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segunda-feira, 5 de julho de 2021

 



Painéis da Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 3

 

Prosseguimos neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – do livro Painéis da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco. Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto condensado da obra em foco, para complementar o estudo ora iniciado, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL  e, em seguida, no verbete "Painéis da Obsessão”.

Eis as questões de hoje:

 

17. Há Espíritos que consideram o retorno à existência corpórea uma punição?

Segundo Irmã Angélica, isso ocorre realmente. Eis o que, sobre o assunto, ela disse: "Agradeçamos ao Pai a concessão bendita do retorno à carne, amanhã ou depois, oferenda que nem todos sabemos valorizar conforme seria de esperar-se. Muitos dos que são aquinhoados com o renascimento no corpo carnal acreditam-se punidos, arrojados a um exílio que dizem não merecer, ou se sentem esquecidos em processos expurgatoriais a que não fazem jus”. Na sequência de sua fala, a instrutora espiritual lembrou que outros Espíritos, ao se recolherem num corpo material, anestesiam os centros das lembranças e, propositadamente, deixando-se enlouquecer pelos prazeres mais grosseiros, desligam-se dos compromissos firmados, comprometendo-se mais dolorosamente e fazendo a viagem de retorno em lamentável estado de decomposição emocional quanto de perturbação interior. (Painéis da Obsessão, cap. 8, pp. 61 a 63.)

18. Quais são os objetivos específicos do retorno do Espírito à existência corpórea?

O recomeço na experiência corpórea tem como objetivos específicos amoldar a personalidade às engrenagens do progresso moral e, com a mente voltada para o aspecto imortalista, conquistar conhecimentos e sentimentos lavrados nas realizações enobrecedoras, que são de fácil identificação. O trabalho edificante bem direcionado; o culto do dever, conscientemente realizado; a integração numa ética otimista qual a evangélica, constituem metodologias de aprimoramento, em cuja aplicação pessoal ninguém fracassa. (Obra citada, cap. 8, pp. 63 e 64.)

19. Que disse Irmã Angélica a respeito da queixa?

A queixa, segundo Irmã Angélica, traduz rebeldia aos códigos superiores da vida. O queixoso é alguém que se acredita injustiçado ante as naturais circunstâncias e situações em que se encontra colocado. Quando alguém se deixa arrastar pela reclamação, sem motivo real, assume uma posição falsa perante a vida, disputando atenções e requerendo reconhecimento de valores que está longe de merecer. A queixa é filha do azedume e da má vontade, que contribuem poderosamente para piorar o quadro de desequilíbrio daquele que se deveria candidatar ao esforço de renovação mental, aplicando todos os recursos para preservar as forças no bem e na esperança, com que poderá aspirar uma psicosfera benéfica e libertadora. (Obra citada, cap. 9, pp. 67 a 69.)

20. Ao serem informados dos deslizes cometidos no passado, qual foi a reação de Argos, Áurea e Maurício?

O relacionamento entre eles teve início no século XV, quando dos lamentáveis conflitos entre os seguidores de João Huss – os hussitas – e os partidários do imperador Sigismundo. Depois do ignóbil Concílio de Constança e da morte de João Huss, os ânimos se exaltaram e a guerra civil estalou com toda a volúpia, ceifando milhares de vidas. Maurício, então pertencente às hostes do rei Sigismundo, fomentou o ódio entre os católicos. Fútil e apegado aos bens terrenos, era amigo de Argos, que lhe partilhava as ideias. Eles se reencontraram depois na França, onde participaram do massacre de Arpaillargues, cujos horrores constituem uma página de vergonha e dor na história da França. Ao serem informados disso, a reação dos três amigos não foi uniforme. Áurea parecia indisposta na presença de Argos e desconfiada em relação a Maurício. Argos estava muito irritado e passou a tossir. Maurício chorava. (Obra citada, cap. 9, pp. 69 a 73.)

21. Conforme a Psicologia tradicional, que características apresenta a infância?

A explicação foi dada pelo Dr. Arnaldo Lustoza: “A psicologia tradicional elucida que a infância se caracteriza pelo egocentrismo, em que, ainda amoral e, às vezes, cruel, a criança exige ser amada, protegida, tornando-se um ser captativo, que toma, exige atenção, passando, posteriormente a uma posição oblativa, quando lhe surgem os desejos e aptidões para amar, para oferecer, para servir, iniciando-se o período de amadurecimento da área da afetividade”. Em decorrência disso, disse ele, a criança, por falta de tirocínio e de reflexão, vive o presente, não tendo uma visão, senão muito incompleta e mesmo fragmentada, das realidades tempo e espaço. O adulto, em razão das necessidades que identifica, da escala de valores da vida que passa a nortear-lhe a existência e do instinto de preservação de si mesmo, põe-se a viver no futuro. Organiza tarefas, programa atividades tendo em vista o amanhã, quando espera prosseguir fruindo os bens e as realizações logradas. Já a pessoa de idade avançada, porque crê que o futuro perdeu qualquer sentido, em razão da falta de tempo que a vida talvez não lhe faculte, apega-se ao passado, vivendo de recordações e remontando a elas sob qualquer pretexto. (Obra citada, cap. 10, pp. 74 a 76.)

22. Qual a causa das dificuldades atuais enfrentadas por Maurício?

Essas dificuldades decorriam de atos cometidos no passado. Herdeiro dos hábitos equivocados e ligado emocionalmente a outros cômpares da insânia, o desenvolvimento psíquico de Maurício, pelo impositivo das reencarnações, fazia-se unilateralmente em algumas funções, em razão de o corpo perispiritual, ao modelar as organizações fisiológica e psicológica, plasmar os efeitos dos inditosos procedimentos pretéritos como mecanismo de recuperação espiritual. Naquele momento, revelando insatisfação e desconforto íntimo, com a área da afetividade muito perturbada, Maurício evadira-se do lar, vinculando-se a um grupo de jovens músicos, igualmente sonhadores, experimentando estupefacientes e drogas alucinógenas que lhes desatavam recordações torpes, afligindo-os e perturbando-os ainda mais. (Obra citada, cap. 10, pp. 77 a 79.)

23. Por que a recordação de fatos do passado irritou Argos?

Segundo Dr. Arnaldo, as reações de enfado e ressentimento, de amargura e cólera por parte de Argos decorriam do temperamento apaixonado e caprichoso de quem se acostumou à usurpação sem admitir reproche, ao abuso de posição sem dar lugar a advertência, e da arrogância que não permite admoestação. A dor, porém, se encarregaria de lapidar-lhe as arestas e submeter-lhe a cerviz mediante os limites orgânicos e as resistências enfraquecidas, a par dos contínuos conflitos na afetividade e no relacionamento social que ele depararia ao longo da vida. (Obra citada, cap. 10, pp. 79 e 80.)

24. Por que a oração é tão importante no caso de pacientes em estado grave, como Valtércio?

A oração é importante porque faz bem tanto às pessoas saudáveis quanto aos enfermos. No caso em foco, Valtércio foi socorrido com passes magnéticos e prece, e sua reação foi imediata. A transmissão de forças fluídicas e a absorção das energias canalizadas pela prece constituíram-lhe alta carga de recursos terapêuticos a estimularem os campos vitais encarregados de aglutinar e fomentar o surgimento das células para o milagre da saúde. (Obra citada, cap. 11, pp. 81 e 82.)

 

 

Observação:

Para acessar a parte 2 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/06/blog-post_28.html

 

 

 

 

 

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