O porquê da
vida
Léon Denis
Parte 4
Damos sequência ao estudo do clássico O porquê da vida, de Léon Denis, com base na 14ª edição publicada
pela Federação Espírita Brasileira. O estudo será aqui apresentado em 13
partes.
Nossa expectativa é que ele sirva para o leitor como uma
forma de iniciação ao estudo dos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto abaixo.
Questões preliminares
A. Como Léon Denis analisa a riqueza?
B. Para o progresso do Espírito é melhor uma condição de
vida mais modesta?
C. Qual é o alvo, o objetivo, a finalidade da vida?
Texto para
leitura
40. A riqueza concede-nos poderosos meios de estudo e
maiores faculdades para aliviar nossos irmãos infelizes, mas são raras as
pessoas que consideram um dever trabalhar pelo alívio da miséria, pela
instrução e melhoramento do seu próximo. (P. 36)
41. A riqueza, por outro lado, quase sempre esteriliza o
coração humano, extingue essa chama interna que anima as almas generosas,
interpõe assim uma barreira entre os poderosos e os humildes e faz a pessoa
viver numa esfera na qual não comparticipam os deserdados do mundo e, por
conseguinte, as necessidades e os males destes são ignorados ou desconhecidos.
(PP. 36 e 37)
42. A miséria tem também seus perigos terríveis: a
degradação dos caracteres, o desespero, o suicídio. Contudo, enquanto a riqueza
nos torna indiferentes e egoístas, a pobreza, aproximando-nos dos humildes, faz
apiedar-nos das suas dores. (P. 37)
43. É necessário que nós mesmos soframos para podermos
avaliar os sofrimentos de outrem. Enquanto os poderosos, no seio das honras, se
invejam reciprocamente e procuram rivalizar em pompas, os pequenos, unidos pela
necessidade, vivem às vezes em afetuosa fraternidade. (P. 37)
44. O homem é assim: dócil, afetuoso para os seus
semelhantes nas ocasiões da necessidade, torna-se quase sempre esquecido e intratável
quando de posse dos bens materiais. Por isso, uma condição modesta convirá
melhor ao Espírito que deseja progredir e conquistar as virtudes necessárias à
sua ascensão moral. Longe do turbilhão dos prazeres enganosos, julgará melhor a
vida. Sóbrio e laborioso, contentar-se-á com pouco, preferindo acima de tudo os
prazeres da inteligência e as alegrias do coração, com o que ficará fortificado
contra os assaltos da matéria. (P. 38)
45. Se o alguém o ridicularizar, se o tornar vítima da
injustiça e da intriga, aprenderá a suportar pacientemente seus males ao
lembrar-se dos seus antepassados: Sócrates bebendo a cicuta, Jesus pregado numa
cruz, Joana d’ Arc atirada à fogueira. E após uma existência cheia de obras,
quando soar a hora fatal, é com calma e sem pesar que receberá a morte. (P. 38)
46. Esse vestíbulo das regiões ultraterrestres, ele o
franqueará com serenidade, porque terá lutado, sofrido, amado, consolado,
aliviado os que choram, ensinado o bem, a verdade e a justiça, e dando a todos
o exemplo da correção e da doçura. (P. 39)
47. O homem precisa ter fé no destino, porque este é
grandioso. Engrandecer-se de vida em vida, esclarecer-se pelo estudo,
purificar-se pela dor, adquirir uma ciência cada vez mais vasta e qualidades
sempre mais nobres: eis o que lhe está reservado. (P. 39)
48. Deus fez mais, ao conceder-lhe os meios de colaborar em
sua obra imensa, de participar na lei do progresso sem limites, abrindo vias
novas a seus semelhantes, elevando seus irmãos, atraindo-os a si, iniciando-os
nos esplendores do que é verdadeiro e belo e nas sublimes harmonias do
Universo. (PP. 39 e 40)
49. É preciso, pois, erguer o olhar e abraçar as vastas
perspectivas de nosso futuro infinito, recolhendo desse espetáculo a energia
necessária para afrontar os vendavais e as tormentas mundanas. (P. 40)
50. O que vemos hoje não perdurará. O sopro do infinito
varrerá para sempre a poeira desses mundos gastos, mas nós viveremos sempre,
prosseguindo a eterna jornada no seio de uma criação renovada incessantemente.
(PP. 40 e 41)
51. Cabe-nos, assim, considerar no seu justo valor as
coisas terrenas. Sem dúvida, não poderemos desdenhá-las, porque são necessárias
ao nosso progresso. Nossa missão é a de contribuir para o seu aperfeiçoamento,
melhorando-nos a nós mesmos e compreendendo que o alvo da vida não é de gozos e
venturas, mas o aperfeiçoamento por meio do trabalho, do estudo, do cumprimento
do dever inerente à alma, personalidade que encontraremos no além-túmulo tal
como a trabalhamos na existência terrestre. (P. 41)
52. A solução que damos sobre os problemas da vida, além de
baseada na mais rigorosa lógica, está conforme com as crenças dos maiores
gênios da Antiguidade, os ensinos de Sócrates, de Platão, de Orígenes e as
doutrinas dos Druidas, que, depois de vinte séculos, puderam ser reconstituídas
pela História. Foi nelas que os gauleses encontravam a sua coragem indomável e
aprendiam a desprezar a morte. (PP. 41 e 42)
Respostas às
questões preliminares
A. Como Léon
Denis analisa a riqueza?
Ele reconhece que a riqueza concede-nos poderosos meios de
estudo e maiores faculdades para aliviar nossos irmãos infelizes, mas são raras
as pessoas que consideram um dever trabalhar pelo alívio da miséria, pela
instrução e melhoramento do seu próximo. Além disso, a riqueza quase sempre
esteriliza o coração humano, extingue essa chama interna que anima as almas
generosas, interpõe uma barreira entre os poderosos e os humildes e faz a
pessoa viver numa esfera na qual não comparticipam os deserdados do mundo. (O porquê da vida, pp. 36 e 37.)
B. Para o
progresso do Espírito é melhor uma condição de vida mais modesta?
Sim. O homem é dócil e afetuoso para os seus semelhantes
nas ocasiões da necessidade, mas torna-se quase intratável quando de posse dos
bens materiais. Assim, uma condição modesta convirá melhor ao Espírito que
deseja progredir e conquistar as virtudes necessárias à sua ascensão moral.
Longe do turbilhão dos prazeres enganosos, julgará melhor a vida. Sóbrio e
laborioso, contentar-se-á com pouco, preferindo acima de tudo os prazeres da
inteligência e as alegrias do coração, com o que ficará fortificado contra os
assaltos da matéria. (Obra citada, pág. 38.)
C. Qual é o
alvo, o objetivo, a finalidade da vida?
O alvo da vida não é a fruição de gozos e venturas, mas o
aperfeiçoamento por meio do trabalho, do estudo, do cumprimento do dever
inerente à alma, personalidade que encontraremos no além-túmulo tal como a
trabalhamos na existência terrestre. (Obra citada, pág. 41.)
Observação:
Eis os links que remetem aos
textos anteriores:
Parte 1 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/06/o-porque-davida-leon-denis-1-parte.html
Parte 2 – https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/07/o-porque-davida-leon-denis-parte-2.html
Parte 3 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/07/o-porque-davida-leon-denis-parte-3.html
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