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domingo, 30 de junho de 2019





A salutar influência da doença

Foi Léon Denis quem disse que a dor é lei de equilíbrio e educação. Planeta de provas e expiações, a Terra oferece-nos exemplos inumeráveis de pessoas que enfrentam a dor em seus múltiplos aspectos. A dor da perda de um filho, a dor da separação de quem se transfere para longe, a dor advinda de uma enfermidade pertinaz... A forma é bem variada, mas isso não importa, porque, seja de uma forma ou de outra, a dor é partilhada por quase todo mundo.
Na obra E a Vida Continua, psicografada por Chico Xavier, André Luiz fala-nos sobre a dor em uma de suas facetas e nos mostra como a doença tem o condão de mudar o rumo de nossas preocupações. A obra relata as experiências vividas pelos personagens centrais da história, Evelina Serpa e Ernesto Fantini, que padeciam da mesma enfermidade.
Num encontro que tivera com Evelina, dias antes da cirurgia que os levaria à desencarnação, Ernesto declarou-lhe: "Antes da moléstia, reconhecia-me seguro da vida. Comandava os acontecimentos, nem sabia, ao menos, da existência desse ou daquele órgão no meu corpo. Entretanto, um tumor na suprarrenal não é uma pedra no sapato. Tem qualquer coisa de um fantasma anunciando contratempos e obrigando-me a pensar, raciocinar, discernir..."
Com efeito, muitas pessoas só despertam para as realidades espirituais quando enfrentam situações parecidas com a do casal. A enfermidade de tratamento difícil e cura incerta faz com que vejamos as coisas da Terra com outros olhos.
Da preocupação de Ernesto Fantini surgiu-lhe a curiosidade por assuntos relacionados com a vida espiritual e à possibilidade do intercâmbio entre nós e os Espíritos. O tema o absorvia de tal modo que Fantini não conseguia agora furtar-se à sede de estudo.
No tocante ao assunto morte, que discutiram em seguida, ele revelou não temê-la tanto, mas Evelina admitiu que não a desejava, informando que, em face da enfermidade, estava vivendo mais cuidadosa e harmonizada com os deveres religiosos.
A conversação entre eles prosseguiu franca e respeitosa por mais algum tempo, até que se despediram, voltando a encontrar-se semanas depois, não no plano terrestre, mas no mundo espiritual que nos aguarda a todos, visto que não resistiram ante a virulência da doença que os havia acometido.
Casos assim são muito mais comuns do que se pensa e seria muito bom que as pessoas, certas da transitoriedade da vida, não tivessem de esperar a proximidade da morte para cuidar das coisas do espírito, cumprindo desde cedo, a partir mesmo da juventude, a parte que lhes toca na obra da Criação, como nos é dito na questão 132 d´O Livro dos Espíritos, sem transferir para o futuro tarefas que podem muito bem ser realizadas ou iniciadas na presente existência.





