Oásis de luz
Meimei
Suave, suavemente, belo jorro de luz desceu da
amplidão, coroando, de todo, a casa singela. Dir-se-ia que a construção fora
atingida em um segundo por fúlgura cascata de raios luminescentes.
Inflamara-se o teto de láurea rutilante.
As paredes coloridas por luminárias ocultas
faziam-se transparentes, despedindo bonançosas centelhas.
De janelas e portas, fluíram de inesperado caudais
de bênçãos, qual se o ambiente interior estivesse inundado de nutriente
energia.
Chamas blandiciosas dissolviam as sombras,
desabotoando prematura alvorada em meio às trevas noturnas e o firmamento, nos
cimos, parecia cálida umbela deitando flores argenteadas sobre o anônimo ninho
humano, que passara da condição de apagado recinto à ilha refulgente de
alvenaria.
Os insetos da noite ciciaram com mais brandura,
cães das proximidades aplacaram latidos e os habitantes de residências vizinhas
experimentaram sem perceber a intangível presença de paz profunda.
Contudo, na intimidade doméstica, acentuava-se,
deslumbrante, o painel festivo, qual se varinha mágica fizesse nascer de
pessoas e coisas balsâmicas radiações de entendimento e simpatia.
Trajara-se a sala modesta de surpreendente
grandeza, convertida em deleite remanso por banho lustral de amor puro que
fixava sorrisos musicais de bondade em cada fisionomia.
Halos fulgurantes revestiram todas as formas
alindando-lhes os traços e as cores sob o poder de ignoto cinzel. Auréolas de
esplendor tocaram os moradores, lágrimas de jubilosa esperança tremularam,
furtivas, em olhos alumiados de reconforto, rostos brilharam confiantes,
impregnaram-se as frontes de lume tênue, palavras ressoaram mais ternas,
tonificaram-se corações em novos haustos de força e alcandorou-se a emoção a
eminências desconhecidas, em transportes de irresistível candura.
Na esteira de luz em torno, transeuntes do espaço
respiraram felizes, enquanto, não longe, menestréis da vida maior, vocalizaram
canções de bom ânimo para todo o grupo tocado de intenso brilho.
A transfiguração arrebatadora e imprevista era
Jesus, o conviva celeste em visita à casa humilde: instalara-se ali, o Culto
Santificante do Evangelho no Lar.
Do livro Ideal
Espírita, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece
a estrutura deste blog, clique neste link:
https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele nos
propicia.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário