As tentações numa perspectiva espírita
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
As
tentações que acometem a criatura humana são inegáveis.
Miguel
Vives dedica ao assunto todo um capítulo, o cap. IX, do seu livro O Tesouro dos Espíritas.
A
Bíblia faz referências a várias delas:
O
livro de Gênesis narra no cap. 3 a tentação exercida sobre Eva, no Paraíso, de
tão tristes consequências.
O
Eclesiástico trata do assunto em várias passagens e até nos dá uma receita para
rechaçar a tentação.
O
Cristo a ela se reporta na conhecida passagem que faz parte da oração
dominical: “Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”. E, em outro
momento, retorna ao tema quando ressalta a importância da vigilância e da
oração para que não caiamos em tentação.
Lucas
fala no cap. 4 do seu Evangelho acerca das tentações de Satanás sobre Jesus.
E
Tiago trata do assunto no capítulo 1 de sua excepcional epístola:
“Ninguém, quando for
tentado, diga: É Deus quem me tenta. Deus é inacessível ao mal e não tenta a
ninguém. Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e
alicia.” (Tiago, 1:13 e 14.) [Negritamos]
Na
Doutrina Espírita o assunto é examinado em três questões sucessivas d´O Livro dos Espíritos:
“O livre-arbítrio se
desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. [...] A
causa <de seguir o caminho do mal> está nas influências a que cede em
virtude de sua vontade. É a grande figura da queda do homem e do pecado
original; alguns cederam à tentação, outros lhe resistiram.” (O Livro dos Espíritos, questão 122.) [Negritamos]
De onde provêm as
influências que se exercem sobre ele? “Dos Espíritos imperfeitos, que procuram
se aproximar para dominá-lo, e que se alegram em fazê-lo sucumbir. Foi isso o
que se intentou simbolizar na figura de Satanás.” (Op. cit., 122-A.)
Essa influência não se
exerce sobre o Espírito senão em sua origem? “Ela o segue na sua vida de
Espírito, até que tenha tanto império sobre si mesmo, que os maus desistam de
obsidiá-lo.” (Op. cit., 122-B.)
Não
é, contudo, apenas aí que O Livro dos
Espíritos se reporta ao assunto, pois a principal obra de Allan Kardec
trata do tema em 27 outras oportunidades, como se pode ver nas questões 459,
460, 461, 465, 466, 467, 468, 469, 472, 497, 498, 511, 525, 567, 644, 645, 660,
671, 720-A, 753, 845, 851, 872, 909, 971, 971-A e 972.
Emmanuel
disserta sobre as tentações em dois de seus livros: Religião dos Espíritos, cap. 88, e Caminho, Verdade e Vida, cap. 129.
André
Luiz focaliza o assunto em três obras que integram a Série Nosso Lar: Nos Domínios da Mediunidade, cap. 16; Ação e Reação, cap. 7, 14 e 18, e Sexo e Destino, cap. VI.
Como
se vê, a questão das tentações é por demais conhecida no meio espírita e a tese
exposta pela Doutrina Espírita é bem clara: Ninguém na Terra é perfeito; logo,
estamos todos sujeitos às tentações, que nos acompanham pela vida afora,
consoante dito expressamente na questão 122-B d´O Livro dos Espíritos.
Devemos,
portanto, lembrar e pôr em prática continuamente a lição ensinada por Jesus:
“Vigiai e orai para não cairdes em tentação”. Se fugirmos disso, não tenhamos
dúvida, certamente cairemos de novo nas mesmas redes em que já sucumbimos no
passado.
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