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sábado, 29 de junho de 2019




Teoria da significância

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

No direito, existe uma norma baseada na “teoria da insignificância”. Pois falar-vos-ei hoje, caros leitores, do novo princípio criado por mim: a “teoria da significância”.
Há pessoas que se arrogam o direito de ser “palmatória do mundo”; suas palavras, e não sei se ações, são pautadas pelo “politicamente correto”. São tão “corretas” quanto pretensiosas. Não enxergam o próprio umbigo, mas, como os fariseus da época de Jesus, colocam fardos pesados nos ombros alheios, aos quais nem ao menos com um dedo ousam tocar, como Ele disse.
Tais pessoas, autointituladas éticas, como demonstração de seu espírito humanitário, disparam frases de efeito em relação ao que entendem por correto. Uma delas, que admiro muito, após sua palestra, assistida ao vivo por  centenas de pessoas, filmada e disponibilizada ao público na internet, afirmou isto: “Uma senhora perguntou-me se eu não levara meus livros para vendê-los após minha palestra. Disse-lhe que não era comerciante. Ela respondeu-me que não exigia nota fiscal. Então indaguei-lhe se ouvira meu discurso”.
Esse douto cidadão falara antes sobre nossas pequenas faltas, que nos levam à prática dos grandes crimes, quando somos movidos pela ambição e encontramos oportunidade de praticá-los. Isso realmente é contagiante, quando ouvimos de alguém que, em público, cativa pelos altos conhecimentos e elevados conceitos morais. No entanto, restam algumas dúvidas. Sua palestra foi gratuita? Se foi cobrada, a instituição que promoveu a cobrança pagou os tributos ao governo? Naturalmente, ele terá assinado recibo sobre seus justos proventos, caso fora remunerado. Guardou-os cuidadosamente para declaração anual de rendimentos à Receita Federal?
Ah, sim, os livros. É fato que não os levou consigo, porém ele os anunciou. Pode isso? Esses anúncios estão isentos de taxas? E seu lançamento? Estava conforme as normas legais? O evento cultural foi financiado pela Lei Rouanet, criada para incentivar os pequenos agentes culturais? Se sim, a aplicação da lei ao caso específico foi justa? E, assim por diante, chegaremos à conclusão de que honestidade não é coisa tão fácil, na prática, como o é no discurso.
Quando fui consultor do quadro efetivo da Câmara Legislativa do Distrito Federal, trabalhei com profundo conhecedor de economia. Ele era o principal administrador da Casa. Vez por outra, ouvia-o dizer que, na política, impera a demagogia. Em toda a parte...
Quando ouço os discursos peripatéticos de alguns políticos, em prol da melhoria da educação, da saúde e da segurança pública, imagino que, se todos os políticos brasileiros abrissem mão da metade de seus proventos (e, ainda assim, viveriam nababescamente), já daria para resolver os problemas citados acima em nossa nação continental. Seria o “sacrifício” de alguns milhares de privilegiados em prol de milhões de vilipendiados em seus direitos.
Atualmente, no Brasil, calcula-se em mais de treze milhões o número de pessoas desempregadas. Então, pergunto: o que é feito dos tributos altíssimos cobrados do nosso povo? E dos bilhões desviados pela corrupção endêmica iniciada nos pequenos municípios, por falta de fiscalização eficiente?
Então, amigo leitor, por uma questão de humanidade real, não se pode considerar crime a atividade de pessoas simples, que nada mais possuem do que sua criatividade e esforço próprio para adquirir seus meios de sobrevivência. É o caso desses vendedores ambulantes que vendem nos bares, nos semáforos, nos parques e noutros locais públicos doces, frutas e objetos de utilidade doméstica sem prejuízo considerável para o comércio local.
Isso não é desonestidade, tampouco roubo. É questão de sobrevivência.
É nisso que está minha teoria: a da significância. Ela considera justo obter meios básicos de subsistência, por milhares de cidadãos, ignorados por nossos governantes, na defesa da própria vida, direito fundamental exarado na Lex Magna brasileira.
Quando os governos combaterem a corrupção que se inicia nos pequenos municípios, exigindo prestação de conta de cada centavo do erário destinado a um serviço ou bem público; quando cada gestor for responsabilizado por obra inacabada em sua administração, como, aliás, observamos na cidade goiana esburacada, que visitamos semanalmente, certamente não haverá mais necessidade de tanta gente humilde trabalhar nessas condições. 
Nesse dia, nossas crianças e jovens terão excelentes escolas públicas e particulares. Nossos professores terão formação e salários condizentes com sua profissão. Os hospitais públicos estarão à altura dos particulares. Os cidadãos poderão sair de seus lares com a certeza de voltarem vivos. Nossas pequenas cidades serão asfaltadas, saneadas e não “sacaneadas”. Nossos eletricistas, pedreiros, marceneiros, pintores de paredes, auxiliares dos lares serão tratados e remunerados dignamente; e não mais estaremos reféns de ninguém, pois não mais haverá miséria em nosso país.
Isso, por enquanto, ainda é uma utopia. Mas se cada cidadão e cidadã influenciador das massas optar por deixar de lado sua ambição pelo poder, sua demagogia e se unir em prol de um Brasil ético, com certeza, em breve a famosa “Lei de Gérson” deixará de existir em nosso país.
Com o grande avanço dos meios de comunicação, chegou a hora do povo cobrar de seus prefeitos e vereadores, deputados e senadores o cumprimento das suas promessas de campanha.
Significante é, pois, exigir-se de nossos políticos ações efetivas para o atendimento aos direitos e garantias fundamentais do cidadão, previstos no artigo 5º da Constituição brasileira, tais como “a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
Significante é o direito popular de lutar dignamente pelo cumprimento do que, até então, tem sido letra morta em nossa Carta Magna: direito à habitação, ao trabalho, à saúde, ao estudo, à cultura, ao lazer...
Significante é preservar os costumes da família brasileira, pautados pelas normas cristãs e éticas.
Significante é aplicar e prestar conta, honestamente, de cada centavo do erário na realização de políticas públicas, saneamento básico, segurança, educação de qualidade etc.
Significante é combater diuturnamente a corrupção endêmica e epidêmica em nosso país, tanto quanto as doenças mortais.
E... fora com os demagogos!
Isso também é significante. 






