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quinta-feira, 17 de setembro de 2020

 


O Livro dos Médiuns

 

Allan Kardec

 

Parte 14

 

Continuamos o estudo metódico de “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, segunda das obras que compõem o Pentateuco Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em 1861.

Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

105. Qual o fator que mais dificulta a libertação do obsidiado?

As imperfeições morais do obsidiado são, com frequência, o obstáculo principal à sua libertação. Se ele se melhora, seu protetor espiritual se reaproxima e somente a presença deste será suficiente para expulsar o Espírito mau. Isso porque as imperfeições morais atraem e favorecem os obsessores, e o mais seguro meio de se desembaraçar deles é atrair os bons Espíritos pela prática do bem; estes só assistem os que os secundam pelos esforços que fazem para melhorar-se. (O Livro dos Médiuns, item 252.)

106. Podemos evocar os Espíritos?

Sim, podemos evocar todos os Espíritos de qualquer grau da escala a que pertençam, tanto os bons como os maus, tanto os que deixaram a vida há pouco tempo, como os que viveram em épocas mais recuadas, tanto os homens ilustres como os mais obscuros, os parentes, os amigos e também os que nos são indiferentes. Mas isso não significa que eles queiram ou possam responder ao nosso apelo; independentemente de sua vontade, ou da permissão que lhes pode ser negada por uma potência superior, podem eles estar impedidos por motivos que nem sempre conhecemos. (Obra citada, itens 274 e 282.)

107. Como é que os Espíritos sabem quando os evocamos?

Frequentemente são eles prevenidos pelos Espíritos familiares que nos cercam e vão procurá-los. Passa-se então um fenômeno que é difícil explicar porque diz respeito ao modo de transmissão do pensamento entre os Espíritos. O fluido universal, espalhado no Universo, é o veículo do pensamento, como o ar o é do som, com a diferença que o pensamento atinge o infinito. O Espírito, no espaço, é como o viajante no meio de uma vasta planície e que, ouvindo de repente pronunciarem seu nome, se dirige para o lado de onde é chamado. Desse modo, o Espírito evocado, por mais longe que esteja, recebe, por assim dizer, o contragolpe do pensamento, como uma espécie de choque elétrico que chama sua atenção para o lado de onde vem o pensamento a ele dirigido. Ele ouve o pensamento, como na Terra ouvimos a voz. Se a evocação é premeditada, o Espírito é, às vezes, avisado de antemão e se encontra no recinto antes do momento em que é nominalmente chamado. (Obra citada, item 282, parágrafos 5 e 6.)

108. Por quais sinais se pode reconhecer a superioridade ou a inferioridade dos Espíritos?

Pela sua linguagem, como vocês distinguem um estouvado de um homem sensato. Os Espíritos superiores nunca se contradizem e apenas dizem coisas boas; desejam unicamente o bem: este é a sua preocupação. Os Espíritos inferiores estão ainda sob o império das ideias materiais; suas conversas ressentem-se de sua ignorância e de sua imperfeição. Apenas aos Espíritos superiores é dado conhecer todas as coisas e julgá-las sem paixão. (Obra citada, itens 268 e 263.)

109. A identidade dos Espíritos comunicantes é essencial à prática espírita?

A identidade absoluta dos Espíritos é, em muitos casos, uma questão acessória e sem importância, o que não se dá com a distinção entre os bons e os maus Espíritos. A individualidade deles pode ser irrelevante, mas nunca a sua qualidade. Em todas as comunicações instrutivas esse é o ponto para o qual deve convergir toda a nossa atenção, porque unicamente essa distinção é que nos dará a medida de confiança que podemos atribuir ao Espírito que se manifesta, qualquer que seja o nome sob o qual se apresente. (Obra citada, itens 262 e 267.)

110. Devemos então examinar as comunicações recebidas?

Sim; devemos submeter todas as comunicações a um exame escrupuloso, analisando o pensamento e as expressões como fazemos quando se trata de julgar uma obra literária, rejeitando sem hesitar tudo o que peca contra a lógica e o bom senso, tudo o que desminta o caráter do Espírito comunicante. Desse modo, desencorajaremos os Espíritos enganadores, que acabarão por retirar-se, uma vez convencidos de que não nos podem enganar. Repetimos que este meio é o único, mas é infalível, visto que não existe uma comunicação má que resista a uma crítica rigorosa. (Obra citada, item 266.)

111. Podemos fazer perguntas aos Espíritos?

Sim; as perguntas, longe de terem o menor inconveniente, são de grande utilidade do ponto de vista da instrução, quando sabemos formulá-las dentro dos limites desejados. Elas têm uma outra vantagem, que é ajudar a desmascarar os Espíritos enganadores que, sendo mais vãos do que sábios, suportam raramente a prova das perguntas de uma lógica cerrada que os levam a seus últimos redutos. Os Espíritos sérios respondem com prazer às perguntas que têm por fim o bem e os meios de fazerem o homem progredir. Não ouvem, portanto, as perguntas fúteis, as que são inúteis e as que são feitas por curiosidade ociosa ou apenas para prová-los. (Obra citada, itens 287 e 288.)

112. Podemos obter conselhos dos Espíritos sobre assuntos do nosso interesse particular?

Algumas vezes sim, segundo o motivo. Mas depende daqueles aos quais o interessado se dirige. Os avisos concernentes à vida particular são dados com mais exatidão pelos Espíritos familiares, porque estes se ligam a uma pessoa e se interessam pelo que lhe diz respeito: é o amigo, o confidente de seus mais secretos pensamentos; todavia frequentemente os homens os fatigam com questões tão absurdas, que eles se calam. Seria tão absurdo perguntar coisas íntimas aos Espíritos que nos são estranhos, como nos dirigirmos para isso ao primeiro indivíduo que encontrássemos na rua. (Obra citada, item 291, parágrafos 17 e 18.)

 

Observação:

Para acessar a Parte 13 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/09/o-livro-dos-mediuns-allan-kardec-parte_10.html

 

 

 

 

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