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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

 



Grilhões Partidos

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 5

 

Prosseguimos neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – do livro Grilhões Partidos, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco e publicada no ano de 1974.

Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto condensado da obra em foco, para complementar o estudo ora iniciado, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL  e, em seguida, no verbete "Grilhões Partidos”.

Eis as questões de hoje:


33. Em que consiste a histeria e quais as suas causas?

A histeria já era, segundo Dr. Bezerra, conhecida na antiguidade. Fenômenos psíquicos, por serem ignorados, muitas vezes foram com ela confundidos, como reciprocamente ocorria. Em verdade, o homem é o juiz de si mesmo e recolhe da atividade em que se envolve os frutos merecidos da plantação realizada. A reencarnação, nesse contexto, afigura-se a todos nós como uma escola de recuperação, em que os Espíritos se aprimoram e recuperam, pelo trabalho, o patrimônio da paz malbaratada nas aventuras da insensatez e da perversidade. Essa realidade era visível na problemática das enfermidades mentais, em que melhor se desvelam as paisagens íntimas de cada ser, uma vez que o impositivo do resgate exige da organização fisiopsicológica a exteriorização dos abusos e crimes anteriormente perpetrados. Essa a causa de várias doenças mentais e, dentre elas, a histeria, de que se derivam sonhos desagradáveis, por automatismo psicológico, fruto das recordações impressas na memória perispiritual e ataques violentos de psicastenia dolorosa, acompanhados por outros distúrbios de ordem motora. (Grilhões Partidos, cap. 12, pp. 109 a 112.)

34. Qual foi a causa da doença catalogada como histeria que acometeu Angélica? 

Jovem e atraente, aos primeiros dias do século 20, Angélica consorciou-se por imposição paterna com um homem a quem não amava, mais idoso do que ela e, além disso, impossibilitado para o matrimônio. Confessando-lhe o seu problema, o esposo concedeu-lhe regular liberdade, desde que se mantivessem as conveniências sociais, para ele relevantes. Essa conjuntura afetiva constituía já uma medida coercitiva de que a vida se utilizava a fim de discipliná-los corretamente. Se ela aproveitasse a oportunidade, mediante a austeridade moral que se impunha, isso a guindaria a relevante posição espiritual. Mas não foi o que aconteceu. Acobertada pelo marido insensato, tombou em quedas sucessivas, ocultando os frutos das dissipações por meio de infanticídios impiedosos que se repetiram por quatro vezes consecutivas, até que veio a falecer, por ocasião do último aborto, em consequência de hemorragia violenta. Ao despertar no Além, reencontrou aqueles que impedira de renascer, passando a sofrer-lhes acrimônias, injúrias e rudes perseguições. A Lei, porém, sempre chama a necessárias contas todos os seus desrespeitadores. Ao reencarnar, fixou no centro coronário, onde se situa a epífise, os abusos anteriormente cometidos, que foram sendo revelados à medida que a puberdade ativava o centro genésico, produzindo-lhe o estado atual e, simultaneamente, fazendo que a memória dos sucessos infelizes começasse a trasladar-se do inconsciente profundo para o consciente atual, em forma de tormentosas crises evocativas das sensações experimentadas nas pavorosas regiões de dor de onde proveio. (Obra citada, cap. 12, pp. 113 e 114.)

35. A subjugação corporal pode levar o obsidiado à esquizofrenia?

Sim. Em “O Livro dos Médiuns”, cap. XXIII, item 254, os Espíritos ensinam que a subjugação corporal pode ter como consequência uma espécie de loucura, cuja causa o mundo desconhece e que não tem relação alguma com a loucura ordinária. Bezerra de Menezes elucidou que aquele era o caso de Ester. Se o socorro divino não a alcançasse imediatamente, a subjugação espiritual a conduziria “a uma situação esquizofrênica com possibilidades irreversíveis”. (Obra citada, cap. 13, pp. 115 e 116.)

36. Por que, no caso Ester, a contribuição do seu pai era indispensável?

O motivo era que Ester resgatava naquele momento faltas cometidas no passado, quando, acumpliciada com o atual genitor, resvalou pela desídia e o crime. Seu obsessor não tinha com a jovem qualquer vinculação direta. Ele assim procedia para desforçar-se do pai, a quem supunha odiar. Como ela se encontrava comprometida, sofria, fazendo o pai sofrer, enquanto se liberava, por esse processo, dos erros cometidos em companhia do genitor. O Espírito a subjugava por encontrar nela predisposições cármicas que facilitavam o conúbio. Sendo médium, a jovem facultava ao infeliz irmão a obsessão, através de compreensível afinidade fluídica com que se imantavam reciprocamente. As tramas do passado eram as responsáveis por isso. (Obra citada, cap.13, pp. 117 a 120.)

37. Qual foi o passo inicial para o tratamento e libertação de Ester?

O culto do Evangelho no Lar foi o primeiro passo do tratamento que então se iniciava. (Obra citada, cap. 14, pp. 121 e 123.)

38. Que é que os instrutores espirituais falam a respeito do egoísmo e suas consequências?

Aberto o Evangelho ao chamado acaso, a lição escolhida foram as páginas de Emmanuel e Pascal, no capítulo XI, sobre o egoísmo. Feita a leitura, o Cel. Epaminondas teceu várias considerações mostrando que o egoísmo é a causa matriz de incontáveis desastres morais e sofrimentos que irrompem por toda parte. As paisagens espirituais da Terra seriam diferentes se os homens compreendessem a própria fraqueza e suas limitações, procurando ajudar-se uns aos outros. Mencionou então o erro dos pais que, desde cedo, pensando no triunfo dos filhos, os envenenam com os tóxicos da egolatria, esquecidos de os preparar convenientemente para a vida. Referiu-se depois às implicações do egoísmo, que prosseguem no além-túmulo, gerando obsessões de longo curso, porque muitos Espíritos se sentem usurpados em direitos que, verdadeiramente, não lhes pertencem, dizendo-se traídos e transferindo para os outros responsabilidades que lhes competia desenvolver e não souberam ou não quiseram assumir. (Obra citada, cap.14, pp. 124 e 125.)

39. Como se deu a visita dos pais de Ester, em espírito, à filha enferma? 

Durante o sono, afrouxam-se os laços que prendem a alma ao corpo, e não precisando este então da sua presença, ela se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com outros Espíritos. Foi num momento assim, de desprendimento espiritual, que os pais de Ester mantiveram um encontro com o Dr. Bezerra de Menezes e, com a ajuda dele, foram ao encontro de Ester. Desperta do sono provocado, Ester-espírito deu-se conta da presença de seus pais, atirando-se ao regaço maternal, que a acolheu carinhosamente. Ambas choraram, e o Coronel envolveu mãe e filha num só abraço de ternura e saudade. Elas então conversaram e D. Margarida pôde dizer-lhe que, quando todos se encontravam à borda de iminente desgraça, Jesus os convocou a uma vida nova, onde o orgulho que os cegava e o egoísmo que os consumia cederam lugar à humildade que liberta, à esperança que anima e à alegria que canta bênçãos em suas almas. (Obra citada, cap.15, pp. 129 a 134.)

40. Que resultados apresentou a visita feita a Ester?  

Ester-espírito, impregnada pelas palavras carinhosas e pelos fluidos renovadores que a mãe lhe transmitia, após recebê-los do Benfeitor Espiritual, teve sono e adormeceu. Era a primeira vez nos últimos meses que o corpo da filha repousava, sem a constrição tormentosa do inimigo desencarnado. Estavam lançadas as linhas mestras da recuperação de ambos. No dia seguinte, o Coronel Constâncio informou à esposa que sonhara com Ester, sem conseguir, porém, recordar com precisão detalhes que dessem encadeamento ao acontecido. Uma tranquilidade inusitada o dominava então. Tinha a impressão de haver passado a noite num recinto algo sombrio, onde a filha se encontrava. Nesse ponto, contudo, ao recordar-se da jovem, seus olhos encheram-se de lágrimas... D. Margarida confirmou a impressão de Constâncio: tinha ela certeza de haver visitado a filha. (Obra citada, cap. 15 e 16, pp. 134 a 138.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 4 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/12/grilhoes-partidos-manoel-philomeno-de_14.html

 

 

 

 

 

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