Espiritismo & Mediunidade
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Tem sido divulgado na mídia o caso de
um médium brasileiro da atualidade, que atua em Abadiânia–GO, conhecido
internacionalmente pelas curas que dizem ter realizado ao longo de décadas.
Acusam-no, agora, de assédio sexual a mulheres, tendo mesmo estuprado algumas.
Consultada, a Federação Espírita
Brasileira (FEB) explicou, em seu site, que o Espiritismo não se responsabiliza
pelo que alguém faz de sua suposta mediunidade ou mesmo dos seus conhecimentos.
No caso do dom da cura, não é preciso
ser considerado médium para curar enfermos. Ainda hoje, durante o féretro de
uma cunhada evangélica, sua filha lembrou-nos que a mãe, antes de falecer,
tinha uma imensa fé em Jesus Cristo e também possuía o dom da cura. Lembrou o
caso da neta desta, que chegou a Brasília com febre e a avó a curou com sua
oração.
Casos como esse, de cura espiritual,
estão espalhados pelo mundo inteiro. Isso não depende da religião e sim de um
dom pessoal e da fé de quem é abençoado pela oração e tratamento magnético. Foi
por esse motivo que Paulo de Tarso afirmou em I Coríntios, 12:8- 9: “8 [...] a um, pelo Espírito, é dada a
palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; 9 e
a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de
curar [...]”.
O lema da FEB e também o do
Espiritismo, conforme anunciado por Allan Kardec, é “Deus, Cristo e Caridade”.
Com base nessa tríade, a FEB e o Movimento Espírita têm por objetivo não explorar
a fé alheia e, sim, a prática do bem gratuito, o “consolo e esclarecimento à
humanidade” com base na moral exemplificada e pregada por Jesus.
Esse mesmo Messias Divino, ao curar
alguém, costumava dizer-lhe como disse à mulher que tinha um fluxo de sangue há
doze anos: “[...] Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e sê curada deste teu
mal” (Mc., 5: 25 e 34).
O dom da cura nem mesmo depende da
crença de alguém numa religião. Se é mal utilizado, esse dom é neutralizado e a
pessoa fica entregue ao seu livre-arbítrio e a todas as consequência que fizer
de sua liberdade de escolha. Por isso, foi bem lembrada, no site da FEB, a
frase do Espírito Emmanuel, psicografada por Chico Xavier, contida na obra Seara dos Médiuns, cap. 12: “Não é a
mediunidade que te distingue. É aquilo que fazes dela”.
Ainda bem que, atualmente, quando
ocorre um escândalo supostamente provocado por médium, vinculado ou não ao
Movimento Espírita, a FEB, como representante deste Movimento doutrinário, é
consultada e pode esclarecer o leigo de que a Doutrina Espírita nada tem a ver
com o mau uso que fazem de sua mensagem consoladora. Assim também, Jesus Cristo
e o próprio Cristianismo jamais podem ser inculpados das deturpações que os
maus cristãos vêm fazendo de sua mensagem ao longo dos séculos.
Nós, espíritas-cristãos, seguimos
rigidamente a moral do Cristo: “[...]
tudo o que vós quereis que alguém vos faça, fazei-lhe também, porque
essa é a lei e os profetas” (Mateus, 7:12).
A responsabilidade do que se faz é,
pois, individual. Seja para o bem, seja para o mal, cada um de nós torna-se
credor ou devedor ante o julgamento do mundo e a Justiça de Deus, esta última
inscrita em nossa própria consciência.
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