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quarta-feira, 26 de maio de 2021

 


Ação e Reação

 

André Luiz

 

Parte 3

 

Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos oito primeiros livros da Série, damos prosseguimento ao estudo da nona obra: Ação e Reação, publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete “Ação e Reação".

Eis as questões de hoje:

 

17. É verdade que não existem na Terra males que permanecem ocultos?

Sim. Todos os crimes e todas as falhas da criatura humana se revelarão algum dia, em algum lugar. Qualquer sombra de nossa consciência jaz impressa em nossa vida até que a mácula seja lavada por nós mesmos, com o suor do trabalho ou com o pranto da expiação. Contudo, disse o Assistente Silas, "a Bondade Infinita do Senhor permite que as vítimas edificadas no entendimento e no perdão se transformem, felizes, em abnegados cireneus dos antigos verdugos". (Ação e Reação, cap. 4, pp. 51 a 53.)

18. Uma enferma desencarnada via uma Entidade que ela acreditava ser o demônio Belfegor. Já que não existem demônios, como explicar essa visão?

O Assistente explicou tratar-se de um clichê mental, criado e nutrido por ela mesma. As ideias macabras da magia aviltante, como as da bruxaria e do demonismo que as igrejas chamadas cristãs propagam, a pretexto de combatê-las, geram imagens como essa, estabelecendo epidemias de pavor alucinatório. As Entidades entregues à perversão valem-se desses quadros e imprimem-lhes temporária vitalidade com o propósito evidente de atemorizar suas vítimas. (Obra citada, cap. 4, pp. 53 e 54.)

19. A velocidade do pensamento supera a da luz?

Segundo o Assistente Silas, sim. A força viva e atuante do pensamento propaga-se a uma velocidade superior à da luz. Emitido por nós, o pensamento volta inevitavelmente a nós mesmos, compelindo-nos a viver, de maneira espontânea, em sua onda de formas criadoras, que naturalmente se nos fixam no Espírito quando alimentadas pelo combustível de nosso desejo ou de nossa atenção. Daí a necessidade imperiosa de nos situarmos nos ideais mais nobres e nos propósitos mais puros da vida, porque energias atraem energias da mesma natureza, e, quando estacionários na viciação ou na sombra, as forças mentais que exteriorizamos retornam ao nosso espírito, reanimadas e intensificadas pelos elementos que com elas se harmonizam, engrossando, dessa forma, as grades da prisão em que nos detemos irrefletidamente. (Obra citada, cap. 4, pp. 55 a 57.)

20. Como era o ambiente fora dos muros da Mansão Paz?

Deprimente. Após transporem largo portão que dava acesso ao exterior, André Luiz e seus companheiros puderam avaliar quão tristes eram os quadros em derredor. À medida que se afastavam, penetravam mais profundamente na sombra densa, cada vez mais espessa, alumiada, contudo, aqui e ali, por tochas mortiças, como se a luz, nos sítios em torno, lutasse para sobreviver. Gritos, soluços, imprecações e blasfêmias emergiam da treva. Aquele local situava-se numa zona posterior à Mansão, em larga faixa superlotada de Entidades conturbadas e sofredoras, que pareciam relegadas à intempérie, fora da área abarcada pelos muros da instituição. (Obra citada, capítulo 5, pp. 58 e 59)

21. Em face do grande número de criaturas em estado de grande sofrimento, como a Mansão as assistia?

Silas explicou, primeiramente, por que aquelas pessoas não eram admitidas na Mansão. O motivo é que elas não apresentavam os necessários requisitos para serem assistidas dentro da Instituição, que não lhes podia abrir as portas de imediato em face do desespero e da revolta em que se compraziam. A assistência lhes era dada por meio de Entidades recuperadas que desenvolviam preciosas tarefas em largos setores daquela região. Por intermédio delas, o instituto podia atender milhares de consciências necessitadas e saber com segurança quais eram os irmãos em sofrimento dignos de acesso à Casa, após a transformação gradual a que se ajustavam. (Obra citada, cap. 5, pp. 59 a 61.)

22. Por que tanto sofrimento em um número tão grande de Espíritos?

Pesaroso com o que via, foi Hilário que formulou tal pergunta e o Assistente Silas respondeu: "Compreendo-lhe o pesar. Indiscutivelmente, tanta dor reunida não seria justa se não viesse de quantos preferiram no mundo o trato diário com a injustiça. Não é claro, porém, que todos venhamos a colher o fruto da plantação que nos pertence?" E acrescentou: "Não encontraremos aqui neste imenso palco de angústia almas simples e inocentes, mas sim criaturas que abusaram da inteligência e do poder, e que, voluntariamente surdas à prudência, se extraviaram nos abismos da loucura e da crueldade, do egoísmo e da ingratidão, fazendo-se temporariamente presas das criações mentais, insensatas e monstruosas, que para si mesmas teceram". Resumindo: ali se cumpria de forma muito clara a lei de ação e reação. (Obra citada, capítulo 5, pp. 59 a 63)

23. Havia na região mencionada, fora dos muros da Mansão, celas para contenção de determinados Espíritos?

Sim. Orzil era um dos guardas da Mansão incumbido de cuidar de algumas dessas celas. Sob seus cuidados havia, naquela oportunidade, três Espíritos em franca situação de inconsciência. As acomodações usadas por eles eram bem rústicas. As celas lembravam boxes de confortável cavalariça, construídas com toda a segurança, em atenção aos objetivos de contenção. O tratamento ali precedia uma futura internação na própria Mansão, quando eles tivessem condições de serem por ela acolhidos.  (Obra citada, cap. 5, pp. 62 a 64.)

24. Na Mansão Paz registrou-se algum caso de Espírito desencarnado revoltado com os próprios filhos?

Sim. Era esse exatamente o caso de Veiga, que havia lutado por vinte e cinco anos para reaver uma herança dos avós. Quando a recebeu, foi colhido pela morte. Após a morte, ele permaneceu em casa, desejando acompanhar, pelo menos, a partilha do espólio, mas seus filhos amaldiçoaram-lhe a influência, impondo-lhe, a cada passo, frases venenosas e hostis. Além disso, começaram a perseguir sua segunda esposa, que lhes fora mãe ao invés de madrasta, administrando-lhe tóxicos por medicação inocente, até que a pobrezinha foi internada numa casa de loucos, sem esperança de recuperação. Aí residiam o motivo de sua revolta e o desejo de que forças infernais punissem os próprios descendentes.  (Obra citada, cap. 5, pp. 66 e 67.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 2 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/05/blog-post_19.html

 

  

 

 

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