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sexta-feira, 28 de junho de 2019




O porquê da vida

Léon Denis

1ª Parte

Damos início hoje ao estudo do clássico O porquê da vida, de Léon Denis, com base na 14ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira. O estudo ora iniciado será aqui apresentado em 13 partes.
Nossa expectativa é que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação ao estudo dos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

Questões preliminares

A. Por que, segundo Denis, importa-nos saber o que somos, de onde viemos, para onde vamos?
B. Que fator tem levado muitas pessoas ao materialismo?
C. Que prejuízos decorrem da negação da vida futura?

Texto para leitura

1. Existe alguém que, nas horas de recolhimento, já deixou de interrogar a Natureza e o seu próprio coração, pedindo-lhes o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de ser do Universo? (P. 15)
2. A dificuldade de resolver tais questões, a incoerência das teorias que tentam explicá-las, as deploráveis consequências que decorrem da maior parte dos sistemas conhecidos, têm fatigado e levado o espírito humano à indiferença e ao ceticismo. (P. 15)
3. O homem tem, no entanto, necessidade de saber, precisa do esclarecimento, da esperança que consola, da certeza que o guia e sustém. Jamais a necessidade da luz fez sentir-se de um modo mais imperioso, porque uma transformação imensa se opera no seio das sociedades humanas e os povos aspiram cada vez mais à liberdade e desejam dirigir-se por si próprios. (P. 16)
4. Essa liberdade, porém, para ser fecunda e oferecer às obras humanas uma base segura e duradoura, é preciso que seja aureolada pela luz, pela sabedoria, pela verdade. (P. 17)
5. Importa-nos saber antes de tudo o que somos, de onde viemos, para onde vamos, e quais são os nossos destinos. As ideias que fazemos do Universo e suas leis, e do papel que cada um deve exercer sobre este vasto teatro, tudo isso é de uma importância capital, pois é de conformidade com elas que dirigimos nossos atos. (P. 17)
6. Conforme o ideal, assim é o homem. Para os povos, da mesma forma que para os indivíduos, a concepção do mundo e da vida é que determina os deveres, mostra o caminho a seguir, indica as resoluções a adotar. (PP. 17 e 18)
7. O homem ignorante dos seus destinos é semelhante ao viajante que percorre maquinalmente sua rota, sem conhecer o ponto de partida nem o ponto de chegada, e sem saber qual o motivo da sua viagem, do que resulta, sem dúvida, o estar sempre disposto a parar diante do menor obstáculo e a perder o tempo sem cuidar do alvo que deve atingir. (P. 18)
8. O vácuo e a obscuridade das doutrinas religiosas e os abusos que elas engendraram lançam muitos espíritos no materialismo, os quais ficam dispostos a crer que tudo acaba com a morte e que o destino do homem é desaparecer no vácuo. (P. 18)
9. Com a perspectiva do nada, quanto mais praticar a abnegação e a justiça, tanto mais a vida do homem será fértil em amargores e decepções. O egoísmo seria então a suprema sabedoria e a existência perderia toda a dignidade e grandeza. (P. 19)
10. A negação da vida futura suprime também toda sanção moral. Desse modo, todo ato bom ou mau, criminoso ou sublime, termina com os mesmos resultados. Não existe compensação para a existência miserável, a dor, a opressão, nem há consolação para as provas ou esperança para os aflitos. (P. 19)
11. Se tudo acaba com a morte, o indivíduo não tem nenhum motivo para constranger-se, para comprimir seus instintos e seus gostos. O bem e o mal, o justo e o injusto se confundem igualmente, se esvaem no nada, e o suicídio será sempre um meio de escapar aos rigores das leis humanas. (P. 20)
12. Não há efeito sem causa; o nada não pode produzir coisa alguma. Eis aí axiomas, isto é, verdades incontestáveis. Ora, como se verifica em cada um de nós a existência de forças, de potências que não podem ser consideradas como materiais, há necessidade, para explicar sua causa, de remontar a outra origem além da matéria, a esse princípio que designamos por alma ou Espírito. (PP. 20 e 21)
13. Sem o amor do bem, o sentimento da justiça e do progresso, não existe grandeza para a Humanidade. E esses princípios, que se encontram em graus diversos no ignorante e no homem de gênio, não podem proceder da matéria, que é desprovida de tais atributos. (P. 21)

