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quinta-feira, 19 de abril de 2018





Fundamentos da reencarnação

Este é o módulo 76 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Em que princípios se fundamenta a doutrina da reencarnação?
2. Por que o Espiritismo diz que a unicidade das existências é injusta e ilógica?
3. Que é que a reencarnação representa para os homens, especialmente os muito imperfeitos?
4. O Espiritismo, ao ensinar a lei que rege as vidas sucessivas, apoia também a doutrina da metempsicose?
5. Em que momento e condição a alma ingressa no chamado período de humanidade, em que passa a encarnar na espécie humana?

Texto para leitura

A unicidade das existências é injusta e ilógica
1. A reencarnação se baseia nos princípios da misericórdia e da justiça de Deus:
- Na misericórdia divina porque, assim como o bom pai deixa sempre uma porta aberta a seus filhos faltosos, facultando-lhes a reabilitação, também Deus – por intermédio das vidas sucessivas – dá oportunidade para que os homens possam corrigir-se, evoluir e merecer o pleno gozo de uma felicidade duradoura.
- Na justiça divina porque os erros cometidos e os males infligidos ao próximo devem ser reparados em novas existências, a fim de que, experimentando os mesmos sofrimentos, os homens possam resgatar seus débitos e conquistar, assim, o direito de ser felizes.
2. A unicidade das existências é injusta e ilógica, pois não atende às sábias leis do progresso espiritual:
- É injusta porque grande parte dos erros humanos é resultante da ignorância e, numa única existência, não nos é possível o resgate dos nossos erros, principalmente quando o arrependimento nos sobrevém quase no findar da existência. É preciso dar oportunidades ao arrependido, para que ele comprove sua sinceridade por meio das necessárias reparações.
- É ilógica porque não pode explicar as gritantes diferenças de aptidões das criaturas humanas desde a infância, as ideias inatas e os instintos precoces, bons ou maus, independentemente do meio em que a pessoa tenha nascido.
3. As reencarnações representam para as criaturas imperfeitas valiosas oportunidades de resgate e de progresso espiritual. 
4. Rejeitando-se a doutrina da reencarnação, perguntar-se-ia inutilmente por que certos homens possuem talento, sentimentos nobres, aspirações elevadas, enquanto muitos outros só tiveram em partilha tolices, paixões e instintos grosseiros.

A reencarnação nos permite compreender as diferenças sociais
5. A influência dos meios, a hereditariedade, as diferenças de educação – como todos sabem – não bastam para explicar essas e outras anomalias que deparamos no contexto social, porque temos visto membros de uma mesma família semelhantes pela carne e pelo sangue, e educados nos mesmos princípios, diferençarem-se em inúmeros pontos.
6. Personagens célebres e estimados têm descendido de pais obscuros destituídos até mesmo de valor moral, e o oposto também se tem visto, ou seja, filhos inteiramente depravados nascerem de pais honrados e respeitáveis.
7. Por que para uns vem a fortuna, a felicidade constante, e para outros a miséria, a desgraça inevitável? Por que a uns é concedida a força, a saúde, a beleza, enquanto outros se debatem com as doenças e a fealdade? Por que a inteligência e o gênio aqui, e acolá a imbecilidade? Por que existem etnias tão diversas? E umas são tão atrasadas que parecem mais próximas da animalidade do que da humanidade! Por que pessoas nascem enfermas, cegas, com retardo mental, deficiências físicas ou deformidades morais, que parecem desmentir a bondade de Deus? Por que uns morrem ainda no berço, outros na mocidade, enquanto muitos só deixam o palco terreno na decrepitude? Donde vêm os meninos-prodígios e os superdotados, enquanto pessoas há que não deixam a mediocridade nem mesmo quando se tornam adultas?
8. Questões dessa ordem podem ser multiplicadas ao infinito, tratando não só de nossa situação presente, mas também do passado e do que nos aguarda no futuro. Sem a admissão da reencarnação, não se compreende, por exemplo, que futuro estará reservado a um canibal logo que finda sua existência corporal. Se for para o céu, que é que fará ali? Se for condenado ao inferno, por que aplicar uma pena tão dura a um ser tão primitivo? E os bebês, para onde irão depois da morte corpórea? Crescerão em sua nova morada? Aprenderão a ler, progredirão, ou ficarão estacionados para sempre na condição de bebês?

