirem entre as doces flores?
Se algum dos cinco sentidos não é presente, pois que haja agradecimento pelos outros restantes podendo, sim, desenvolvê-los com mais sensibilidade; se as mazelas ainda crescem à luz da contemporaneidade quantos bons atos nascem sob essa mesma luz; se numa sala de aula muitos dos alunos não se interessam pelos estudos, mas e todos os outros com o desejo de se tornarem reconstrutores de um terreno mais profícuo. Cada um de nós se encontra num tempo e num grau de desenvolvimento.
A situação comovente, atual, de uma pessoa pode ser a melhor que seu espírito até agora pôde experienciar. Indispensável é cada coração querer e poder realizar o melhor em seu momento e tão relevante também é desejar mais ver a vida com os olhos singelos do coração.
O mesmo livre pássaro voando no céu é a mesma ave que um dia deixou o ninho, solitário, de sua mãe.
Sempre haverá duas maneiras para se observar uma situação, no entanto, por não existir acaso, as situações são sempre para algum aprendizado no progresso da eternidade da vida.

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/



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segunda-feira, 28 de março de 2016

As mais lindas canções que ouvi (183)


O caderno

Mutinho e Toquinho

Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco
Até o bê-á-bá.
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar.
A casa, a montanha,
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel...

Sou eu que vou ser seu colega,
Seus problemas ajudar a resolver,
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver.
Serei de você confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel.

Sou eu que vou ser seu amigo,
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser.
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher.
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel...

O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado,
Se lhe dá prazer.
A vida segue sempre em frente,
O que se há de fazer?!

Só peço a você
Um favor se puder:
- Não me esqueça
Num canto qualquer.



Você pode ouvir a canção acima, na voz dos intérpretes abaixo, clicando nos links citados:
Rafa Marques (no The Voice Kids) - http://globoplay.globo.com/v/4880639/
Rafa Marques (no programa de Fátima Bernardes) - https://www.youtube.com/watch?v=v_hyh-Njzwc




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domingo, 27 de março de 2016

