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sexta-feira, 25 de março de 2016

No Invisível (23)



Estudamos semanalmente no Centro Espírita Nosso Lar, de Londrina (PR), o livro “No Invisível”, um dos clássicos do Espiritismo, de autoria de Léon Denis.
Reproduzimos, em seguida, o texto de mais um módulo concluído, cuja publicação tem por finalidade proporcionar, a quem se interessar, a oportunidade de acompanhar o mencionado estudo.

Questões para debate

A. É verdade que homens eminentes aderiram, nos Estados Unidos, ao movimento espiritualista iniciado com os fenômenos de Hydesville? 
Sim. Léon Denis menciona alguns deles, que se destacavam em seu país pelo saber, pelo caráter ou pela posição social: o reverendo Brittain, o Dr. Hallock, o reverendo Griswold, os professores Robert Hare e Mapes, o juiz Edmonds, o senador Tallmadge, os generais Hamilton e Waddy Thompson e o diplomata Dale Owen, que estudaram atenta e demoradamente os fenômenos e afirmaram publicamente sua convicção acerca da intervenção dos Espíritos. (No Invisível - O Espiritismo experimental: Os fatos - XVI - Fenômenos espontâneos - Casas mal-assombradas – Tiptologia.)

B. As senhoritas Fox chegaram a trabalhar com alguns dos vultos citados?
Sim. Um dos fenômenos em que as irmãs Fox serviram de médiuns foi descrito pelo senador Tallmadge, que dele participou juntamente com os generais Hamilton e Waddy Thompson.  Além de diversos avisos dados por meio de raps, os Espíritos abriram um exemplar da Bíblia, que estava fechada em uma gaveta, e indicaram trechos do evangelho de S. João que deveriam ser lidos pelos presentes. Depois disso, pediram que fossem colocadas diversas folhas de papel para carta, com um lápis, na gaveta sob a mesa. Daí a pouco ouviu-se o ruído do lápis escrevendo no papel. Quando foram ver, as folhas de papel estavam em desordem e na folha de cima estava escrito: ‘I'm with you still (estou ainda convosco) – John C. Calhoun.’ A frase foi mostrada a diversas pessoas que foram amigas íntimas do Senhor Calhoun e a um de seus filhos, e todos afirmaram que o texto era um fac-símile perfeito da escrita de John Calhoun. (Obra citada - O Espiritismo experimental: Os fatos - XVI - Fenômenos espontâneos - Casas mal-assombradas – Tiptologia.)

C. Que fenômeno era, então, dos mais conhecidos e frequentes?
Era o fenômeno das casas mal-assombradas, que podia ser encontrado por toda parte.  Numerosíssimos eram os lugares mal-assombrados, as casas em cujos soalhos, móveis e paredes se ouviam ruídos e pancadas. Em certas habitações, os objetos se deslocavam sem contacto; pedras caíam lançadas do exterior por uma força desconhecida; ouviam-se estrépitos de louça a quebrar-se, gritos, rumores diversos, que incomodavam e atemorizavam as pessoas impressionáveis. Nesta obra Léon Denis descreve alguns desses casos. (Obra citada - O Espiritismo experimental: Os fatos - XVI - Fenômenos espontâneos - Casas mal-assombradas – Tiptologia.)

