Entre a Terra e
o Céu
André Luiz
Parte 6
Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma
dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada
Série Nosso Lar.
Concluído o estudo dos seis primeiros livros da Série, damos
sequência nesta data ao estudo da sétima obra: Entre a Terra e o Céu, psicografada pelo médium Francisco Cândido
Xavier e publicada originalmente em 1954.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do
livro "Entre a Terra e o Céu", para acompanhar, pari passu, o
presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND
e, em seguida, no verbete "Entre a Terra e o Céu".
Eis as questões de hoje:
41. Amaro teve culpa na morte de Esteves, hoje Mário Silva?
Não. Foi Leonardo Pires quem o envenenou. Amaro não sabia do
fato. Esteves não supunha que Leonardo conhecesse a deserção da esposa e
procurou, então, agradá-lo, aceitando-lhe a companhia. O suculento repasto de
que se serviram exigia algum trago de vinho e Leonardo não hesitou,
ministrando-lhe o veneno que trazia às ocultas. Foi assim que o crime ocorreu.
(Entre a Terra e o Céu, cap. XVII,
pp. 105 e 106.)
42. Mário Silva rememorou
seu passado quando esteve reencarnado com o nome de Esteves?
Sim. O fato contou com a ajuda do Ministro Clarêncio, que
lhe pediu calma e disse que ali estava para que ele recordasse o passado. Ato
contínuo, situando a destra na fronte de Mário, este se aquietou, de repente,
acusando estranha metamorfose. O enfermeiro estava agora mais elegante, mais
jovem e, depois de alguns momentos, exclamou, semiaterrado: "Ah! agora!...
agora me lembro!... Meu agressor de ontem é Leonardo Pires... Como poderia esquecê-lo
assim tão infantilmente? como não rememorar? Disputávamos a mesma mulher...
Achávamo-nos em Luque, quando conheci a cantora e bailarina admirável... Lola
Ibarruri! Quem senão ela poderia oferecer-me o bálsamo do esquecimento?!"
E Mário, transmudado em Esteves, prosseguiu em suas reminiscências:
"Realmente fiz tudo para separá-los... Ele não era o tipo de homem capaz
de fazê-la feliz! Lola trazia consigo a beleza, a juventude e a arte reunidas e
eu carregava no peito o esquife dos sonhos mortos...”. Na sequência, ele rememorou
o crime de que fora vítima por envenenamento. (Obra citada, cap. XVII, págs.
105 e 106.)
43. Quem era
Lina Flores, pivô do suicídio de Júlio?
Lina Flores era descendente de uma das famílias de Mato
Grosso aprisionadas pelos paraguaios na invasão de dezembro de 1864. Esteves a
conheceu em casa de respeitável família que a adotara por filha. Em janeiro de
1869, com apoio do Marquês de Caxias, aproveitando um momento de trégua, eles
se casaram. (Obra citada, cap. XVII, pp. 106 a 108.)
44. Que motivo
levou Júlio ao suicídio?
Depois de haver traído Esteves, que era seu esposo, passando
então a viver com Júlio, Lina igualmente traiu a confiança deste que, de volta
a casa, encontrou-a certo dia nos braços de Armando. "Menos forte que eu
mesmo – informou Esteves –, Júlio esqueceu-se do revés com que me dilacerara,
semanas antes, e, cego de absorvente afeição, ingeriu grande dose de corrosivo...
Socorrido a tempo, na caserna, conseguiu sobreviver, mas, incapaz de suportar
os males corpóreos decorrentes da intoxicação, depois de alguns dias
embebedou-se deliberadamente e arrojou-se às águas do Paraguai, aniquilando-se,
enfim..." (Obra citada, cap. XVII, pp. 109 e 110.)
45. Que ligação
havia entre Esteves, Júlio e Armando?
Eles eram amigos inseparáveis na caserna. Pouco tempo depois
do casamento de Esteves e Lina Flores, os dois amigos foram pela primeira vez
em visita ao lar de Esteves. Colocados à frente de Lina, ambos se sentiram,
porém, incompreensivelmente ligados àquela jovem bela e simples, cuja presença
exerceu sobre os dois intraduzível atração. Júlio foi tomado por surda paixão,
enquanto Armando, em respeito a Esteves, tentou retrair-se. Júlio insinuou-se
junto à recém-casada, cobrindo-a de gentilezas, e Lina acabou envolvendo-se nas
atenções do rapaz, fazendo-lhe concessões. "Recordo-me do dia em que
Esteves me procurou, desolado, comentando o golpe que recebera...",
relatou Amaro. (Obra citada, cap. XVIII, pp. 111 e 112.)
46. Armando,
hoje Amaro, teve alguma influência no suicídio de Júlio?
Sim, uma influência indireta. Júlio vivia com Lina Flores,
mas ela se insinuou para Armando. Foi então que em certa manhã de maio Júlio
encontrou-os juntos. Desesperado, o rapaz ingeriu grande quantidade de
corrosivo, mas foi amparado e salvo. Não sabendo, porém, suportar os
padecimentos da garganta e do esôfago, bem como as provações morais que o
acometeram, ele arrastou-se até às águas do Paraguai e suicidou-se. (Obra
citada, cap. XVIII, pp. 112 a 114.)
47. Armando
encontrou Lina Flores depois de sua desencarnação?
Sim. Lina Flores morreu no Rio de Janeiro, revoltada e
sofredora, amaldiçoando o mundo e as criaturas. Armando (hoje Amaro)
encontrou-a mais tarde na vida espiritual. Achava-se unida a Júlio em aflitivas
condições de sofrimento depurador. Foi então que ele, compreendendo a extensão
de seu débito, prometeu ressarci-lo amparando a ambos na senda terrestre. (Obra
citada, cap. XVIII, pp. 114 a 116.)
48. Lina Flores
se encontrava naquele momento reencarnada?
Sim. Lina Flores reencarnou com o nome de Zulmira, atual
esposa de Amaro, o mesmo Armando do passado. Clarêncio explicou que ela voltou
em companhia de Armando em dolorosas reparações. O consórcio para eles não era
um castelo de flores de laranjeira, mas uma associação de interesses
espirituais para o trabalho regenerativo. Arrependido de sua conduta no
passado, Armando reparava seus erros acolhendo no mesmo teto Júlio e Lina
Flores, que reclamava alguém que a recambiasse ao serviço renovador, a fim de
auxiliar Júlio. "Nossas ações são pesadas na Justiça Divina... Não podemos
enganar o Supremo Senhor. Nossos débitos, por isso mesmo, devem ser resgatados,
ceitil a ceitil...", acrescentou o Ministro. (Obra citada, cap. XIX, pp.
118 a 120.)
Observação:
Para acessar a Parte 5 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/11/entre-terra-eo-ceu-andre-luiz-parte-5.html
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