Respostas às questões preliminares

A. Por que, segundo Denis, importa-nos saber o que somos, de onde viemos, para onde vamos?
A razão disso é muito simples. As ideias que fazemos do Universo e suas leis, e do papel que cada um deve exercer sobre este vasto teatro, têm uma importância capital porque é de conformidade com elas que dirigimos nossos atos. Conforme o ideal, assim é o homem. Para os povos, da mesma forma que para os indivíduos, a concepção do mundo e da vida é que determina os deveres, mostra o caminho a seguir, indica as resoluções a adotar. (O porquê da vida, pp. 17 e 18.)
B. Que fator tem levado muitas pessoas ao materialismo?
O vácuo e a obscuridade das doutrinas religiosas, bem como os abusos que elas engendraram, é isso que tem levado muitos ao materialismo, com o que tais indivíduos ficam dispostos a crer que tudo acaba com a morte e que o destino do homem é desaparecer no vácuo. (Obra citada, pág. 18.)
C. Que prejuízos decorrem da negação da vida futura?
A negação da vida futura suprime toda sanção moral. Em face dela, todo ato bom ou mau, criminoso ou sublime, termina com os mesmos resultados. Não existe compensação para a existência miserável, a dor, a opressão, nem há consolação para as provas, ou esperança para os aflitos. Se tudo acaba com a morte, o indivíduo não tem nenhum motivo para constranger-se, para comprimir seus instintos e seus gostos. O bem e o mal, o justo e o injusto se confundem igualmente, se esvaem no nada, e o suicídio será sempre um meio de escapar aos rigores das leis humanas. (Obra citada, pp. 19 e 20.)





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quinta-feira, 27 de junho de 2019




Amor materno e amor filial

Este é o módulo 138 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. O amor maternal faz parte das leis da natureza?
2. A missão da maternidade nem sempre é um mar de rosas. Por quê?
3. Que dever compete à mãe, relativamente a seus filhos?
4. Como devemos entender, segundo os ensinos espíritas, o mandamento “Honrai vosso pai e vossa mãe”?
5. Duas causas determinam basicamente a ingratidão dos filhos para com os pais. Quais são essas causas?

Texto para leitura

A missão materna nem sempre é um mar de rosas
1. O coração materno é, na expressão de um Espírito amigo, “uma taça de amor em que a vida se manifesta no mundo”, mas grave é o ofício da verdadeira maternidade. “Levantam-se monumentos de progresso entre os homens e devemo-los, em grande parte, às mães abnegadas e justas, mas erguem-se penitenciárias sombrias e devemo-las, na mesma proporção, às mães indiferentes e criminosas”, assevera Sebastiana Pires, em “Luz no Lar”, cap. 3, pág. 15.
2. Ensina o Espiritismo que a Natureza deu à mãe o amor a seus filhos no interesse da conservação deles. Entre os animais, esse amor se limita às necessidades materiais e cessa quando desnecessários se tornam os cuidados. No homem, ele persiste pela vida inteira e comporta um devotamento e uma abnegação que são virtudes, sobrevivendo mesmo à morte e acompanhando o filho até no além-túmulo.
3. Não se deduza do fato de estar o amor maternal nas leis da natureza que a missão materna seja sempre um mar de rosas, porque não o é. Trata-se, em verdade, de tarefa espinhosa em que a renúncia e as lágrimas fazem morada.
4. Não é difícil entender por que isso se dá. É que habitualmente renascem juntas, sob os laços da consanguinidade, pessoas que ainda não acertaram as rodas do entendimento no carro da evolução, a fim de trabalharem sobre as arestas que lhes impedem a harmonia. Jungidos à máquina das convenções respeitáveis, no instituto familiar, caminham lado a lado, sob o aguilhão da responsabilidade e da convivência compulsória, para sanarem velhas feridas.
5. Existem pais que não toleram os filhos e mães que se voltam contra os próprios descendentes, tanto quanto há filhos que se revelam inimigos de seus genitores e irmãos que se exterminam dentro do magnetismo degenerado da antipatia congênita. 

Desde cedo deve a mãe preparar seus filhos para a vida
6. A missão materna reveste-se, portanto, de encargos sublimes, sobretudo nos lares onde Espíritos antagônicos, quando não inimigos, se encontram temporariamente unidos pelos laços do parentesco. A maternidade exige e desenvolve a sensibilidade, a ternura, a paciência, aumentando na mulher a capacidade de amar. 
7. No ambiente doméstico, o coração maternal deve ser o expoente divino de toda a compreensão espiritual e de todos os sacrifícios pela paz da família. A missão materna consiste em dar sempre ao filho o amor que flui de Deus, porque antes de tudo sabemos que nossos filhos são, primeiramente, filhos de Deus. 
8. Desde a infância, compete à mãe prepará-los para o trabalho e para a luta que os espera. Desde os primeiros anos, deve ensinar a criança a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes e consertando-lhe as posições mentais, porque essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida.
9. Ensinará a tolerância mais pura, mas não desdenhará a energia quando necessária. Sacrificar-se-á de todos os modos ao seu alcance pela paz dos filhos, ensinando-lhes que toda dor é respeitável, que todo trabalho edificante é divino e que todo desperdício é falta grave. 
10. Ensinar-lhes-á o respeito pelo infortúnio alheio. Será ela no lar o bom conselho sem parcialidade, o estímulo ao trabalho e a fonte de harmonia para todos. Buscará, enfim, na piedosa mãe de Jesus o símbolo das virtudes cristãs.

A família é o núcleo de maior importância na sociedade
11. Com relação ao amor filial, é imperioso lembrar que o mandamento “Honrai vosso pai e vossa mãe” é um corolário da lei geral de caridade e de amor ao próximo, conquanto o termo “honrai” encerre um dever a mais – o da piedade filial. Honrar pai e mãe não consiste apenas em respeitá-los, mas também assisti-los na necessidade, proporcionar-lhes repouso na velhice, cercá-los de cuidados tal como fizeram eles com os filhos durante a infância. 
12. Duas causas determinam basicamente a ingratidão dos filhos para com os pais: umas se devem às imperfeições dos filhos; outras resultam de falhas cometidas pelos próprios pais. Com efeito, muitos pais, despreparados para o ministério familial, cometem erros graves que podem influir consideravelmente no comportamento da prole, que então, conforme o seu caráter, se rebela contra aqueles, crucificando-os nas traves ásperas da ingratidão.
13. Muitos genitores imaturos, que transitam no corpo açulados pelo tormento dos prazeres incessantes, respondem pelo desequilíbrio e desajuste da prole, na desenfreada competição da moderna sociedade.
14. Há, no entanto, filhos que receberam dos pais as mais prolíferas demonstrações de sacrifício e carinho, aspirando a um clima de paz, de saúde moral, de equilíbrio doméstico, nutridos pelo amor sem fraude e pela abnegação sem fingimentos, e mesmo assim revelam-se frios, exigentes e ingratos.
15. Apesar disso, o lar – santuário dos pais, escola dos filhos, oficina de experiências – é a mola mestra que aciona a Humanidade, e a família, indiscutivelmente, o núcleo de maior importância no organismo social.

Respostas às questões propostas

1. O amor maternal faz parte das leis da natureza?
Sim. O amor maternal faz, inequivocamente, parte das leis que regem a vida.
2. A missão da maternidade nem sempre é um mar de rosas. Por quê?
O motivo disso é que habitualmente renascem juntas, sob os laços da consanguinidade, pessoas que ainda não acertaram as rodas do entendimento no carro da evolução. Jungidos à máquina das convenções respeitáveis, no instituto familiar, caminham lado a lado, sob o aguilhão da responsabilidade e da convivência compulsória, para sanarem velhas feridas. E, devido a isso, há pais que não toleram os filhos e mães que se voltam contra os próprios descendentes, tanto quanto há filhos que se revelam inimigos de seus genitores.
3. Que dever compete à mãe, relativamente a seus filhos?
O coração maternal deve ser o expoente divino de toda a compreensão espiritual e de todos os sacrifícios pela paz da família. A missão materna consiste em dar sempre ao filho o amor que flui de Deus, porque antes de tudo sabemos que nossos filhos são, primeiramente, filhos de Deus. Desde a infância, compete à mãe prepará-los para o trabalho e para a luta que os espera, ensinando-lhes a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhes as atitudes e consertando-lhes as posições mentais, porque essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida.
4. Como devemos entender, segundo os ensinos espíritas, o mandamento “Honrai vosso pai e vossa mãe”?
Esse mandamento é um corolário da lei geral de caridade e de amor ao próximo, conquanto o termo “honrai” encerre um dever a mais – o da piedade filial. Honrar pai e mãe não consiste apenas em respeitá-los, mas também assisti-los na necessidade, proporcionar-lhes repouso na velhice, cercá-los de cuidados tal como fizeram eles com os filhos durante a infância. 
5. Duas causas determinam basicamente a ingratidão dos filhos para com os pais. Quais são essas causas?
Umas se devem às imperfeições dos filhos; outras resultam de falhas cometidas pelos próprios pais. Com efeito, muitos pais, despreparados para o ministério familial, cometem erros graves que podem influir consideravelmente no comportamento da prole, que então, conforme o seu caráter, se rebela contra aqueles, crucificando-os nas traves ásperas da ingratidão.

Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questão 890.
O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cap. XIV, item 3.
O Consolador, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, questão 189.
Após a Tempestade, de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo P. Franco, pp. 32 e 33.
Terapêutica de Emergência, por Espíritos diversos, psicografado por Divaldo P. Franco, p. 58.
Luz Viva, de Joanna de Ângelis e Marco Prisco, psicografado por Divaldo P. Franco, p. 55.
Luz no Lar, por Espíritos diversos, psicografado por Francisco Cândido Xavier, cap. 3 e 5.


Observação:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:






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quarta-feira, 26 de junho de 2019




Antiobsessão

Albino Teixeira
                                                                           Prejudicial qualquer atitude tendente a acirrar a intemperança ou o ódio de nossos adversários. Forçoso transformá-los para o bem, a preço de humildade e de amor.
Não vale caminhar sob o lenho da mágoa. Aconselhável dissolver o peso morto de quaisquer golpes na fonte do esquecimento.
Inútil gritar contra as próprias dívidas. Imperioso examiná-las com serenidade para configurar com elas a maneira mais segura de pagamento.
Ruinosa qualquer irritação à frente do obstáculo. Razoável estudá-lo para a devida superação.
Absolutamente negativa a decisão de agitar as próprias cadeias. Justo analisar os motivos da prisão, a fim de saná-los.
Amigos, convençamo-nos de que aversões, animosidades, conflitos acalentados e ressentimentos, sejam quais forem, são pontos de contato para tomadas de obsessão e toda obsessão é entretecida de trevas.
Não adianta, dessa forma, esbravejar contra as sombras. Para arredá-las, é preciso acender uma luz.

Do livro Paz e Renovação, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.





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terça-feira, 25 de junho de 2019




Uma carícia para a alma

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Os pássaros se acarinhando; os olhos bondosos de um cãozinho; os campos de flores coloridas se balançando; as nuvens brancas passeando devagar lá por cima; crianças, adultos, os mais vividos... gente, razão das realizações. Carícias não faltam à alma, nosso coração é que precisa ser um pouco mais doce.
Algo tão absoluto é a percepção do incontável número de grandes presentes diários em nossa vida mesmo com nossa escassa retribuição muito menos doação para ela. Isso tudo nos é bastante custoso ainda. Se um dia possui 24 horas, durante só os minutos de uma hora tanto mais recebemos e nem sequer buscamos compreender ou, de fato, valorizar toda essa bondade. Necessitamos urgentemente entender todo esse processo.
Bastam alguns segundos, a inspiração e a expiração já são partes disso, sem nos atentarmos aos bilhões de vidas cuidando do andamento do nosso universo particular físico, nem se fala do etéreo universo. Sim, tudo começará a transcender quando mais gratidão nascer, mas a gratidão que almeja a compreensão e o reconhecimento da complexa e completa formação perfeita da vida.
O início deve ser normalmente a partir do mais próximo que, no caso, somos nós. Como pretendo decifrar outro ser se nem ao menos me conheço? E seguindo a diretriz de que somos vida começaremos, enfim, a andar pelo belo caminho da existência e com o coração desejoso de tanta doçura já existente e infinitamente tanto a se transformar.
Enquanto começamos a nossa mudança, a natureza, com tanto carinho, e o infinito amor de Deus, transformador e eterno, nos amparam dando a mão e, muitas vezes, nos carregam nos braços para iniciarmos o passeio pela existência cujas carícias são lindas, ternas, leves, livres, edificantes e constantes.
As carícias para a nossa alma estão logo aqui e agora.

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/






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