Libertação
André Luiz
Parte 7
Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma
dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada
Série Nosso Lar.
Concluído o estudo dos cinco primeiros livros da Série, prosseguimos
nesta data o estudo da obra Libertação, psicografada
pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada originalmente em 1949 pela
Federação Espírita Brasileira.
Eis as questões de hoje:
49. O Espírito
da falecida esposa do psiquiatra rondava seu lar?
Sim. A primeira esposa permanecia ligada à organização
doméstica, que ela considerava sua propriedade exclusiva. Os dois filhos que
deixara, em conflito com o pai e com a madrasta, concorriam para mantê-la
presente no lar e, por isso, o duelo mental na casa era enorme. Ninguém cedia,
ninguém desculpava e o combate espiritual permanente transformava o recinto
numa arena de trevas. (Libertação, cap.
X, pp. 131 a 133.)
50. A beleza
física reproduz a beleza da alma encarnada?
Nem sempre. É o que André mostra na obra em foco. Diz ele
que a segunda esposa do médico impressionava pelo apuro da apresentação. A
pintura do seu rosto era admirável. O traje elegante e sóbrio, as joias
discretas e o penteado harmonioso realçavam-lhe a profundeza do olhar, mas ela
rodeava-se de substância fluídica deprimente, de um halo plúmbeo que denunciava
sua posição de inferioridade. Terminado o almoço, após uma infeliz discussão
com o marido, a jovem mulher buscou repousar num divã largo e macio, onde
adormeceu. André viu, então, que seu perispírito estampava no semblante os sinais
das bruxas dos velhos contos infantis. A boca, os olhos, o nariz e os ouvidos
revelavam algo de monstruoso. A própria esposa desencarnada, ali presente, por
medo, recuou semiespavorida, tentando ocultar-se junto do filho. A cena lembrou
a André o livro de Oscar Wilde que conta a história do retrato de Dorian Gray.
Maurício esclareceu: "Sim, meu amigo, a imaginação de Wilde não fantasiou.
O homem e a mulher, com os seus pensamentos, atitudes, palavras e atos criam,
no íntimo, a verdadeira forma espiritual a que se acolhem. Cada crime, cada
queda, deixam aleijões e sulcos horrendos no campo da alma, tanto quanto cada
ação generosa e cada pensamento superior acrescentam beleza e perfeição à forma
perispirítica, dentro da qual a individualidade real se manifesta, mormente
depois da morte do corpo denso". "Há criaturas belas e admiráveis na
carne e que, no fundo, são verdadeiros monstros mentais, do mesmo modo que há
corpos torturados e detestados, no mundo, escondendo Espíritos angélicos, de
celestial formosura." (Obra citada, cap. X, pp. 133 a 135.)
51. Os atos que
praticamos na Terra ficam realmente registrados?
Sim. Focalizando o caso de um homem que estava sendo
perseguido por si mesmo, atormentado pelo que fizera e pelo que tinha sido,
Gúbio disse que só a extrema modificação mental para o bem poderia conservá-lo
no corpo. Uma fé renovadora, com esforço de reforma persistente e digna da vida
moral mais nobre, lhe conferiria diretrizes superiores, dotando-o de forças
imprescindíveis à autorrestauração, porque ele estava dominado pelos quadros
malignos que improvisou em gabinetes escuros, pelo simples gosto de espancar
infelizes. "A memória é um disco vivo e milagroso", explicou em
seguida o Instrutor. "Fotografa as imagens de nossas ações e recolhe o som
de quanto falamos e ouvimos... Por intermédio dela, somos condenados ou
absolvidos, dentro de nós mesmos."
(Obra citada, cap. XI, pp. 139 e 140.)
52. No trato da
obsessão é indispensável o concurso do paciente?
Evidentemente. Nos casos de obsessão em que o paciente ainda
pode reagir com segurança, faz-se indispensável o concurso pessoal de
resistência. “Não adianta retirar a sucata que perturba um ímã, quando o
próprio ímã continua atraindo a sucata", asseverou o instrutor Gúbio. A
transformação do indivíduo torna-se, pois, fator essencial no tratamento. (Obra
citada, cap. XI, pp. 140 a 142.)
53. Existe no
plano espiritual aquilo que aqui conhecemos como suborno?
Sim. Um exemplo disso se deu na casa a que Margarida foi
levada, no qual Saldanha decidiu solicitar a neutralidade dos servos espirituais
do médium operante, para que este não penetrasse o problema da jovem em sua
intimidade. Em troca do favor, o diretor da falange prometeu-lhes excelente
remuneração em colônia próxima, descrevendo, com largas promessas, quanto lhes
poderia proporcionar em regalo e prazeres no cortiço de entidades perturbadas e
ignorantes, onde vivia Gregório. Registre-se ainda que o próprio médium havia
exigido do esposo de Margarida significativo pagamento. O intercâmbio ali,
entre os dois mundos, resumia-se a um negócio tão comum quanto outro qualquer
e, não por acaso, o recinto estava repleto de entidades em fase primária de
evolução. (Obra citada, cap. XI, pp. 142 a 144.)
54. Como o
instrutor Gúbio definiu a força fluídica exteriorizada pelo vidente?
Primeiro, ele explicou que aquela força não era patrimônio
de privilegiados, mas propriedade vulgar de todas as criaturas; entretanto,
somente a entendem e utilizam aqueles que a exercitam através de acuradas
meditações. Tratava-se do "spiritus subtilissimus" de Newton, do
"fluido magnético" de Mesmer e da "emanação ódica" de
Reichenbach. "No fundo, é a energia plástica da mente que a acumula em si
mesma, tomando-a ao fluido universal em que todas as correntes da vida se
banham e se refazem, nos mais diversos meios da natureza", acentuou Gúbio.
Cada ser vivo é um transformador dessa força, segundo o potencial receptivo e
irradiante que lhe diz respeito. (Obra citada, cap. XI, pp. 144 e 145.)
55. Que é
imprescindível na prática espírita?
Na prática espírita é imprescindível, na visão do instrutor
Gúbio, que o clima da prece, da renúncia edificante, do espírito de serviço e
fé renovadora, por meio de padrões morais nobilitantes, constitua a nota
fundamental das atividades, a fim de que nos encontremos, realmente, num
serviço de elevação para o Supremo Pai. (Obra citada, cap. XI, pp. 145 a
147.)
56. Por que a
prece e a prática do bem são importantes?
A razão disso é fácil de entender. Segundo palavras de
Gúbio, a prece sentida aumenta o potencial radiante da mente, dilatando-lhe as
energias e enobrecendo-as, enquanto a renúncia e a bondade educam a todos os
que se lhes acercam da fonte. Não basta, assim, exteriorizar a força mental de
que todos somos dotados e mobilizá-la. É indispensável, antes de tudo,
imprimir-lhe direção divina. (Obra citada, cap. XI, pp. 147 e 148.)
Observação:
Para acessar a Parte 6 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/08/libertacao-andre-luiz-parte-6-estamos.html
Como consultar as matérias deste
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