A dor e os flagelos em uma perspectiva espírita



Tudo o que vive neste mundo – a natureza, os animais e os homens – sofre e, no entanto, foi por amor que Deus formou os seres.
Tal informação estabelece uma contradição, aparentemente inexplicável, que já perturbou muitos pensadores e os levou à dúvida e ao pessimismo.
Com as luzes trazidas pela doutrina espírita, o fato é perfeitamente compreensível.
O animal está sujeito à luta ardente pela vida. Entre as ervas do prado, as folhas e a ramaria dos bosques, nos ares, no seio das águas, por toda a parte desenrolam-se dramas ignorados.
No tocante à Humanidade, sabemos que sua história nada mais é que um longo martirológio. Ao longo dos tempos, por cima dos séculos, rola a triste epopeia dos sofrimentos humanos. A dor segue-nos os passos, espreita-nos em todas as voltas do caminho, e, diante dessa esfinge que o fita com seu olhar estranho, o homem tem feito e ainda se faz a eterna pergunta: Por que existe a dor?
Valendo-nos das palavras acima, escritas por Léon Denis, podemos dizer que, fundamentalmente considerada, a dor é “uma lei de equilíbrio e educação”. Nesse sentido, tudo que a produz, como os flagelos naturais tão frequentes no mundo, ocorre para que a Humanidade possa “progredir mais depressa”. O flagelo, que tem sido interpretado geralmente como algo prejudicial, seria, então, na realidade, o meio pelo qual as transformações necessárias ao progresso humano se realizam com maior rapidez.
Há, sem dúvida, outros processos menos rigorosos para levar os homens ao progresso, e Deus os emprega todos os dias, dando a todos os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal, o que nem sempre é levado em conta pela criatura que habita este globo, o que torna necessária a utilização de outros processos que mostrem aos homens sua fragilidade em face da vida, abatendo, por consequência, o sentimento de orgulho, que gera os principais males que atrasam o progresso moral da Humanidade.
Com o abatimento do orgulho, a Humanidade se transforma, como já se transformou noutras épocas, e cada transformação é assinalada por uma crise que é para o gênero humano o que são, para as pessoas, as crises de crescimento. Essas crises tornam-se muitas vezes penosas, dolorosas, mas são sempre seguidas de uma fase de grande progresso material e moral.
Quando os flagelos naturais – cataclismos, enchentes, epidemias, pragas que assolam as plantações, seca, terremotos, ciclones, maremotos e erupções vulcânicas – se abatem sobre a Humanidade, muitos, certamente, revoltam-se contra Deus e perdem oportunidades valiosas de crescimento, pela falta de compreensão perfeita do significado de tais fatos.
A incompreensão que gera a revolta deriva obviamente do desconhecimento da Lei do Carma ou de Causa e Efeito, que exerce sua influência inelutável sobre as pessoas, individualmente consideradas, e sobre os grupos sociais.
Em face disso, quando uma família, uma nação ou determinado grupo étnico busca algo que lhe traga maiores satisfações, esforça-se por melhorar suas condições de vida ou adota medidas que visem a acelerar seu desenvolvimento, sem prejudicar ou fazer mal a outrem, estará contribuindo para a evolução da Humanidade, e isso é bom. Ela receberá, então, novas e mais amplas oportunidades de trabalho e progresso, que conduzem os indivíduos que a constituem a níveis cada vez mais elevados.
Se, porém, procede de modo diferente, sofrerá, mais cedo ou mais tarde, a perda de tudo o que adquiriu injustamente, em circunstâncias mais ou menos trágicas e aflitivas, conforme o grau de malícia e crueldade que tenha caracterizado suas ações. É assim que, mais tarde, em outras existências planetárias, são chamadas a expiações coletivas ou individuais, sob a forma de flagelos ou outros processos de natureza semelhante.
Cabe, no entanto, assinalar que muitos dos chamados flagelos resultam tão somente da imprevidência do homem, que os vai prevenindo à medida que adquire conhecimento e experiência, sendo certo, porém, que entre os males que afligem a Humanidade há alguns de caráter geral, previstos nos decretos da Providência, dos quais cada pessoa recebe, mais ou menos, o contragolpe. A esses, portanto, nada pode o homem opor, a não ser sua submissão à vontade de Deus.
Na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocadas a peste, a fome, as inundações e as intempéries fatais à produção agrícola. Enfrentando tais flagelos, o homem é impulsionado pela necessidade a buscar soluções para libertar-se do mal que o ataca. É então que a dor se torna um processo, um meio de equilíbrio e educação, como entendia e dizia Léon Denis.


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sábado, 26 de março de 2016

Destaques da semana da revista “O Consolador”


Já está disponível na internet a edição 458, datada de 27/3/2016, da revista O Consolador.
Como a revista não mais envia aos leitores, por e-mail, os destaques semanais de suas edições, eles são postados neste blog sempre aos sábados, exatamente às 17 horas, como fazemos neste instante.
A seguir:

Destaques da edição 458

Eis o link que remete à edição 458 da revista O CONSOLADOR:
Saiba o que ocorre nesta semana no movimento espírita brasileiro.
Anote e acompanhe os eventos espíritas internacionais desta semana.
Tiago Cintra Essado, da Associação Jurídico-Espírita do Brasil, fala à revista.
Victor Passos, de Portugal, é o autor do especial “Levantando o véu da eutanásia”.
Veja como foi a 6ª Conferência Espírita da Flórida, realizada em Orlando, Flórida.
“A esperança é a luz do cristão” é o nosso editorial, sobre a atual crise brasileira.
A religião perde ou ganha quando segue o progresso científico?
“As aventuras da corujinha Manu”, de Cínthia Cortegoso, é o novo e-book da EVOC.
Que é fluidoterapia e em que consiste?
Uma boca perfumada é algo que todos desejam. Isso é para nós o bastante?
Os Espíritos não têm “sexo” – os transgêneros. (Jorge Hessen)
É difícil suportar a viuvez quando o casamento é pleno de felicidade?
Leda Maria Flaborea: “Parábola do joio.”
Como obter os estudos publicados na revista sobre os livros de Allan Kardec?
Como é o despertar do Espírito depois da desencarnação?
Luiz Carlos Formiga: “A nova geração: inteligentes e mais felizes.”
Veja como era um dia de trabalho na vida de Chico Xavier.
“Contando um conto e aumentando vários pontos.” (Marcelo Teixeira)
“A palavra mais cruel é aquela que se usa destruindo o bem.” (Emmanuel)
Jesus a Pedro: “se a paciência aprimora a vida, o tempo tudo transforma.”
Milton Medran Moreira: “Páscoa, além do dogma.”
“O valor da cooperação”, título de outra linda história contada por Meimei.
Pedro Fagundes Azevedo: “Mediunidade sempre existiu. Espiritismo só a partir
de Kardec.”
Pergunta de leitor: qual é a diferença entre “vocativo” e “aposto”.
Se souber, traduza: - Ĉi tie, en ĉiu eldono, ni prezentas frazon el tiu verko.
“Asas de cera.” (Rogério Coelho)
“Alguém espera” – diz-nos Auta de Souza em outro lindo soneto.
“Acessibilidade, um desafio para os espíritas em 2016.” (Wellington Balbo)



O fim da corrupção


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Eu visitei um país, em Vênus, chamado Libras. Nesse planeta, todos os animais raciocinam e falam o mesmo idioma, com variações de caráter, logicamente. Os principais animais de Libras são os primatas (sapiens e trogloditas), o gato (mamífero felídeo, que combate os ratos), o rato (ladrão), o morcego (mamífero quiróptero alado, provido de radar), a orca (cetáceo: mamífero caçador de tubarões) e o tubarão (ganancioso).
Os sapiens integram as forças de segurança e os trogloditas integram o proletariado...
Acontece que, em Libras, os ratos proliferaram de tal forma que, de tanto insistir, acabaram por convencer o restante da população de que, por direito, a gestão do país deveria ser deles e dos seus amigos tubarões. Como ali imperava a democracia, os demais animais cederam à insistência ratuína, principalmente, após quatro tentativas de assumir o governo, sendo que, na quarta, alcançaram seu intento.
Mas o que os ratos queriam mesmo era implantar o comunismo em Libras, ainda que essa ideologia estivesse praticamente extinta nos demais países de Vênus. Então, puseram mãos à obra, ou melhor, patas à obra. Disseram que o gestor-mor, Alul, detestava ler e dizia, aos quatro costados, que alcançara o cargo de mandatário da nação sem ter lido, por inteiro, um único livro...
Desse modo, não seria a educação a necessidade primordial da população, e, sim, a bolsa-família. Os proletariados adoraram a ideia, pois não mais precisariam estudar e muito menos trabalhar. O problema era que, com a maioria da população sem produzir, o Estado ameaçou ruir, roído que já estava por imensa ratazana.
Nada, porém, que não fosse resolvido pelos ratos do poder. Criaram a Petrorrato e indicaram para administrá-la os mais sagazes ratos do país, chefiados por outros animais provenientes da classe burguesa ambiciosa, os tubarões. Resultado, noventa por cento da renda da empresa foi parar na Suíça (mera coincidência de nome) e em outros paraísos fiscais de Vênus.
Quando acusavam os ratos de roubar bilhões, eles se defendiam dizendo que seus antecessores roubaram milhões...
Também disseram que a saúde era um direito de todos. Desse modo, criaram o SUSTO (sistema único de saúde dos trogloditas ordinários), que, por contratar médicos cubanos, bolivianos, venezuelanos e de outros países, cujos nomes se assemelham (pura coincidência) com os da Terra, esqueceram de formar seus próprios médicos e levaram o sistema à falência. Isso sem nos referirmos à sobrecarga de impostos sobre os medicamentos, cirurgias de retirada de útero em trogloditas machos, etc. etc. etc.
Para que os trogloditas não ficassem sem-teto, atenderam o movimento dos sem-terra e construíram para os primeiros diversos prédios em terreno alagadiço. Quando veio o primeiro temporal, as habitações dos trogloditas ficaram submersas, e os sem-terra continuaram invadindo as propriedades dos grandes produtores que, para expulsá-los, tinham que recorrer à polícia, depois ao governo, que os mandava procurar o judiciário e este os mandava aguardar alguns anos...
O que os ratos ignoravam é que os sapiens mandaram instalar gatos em suas “propriedades públicas”, tais como a Petrorrato, o BNDrato, etc. Além disso, solicitaram aos morcegos para, à noite, conectarem seus radares ao serviço de inteligência da Aeronáutica; contrataram orcas marinhas para caçar os tubarões e deixaram aos gatos vigilantes a caça aos ratos. Um deles, chamado Régios Orom, tornou-se herói nacional...
Quando o “exército” dos ratos foi convocado pelo rato-mor para combater os sapiens, gatos e aliados, verdadeiros defensores dos trogloditas e dos demais animais não submissos ao corrupto governo ratuíno, os defensores da pátria, com a ajuda do exército (sapiens), da aeronáutica (morcegos), do judiciário (gatos) e da marinha (orcas) já estavam sob o controle de toda a situação.
Daí, mandaram os ratos e todos os desocupados para trabalhar no campo, sob a vigilância dos gatos, investiram na educação para todos, na segurança e na saúde (inclusive para os ratos) e, sem dar um só tiro, criaram um novo país cujo lema passou a ser: “saúde, educação, moradia, alimento, vestiário, lazer e segurança para todos os animais educados e trabalhadores deste país”.
E todos os animais de Libras viveram felizes para sempre, sob as cores verde, amarelo, azul e branco que reluzem no planeta Vênus, o mais brilhante do sistema solar. O país retomou suas tradições cristãs e aboliu, definitivamente, a desonestidade crônica, sua maior praga.
Arrumadas as sílabas de LIBRAS, descobriu-se que elas possuíam as mesmas letras que também possui o maior país da América do Sul.




