Amor materno e amor
filial
Este é o módulo 138 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como
iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes:
1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas
correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto
sugerido para leitura.
Questões para
debate
1. O amor maternal faz parte das leis da natureza?
2. A missão da maternidade nem sempre é um mar de
rosas. Por quê?
3. Que dever compete à mãe, relativamente a seus
filhos?
4. Como devemos entender, segundo os ensinos
espíritas, o mandamento “Honrai vosso pai e vossa mãe”?
5. Duas causas determinam basicamente a ingratidão
dos filhos para com os pais. Quais são essas causas?
Texto para leitura
A
missão materna nem sempre é um mar de rosas
1. O coração materno é, na expressão de um Espírito
amigo, “uma taça de amor em que a vida se manifesta no mundo”, mas grave é o
ofício da verdadeira maternidade. “Levantam-se monumentos de progresso entre os
homens e devemo-los, em grande parte, às mães abnegadas e justas, mas erguem-se
penitenciárias sombrias e devemo-las, na mesma proporção, às mães indiferentes
e criminosas”, assevera Sebastiana Pires, em “Luz no Lar”, cap. 3, pág. 15.
2. Ensina o Espiritismo que a Natureza deu à mãe o
amor a seus filhos no interesse da conservação deles. Entre os animais, esse
amor se limita às necessidades materiais e cessa quando desnecessários se
tornam os cuidados. No homem, ele persiste pela vida inteira e comporta um
devotamento e uma abnegação que são virtudes, sobrevivendo mesmo à morte e
acompanhando o filho até no além-túmulo.
3. Não se deduza do fato de estar o amor maternal
nas leis da natureza que a missão materna seja sempre um mar de rosas, porque
não o é. Trata-se, em verdade, de tarefa espinhosa em que a renúncia e as
lágrimas fazem morada.
4. Não é difícil entender por que isso se dá. É que
habitualmente renascem juntas, sob os laços da consanguinidade, pessoas que
ainda não acertaram as rodas do entendimento no carro da evolução, a fim de
trabalharem sobre as arestas que lhes impedem a harmonia. Jungidos à máquina
das convenções respeitáveis, no instituto familiar, caminham lado a lado, sob o
aguilhão da responsabilidade e da convivência compulsória, para sanarem velhas
feridas.
5. Existem pais que não toleram os filhos e mães
que se voltam contra os próprios descendentes, tanto quanto há filhos que se
revelam inimigos de seus genitores e irmãos que se exterminam dentro do
magnetismo degenerado da antipatia congênita.
Desde
cedo deve a mãe preparar seus filhos para a vida
6. A missão materna reveste-se, portanto, de
encargos sublimes, sobretudo nos lares onde Espíritos antagônicos, quando não
inimigos, se encontram temporariamente unidos pelos laços do parentesco. A
maternidade exige e desenvolve a sensibilidade, a ternura, a paciência,
aumentando na mulher a capacidade de amar.
7. No ambiente doméstico, o coração maternal deve
ser o expoente divino de toda a compreensão espiritual e de todos os
sacrifícios pela paz da família. A missão materna consiste em dar sempre ao
filho o amor que flui de Deus, porque antes de tudo sabemos que nossos filhos
são, primeiramente, filhos de Deus.
8. Desde a infância, compete à mãe prepará-los para
o trabalho e para a luta que os espera. Desde os primeiros anos, deve ensinar a
criança a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes e
consertando-lhe as posições mentais, porque essa é a ocasião mais propícia à
edificação das bases de uma vida.
9. Ensinará a tolerância mais pura, mas não
desdenhará a energia quando necessária. Sacrificar-se-á de todos os modos ao
seu alcance pela paz dos filhos, ensinando-lhes que toda dor é respeitável, que
todo trabalho edificante é divino e que todo desperdício é falta grave.
10. Ensinar-lhes-á o respeito pelo infortúnio
alheio. Será ela no lar o bom conselho sem parcialidade, o estímulo ao trabalho
e a fonte de harmonia para todos. Buscará, enfim, na piedosa mãe de Jesus o
símbolo das virtudes cristãs.
A
família é o núcleo de maior importância na sociedade
11. Com relação ao amor filial, é imperioso lembrar
que o mandamento “Honrai vosso pai e vossa mãe” é um corolário da lei geral de
caridade e de amor ao próximo, conquanto o termo “honrai” encerre um dever a
mais – o da piedade filial. Honrar pai e mãe não consiste apenas em respeitá-los,
mas também assisti-los na necessidade, proporcionar-lhes repouso na velhice,
cercá-los de cuidados tal como fizeram eles com os filhos durante a
infância.