Texto para leitura

641. Ao movimento espiritualista não tardaram em aderir homens eminentes pelo saber, pelo caráter e pela posição social. O reverendo Brittain, o Dr. Hallock, o reverendo Griswold, os professores Robert Hare e Mapes, o grande juiz Edmonds, o senador Tallmadge, o diplomata R. Dale Owen, etc., estudaram atenta e demoradamente os fenômenos e afirmaram publicamente a intervenção dos Espíritos.
642. O senador Tallmadge, ex-governador do Wisconsin, descreve um caso de levitação de que foi objeto, em Washington:
“A mesa tinha quatro pés; era uma grande mesa para chá. Sentei-me ao centro. As três senhoras colocaram as mãos em cima, aumentando assim o peso de 200 libras que nela já existia. Ao começo, dois pés se elevaram do solo, depois outros dois se puseram ao nível dos primeiros, e a mesa ficou completamente suspensa no ar, a seis polegadas de altura. Tendo-me sentado em cima, senti um movimento brando, como se ela flutuasse. A mesa ficou alguns instantes suspensa e tornou a descer docemente.”
643. Veremos, dentro em breve, fatos semelhantes se produzirem em diferentes pontos da Europa, em particular nas sessões da médium napolitana Eusápia Paladino. Em rigor se poderia explicá-los pela ação de forças fluídicas emanadas dos assistentes, posto que pareça bem pouco provável que forças humanas exteriorizadas sejam, só por si, suficientes para pôr em movimento objetos tão pesados.
644. Aqui estão, porém, outros fatos que denotam a intervenção de Inteligências invisíveis. É sempre o senador Tallmadge quem fala:
“O fenômeno seguinte se produziu numa outra sessão com as senhoritas Fox. Estávamos presentes, os generais Hamilton e Waddy Thompson e eu. Recomendaram-nos que colocássemos a Bíblia, fechada, em uma gaveta sob a mesa. Era uma pequena Bíblia de algibeira, impressa em caracteres minúsculos. Durante algum tempo numerosos raps (pancadas vibradas) tamborilaram uma marcha que havíamos pedido. Foram depois se enfraquecendo como passos que se afastam, e cessaram inteiramente; e outros raps, dado o sinal do alfabeto, soletraram esta única palavra: Olhai. Tomei o livro com precaução, porque estava aberto. Soletraram: Lede, indicando os números dos versículos que desejavam que eu lesse. Durante essa leitura, pancadas violentas acentuaram com uma força estranha os sentimentos traduzidos. O livro estava aberto no evangelho de S. João, cap. III; os versículos a ler eram os seguintes:
8. O espírito sopra onde quer, e tu ouves a sua voz, mas não sabes donde ele vem nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
11. Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e que damos testemunho do que vimos; e vós, com tudo isso, não recebeis o nosso testemunho.
19. E a causa desta condenação é: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque eram más as suas obras.
34. Porque aquele que Deus enviou fala palavras de Deus; porque não lhe dá Deus o espírito por medida.
Depois disso, mandaram-me colocar diversas folhas de papel para carta, com um lápis, na gaveta sob a mesa. Daí a pouco ouvimos o ruído do lápis no papel e bateram. Olhei debaixo da mesa; as folhas que eu aí havia colocado estavam em desordem e na folha de cima estava escrito: ‘I'm with you still (estou ainda convosco) – John C. Calhoun.’
Mostrei essa frase ao general Hamilton, antigo governador da Carolina do Sul, ao general Waddy Thompson, antigo ministro do México, ao general Robert Campbell, de Havana, assim como a outros amigos íntimos do Senhor Calhoun. Mostrei-a também a um de seus filhos, e todos afirmavam que era um fac-símile perfeito da escrita de John Calhoun. O general Hamilton e a generala Macomb, que possuem muitas cartas particulares de Calhoun, indicaram como particularmente significativo o hábito constante que ele tinha de abreviar I am em I’m; de sorte que essa frase ‘I'm with you still’, breve como é, caracteriza perfeitamente o seu estilo e o seu modo peculiar de dizer.”
