Libertação
André Luiz
Parte 10
Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar.
Concluído o estudo dos cinco primeiros livros da Série, prosseguimos nesta data o estudo da obra Libertação, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada originalmente em 1949 pela Federação Espírita Brasileira.
Eis as questões de hoje:
73. O magnetismo
pode ser usado tanto para o bem como para o mal?
Sim. Afirma Gúbio: "O magnetismo é uma força universal
que assume a direção que lhe ditarmos. Passes contrários à ação paralisante
restituí-lo-ão à normalidade. Tal operação, contudo, exige momento
adequado". "Há necessidade, no feito, de recursos regeneradores
intensivos, suscetíveis de serem encontrados junto a serviços de grupo, em que
a colaboração de muitos se entrosa a favor de um só, quando necessário."
Ele se referia com essas palavras a Gaspar, um dos obsessores de Margarida. (Libertação, cap. XIV, pp. 191 e 192.)
74. Para
inspirar o marido de Margarida, como Gúbio procedeu?
Gabriel, o marido da enferma, entrou no aposento e
abeirou-se da esposa. Gúbio aproximou-se e colocou sobre a fronte dele a destra
paternal, dominando-lhe, no cérebro, as zonas diretas da inspiração e dando
curso, naturalmente, a forças magnéticas suscetíveis de inclinar o problema a
solução favorável. Pouco depois, o marido, de olhos iluminados por indefinível
esperança, disse à enferma: "Ouve! Uma ideia súbita me brotou no
pensamento”. As palavras que se seguiram foram fruto direto da ação inspiradora
do Instrutor. (Obra citada, cap. XV, pp. 192 a 194.)
75. É verdade
que Saldanha, depois que desencarnou, tentou fugir ao mal?
Sim. O verdugo de Margarida diz que tentou esse caminho, mas
as velhas orações que ele aprendera em seu lar mereceram sarcasmo cruel dos
inimigos do bem. Sua vontade de melhorar era sincera, mas pensamentos menos
dignos lhe povoavam a mente. Ele esforçou-se e reagiu quanto pôde, mas seu
impulso para o bem era, no fundo, um sopro frágil à frente de um tufão, de tal
sorte que, ao contato de entidades desencarnadas infelizes e vingativas, acabou
perdendo o resto da compostura moral que procurava debalde sustentar. "Se
a alma, liberta do corpo de carne, não se encontra amparada em princípios
robustos de virtude santificante, sentida e vivida, é quase impossível sair
vitoriosa das ciladas escuras que nos armam", explicou Saldanha. (Obra
citada, cap. XV, pp. 194 a 196.)
76. No exercício
da mediunidade, que é que não podemos ignorar?
Não podemos ignorar que a mediunidade é energia peculiar a
todos, em maior ou menor grau de exteriorização, mas se encontra subordinada
aos princípios de direção e à lei do uso, tanto quanto a enxada, que pode ser
mobilizada para servir ou ferir. Não podemos também desprezar o valor de uma
atitude desassombrada e permanente de fé positiva, dentro do caminho louvável,
o que nem sempre ocorre com os que trabalham no campo da mediunidade, porquanto
em muitas ocasiões basta que Espíritos perturbadores ou maliciosos os visitem e
lá se vão os germens superiores que lhes são confiados pelos mentores,
incessantemente, ao solo do coração. De um momento para outro, duvidam do
esforço espiritual, duvidam de si mesmos, cerram os olhos ante a grandeza das
leis divinas e fracassam. (Obra citada, cap. XV, pp. 197 e 198.)
77. Pode um
grupo mediúnico harmoniosamente constituído dar guarida às forças
perturbadoras?
Pode. Segundo o mentor Sidônio, mesmo um grupo constituído
em tais condições, como o que ele próprio orientava, pode dar guarida fácil às
forças deprimentes. "Enquanto conosco, deixam-se envolver nas suaves
irradiações da paz e da alegria, do bom ânimo e da esperança, registrando-se as
vibrações edificantes das quais desejávamos fossem eles nossos portadores
permanentes e seguros na esfera vulgar da luta humana. Todavia, tão logo se
encontram a pequena distância de nossas portas, aceitam ou provocam milhares de
sugestões sutis, diferentes das nossas”, informou o mentor. "Além disso –
acrescentou Sidônio -, quando esse ou aquele irmão revela disposições mais
avançadas para servir a bem de todos, em favor do império da luz, costuma ser
imediatamente visitado, nas horas de sono físico, por entidades renitentes na
prática do mal, interessadas na extensão do domínio das sombras, que lhe
desintegram convicções e propósitos nascentes com insinuações menos dignas,
quando o espírito do trabalhador não está convenientemente apoiado no desejo
robusto de progredir, redimir-se e marchar para a frente." (Obra citada,
cap. XV, pp. 199 e 200.)
78. Que medidas
socorristas foram providenciadas para o lar de Margarida?
Além da doutrinação da entidade que a perturbava, era
preciso socorrer-lhe a casa, até que ela mesma incorporasse à própria
individualidade, em caráter definitivo, os benefícios recolhidos na Casa
espírita. Foram ajustados, pois, com Sidônio a colaboração, por dez dias
sucessivos, de doze companheiros espirituais incorporados ao grupo com o
objetivo de reforçar as atividades defensivas de sua moradia, uma vez que,
segundo Saldanha e Leôncio, a partir do dia seguinte eles estariam em guerra
aberta com os asseclas de Gregório. (Obra citada, cap. XV, pp. 200 a 202.)
79. Por que faz
mal projetar-nos nas faixas inferiores de vibrações?
Foi Sidônio quem explicou esse fato dizendo que o servidor
acordado para o bem, quando se projeta em determinada faixa de vibrações
inferiores durante o dia, marca quase sempre uma entrevista pessoal, para a
noite, com os seres e as forças que a povoam. "Enquanto a criatura é
vulgar e não se destaca por aspirações de ordem superior, as inteligências
pervertidas não se preocupam com ela; no entanto, logo que demonstre propósitos
de sublimação, apura-se-lhe o tom vibratório, passa a ser notada pelos característicos
de elevação e é naturalmente perseguida por quem se refugia na inveja ou na
rebelião silenciosa, visto não conformar-se com o progresso alheio." (Obra
citada, cap. XVI, pp. 203 e 204.)
80. A lei de
Deus nos concede o direito de errar?
Evidentemente, embora no caso de Isaura tenha André ficado
surpreso com tal direito. "Educação não vem por imposição", elucidou
Sidônio. "Cada Espírito deverá a si mesmo a ascensão sublime ou a queda
deplorável." (Obra citada, cap. XVI, pp. 206 a 208.)
Observação:
Para acessar a Parte 9 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/09/libertacao-andre-luiz-parte-9-estamos.html
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