12. Duas causas determinam basicamente a ingratidão
dos filhos para com os pais: umas se devem às imperfeições dos filhos; outras
resultam de falhas cometidas pelos próprios pais. Com efeito, muitos pais,
despreparados para o ministério familial, cometem erros graves que podem
influir consideravelmente no comportamento da prole, que então, conforme o seu
caráter, se rebela contra aqueles, crucificando-os nas traves ásperas da
ingratidão.
13. Muitos genitores imaturos, que transitam no
corpo açulados pelo tormento dos prazeres incessantes, respondem pelo
desequilíbrio e desajuste da prole, na desenfreada competição da moderna
sociedade.
14. Há, no entanto, filhos que receberam dos pais
as mais prolíferas demonstrações de sacrifício e carinho, aspirando a um clima
de paz, de saúde moral, de equilíbrio doméstico, nutridos pelo amor sem fraude
e pela abnegação sem fingimentos, e mesmo assim revelam-se frios, exigentes e
ingratos.
15. Apesar disso, o lar – santuário dos pais,
escola dos filhos, oficina de experiências – é a mola mestra que aciona a
Humanidade, e a família, indiscutivelmente, o núcleo de maior importância no
organismo social.
Respostas
às questões propostas
1.
O amor maternal faz parte das leis da natureza?
Sim. O amor maternal faz, inequivocamente, parte
das leis que regem a vida.
2.
A missão da maternidade nem sempre é um mar de rosas. Por quê?
O motivo disso é que habitualmente renascem juntas,
sob os laços da consanguinidade, pessoas que ainda não acertaram as rodas do
entendimento no carro da evolução. Jungidos à máquina das convenções
respeitáveis, no instituto familiar, caminham lado a lado, sob o aguilhão da
responsabilidade e da convivência compulsória, para sanarem velhas feridas. E,
devido a isso, há pais que não toleram os filhos e mães que se voltam contra os
próprios descendentes, tanto quanto há filhos que se revelam inimigos de seus
genitores.
3.
Que dever compete à mãe, relativamente a seus filhos?
O coração maternal deve ser o expoente divino de
toda a compreensão espiritual e de todos os sacrifícios pela paz da família. A
missão materna consiste em dar sempre ao filho o amor que flui de Deus, porque
antes de tudo sabemos que nossos filhos são, primeiramente, filhos de Deus.
Desde a infância, compete à mãe prepará-los para o trabalho e para a luta que
os espera, ensinando-lhes a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhes as
atitudes e consertando-lhes as posições mentais, porque essa é a ocasião mais
propícia à edificação das bases de uma vida.
4.
Como devemos entender, segundo os ensinos espíritas, o mandamento “Honrai vosso
pai e vossa mãe”?
Esse mandamento é um corolário da lei geral de
caridade e de amor ao próximo, conquanto o termo “honrai” encerre um dever a
mais – o da piedade filial. Honrar pai e mãe não consiste apenas em
respeitá-los, mas também assisti-los na necessidade, proporcionar-lhes repouso
na velhice, cercá-los de cuidados tal como fizeram eles com os filhos durante a
infância.
5.
Duas causas determinam basicamente a ingratidão dos filhos para com os pais.
Quais são essas causas?
Umas se devem às imperfeições dos filhos; outras
resultam de falhas cometidas pelos próprios pais. Com efeito, muitos pais,
despreparados para o ministério familial, cometem erros graves que podem
influir consideravelmente no comportamento da prole, que então, conforme o seu
caráter, se rebela contra aqueles, crucificando-os nas traves ásperas da
ingratidão.
Bibliografia:
O
Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questão 890.
O
Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec,
cap. XIV, item 3.
O
Consolador, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido
Xavier, questão 189.
Após
a Tempestade, de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo P.
Franco, pp. 32 e 33.
Terapêutica
de Emergência, por Espíritos diversos, psicografado por Divaldo
P. Franco, p. 58.
Luz
Viva, de Joanna de Ângelis e Marco Prisco, psicografado
por Divaldo P. Franco, p. 55.
Luz
no Lar, por Espíritos diversos, psicografado por
Francisco Cândido Xavier, cap. 3 e 5.
Observação:
Eis os links que
remetem aos 3 últimos textos:
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