segunda-feira, 11 de outubro de 2021

 



Temas da Vida e da Morte

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 5

 

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Temas da Vida e da Morte, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Eis as questões de hoje:

 

33. A desencarnação do homem de bem é mais rápida e mais suave?

Sim. O homem de bem, uma vez morto o corpo, desprende-se logo dos despojos físicos. Como cada homem tem a vida de que precisa na Terra, para crescer e ser feliz, cada qual tem a morte a que faz jus, em razão dos atos praticados. O homem de bem, diante dessa proposta, opta evidentemente pela conduta de libertação, graças à qual, tão logo se interrompa a vida orgânica, ele se desprende dos despojos físicos e de suas implicações escravocratas, ensejando-se-lhe a libertação real, no retorno feliz ao lar que o aguarda após a experiência evolutiva ora concluída. (Temas da Vida e da Morte - Morte e desencarnação, pp. 80 e 81.)

34. Os desejos e as aspirações influem no destino futuro de uma pessoa?

Sim. Não apenas influem, mas podem também determiná-lo. Conforme a pessoa desejar, sua vontade será posta em ação, do que resultará conquista ou perda no comércio moral e espiritual da vida. Os apegos de qualquer procedência, durante a vida física, impõem que após a morte prossigam interessando com o mesmo vigor com que foram estruturados antes. A instabilidade no dever e a fixação nos desejos primários criam aflições e conjunturas amargas, em razão do seu conteúdo pleno de insatisfação e revolta. Somente a visão correta dos valores terrenos proporciona sua utilização equilibrada, para posteriores avaliações, aceitação ou recusa do seu prosseguimento. (Obra citada - Morrendo para viver, pp. 84 e 85.)

35. É certo dizer que os pensamentos são os modeladores do ser humano?

Sim, eles são os modeladores do ser, porque são os promotores dos atos. Do modo como o homem pensa, naturalmente se comporta. Com exceção das aparências mascaradas pela compostura social, o indivíduo é, em realidade, aquilo que cultiva na mente. A ação do pensamento na vida do homem que o utiliza é tão vital quanto a do Sol nas células e na vida. (Obra citada - Morrendo para viver, pp. 85 a 87.)

36. É verdade que a morte não consegue interromper de imediato as necessidades e dependências cultivadas ao longo da vida?

É verdade. As impressões longamente fixadas e as sensações vividas com sofreguidão assinalam profundamente os tecidos sutis do perispírito, impondo necessidades e dependências, que a morte não consegue, de imediato, interromper. A ruptura dos vínculos de manutenção do Espírito ao corpo é somente um passo inicial na demorada proposta da desencarnação. Normalmente encharcado de impressões de forte teor material, o Espírito se demora mimetizado pelas vibrações a que se ambientou, prosseguindo sob estados de variadas emoções que o aturdem. Conforme a experiência corporal, assim se fará o desligamento espiritual. (Obra citada - Processo desencarnatório, pp. 89 e 90.)

37. A perturbação que sucede à morte do corpo é comum a todas as pessoas?

De modo geral, sim. Quase todos os desencarnados experimentam a turbação que sucede ao desprendimento da matéria. A intensidade e o prazo variam conforme as condições de cada um. As pessoas que viveram para o prazer, usufruindo sensações e gozos desenfreados, recusam-se a compreender a ocorrência liberadora, sofrendo inenarráveis angústias por não serem atendidos nos hábitos antigos, mesmo que se esforcem até quase à exaustão. Outros indivíduos, que eliminaram da mente qualquer possibilidade de sobrevivência ao cadáver, hibernam-se, experimentando inconcebíveis pesadelos que decorrem dos fenômenos biológicos em contínua transformação e que neles se impõem por tempo indeterminado. Os onzenários e egoístas, os delinquentes de qualquer tipo, veem a tragédia do mau uso que os seus herdeiros ora fazem dos bens avaramente acumulados, assim como as consciências criminosas enfrentam suas vítimas, algumas das quais as perdoam, tornando-se insuportável a presença delas. (Obra citada - Processo desencarnatório, pág. 92, e Perturbação no Além-Túmulo, pág. 93.)

38. Como é o despertar das pessoas de bem?

As pessoas justas e diligentes, honestas e caridosas têm um suave e rápido despertar e são recepcionadas pelos amores que as anteciparam e as aguardam felizes. De alguns minutos apenas ou de poucas horas é-lhes a duração do estado aflitivo, perturbador, ou passado em sono agradável, do qual despertam em festa de alegria pelos reencontros formosos. (Obra citada - Perturbação no Além-Túmulo, pp. 94 e 95.)

39. Que ocorre após a morte com os religiosos em geral?

Depende. Muitos religiosos, informados equivocadamente sobre a vida espiritual, experimentam, após a morte, grande choque, por não encontrarem comitê de recepção constituído pela Divindade e por anjos, tombando, quando presunçosos, em terrível mágoa, decepção ou revolta que os transtorna por longo período, deixando-os em lamentável perturbação. Aqueles, porém, que tomaram conhecimento do que sucede após a matéria e não viveram em conformidade com essa crença, caem em depressão prolongada, assim que constatam a sobrevivência espiritual. Como se vê, para ninguém ocorre exceção, em qualquer lugar onde se encontre. A perturbação espiritual após a morte é, assim, o resultado do comportamento de cada criatura enquanto se encontra sob as imposições orgânicas. (Obra citada - Perturbação no Além-Túmulo, pp. 95 e 96.)

40. Quem tenta o suicídio, sem consumá-lo, é candidato à recidiva?

Sim. Aquele que tenta o suicídio e não o vê consumado é candidato natural à recidiva, que culmina tão logo se lhe apresenta o móvel desencadeador do desejo. O suicídio é o mais grosseiro vestígio da fragilidade humana, que ata o homem ao primarismo de que se deve libertar, quando, em verdade, o homem é a mais alta realização do pensamento divino, na Terra, caminhando para a glória total, mediante as lutas e os sacrifícios do dia a dia. (Obra citada - Suicídio - solução insolvável, pp. 99 a 100.) 

 

Observação:

Para acessar a Parte 4 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/10/blog-post_04.html

 

 

 

 


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