sexta-feira, 25 de março de 2016

No Invisível (23)



Estudamos semanalmente no Centro Espírita Nosso Lar, de Londrina (PR), o livro “No Invisível”, um dos clássicos do Espiritismo, de autoria de Léon Denis.
Reproduzimos, em seguida, o texto de mais um módulo concluído, cuja publicação tem por finalidade proporcionar, a quem se interessar, a oportunidade de acompanhar o mencionado estudo.

Questões para debate

A. É verdade que homens eminentes aderiram, nos Estados Unidos, ao movimento espiritualista iniciado com os fenômenos de Hydesville? 
Sim. Léon Denis menciona alguns deles, que se destacavam em seu país pelo saber, pelo caráter ou pela posição social: o reverendo Brittain, o Dr. Hallock, o reverendo Griswold, os professores Robert Hare e Mapes, o juiz Edmonds, o senador Tallmadge, os generais Hamilton e Waddy Thompson e o diplomata Dale Owen, que estudaram atenta e demoradamente os fenômenos e afirmaram publicamente sua convicção acerca da intervenção dos Espíritos. (No Invisível - O Espiritismo experimental: Os fatos - XVI - Fenômenos espontâneos - Casas mal-assombradas – Tiptologia.)

B. As senhoritas Fox chegaram a trabalhar com alguns dos vultos citados?
Sim. Um dos fenômenos em que as irmãs Fox serviram de médiuns foi descrito pelo senador Tallmadge, que dele participou juntamente com os generais Hamilton e Waddy Thompson.  Além de diversos avisos dados por meio de raps, os Espíritos abriram um exemplar da Bíblia, que estava fechada em uma gaveta, e indicaram trechos do evangelho de S. João que deveriam ser lidos pelos presentes. Depois disso, pediram que fossem colocadas diversas folhas de papel para carta, com um lápis, na gaveta sob a mesa. Daí a pouco ouviu-se o ruído do lápis escrevendo no papel. Quando foram ver, as folhas de papel estavam em desordem e na folha de cima estava escrito: ‘I'm with you still (estou ainda convosco) – John C. Calhoun.’ A frase foi mostrada a diversas pessoas que foram amigas íntimas do Senhor Calhoun e a um de seus filhos, e todos afirmaram que o texto era um fac-símile perfeito da escrita de John Calhoun. (Obra citada - O Espiritismo experimental: Os fatos - XVI - Fenômenos espontâneos - Casas mal-assombradas – Tiptologia.)

C. Que fenômeno era, então, dos mais conhecidos e frequentes?
Era o fenômeno das casas mal-assombradas, que podia ser encontrado por toda parte.  Numerosíssimos eram os lugares mal-assombrados, as casas em cujos soalhos, móveis e paredes se ouviam ruídos e pancadas. Em certas habitações, os objetos se deslocavam sem contacto; pedras caíam lançadas do exterior por uma força desconhecida; ouviam-se estrépitos de louça a quebrar-se, gritos, rumores diversos, que incomodavam e atemorizavam as pessoas impressionáveis. Nesta obra Léon Denis descreve alguns desses casos. (Obra citada - O Espiritismo experimental: Os fatos - XVI - Fenômenos espontâneos - Casas mal-assombradas – Tiptologia.)

