O Livro dos Espíritos
Allan Kardec
Estamos fazendo neste espaço – sob a
forma dialogada – o estudo dos oito principais livros do Codificador do
Espiritismo. Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes,
cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog
sempre às quintas-feiras.
Continuamos hoje o estudo da principal
obra espírita – O Livro dos Espíritos
–, cuja publicação inicial ocorreu em 18 de abril de 1857.
Parte 19
145. A desigualdade das condições
sociais constitui lei da natureza?
Não. Ela é obra do homem e não de Deus. Sendo obra humana, um dia
desaparecerá, mas apenas quando o egoísmo e o orgulho deixarem de predominar.
Restará, então, apenas a desigualdade do merecimento. (O Livro dos Espíritos, questões 806 e 807.)
146. Segundo o Espiritismo, a igualdade
absoluta das riquezas não é possível, por causa da diversidade dos caracteres e
das faculdades humanas. Em vista disso, por que Deus concedeu a uns as riquezas
e o poder, e a outros, a miséria?
Para experimentá-los de modos diferentes. Além disso, como
sabemos, essas provas foram escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas,
entretanto, sucumbem com frequência. (Obra citada, questões 814 a 816.)
147. Os homens e as mulheres têm os
mesmos direitos?
Sim. Não outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a
faculdade de progredir? (Obra citada, questões 817 a 820.)
148. Será respeitável toda e qualquer
crença, ainda quando notoriamente falsa?
Sim. Toda crença é respeitável, quando sincera e conducente à
prática do bem. Condenáveis são as crenças que conduzam ao mal. (Obra citada,
questão 838.)
149. O homem tem o livre-arbítrio de
seus atos?
Evidentemente. Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente
a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria uma máquina. (Obra citada,
questões 843 e 844.)
150. Exerce o organismo alguma
influência sobre os atos da vida? Em caso afirmativo, isso não prejudica o
exercício do livre-arbítrio?
É inegável que a matéria exerce influência sobre o Espírito, e
isso pode até embaraçar-lhe as manifestações e o exercício do livre-arbítrio.
(Obra citada, questão 846.)
151. Existe fatalidade nos
acontecimentos da vida? Os fatos de nossa existência estariam, assim,
previamente marcados?
A fatalidade, como vulgarmente é entendida, supõe a decisão prévia
e irrevogável de todos os sucessos da vida, qualquer que seja a importância
deles. Se tal fosse a ordem das coisas, o homem seria qual máquina sem vontade.
De que lhe serviria a inteligência, desde que houvesse de estar invariavelmente
dominado, em todos os seus atos, pela força do destino? Semelhante doutrina, se
verdadeira, conteria a destruição de toda liberdade moral; já não haveria para
o homem responsabilidade, nem, por conseguinte, bem nem mal, crimes ou
virtudes. Contudo, a fatalidade não é uma palavra vã. Existe na posição que o
homem ocupa na Terra e nas funções que aí desempenha, em consequência do gênero
de vida que seu Espírito escolheu como prova, expiação ou missão. Ele sofre
fatalmente todas as vicissitudes dessa existência e todas as tendências boas ou
más, que lhe são inerentes. Aí, porém, acaba a fatalidade, pois da sua vontade
depende ceder ou não a essas tendências. Os pormenores dos acontecimentos,
esses ficam subordinados às circunstâncias que ele próprio cria pelos seus
atos, sendo que nessas circunstâncias podem os Espíritos influir pelos
pensamentos que sugerem.
Há fatalidade, portanto, nos acontecimentos que se apresentam, por
serem estes consequência da escolha que o Espírito fez de sua existência de
homem. Pode deixar de haver fatalidade no resultado de tais acontecimentos,
visto ser possível ao homem, pela sua prudência, modificar-lhes o curso. Nunca
há fatalidade nos atos da vida moral. (Obra citada, questões 851, 861 e 866.
Ver também o item 872.)
152. A hora da morte é fatal? Se for,
por que devemos tomar precauções para não morrermos?
Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte o
é. Chegado esse momento, de uma forma ou doutra, a ele não podemos furtar-nos.
No que concerne à morte, portanto, é que o homem se acha submetido, em
absoluto, à inexorável lei da fatalidade, visto que não pode escapar à sentença
que lhe marca o termo da existência, nem ao gênero de morte que haja de cortar
a esta o fio.
Do fato de ser infalível a hora da morte, não se deve, porém,
deduzir que sejam inúteis as precauções que tomemos para evitá-la, visto que as
precauções que tomamos nos são sugeridas com o fito de evitar a morte que nos
ameaça. São um dos meios empregados para que ela não se dê antes do tempo.
(Obra citada, questões 853, 853-A, 854, 855 e 859.)
Observação:
Para
acessar a Parte 18 deste estudo, publicada na semana passada, clique
aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/04/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec_23.html
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