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domingo, 18 de julho de 2021

 



As tentações numa perspectiva espírita

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

De Londrina-PR

 

As tentações que acometem a criatura humana são inegáveis.

Miguel Vives dedica ao assunto todo um capítulo, o cap. IX, do seu livro O Tesouro dos Espíritas.

A Bíblia faz referências a várias delas:

O livro de Gênesis narra no cap. 3 a tentação exercida sobre Eva, no Paraíso, de tão tristes consequências.

O Eclesiástico trata do assunto em várias passagens e até nos dá uma receita para rechaçar a tentação.

O Cristo a ela se reporta na conhecida passagem que faz parte da oração dominical: “Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”. E, em outro momento, retorna ao tema quando ressalta a importância da vigilância e da oração para que não caiamos em tentação.

Lucas fala no cap. 4 do seu Evangelho acerca das tentações de Satanás sobre Jesus.

E Tiago trata do assunto no capítulo 1 de sua excepcional epístola:

 

“Ninguém, quando for tentado, diga: É Deus quem me tenta. Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém. Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia.” (Tiago, 1:13 e 14.) [Negritamos]

 

Na Doutrina Espírita o assunto é examinado em três questões sucessivas d´O Livro dos Espíritos:

 

“O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. [...] A causa <de seguir o caminho do mal> está nas influências a que cede em virtude de sua vontade. É a grande figura da queda do homem e do pecado original; alguns cederam à tentação, outros lhe resistiram.” (O Livro dos Espíritos, questão 122.) [Negritamos]

De onde provêm as influências que se exercem sobre ele? “Dos Espíritos imperfeitos, que procuram se aproximar para dominá-lo, e que se alegram em fazê-lo sucumbir. Foi isso o que se intentou simbolizar na figura de Satanás.” (Op. cit., 122-A.)

Essa influência não se exerce sobre o Espírito senão em sua origem? “Ela o segue na sua vida de Espírito, até que tenha tanto império sobre si mesmo, que os maus desistam de obsidiá-lo.” (Op. cit., 122-B.)

 

Não é, contudo, apenas aí que O Livro dos Espíritos se reporta ao assunto, pois a principal obra de Allan Kardec trata do tema em 27 outras oportunidades, como se pode ver nas questões 459, 460, 461, 465, 466, 467, 468, 469, 472, 497, 498, 511, 525, 567, 644, 645, 660, 671, 720-A, 753, 845, 851, 872, 909, 971, 971-A e 972.

Emmanuel disserta sobre as tentações em dois de seus livros: Religião dos Espíritos, cap. 88, e Caminho, Verdade e Vida, cap. 129.

André Luiz focaliza o assunto em três obras que integram a Série Nosso Lar: Nos Domínios da Mediunidade, cap. 16; Ação e Reação, cap. 7, 14 e 18, e Sexo e Destino, cap. VI.

Como se vê, a questão das tentações é por demais conhecida no meio espírita e a tese exposta pela Doutrina Espírita é bem clara: Ninguém na Terra é perfeito; logo, estamos todos sujeitos às tentações, que nos acompanham pela vida afora, consoante dito expressamente na questão 122-B d´O Livro dos Espíritos.

Devemos, portanto, lembrar e pôr em prática continuamente a lição ensinada por Jesus: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação”. Se fugirmos disso, não tenhamos dúvida, certamente cairemos de novo nas mesmas redes em que já sucumbimos no passado.

 

 

 

 

 

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