Texto para leitura

641. Ao movimento espiritualista não tardaram em aderir homens eminentes pelo saber, pelo caráter e pela posição social. O reverendo Brittain, o Dr. Hallock, o reverendo Griswold, os professores Robert Hare e Mapes, o grande juiz Edmonds, o senador Tallmadge, o diplomata R. Dale Owen, etc., estudaram atenta e demoradamente os fenômenos e afirmaram publicamente a intervenção dos Espíritos.
642. O senador Tallmadge, ex-governador do Wisconsin, descreve um caso de levitação de que foi objeto, em Washington:
“A mesa tinha quatro pés; era uma grande mesa para chá. Sentei-me ao centro. As três senhoras colocaram as mãos em cima, aumentando assim o peso de 200 libras que nela já existia. Ao começo, dois pés se elevaram do solo, depois outros dois se puseram ao nível dos primeiros, e a mesa ficou completamente suspensa no ar, a seis polegadas de altura. Tendo-me sentado em cima, senti um movimento brando, como se ela flutuasse. A mesa ficou alguns instantes suspensa e tornou a descer docemente.”
643. Veremos, dentro em breve, fatos semelhantes se produzirem em diferentes pontos da Europa, em particular nas sessões da médium napolitana Eusápia Paladino. Em rigor se poderia explicá-los pela ação de forças fluídicas emanadas dos assistentes, posto que pareça bem pouco provável que forças humanas exteriorizadas sejam, só por si, suficientes para pôr em movimento objetos tão pesados.
644. Aqui estão, porém, outros fatos que denotam a intervenção de Inteligências invisíveis. É sempre o senador Tallmadge quem fala:
“O fenômeno seguinte se produziu numa outra sessão com as senhoritas Fox. Estávamos presentes, os generais Hamilton e Waddy Thompson e eu. Recomendaram-nos que colocássemos a Bíblia, fechada, em uma gaveta sob a mesa. Era uma pequena Bíblia de algibeira, impressa em caracteres minúsculos. Durante algum tempo numerosos raps (pancadas vibradas) tamborilaram uma marcha que havíamos pedido. Foram depois se enfraquecendo como passos que se afastam, e cessaram inteiramente; e outros raps, dado o sinal do alfabeto, soletraram esta única palavra: Olhai. Tomei o livro com precaução, porque estava aberto. Soletraram: Lede, indicando os números dos versículos que desejavam que eu lesse. Durante essa leitura, pancadas violentas acentuaram com uma força estranha os sentimentos traduzidos. O livro estava aberto no evangelho de S. João, cap. III; os versículos a ler eram os seguintes:
8. O espírito sopra onde quer, e tu ouves a sua voz, mas não sabes donde ele vem nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
11. Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e que damos testemunho do que vimos; e vós, com tudo isso, não recebeis o nosso testemunho.
19. E a causa desta condenação é: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque eram más as suas obras.
34. Porque aquele que Deus enviou fala palavras de Deus; porque não lhe dá Deus o espírito por medida.
Depois disso, mandaram-me colocar diversas folhas de papel para carta, com um lápis, na gaveta sob a mesa. Daí a pouco ouvimos o ruído do lápis no papel e bateram. Olhei debaixo da mesa; as folhas que eu aí havia colocado estavam em desordem e na folha de cima estava escrito: ‘I'm with you still (estou ainda convosco) – John C. Calhoun.’
Mostrei essa frase ao general Hamilton, antigo governador da Carolina do Sul, ao general Waddy Thompson, antigo ministro do México, ao general Robert Campbell, de Havana, assim como a outros amigos íntimos do Senhor Calhoun. Mostrei-a também a um de seus filhos, e todos afirmavam que era um fac-símile perfeito da escrita de John Calhoun. O general Hamilton e a generala Macomb, que possuem muitas cartas particulares de Calhoun, indicaram como particularmente significativo o hábito constante que ele tinha de abreviar I am em I’m; de sorte que essa frase ‘I'm with you still’, breve como é, caracteriza perfeitamente o seu estilo e o seu modo peculiar de dizer.”
