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segunda-feira, 18 de outubro de 2021

 



Temas da Vida e da Morte

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 6

 

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Temas da Vida e da Morte, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Eis as questões de hoje:

 

41. Podemos afirmar que, em sendo mutável a vida, o que hoje é dissabor amanhã será bonança? 

Evidentemente. Nada como um dia depois do outro. A experiência nos mostra que a sucessão das ocorrências muda a cada instante o quadro em que se vive. O que ora é desgraça, logo cede lugar à esperança; o que se apresenta como dissabor, de imediato se converte em bonança; o que se manifesta como desdita, a seguir se modifica para alegria; o que hoje é dor insuportável, amanhã é dor aceitável. Não existe, pois, motivo real para desespero e muito menos para o ato suicida. (Temas da Vida e da Morte - Suicídio sem dor, pp. 101 e 102.) 

42. O suicida consegue, com seu ato, evadir-se de si mesmo, de sua consciência?

Não. O suicida jamais se libera, como é natural, dos resultados nefários do seu gesto, por ferir, na agressão furiosa, o mecanismo do instinto de conservação da vida, que governa a existência animal e que o homem possui como fator para sua preservação. Orgulhoso ou pusilânime, irresponsável ou não, o suicida não se evade de si mesmo, de sua consciência; torna-se, aliás, o seu próprio algoz cujas penas o gesto lhe impõe e que resgatará em injunções mil vezes mais afligentes do que na forma em que ora se apresentam. A consciência humana é indestrutível; portanto, o suicídio de qualquer espécie é arrematada loucura, um salto no desconhecido abismo da imprevisível desesperação. (Obra citada - Suicídio sem dor, pp. 102 a 104.)

43. Podemos dizer que a culpa se encontra na origem das enfermidades mentais? 

Sim. Na psicogênese profunda das enfermidades mentais, sempre depararemos com um Espírito assinalado por problemas e dívidas que o afligem, encarcerado na dor de que se não pode evadir. Isso não se dá, porém, apenas na problemática dos distúrbios psíquicos, mas em toda e qualquer situação de sofrimento, particularmente quando no envoltório carnal, sob as graves injunções das limitações orgânicas. Responsável por si mesmo, é o Espírito quem modela a aparelhagem de que se utilizará, em cada encarnação, como decorrência imediata e inevitável do comportamento que se permitiu na experiência anterior. (Obra citada - Horas de angústia, pp. 105 e 106.)

44. A obsessão está presente também nas alienações mentais?

Em alguns casos, sim. É o que pode ocorrer quando os deslizes e crimes perpetrados pelo Espírito culpado envolveram outras criaturas que não tiveram o valor de perdoar e esquecer, sem atinarem que sofrimento é prova redentora, e se decidem pela cobrança inditosa. Eles reencontram, no tempo, sob outra forma, o infrator que se lhes fez inimigo, passando a investir, furibundos e inditosos, em desforços que se alongam, gerando quadros de obsessões dilaceradoras que são adicionados à problemática pessoal do delinquente em desequilíbrio. Não descartamos, portanto, nos portadores de alienações mentais a obsessão, apesar de reconhecermos os fatores atuais catalogados e estudados pelas “ciências da mente”. (Obra citada - Horas de angústia, pp. 106 e 107.)

45. Diz-se que é tênue a linha demarcadora entre saúde e doença mental. É verdade tal ideia?

Sim. A linha demarcadora entre saúde e doença, no seu curso sinuoso, encontra, na área das enfermidades mentais, menos campo de limitação, pelo fato de o indivíduo transitar de um para o outro estado com frequência e facilidade. Sendo muito complexa a definição de normalidade mental, os dados que lhe estabelecem as expressões não podem ser aplicados com êxito, em se considerando a quase infinita gama de comportamentos humanos. (Obra citada - Saúde mental, pp. 110 e 111.)

46. É correta a ideia de que, na sucessão das existências, somos herdeiros de nós próprios? 

Sim. O Espírito é responsável pelo próprio crescimento, na direção da fatalidade para a qual está destinado, que é a perfeição relativa a atingir. Arquiteto do destino, mediante as leis da justiça que nele se encontram em germe, representando a Consciência Cósmica, tudo quanto faz se lhe transforma em bênção ou desdita, conforme a qualidade da ação desenvolvida. Graças a isso, torna-se herdeiro de si mesmo no largo processo de evolução no qual se encontra situado. (Obra citada - Saúde mental, pp. 111 e 112.)

47. Inúmeros distúrbios da mente podem ter por causa suicídios cometidos no passado? 

Sim. Idiotia, imbecilidade, atraso mental são, geralmente, remanescentes de suicídios espetaculares, quando a rebeldia e o orgulho exacerbado estilhaçaram a casa mental em uma utópica tentativa de fuga à responsabilidade, assim perdendo o corpo, mas não se liberando dos fenômenos desencadeados, que ora exigem reparação, recuperação. (Obra citada - Saúde mental, pp. 112 e 113.)

48. Os vícios acalentados durante a existência corpórea repercutem na vida espiritual? 

Evidentemente. Os vícios estabelecem necessidades poderosas após a morte, exigindo que seus aficionados busquem o prosseguimento da insânia na vinculação a companheiros terrenos, igualmente descuidados, o que gera obsessões de largo porte. Outrossim, se não ocorrer essa ligação parasitária, só o tempo, largo ou breve, conforme o maior ou menor envolvimento da vítima, logra desagregar as partículas morbíficas que penetram o perispírito e nele se instalam produzindo o prolongamento da desdita. (Obra citada - Enfermagem espiritual libertadora, pp. 115 e 116.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 5 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/10/temas-da-vida-e-da-morte-manoel.html

 

  

 

 

 

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