Sexo e Destino
André Luiz
Parte 4
Damos sequência ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.
Esta é a décima obra do mesmo autor, integrante da Série Nosso
Lar, que temos estudado metodicamente às quartas-feiras neste blog.
Eis as questões de hoje:
25. Como era o
ambiente no lar de Marita?
Péssimo. Em seu lar já não havia nenhuma ligação afetiva
mais séria entre os pais adotivos. O casamento deles desmoronara havia muito
tempo. Após as rixas e discussões iniciais, a indiferença e o cansaço um do
outro fizeram com que Cláudio e Márcia, sua esposa, trilhassem caminhos
diferentes e Marina, filha do casal, seguiu os exemplos da mãe. Em casa,
habitualmente reuniam-se à mesa os três, pais e filha, à feição de três animais
inteligentes, dissimulando o desprezo recíproco, através da convenção ou do
chiste. (Sexo e Destino, capítulo
VIII, pp. 86 e 87.)
26. Marita era
amada por seus pais adotivos?
Pela mãe, não. Pelo pai, sim. Cláudio a amava com entranhado
carinho mesclado de egoísmo tirânico. Feriam-lhe as humilhações que a esposa e Marina,
sua filha, não regateavam a ela, no trato mais íntimo. Para ajudar a filha
adotiva, ele a encaminhou na direção do serviço, fazendo com que a jovem
tomasse suas refeições em Copacabana, para que as picuinhas do círculo
doméstico, no Flamengo, não lhe torturassem o espírito. Espiava-lhe os passos,
ouvia-lhe os chefes. Em verdade, Cláudio queria-a para ele, com a ternura de um
pombo e a brutalidade de um lobo, um sentimento que ele próprio jamais havia
compreendido. (Obra citada, cap. VIII, pp. 86 e 87.)
27. É verdade
que o obsessor de Cláudio demonstrava uma técnica típica dos exploradores
consumados das paixões humanas?
Sim. Ele procurava seduzir Cláudio com argumentos variados e
frases feitas, demonstrando que tinha experiência no assunto. Não se tratava
apenas de um dipsomaníaco ou um vagabundo acidental. O anseio incontido com que
impelia Cláudio para a jovem Marita e a expressão com que a fitava,
apaixonadamente, pareciam chegar de muito longe. (Obra citada, capítulo VIII,
pp. 87 a 89.)
28. As sugestões
do obsessor lograram o resultado por ele esperado?
Sim, embora Marita, salva por um acontecimento inesperado,
tenha conseguido livrar-se do assédio sexual inspirado pelo companheiro
desencarnado de Cláudio. Quando este, à semelhança de um jovem mal comportado,
enlaçou-lhe o busto, André Luiz e Neves saltaram na direção dela, ofertando-lhe
as mãos, para que pudesse arrancar-se dali. Acreditando então apoiar-se nos
próprios recursos, a moça conseguiu levantar-se num prodígio de ligeireza,
estacando à frente de Cláudio, que a fitava com a expressão desconfiada de um animal
repentinamente ferido. "Papai, não me faça mais infeliz...",
disse-lhe a filha. "Poupe-me a humilhação!..." (Obra citada, capítulo
VIII, pp. 92 a 94.)
29. Que
acontecimento inesperado pôs fim ao assédio sexual?
A jovem chorava e não ousava erguer a fronte. Neves, que a
tudo assistia, estava revoltado. André, temendo-lhe a impulsividade, fê-lo
recordar as atitudes ponderosas e cristãs do irmão Félix, informando-o,
discretamente, de que se achava em oração, a exorar o auxílio da esfera
superior, visto que eles não dispunham ali de maiores recursos para impedir um
assalto passional de penosas consequências. Neves ironizou a atitude de André,
mas, de súbito, o socorro apareceu. Ouviu-se barulho de ferrolho em ação e
alguém penetrou a casa, ruidosamente. Cláudio, em sobressalto, desligou-se do
obsessor, que se lhe postou de lado, um tanto desenxabido. Marita, recobrando
energias, voltou ao leito, enquanto o chefe do lar se recompunha à pressa,
libertando a porta que havia prendido anteriormente e abrindo janela próxima.
"Que é que há?", indagou dona Márcia, a esposa de Cláudio, que
voltara, de imprevisto. Cláudio deu uma desculpa qualquer, alegando ter
surpreendido Marita a gritar, inconsciente, sonâmbula. Tudo estava, porém, em
ordem. A jovem, mergulhada na penumbra, cobriu o rosto para ocultar as
lágrimas, enquanto dona Márcia sorriu, sem suspeitar dos fatos que aconteceram
naquela noite em sua casa. (Obra citada, capítulo VIII, pp. 96 a 98.)
30. A volta
súbita de Márcia ao seu lar, quando evitou a consumação do assédio de Cláudio
sobre Marita, ocorreu por influência de ordem espiritual?
Tudo indica que sim, o que é fácil deduzir pelas explicações
que ela mesma deu ao seu marido. Dona Márcia estava em um sarau beneficente, no
qual colaborara. Eis o que ela disse a Cláudio: "Imagine você que, embora
o sarau esteja longe de terminar, larguei tudo. O leilão de prendas esperava
por mim, quando senti um constrangimento esquisito. Tive medo. Passei minhas
obrigações para Dona Margarida e voltei. Atormentava-me, supondo houvesse algo
atrapalhado em casa, alguma ligação elétrica esquecida, a presença de algum
malfeitor. Vejo, porém, que você talvez tenha tido o mesmo palpite e chegou
antes, retificando o fogão... Felizmente, tudo passou...”. (Obra citada,
capítulo IX, pp. 101 a 103.)
31. Como Cláudio
ouviu o relato feito pela esposa com relação aos problemas de saúde que a
preocupavam?
Com profundo desdém, o que fez com que Márcia emudecesse, ao
impacto da desconsideração inesperada. O marido não dispensara a mínima atenção
aos padecimentos orgânicos de que ela se queixara e desconhecia-lhe, de propósito,
os achaques. (Obra citada, capítulo IX, pp. 101 a 103.)
32. O caso entre
Marina e Nemésio Torres, o patrão da jovem, era visto de modo diferente por
Márcia?
Sim. Na visão dela, a filha agia assim por compaixão, porque
Nemésio, ante a enfermidade de sua esposa, se encontrava desarvorado e se
apegara à jovem. "Nossa menina compadeceu-se", disse Márcia ao
marido. "Tanto amparou a doente que acabou descobrindo os sofrimentos do
homem que se aproxima, conscientemente, da viuvez... É por isso que vem
buscando revigorá-lo, como pode...". (Obra citada, capítulo IX, pp. 105 a
107.)
Observação:
Para acessar a Parte 3 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/09/sexo-e-destino-andre-luiz-parte-3-damos.html
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