645. Na mesma ordem de fatos, citemos ainda o testemunho de Charles Cathcart, antigo membro do Congresso, homem instruído e influente, que ocupa em Indiana uma elevada posição social:
“Constituído o círculo, reconheci que o médium mais poderoso era meu filho Henry, criança de 7 anos apenas. A família não tivera ainda tempo de habituar-se a essa mediunidade, e inesperadas demonstrações se produziram. O pequeno Henry era balouçado no quarto como uma pena. Suspenso pelos Espíritos, era transportado até ao teto, às cornijas das janelas, aos recantos mais elevados dos aposentos, fora do alcance das mãos humanas. Às vezes, ficava o menino em transe mediúnico, e nesse estado dizia coisas admiráveis de sabedoria e de beleza; mas, apesar da confiança que a família depositava nos ternos cuidados e no caráter perfeitamente bom dos Espíritos seus amigos, a mãe não podia ver sem inquietação seu filhinho sob esse poder anormal, e suplicava aos invisíveis que o não sonambulizassem. Eles lhe repetiam constantemente, por intermédio da mesa, que essa influência era benéfica para o menino e lhes permitia a realização de atos muito importantes, como doutro modo o não poderiam fazer; mas como a Sra. Cathcart não se pôde conformar com essa fase de mediunidade, os Espíritos se abstiveram benevolamente de continuar os transes.”
646. O grande juiz Edmonds, presidente da Corte Suprema de Nova Iorque, em seu “Apelo ao público”, no qual refuta as malévolas imputações de que fora objeto após as suas investigações espiritualistas, assim resume o problema dos fenômenos e de sua causa:
“Vi uma mesa de pinho, de quatro pés, levantada do soalho, em meio de uma reunião de oito pessoas, derribada desordenadamente aos nossos pés, elevada acima de nossas cabeças, em seguida apoiada no encosto de um sofá em que estávamos sentados. Vi essa mesma mesa levantar-se sobre dois pés com uma inclinação de 45º, e assim permanecer, sem que se pudesse fazê-la voltar à sua posição normal. Vi uma mesa de acaju, de um único pé e tendo em cima uma lâmpada acesa, erguida a distância de, pelo menos, um pé acima do soalho, apesar dos nossos esforços em contrário, e agitada como um copo que se tivesse empunhado, conservando-se a lâmpada em seu lugar, mas entrechocando-se os pingentes. Vi essa mesa oscilar com a lâmpada em cima, a qual deveria ter caído, se não fosse amparada por outro meio que não pelo seu próprio peso, e, entretanto, não caiu e nem sequer se moveu. Vi, muitas vezes, mais de uma pessoa ser puxada com uma força a que lhe era impossível resistir, mesmo em ocasião em que eu juntava os meus esforços aos da pessoa empuxada. O que refiro não é sequer a centésima parte do que presenciei, mas é suficiente para mostrar o caráter do fenômeno. Nessa época, os jornais formularam diferentes explicações para ‘desmascarar a farsa’, como diziam eles. Li-os atentamente, contando receber auxílio em minhas pesquisas, e não pude menos que sorrir da audácia e inanidade dessas explicações. Enquanto, por exemplo, certos professores de Buffalo se jactavam de tudo haverem explicado pelo estalo das articulações dos dedos e dos joelhos, as manifestações consistiam no tilintar de uma campainha, que soava debaixo de uma mesa, e que era depois transportada de um para outro aposento. Ouvi médiuns servirem-se de termos gregos, latinos, espanhóis e franceses, quando sei que não conheciam outra língua além da sua. E é um fato que muitas pessoas podem atestar, esse de terem os médiuns, muitas vezes, falado e escrito em línguas que lhes eram desconhecidas. Pergunta-se então se, por qualquer misteriosa operação do espírito, tudo isso não é simplesmente um reflexo mental de algum dos assistentes. E a resposta é que se tem recebido comunicação de fatos ignorados e que em seguida são reconhecidos verdadeiros.”
647. O autor cita vários outros casos e depois acrescenta:
“Muitos pensamentos que me não estavam na mente, ou que eram mesmo contrários às minhas ideias, me foram revelados. Isso me aconteceu várias vezes, a mim como a outras pessoas, como para me convencer de que o nosso próprio espírito não toma parte alguma nessas comunicações. Tudo isso, porém, e muitas outras coisas semelhantes, me têm demonstrado que existe nesse fenômeno uma classe de Inteligências elevadas, colocadas fora da Humanidade; porque não há outra hipótese que eu possa imaginar, que explique todos os fatos estabelecidos pelo testemunho de dez mil pessoas, os quais podem ser verificados por quem quer que se dê ao trabalho de procurar. Reconheci que essas Inteligências invisíveis comunicavam conosco de vários modos, sem contar os raps,  as mesas giratórias, e que, mediante esses outros processos, se obtinham, não raro, comunicações eloquentes e da mais pura e alta moralidade, entre muitas inconsequências e contradições.”
648. O fenômeno das casas mal-assombradas é um dos mais conhecidos e frequentes. Encontramo-lo um pouco por toda parte. Numerosíssimos são os lugares mal-assombrados, as casas em cujos soalhos, móveis e paredes se ouvem ruídos e pancadas. Em certas habitações, os objetos se deslocam sem contacto; caem pedras lançadas do exterior por uma força desconhecida; ouvem-se estrépitos de louça a quebrar-se, gritos, rumores diversos, que incomodam e atemorizam as pessoas impressionáveis.
649. Visitei algumas dessas casas, nelas permaneci demoradamente e pude quase sempre me certificar da presença de seres invisíveis, com os quais era possível entrar em comunicação, quer pela mesa, quer pela escrita mediúnica. Em tais casos adquiri eu a convicção de que os agentes das manifestações eram as almas das pessoas que haviam habitado esses lugares, almas sofredoras, que procuravam atrair a atenção; na maior parte das vezes, bastam pensamentos compassivos e preces para lhes dar alívio. Certos Espíritos são levados a esses sítios pela recordação de remotos crimes; outros, por um desejo de vingança; outros, ainda, por seu apego aos bens terrestres. As pesquisas da polícia jamais conseguem descobrir os autores de semelhantes fatos. Mesmo nos arremessos de pedras, nota-se que os projéteis são dirigidos por uma Inteligência invisível.
650. No caso da paróquia de Groben (Alemanha), descrito pelo pastor Hennisch, e no de Munchkof, que foi objeto de uma investigação dirigida pelo professor Arschauer, viam-se pedras descreverem um arco de círculo, depois um ângulo. Em Munchkof, mais de sessenta pessoas viram pedras saírem por uma janela, depois voltarem ao interior, descrevendo uma curva. Esses projéteis nunca feriram pessoa alguma: quando atingiam as testemunhas de tais cenas, resvalavam-lhes ao longo do corpo, sem produzir choque. Objetos que se procuravam interpor, a fim de lhes servirem de anteparo, eram arrebatados, por uma força oculta, das mãos dos que os sustinham e recolocados em seu lugar habitual.
651. O mesmo aconteceu na chácara de La Liodière, próximo a Tours. As pedras aí caíam em profusão, sem ferir ninguém. Parecia provirem de muito longe e eram de uma natureza geológica diferente da do país. Em Izeures (Indre-et-Loire), numa casa habitada pela família do empreiteiro Sr. Saboureau, ouvia-se, durante a noite, um corpo pesado, uma massa enorme, descer as escadas, fazendo ranger ao seu peso os degraus e os tabiques. Logo que se fazia luz, restabelecia-se o silêncio. A Srta. Saboureau, que é médium, foi várias vezes levantada, com a cadeira em que se achava sentada, e depois atirada ao chão. Estabeleceu-se um diálogo, por meio de pancadas convencionais, com um ser invisível que disse chamar-se Roberto e, por suas familiaridades, velo, com o tempo, a ser considerado amigo da casa.
652. Em “Animismo e Espiritismo” (cap. III, 1), Aksakof refere diversos casos de natureza mal-assombrada. Um deles teve por teatro uma chácara do distrito de Uralsk, no este da Rússia. O proprietário, Sr. Schtchapov, transmitiu ao “Mensageiro do Ural”, em 1886, a circunstanciada narrativa das perseguições ocultas a que esteve exposta sua família durante seis meses. Em vão se havia ele dirigido a todas as pessoas esclarecidas de seu conhecimento, algumas das quais se distinguiam por grande erudição:
