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quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

 



O Evangelho segundo o Espiritismo

 

Allan Kardec

 

Parte 4

 

Prosseguimos o estudo metódico de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, terceira das obras que compõem o Pentateuco Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em abril de 1864.

Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN e, em seguida, no verbete "O Evangelho segundo o Espiritismo”.

Eis as questões de hoje:


25. Como entender a frase de Jesus: "Há muitas moradas na casa de meu Pai"?

Com essas palavras Jesus refere-se à multidão de mundos que circulam no espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao seu grau de adiantamento. Independentemente da diversidade dos mundos, essas palavras podem também referir-se ao estado venturoso ou desgraçado do Espírito na erraticidade. Conforme se ache este mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais, variarão ao infinito o meio em que ele se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha. (O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo III, itens 1 a 3.)

26. Os mundos materiais podem ser divididos em quantas categorias?

Embora não se possa fazer, dos diversos mundos, uma classificação absoluta, pode-se contudo, em virtude do estado em que se acham e da destinação que trazem, dividi-los em cinco categorias principais: mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana; mundos de expiação e provas, onde domina o mal; mundos de regeneração, nos quais as almas que ainda têm o que expiar haurem novas forças, repousando das fadigas da luta; mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal; mundos celestes ou divinos, habitações de Espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem. (Obra citada, capítulo III, itens 3 e 4.)

27. A que categoria pertence a Terra e qual é sua atual destinação?

A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas, razão por que aí vive o homem a braços com tantas misérias. Faria dos habitantes de uma grande cidade falsíssima ideia quem os julgasse pela população dos seus quarteirões mais íntimos e sórdidos. Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária, veem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, os habitantes em sua maioria são pálidos, franzinos e enfermiços. Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciária, um sítio malsão, e ela é simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde, nem para as casas de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e as casas de correção se podem ter por lugares de deleite. O planeta em que vivemos esteve material e moralmente num estado inferior ao em que hoje se acha e se alçará sob esse duplo aspecto a um grau mais elevado. Ele se aproxima de um dos seus períodos de transformação, em que, de orbe expiatório, mudar-se-á em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele imperará a lei de Deus. (Obra citada, capítulo III, itens 4, 6, 7 e 19.)

28. Como são os mundos de provas e expiações?

Os mundos de provas e expiações são como a Terra. Basta observá-la e teremos uma imagem do que esses mundos representam. Há neles pessoas muito inteligentes mas, também, viciosas e compromissadas com um passado de erros. Foi por isso que Deus as colocou em mundos assim, com o objetivo de expiar suas faltas, mediante penoso trabalho e o enfrentamento de misérias inúmeras, até que hajam merecido ascender a um planeta mais ditoso. A Terra oferece um dos tipos de mundos expiatórios, cuja variedade é infinita mas apresentam, como caráter comum, o servir de lugar de exílio para Espíritos rebeldes à lei que têm aí de lutar, ao mesmo tempo, com a perversidade dos homens e com a inclemência da Natureza, duplo e árduo trabalho que simultaneamente desenvolve as qualidades do coração e as da inteligência. (Obra citada, capítulo III, itens 13 a 15.)

29. Em que consiste a reencarnação?

A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo. Seu objetivo é o aprimoramento espiritual da criatura humana. (Obra citada, capítulo IV, itens 3, 4, 6, 10 e 11.)

30. Os laços de família são quebrados ou fortalecidos pela reencarnação?

Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. O princípio oposto, sim, os destrói. No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. A reencarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até, uns seguem a outros na reencarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo adiantamento. Se uns reencarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam, de modo que, após cada existência, todos tenham avançado um passo na senda do aperfeiçoamento. (Obra citada, capítulo IV, itens 18 e 20.)

31. Quais os limites e a função da encarnação dos Espíritos?

A bem dizer, a encarnação carece de limites precisamente traçados. É indiscutível, porém, que a passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia, com o que desenvolvem a inteligência e avançam no rumo da perfeição. Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade de passar pelo processo reencarnatório. (Obra citada, capítulo IV, itens 24 e 25.)

32. Quem trabalha ativamente pelo seu progresso moral abrevia a necessidade da encarnação?

Sim. Aquele que trabalha ativamente pelo seu progresso moral, além de abreviar a necessidade da encarnação material, pode também transpor de uma só vez os degraus intermédios que o separam dos mundos superiores. (Obra citada, capítulo IV, item 26.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 3 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/12/o-evangelho-segundo-o-espiritismo-allan.html

 

 

 

 

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