A obsessão
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Bom dia!
Meu amigo Samuel é um excelente
pesquisador e autor espírita, além de muito bom expositor. É dele a autoria da
obra Anna Prado, a Mulher que Falava com
os Espíritos, publicada pela Federação Espírita Brasileira (FEB).
Ontem, assisti na FEB, em Brasília, a
sua palestra sobre os itens 18 a 23 d’O
Evangelho segundo o Espiritismo: preces para pedir a corrigenda de um
defeito; pedido para resistir a uma tentação; e ação de graças pela vitória
alcançada sobre uma tentação. De forma descontraída e culta, Samuel narrou-nos
diversos casos.
Em dado momento, lembrou a música em
homenagem à personagem Gabriela, de Jorge Amado, cuja letra é a seguinte: “Eu
nasci assim, eu cresci assim, eu vivi assim, quero ser sempre assim. Gabrieeela!”. Logo após, o palestrante
lembrou-nos de que precisamos amar as pessoas que se encontram envolvidas no
mal e nos esforçar para auxiliá-las a desembaraçar-se das teias dos erros. Em
seguida, contou casos pitorescos de sua infância, nos quais as frases populares
de grande sabedoria, faladas por sua mãe, jamais lhe foram esquecidas.
Isso faz-me lembrar as palavras
atribuídas à madre Teresa de Calcutá: “Teus filhos são como águias. Ensinarás a
voar, mas não voarão o teu voo; ensinarás a sonhar, mas não sonharão os teus
sonhos; ensinarás a viver, mas não viverão a tua vida. No entanto, em cada voo;
em cada sonho; em cada vida permanecerá para sempre a marca dos ensinamentos
recebidos”.
Após considerações outras, em sua
palestra, Samuel, sem perder o fio da
meada, voltou ao caso da personagem Gabriela e concluiu que esta se
enganara ao nos dar a impressão de acomodação no erro. Ninguém é incorrigível.
É certo, digo eu, que muitos cidadãos
envolvidos nas teias do crime, cujas consciências jazem obnubiladas, ainda
permanecem no mal. Mas, se reincidem neste, é porque lhes falta a convicção
racional proporcionada pelo Espiritismo de que “o crime não compensa”, haja
vista a presença da Lei de Deus retribuindo “a cada um segundo as suas obras”,
como nos disse Jesus.
Todos nós, por piores sejamos, estamos
destinados à perfeição relativa, lembrou bem Samuel, pois a perfeição absoluta
só Deus a possui. Entretanto, “seguem-nos ao menos três obsessores”. Isto
quando somos pessoas boas, lembrou-nos o palestrante. As demais são seguidas
por dezenas daqueles. E vem-me à mente o verso da letra de música cantada por
Roberto Carlos: “Eu quero ter um milhão de amigos”. Só precisamos ter cuidado
com algumas dessas amizades, pois,
como diz o ditado, “Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”.
Lembrou-nos, por fim, nosso amigo que,
como a obsessão exerce forte influência no mundo atual, tomado pelo
materialismo, uma das frases muito repetida é a seguinte: “O importante é ser
feliz. Mas se essa felicidade é baseada no sofrimento e na angústia de outrem
ou no desrespeito às leis, amanhã estaremos infelizes”.
Após citar os tipos de obsessão, desde
o caso simples à subjugação, deteve-se o palestrante na obsessão por fascinação. Nessa situação, explicou, o
influenciado está tão iludido pela atuação espiritual alheia, que não dá
ouvidos a quem o contraria, e julga estarem todas as pessoas equivocadas, só
ele está certo.
Desse modo, amigos, para finalizar,
leiamos o conteúdo do capítulo 23 d’O
Livro dos Médiuns, que trata sobre a obsessão. E... cuidado! O apego
demasiado a pessoas, ao poder e às coisas materiais é o primeiro passo...
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