Para
sermos nós mesmos
CÍNTHIA
CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
De
fato, não se faz verão com uma só andorinha, pois com apenas uma não se pode
criar a linda revoada, nem ela se proteger sozinha, nem viver a vida com mais
sentido, no entanto muitas delas trazem a beleza ao céu e podem proteger-se,
ajudar-se e crescer. E ainda a riqueza da individualidade só brilha quando há
outros seres. E todos “necessitamos uns dos outros para sermos nós mesmos”, já
afirmava Santo Agostinho.
Ninguém
se desenvolve sozinho, quantos aprendizados se recebem de diferentes pessoas.
Talvez alguém tente afirmar que seja possível desenvolver-se só, mas apenas o
desenvolvimento limitado, pois as experiências junto de outras pessoas é que
fazem o indivíduo progredir.
Já
reconhecemos que também não é fácil a convivência com as pessoas, porém nenhum
desenvolvimento se conquista diante da facilidade que não capacita. Mas, ainda
mais, podemos reconhecer como é bom conviver com pessoas, doar e receber amor;
cuidar e ser cuidado; surpreender e ser surpreendido, alegrar-se e levar
alegria e abraçar e receber abraço de um jeito mais carinhoso, apertado, leve,
demorado, entre soluços ou sorrisos.
Não há
graça em lugares fantásticos se não houver companhia para desfrutá-los, também
não há sentido se não houver alguém para compartilhar os felizes acontecimentos
ou dividir os tristes momentos. Todos necessitamos de outras pessoas para
viver. À medida que observamos os comportamentos alheios também compreendemos o
que é bom ou não e como queremos ser.
O aluno
precisa de um professor e de seus colegas; os pais, de seus filhos; os avós, de
seus netos; os vizinhos, de outros vizinhos; os irmãos, de irmãos; os
pacientes, de seus médicos; os seres terrenos, de outros terrenos e também do
amparo espiritual. Quando se compartilha também se aprimora. E caso haja contestação,
seguramente, o contestador é muito necessitado. Ao mesmo tempo, somos alunos e
professores e carecemos dos outros para o progresso.
Os
patinhos bebês só começarão a conhecer a sua capacidade quando, incentivados
por sua mamãe, pularem na água pela primeira vez.
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