As religiões ditas cristãs
e suas contradições
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
Causou
e continua causando alvoroço, especialmente nos Estados Unidos, a série de
obras com que o professor Bart D. Ehrman vem questionando a autenticidade da
Bíblia e sua origem supostamente sagrada.
Criado
na Igreja Protestante, que professou durante grande parte de sua vida, ele
deixou de formar nas fileiras do Cristianismo para tornar-se agnóstico, fato
que explicou oportunamente em uma entrevista publicada pela revista Época nos seguintes termos: “... deixei
a cristandade não por conta dos meus estudos históricos sobre a Bíblia, mas por
não conseguir mais acreditar que poderia haver um deus no comando deste mundo
cheio de dor e sofrimento”.
Em
2007, em discurso na Universidade de Stanford, ele reportou-se às
inconsistências textuais do Novo Testamento. No ano seguinte, publicou o livro O Problema com Deus: As respostas que a
Bíblia não dá ao sofrimento. Um ano depois lançou a obra Jesus, Interrupted, em que revela as
contradições existentes na Bíblia, as quais, no seu entendimento, provam que
esse livro não foi enviado por Deus à Humanidade, como pensam e dizem católicos
e protestantes.
Para
Ehrman, é possível destacar no Novo Testamento duas contradições.
A
primeira:
O
apóstolo Paulo diz que a pessoa chega a Deus apenas pela fé, e não pelo que
faz. No capítulo 24 de Mateus, no entanto, lemos que as boas ações levam ao
reino dos céus. “Essas duas visões – diz ele – são excludentes em um assunto
determinante, que é a salvação.”
A
segunda:
Há
no livro visões diferentes sobre quem era Jesus. No evangelho de João, Jesus é
Deus, mas nos textos atribuídos a Marcos, Mateus e Lucas não há nada sobre
isso. No evangelho de Mateus fica claro que ele acredita que Jesus é um ser
humano, e que é o Messias. “A Igreja – observa Ehrman – acabou juntando essas
duas visões, de que ele é humano e divino, e criou um conceito que não está
escrito nem em João e nem em Mateus.”
Percebe-se,
à vista de tais ideias, como faz falta à compreensão da vida e dos textos
bíblicos o conhecimento da Doutrina Espírita.
Em
1864, na introdução de seu livro O
Evangelho segundo o Espiritismo, o Codificador do Espiritismo escreveu:
“Muitos pontos dos
Evangelhos, da Bíblia e dos autores sacros em geral só são ininteligíveis,
parecendo alguns até irracionais, por falta da chave que faculte se lhes
apreenda o verdadeiro sentido. Essa chave está completa no Espiritismo, como já
o puderam reconhecer os que o têm estudado seriamente e como todos, mais tarde,
ainda melhor o reconhecerão. O Espiritismo se nos depara por toda a parte na
antiguidade e nas diferentes épocas da Humanidade. Por toda a parte se lhe
descobrem os vestígios: nos escritos, nas crenças e nos monumentos. Essa a
razão por que, ao mesmo tempo que rasga horizontes novos para o futuro, projeta
luz não menos viva sobre os mistérios do passado.”
Negando
a lei da reencarnação e ignorando o mecanismo da lei de causa e efeito, as
religiões que se dizem representantes do pensamento cristão não oferecem aos
seus adeptos meios para compreensão do que é a vida e de quais são os
verdadeiros objetivos de nossa passagem pela Terra, com o que fica realmente
difícil entender por que a dor e o sofrimento imperam no globo em que vivemos.
As
questões levantadas pelo escritor americano já foram, no entanto, examinadas e
equacionadas por Kardec há mais de 160 anos, e admira que notícias disso não
tenham chegado ao conhecimento de pessoas como Bart Ehrman, a quem a chave do
conhecimento espírita faria, indiscutivelmente, imenso bem.
Para
saber mais sobre o pensamento de Bart Ehrman, leia o artigo Teria a Bíblia inspiração divina?, de
Thiago Bernardes, clicando aqui
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Estou lendo a obra "O que Jesus disse, o que Jesus não disse" e passei a ter certeza do desconhecimento do dr. Ehrman, acerca da Doutrina Espírita.
ResponderExcluirEstou lendo a obra "O que Jesus disse, o que Jesus não disse" e passei a ter certeza do desconhecimento do dr. Ehrman, acerca da Doutrina Espírita.
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