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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

 


E a Vida Continua...

 

André Luiz

 

Parte 10

 

Prosseguimos o estudo da obra E a Vida Continua..., de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1968 pela Federação Espírita Brasileira.

Esta é a décima primeira obra do mesmo autor integrante da Série Nosso Lar, que temos estudado metodicamente às quartas-feiras neste blog.

Eis as questões de hoje:

 

73. Que atitude foi tomada pelos benfeitores espirituais em face da decisão de Desidério, que não permitia que o corpo de Elisa fosse levado?

O protetor espiritual incumbido de liberá-la dos despojos físicos estava indeciso, porque, se constrangesse Elisa a largar o corpo, não lograria violentar-lhe o pensamento perfeitamente lúcido. Forçar-lhe-ia a retirada, mas não dispunha de meios para isolá-la mentalmente do companheiro rebelde. Era preciso, pois, a intervenção de alguém com poder de persuasão para compelir Desidério a mudar de atitude. Decidiu-se então que chegara o momento para a intervenção pessoal de Evelina, a quem Desidério, que fora seu pai, muito amava. (E a Vida Continua, cap. 24, pp. 200 e 201.)

74. Quando Evelina penetrou o recinto e foi vista por Desidério, qual foi a reação dele?

Aterrado, Desidério fixou a aparição e caiu de joelhos! Era ela, sim – pensou ele –, a sua filha, a sua amada filha que jamais lhe escapara da lembrança, mesmo quando estivera mergulhado em aventuras nas trevas mais densas! À medida que Evelina o fitava, entremostrando radiante e doce ternura, o infortunado genitor contemplou-se no suave clarão que a mensageira irradiava e viu-se na penúria de um sentenciado que persistisse, por anos e anos, no fundo de um cárcere, sem o menor cuidado para consigo mesmo. Qualificou-se por monstro, à frente de um anjo, e, à maneira de um cão batido e aviltado, intentou arrastar-se para fugir... (Obra citada, cap. 24, pp. 201 a 203.)

75. É correta a ideia de que todo dia é uma oportunidade para nos renovarmos e partir para um novo destino?

Sim. Foi isso que Evelina disse a Desidério, seu pai que desencarnou quando ela era criança. Como ele se queixasse do que lhe haviam feito, atribuindo sua desdita aos criminosos que o destruíram, ela rogou-lhe: "Oh! meu pai, não acuse!... O senhor terá sofrido, mas a dor é sempre bendita perante Deus; o senhor terá suportado provas difíceis; no entanto, aprendemos, presentemente, que todo dia é ocasião de renovar e partir para destinos mais altos!..." Em seguida, ela lhe disse que conhecia toda a verdade a respeito do caso dele e a responsabilidade de Amâncio, seu padrasto, em sua morte. (Obra citada, cap. 24, pp. 203 a 205.)

76. Podemos considerar nossos irmãos delinquentes como pessoas enfermas que necessitam de socorro?

Sim. Esse pensamento, por sinal, foi manifestado por Evelina na resposta que ela deu a seu pai (Desidério), quando ele lhe disse que não acreditava que ela tivesse com relação a Caio Serpa, seu carrasco entre as paredes domésticas, a mesma benevolência que ela pedia que ele tivesse para com seus algozes. Evelina disse-lhe então que todos eles (Caio Serpa, Amâncio Terra e todos os nossos irmãos delinquentes) não passavam de enfermos, a quem devemos ajudar. Por que – perguntou Evelina – não manifestar piedade à frente das vítimas da loucura, como fazemos diante dos acidentados? Serão os mutilados de espírito diferentes dos mutilados do corpo? (Obra citada, cap. 24, pp. 205 e 206.) 

77. Deus nos permite abraçar como filhos as mesmas criaturas que não soubemos amar em outras posições afetivas?

Sim. As afeições transviadas podem ser corrigidas no santo instituto da família, através da reencarnação. Deus nos permite abraçar, como filhos, aquelas mesmas criaturas que não soubemos amar em outras posições sentimentais! (Obra citada, cap. 24, pp. 208 e 209.)

78. O apelo feito por Evelina a Desidério com relação à sua atitude de não largar o corpo de Elisa foi aceito por ele?

Inicialmente, não. Mesmo com a promessa da filha de que ele reencontraria Elisa e com ela poderia preparar uma nova existência juntos, Desidério se manteve inflexível: – "Não, não!... – trovejou ele, em crise violenta de desespero – sou um réprobo, não posso fingir!..." (Obra citada, cap. 24, pp. 208 e 209.)

79. Na sequência, Desidério foi finalmente convencido por Evelina. Que fator concorreu para que isso se desse?

Foi a oração que Evelina pronunciou, tendo as mãos pousadas na cabeça de seu pai. Quando ela concluiu a prece, as lágrimas que perolavam sua face precipitaram-se sobre o desventurado amigo, transfigurando-lhe o coração. Então, tangido por energias recônditas, Desidério desferiu doloroso gemido e largou, de imediato, a mão da falecida. Ato contínuo, abraçando os pés da filha, bradou com veemência: "Ah! Evelina, Evelina!... Minha filha, minha filha, leve-me para onde quiser!... Confio em você!... Apague a fogueira de meu espírito que tem sabido tão somente odiar!... Socorro, meu Deus!... Socorro, meu Deus!..." (Obra citada, cap. 24, pp. 209 a 211.) 

80. Como Caio Serpa se comportou durante o sepultamento de Elisa?

Caio parecia distrair-se em quadra próxima àquela em que o corpo de Elisa seria sepultado. Ele não queria ver a inumação. Colhido em cheio pela influência de Evelina, que ele, dois anos antes, levara ao sepulcro, pensava nela e, sem querer, via-lhe mentalmente o semblante na tela da memória. Ele rememorou, então, a partida da esposa e os incidentes havidos. Era crepúsculo, qual ocorria ali, e as mesmas indagações lhe vinham à cabeça. Terminaria a vida em montões de pedra e cinza? para onde se transfeririam os mortos, caso continuassem a existir? onde estariam seus pais? em que região andaria Evelina? (Obra citada, cap. 25, pp. 212 a 214.)

 

  

Observação:

Para acessar a Parte 9 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/01/blog-post_19.html

 

 

  

 

 

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