645. Na mesma ordem de fatos, citemos ainda o testemunho de Charles Cathcart, antigo membro do Congresso, homem instruído e influente, que ocupa em Indiana uma elevada posição social:
“Constituído o círculo, reconheci que o médium mais poderoso era meu filho Henry, criança de 7 anos apenas. A família não tivera ainda tempo de habituar-se a essa mediunidade, e inesperadas demonstrações se produziram. O pequeno Henry era balouçado no quarto como uma pena. Suspenso pelos Espíritos, era transportado até ao teto, às cornijas das janelas, aos recantos mais elevados dos aposentos, fora do alcance das mãos humanas. Às vezes, ficava o menino em transe mediúnico, e nesse estado dizia coisas admiráveis de sabedoria e de beleza; mas, apesar da confiança que a família depositava nos ternos cuidados e no caráter perfeitamente bom dos Espíritos seus amigos, a mãe não podia ver sem inquietação seu filhinho sob esse poder anormal, e suplicava aos invisíveis que o não sonambulizassem. Eles lhe repetiam constantemente, por intermédio da mesa, que essa influência era benéfica para o menino e lhes permitia a realização de atos muito importantes, como doutro modo o não poderiam fazer; mas como a Sra. Cathcart não se pôde conformar com essa fase de mediunidade, os Espíritos se abstiveram benevolamente de continuar os transes.”
646. O grande juiz Edmonds, presidente da Corte Suprema de Nova Iorque, em seu “Apelo ao público”, no qual refuta as malévolas imputações de que fora objeto após as suas investigações espiritualistas, assim resume o problema dos fenômenos e de sua causa:
“Vi uma mesa de pinho, de quatro pés, levantada do soalho, em meio de uma reunião de oito pessoas, derribada desordenadamente aos nossos pés, elevada acima de nossas cabeças, em seguida apoiada no encosto de um sofá em que estávamos sentados. Vi essa mesma mesa levantar-se sobre dois pés com uma inclinação de 45º, e assim permanecer, sem que se pudesse fazê-la voltar à sua posição normal. Vi uma mesa de acaju, de um único pé e tendo em cima uma lâmpada acesa, erguida a distância de, pelo menos, um pé acima do soalho, apesar dos nossos esforços em contrário, e agitada como um copo que se tivesse empunhado, conservando-se a lâmpada em seu lugar, mas entrechocando-se os pingentes. Vi essa mesa oscilar com a lâmpada em cima, a qual deveria ter caído, se não fosse amparada por outro meio que não pelo seu próprio peso, e, entretanto, não caiu e nem sequer se moveu. Vi, muitas vezes, mais de uma pessoa ser puxada com uma força a que lhe era impossível resistir, mesmo em ocasião em que eu juntava os meus esforços aos da pessoa empuxada. O que refiro não é sequer a centésima parte do que presenciei, mas é suficiente para mostrar o caráter do fenômeno. Nessa época, os jornais formularam diferentes explicações para ‘desmascarar a farsa’, como diziam eles. Li-os atentamente, contando receber auxílio em minhas pesquisas, e não pude menos que sorrir da audácia e inanidade dessas explicações. Enquanto, por exemplo, certos professores de Buffalo se jactavam de tudo haverem explicado pelo estalo das articulações dos dedos e dos joelhos, as manifestações consistiam no tilintar de uma campainha, que soava debaixo de uma mesa, e que era depois transportada de um para outro aposento. Ouvi médiuns servirem-se de termos gregos, latinos, espanhóis e franceses, quando sei que não conheciam outra língua além da sua. E é um fato que muitas pessoas podem atestar, esse de terem os médiuns, muitas vezes, falado e escrito em línguas que lhes eram desconhecidas. Pergunta-se então se, por qualquer misteriosa operação do espírito, tudo isso não é simplesmente um reflexo mental de algum dos assistentes. E a resposta é que se tem recebido comunicação de fatos ignorados e que em seguida são reconhecidos verdadeiros.”
647. O autor cita vários outros casos e depois acrescenta:
“Muitos pensamentos que me não estavam na mente, ou que eram mesmo contrários às minhas ideias, me foram revelados. Isso me aconteceu várias vezes, a mim como a outras pessoas, como para me convencer de que o nosso próprio espírito não toma parte alguma nessas comunicações. Tudo isso, porém, e muitas outras coisas semelhantes, me têm demonstrado que existe nesse fenômeno uma classe de Inteligências elevadas, colocadas fora da Humanidade; porque não há outra hipótese que eu possa imaginar, que explique todos os fatos estabelecidos pelo testemunho de dez mil pessoas, os quais podem ser verificados por quem quer que se dê ao trabalho de procurar. Reconheci que essas Inteligências invisíveis comunicavam conosco de vários modos, sem contar os raps,  as mesas giratórias, e que, mediante esses outros processos, se obtinham, não raro, comunicações eloquentes e da mais pura e alta moralidade, entre muitas inconsequências e contradições.”
648. O fenômeno das casas mal-assombradas é um dos mais conhecidos e frequentes. Encontramo-lo um pouco por toda parte. Numerosíssimos são os lugares mal-assombrados, as casas em cujos soalhos, móveis e paredes se ouvem ruídos e pancadas. Em certas habitações, os objetos se deslocam sem contacto; caem pedras lançadas do exterior por uma força desconhecida; ouvem-se estrépitos de louça a quebrar-se, gritos, rumores diversos, que incomodam e atemorizam as pessoas impressionáveis.
649. Visitei algumas dessas casas, nelas permaneci demoradamente e pude quase sempre me certificar da presença de seres invisíveis, com os quais era possível entrar em comunicação, quer pela mesa, quer pela escrita mediúnica. Em tais casos adquiri eu a convicção de que os agentes das manifestações eram as almas das pessoas que haviam habitado esses lugares, almas sofredoras, que procuravam atrair a atenção; na maior parte das vezes, bastam pensamentos compassivos e preces para lhes dar alívio. Certos Espíritos são levados a esses sítios pela recordação de remotos crimes; outros, por um desejo de vingança; outros, ainda, por seu apego aos bens terrestres. As pesquisas da polícia jamais conseguem descobrir os autores de semelhantes fatos. Mesmo nos arremessos de pedras, nota-se que os projéteis são dirigidos por uma Inteligência invisível.
650. No caso da paróquia de Groben (Alemanha), descrito pelo pastor Hennisch, e no de Munchkof, que foi objeto de uma investigação dirigida pelo professor Arschauer, viam-se pedras descreverem um arco de círculo, depois um ângulo. Em Munchkof, mais de sessenta pessoas viram pedras saírem por uma janela, depois voltarem ao interior, descrevendo uma curva. Esses projéteis nunca feriram pessoa alguma: quando atingiam as testemunhas de tais cenas, resvalavam-lhes ao longo do corpo, sem produzir choque. Objetos que se procuravam interpor, a fim de lhes servirem de anteparo, eram arrebatados, por uma força oculta, das mãos dos que os sustinham e recolocados em seu lugar habitual.
651. O mesmo aconteceu na chácara de La Liodière, próximo a Tours. As pedras aí caíam em profusão, sem ferir ninguém. Parecia provirem de muito longe e eram de uma natureza geológica diferente da do país. Em Izeures (Indre-et-Loire), numa casa habitada pela família do empreiteiro Sr. Saboureau, ouvia-se, durante a noite, um corpo pesado, uma massa enorme, descer as escadas, fazendo ranger ao seu peso os degraus e os tabiques. Logo que se fazia luz, restabelecia-se o silêncio. A Srta. Saboureau, que é médium, foi várias vezes levantada, com a cadeira em que se achava sentada, e depois atirada ao chão. Estabeleceu-se um diálogo, por meio de pancadas convencionais, com um ser invisível que disse chamar-se Roberto e, por suas familiaridades, velo, com o tempo, a ser considerado amigo da casa.
652. Em “Animismo e Espiritismo” (cap. III, 1), Aksakof refere diversos casos de natureza mal-assombrada. Um deles teve por teatro uma chácara do distrito de Uralsk, no este da Rússia. O proprietário, Sr. Schtchapov, transmitiu ao “Mensageiro do Ural”, em 1886, a circunstanciada narrativa das perseguições ocultas a que esteve exposta sua família durante seis meses. Em vão se havia ele dirigido a todas as pessoas esclarecidas de seu conhecimento, algumas das quais se distinguiam por grande erudição:
“Todas as suas teorias científicas – diz ele – se aniquilavam diante da evidência dos fatos. É preciso ter feito por si mesmo a experiência; é preciso ter visto e ouvido, ter passado noites em claro e experimentado moral e fisicamente verdadeiras torturas até ao esgotamento das próprias forças, para adquirir finalmente a convicção inabalável de que há coisas de que os sábios nem mesmo suspeitam. As pancadas se faziam ouvir dia e noite. Os objetos cuidadosamente guardados em armários e cofres eram espalhados pelos quartos. A inteligência oculta se revelava acompanhando de pancadas ritmadas os cantos, as palavras e mesmo os pensamentos. Mediante pancadas e ruídos peculiares, como de arranhaduras de unhas, se estabeleceram diálogos entre o Sr. Akoutine, engenheiro químico, adido do governador do Oremburgo, e os Agentes invisíveis, sobre assuntos superiores aos conhecimentos dos habitantes da chácara. Globos luminosos surgiam de sob os leitos e dos recantos do quarto e flutuavam no espaço. A mão de uma criança aparece. Coisa mais grave: atearam fogo em diversos lugares e até nas roupas da Sra. Schtchapov, que escapou de ficar queimada. Foi preciso abandonar a toda pressa a casa tornada perigosa.”
653. Allan Kardec, na “Revue Spirite”, assinala vários fenômenos de natureza mal-assombrada, entre outros o caso do Espírito batedor de Bergzabern, cujas proezas duraram oito anos (números de maio, junho e julho de 1858); o do padeiro de Grandes-Ventes, próximo a Dieppe (março de 1860); o da rua des Noyers n° 95, em Paris (agosto de 1860); depois, sob o título “História de um condenado”, a história do Espírito batedor de Castelnaudary (fevereiro de 1860); a de um industrial de São Petersburgo (abril de 1860), etc.
654. A “Revue d'Études Psychiques”, de dezembro de 1903, refere, transcrevendo-o do “Daily Express”, de Londres, os curiosos sucessos que ocorreram na “Raikes Farm”, ocupada pela família Webster, em Beverley:
“O pão comprado ou fabricado para o consumo da casa diminuía, desaparecia de modo inexplicável, assim durante o dia como à noite. Um redator do Express fez uma pesquisa minuciosa a tal respeito e não pôde encontrar uma explicação razoável. Um ex-comissário de polícia, de Bishop-Burton, chamado Berridge, a quem foi, dias seguidos, confiada a guarda do lugar em que se arrecadava a farinha e fabricava o pão, confessou francamente que o fenômeno o desorientava por completo. Um dia, resolvido a tirar o caso a limpo, trouxe para o sítio dois pãezinhos que havia comprado em Beverley, guardou-os no compartimento da casa, cuja vigilância lhe fora confiada, reforçou com uma outra fechadura a que já existia, e esperou. O pão estava intacto. Cortando, porém, um dos pãezinhos que trouxera, ficou surpreendido o comissário de o achar metade oco. O próprio Sr. Webster, desconfiado antes de tudo de uma pilhéria de mau gosto, guardou o pão fresco no guarda-comidas, polvilhou de farinha o soalho do compartimento, perfeitamente seco, fechou a porta à chave e selou-a com duas tiras de percal. No dia seguinte, estava tudo intacto, menos os dois pãezinhos ali guardados, um dos quais havia desaparecido e estava o outro reduzido à metade. A situação se tornava cada vez mais inquietadora, apesar de toda a vigilância exercida, resultando ao mesmo tempo numa perda sensível de dinheiro, pelo que resolveu o Sr. Webster mudar-se.”
655. Outros fenômenos igualmente se produziram no aludido sítio. Depois que vinha a noite, começavam a ouvir-se estranhos ruídos de passos na escada e mudança de cadeiras e de utensílios de ferro do fogão, de um lugar para outro, despertando os moradores da casa. O rendeiro e o comissário faziam numerosas rondas e não descobriam coisa alguma. Certa noite, a Sra. Webster e um filho seu, de 14 anos, foram despertados por uma música extremamente doce. “Dir-se-ia um coro” – referiu no dia seguinte a Sra. Webster.  


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