“Todas as suas teorias científicas – diz ele – se aniquilavam diante da evidência dos fatos. É preciso ter feito por si mesmo a experiência; é preciso ter visto e ouvido, ter passado noites em claro e experimentado moral e fisicamente verdadeiras torturas até ao esgotamento das próprias forças, para adquirir finalmente a convicção inabalável de que há coisas de que os sábios nem mesmo suspeitam. As pancadas se faziam ouvir dia e noite. Os objetos cuidadosamente guardados em armários e cofres eram espalhados pelos quartos. A inteligência oculta se revelava acompanhando de pancadas ritmadas os cantos, as palavras e mesmo os pensamentos. Mediante pancadas e ruídos peculiares, como de arranhaduras de unhas, se estabeleceram diálogos entre o Sr. Akoutine, engenheiro químico, adido do governador do Oremburgo, e os Agentes invisíveis, sobre assuntos superiores aos conhecimentos dos habitantes da chácara. Globos luminosos surgiam de sob os leitos e dos recantos do quarto e flutuavam no espaço. A mão de uma criança aparece. Coisa mais grave: atearam fogo em diversos lugares e até nas roupas da Sra. Schtchapov, que escapou de ficar queimada. Foi preciso abandonar a toda pressa a casa tornada perigosa.”
653. Allan Kardec, na “Revue Spirite”, assinala vários fenômenos de natureza mal-assombrada, entre outros o caso do Espírito batedor de Bergzabern, cujas proezas duraram oito anos (números de maio, junho e julho de 1858); o do padeiro de Grandes-Ventes, próximo a Dieppe (março de 1860); o da rua des Noyers n° 95, em Paris (agosto de 1860); depois, sob o título “História de um condenado”, a história do Espírito batedor de Castelnaudary (fevereiro de 1860); a de um industrial de São Petersburgo (abril de 1860), etc.
654. A “Revue d'Études Psychiques”, de dezembro de 1903, refere, transcrevendo-o do “Daily Express”, de Londres, os curiosos sucessos que ocorreram na “Raikes Farm”, ocupada pela família Webster, em Beverley:
“O pão comprado ou fabricado para o consumo da casa diminuía, desaparecia de modo inexplicável, assim durante o dia como à noite. Um redator do Express fez uma pesquisa minuciosa a tal respeito e não pôde encontrar uma explicação razoável. Um ex-comissário de polícia, de Bishop-Burton, chamado Berridge, a quem foi, dias seguidos, confiada a guarda do lugar em que se arrecadava a farinha e fabricava o pão, confessou francamente que o fenômeno o desorientava por completo. Um dia, resolvido a tirar o caso a limpo, trouxe para o sítio dois pãezinhos que havia comprado em Beverley, guardou-os no compartimento da casa, cuja vigilância lhe fora confiada, reforçou com uma outra fechadura a que já existia, e esperou. O pão estava intacto. Cortando, porém, um dos pãezinhos que trouxera, ficou surpreendido o comissário de o achar metade oco. O próprio Sr. Webster, desconfiado antes de tudo de uma pilhéria de mau gosto, guardou o pão fresco no guarda-comidas, polvilhou de farinha o soalho do compartimento, perfeitamente seco, fechou a porta à chave e selou-a com duas tiras de percal. No dia seguinte, estava tudo intacto, menos os dois pãezinhos ali guardados, um dos quais havia desaparecido e estava o outro reduzido à metade. A situação se tornava cada vez mais inquietadora, apesar de toda a vigilância exercida, resultando ao mesmo tempo numa perda sensível de dinheiro, pelo que resolveu o Sr. Webster mudar-se.”
655. Outros fenômenos igualmente se produziram no aludido sítio. Depois que vinha a noite, começavam a ouvir-se estranhos ruídos de passos na escada e mudança de cadeiras e de utensílios de ferro do fogão, de um lugar para outro, despertando os moradores da casa. O rendeiro e o comissário faziam numerosas rondas e não descobriam coisa alguma. Certa noite, a Sra. Webster e um filho seu, de 14 anos, foram despertados por uma música extremamente doce. “Dir-se-ia um coro” – referiu no dia seguinte a Sra. Webster.  


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