A metempsicose é um equívoco que o Espiritismo não admite
9. A reencarnação é o instrumento que o Criador nos concede para atingirmos a meta da nossa evolução, do nosso progresso individual e do mundo em que vivemos. Não se deve, contudo, confundi-la com a metempsicose, porque a reencarnação da criatura humana só se dá na espécie humana, enquanto a doutrina da metempsicose, que o Espiritismo não aceita em nenhuma hipótese, admite a retrogradação, ou seja, a encarnação da alma humana em corpos de animais e vice-versa. 
10. A Doutrina Espírita é, no tocante a esse assunto, bastante precisa: o homem pode estacionar, mas nunca retroceder na sua caminhada rumo à perfeição. A doutrina da reencarnação, tal como ensinada pelo Espiritismo, se funda na marcha ascendente da Natureza e no progresso do homem, dentro de sua própria espécie. Ele pode, numa existência futura, renascer em um meio mais humilde, mais singelo, menos dotado de recursos materiais, mas será sempre ele mesmo, com a inteligência e as virtudes adquiridas ao longo do tempo por seu Espírito. 
11. A doutrina da metempsicose, embora constitua um equívoco, tem sua origem num fato verdadeiro, que é a passagem da alma, em seu processo evolutivo, pelos reinos inferiores da Natureza. Nesse processo, a alma humana um dia passou pelo reino animal, mas a ele não voltará mais, porque faz parte agora da humanidade – o chamado reino hominal – e não existe nenhuma possibilidade de reencarnar em corpos de criaturas pertencentes aos reinos inferiores àquele em que hoje se encontra.
12. O Espírito só chega ao período de humanidade depois de se haver elaborado e individualizado nos diversos graus dos seres inferiores da Criação, como é ensinado na obra de Kardec, de Delanne e de André Luiz. (Leia-se a respeito desse tema o livro “Evolução em Dois Mundos”, de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, bem como “A Evolução Anímica”, de Gabriel Delanne.)

Respostas às questões propostas

1. Em que princípios se fundamenta a doutrina da reencarnação?
A reencarnação se baseia nos princípios da misericórdia e da justiça de Deus. 
2. Por que o Espiritismo diz que a unicidade das existências é injusta e ilógica?
A unicidade das existências é injusta e ilógica porque não atende às sábias leis do progresso espiritual.
3. Que é que a reencarnação representa para os homens, especialmente os muito imperfeitos?
Ela representa para as criaturas imperfeitas valiosas oportunidades de resgate e de progresso espiritual. 
4. O Espiritismo, ao ensinar a lei que rege as vidas sucessivas, apoia também a doutrina da metempsicose?
Não. A reencarnação da criatura humana só se dá na espécie humana, ao passo que a doutrina da metempsicose, que o Espiritismo não aceita em nenhuma hipótese, admite a retrogradação, ou seja, a encarnação da alma humana em corpos de animais, o que é materialmente impossível.
5. Em que momento e condição a alma ingressa no chamado período de humanidade, em que passa a encarnar na espécie humana?
O Espírito só chega ao período de humanidade depois de se haver elaborado e individualizado nos diversos graus dos seres inferiores da Criação, como é ensinado na obra de Kardec, de Delanne e de André Luiz.


Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questões 222 e 613.
O Problema do Ser, do Destino e da Dor, de Léon Denis, págs. 164 e 165.
Depois da Morte, de Léon Denis, págs. 134 e 135.
A Evolução Anímica, de Gabriel Delanne.
Evolução em Dois Mundos, de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, págs. 35, 36, 52 e 53.


Nota:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:





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