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sábado, 15 de dezembro de 2018




Espiritismo & Mediunidade

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Tem sido divulgado na mídia o caso de um médium brasileiro da atualidade, que atua em Abadiânia–GO, conhecido internacionalmente pelas curas que dizem ter realizado ao longo de décadas. Acusam-no, agora, de assédio sexual a mulheres, tendo mesmo estuprado algumas.
Consultada, a Federação Espírita Brasileira (FEB) explicou, em seu site, que o Espiritismo não se responsabiliza pelo que alguém faz de sua suposta mediunidade ou mesmo dos seus conhecimentos.
No caso do dom da cura, não é preciso ser considerado médium para curar enfermos. Ainda hoje, durante o féretro de uma cunhada evangélica, sua filha lembrou-nos que a mãe, antes de falecer, tinha uma imensa fé em Jesus Cristo e também possuía o dom da cura. Lembrou o caso da neta desta, que chegou a Brasília com febre e a avó a curou com sua oração.
Casos como esse, de cura espiritual, estão espalhados pelo mundo inteiro. Isso não depende da religião e sim de um dom pessoal e da fé de quem é abençoado pela oração e tratamento magnético. Foi por esse motivo que Paulo de Tarso afirmou em I Coríntios, 12:8- 9:  “8 [...] a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; 9 e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar [...]”.
O lema da FEB e também o do Espiritismo, conforme anunciado por Allan Kardec, é “Deus, Cristo e Caridade”. Com base nessa tríade, a FEB e o Movimento Espírita têm por objetivo não explorar a fé alheia e, sim, a prática do bem gratuito, o “consolo e esclarecimento à humanidade” com base na moral exemplificada e pregada por Jesus.
Esse mesmo Messias Divino, ao curar alguém, costumava dizer-lhe como disse à mulher que tinha um fluxo de sangue há doze anos: “[...] Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e sê curada deste teu mal” (Mc., 5: 25 e 34).
O dom da cura nem mesmo depende da crença de alguém numa religião. Se é mal utilizado, esse dom é neutralizado e a pessoa fica entregue ao seu livre-arbítrio e a todas as consequência que fizer de sua liberdade de escolha. Por isso, foi bem lembrada, no site da FEB, a frase do Espírito Emmanuel, psicografada por Chico Xavier, contida na obra Seara dos Médiuns, cap. 12: “Não é a mediunidade que te distingue. É aquilo que fazes dela”.
Ainda bem que, atualmente, quando ocorre um escândalo supostamente provocado por médium, vinculado ou não ao Movimento Espírita, a FEB, como representante deste Movimento doutrinário, é consultada e pode esclarecer o leigo de que a Doutrina Espírita nada tem a ver com o mau uso que fazem de sua mensagem consoladora. Assim também, Jesus Cristo e o próprio Cristianismo jamais podem ser inculpados das deturpações que os maus cristãos vêm fazendo de sua mensagem ao longo dos séculos.
Nós, espíritas-cristãos, seguimos rigidamente a moral do Cristo: “[...]  tudo o que vós quereis que alguém vos faça, fazei-lhe também, porque essa é a lei e os profetas” (Mateus, 7:12). 
A responsabilidade do que se faz é, pois, individual. Seja para o bem, seja para o mal, cada um de nós torna-se credor ou devedor ante o julgamento do mundo e a Justiça de Deus, esta última inscrita em nossa própria consciência.






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