E a Vida Continua...
André Luiz
Parte 10
Prosseguimos o estudo da obra E a Vida Continua..., de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1968 pela Federação Espírita Brasileira.
Esta é a décima primeira obra do mesmo autor integrante da Série
Nosso Lar, que temos estudado metodicamente às quartas-feiras neste blog.
Eis as questões de hoje:
73. Que
atitude foi tomada pelos benfeitores espirituais em face da decisão de
Desidério, que não permitia que o corpo de Elisa fosse levado?
O protetor espiritual incumbido de liberá-la dos despojos
físicos estava indeciso, porque, se constrangesse Elisa a largar o corpo, não
lograria violentar-lhe o pensamento perfeitamente lúcido. Forçar-lhe-ia a
retirada, mas não dispunha de meios para isolá-la mentalmente do companheiro
rebelde. Era preciso, pois, a intervenção de alguém com poder de persuasão para
compelir Desidério a mudar de atitude. Decidiu-se então que chegara o momento
para a intervenção pessoal de Evelina, a quem Desidério, que fora seu pai,
muito amava. (E a Vida Continua, cap.
24, pp. 200 e 201.)
74.
Quando Evelina penetrou o recinto e foi vista por Desidério, qual foi a reação
dele?
Aterrado, Desidério fixou a aparição e caiu de joelhos! Era ela,
sim – pensou ele –, a sua filha, a sua amada filha que jamais lhe escapara da
lembrança, mesmo quando estivera mergulhado em aventuras nas trevas mais
densas! À medida que Evelina o fitava, entremostrando radiante e doce ternura,
o infortunado genitor contemplou-se no suave clarão que a mensageira irradiava
e viu-se na penúria de um sentenciado que persistisse, por anos e anos, no
fundo de um cárcere, sem o menor cuidado para consigo mesmo. Qualificou-se por
monstro, à frente de um anjo, e, à maneira de um cão batido e aviltado,
intentou arrastar-se para fugir... (Obra citada, cap. 24, pp. 201 a 203.)
75. É
correta a ideia de que todo dia é uma oportunidade para nos renovarmos e partir
para um novo destino?
Sim. Foi isso que Evelina disse a Desidério, seu pai que
desencarnou quando ela era criança. Como ele se queixasse do que lhe haviam
feito, atribuindo sua desdita aos criminosos que o destruíram, ela rogou-lhe:
"Oh! meu pai, não acuse!... O senhor terá sofrido, mas a dor é sempre
bendita perante Deus; o senhor terá suportado provas difíceis; no entanto,
aprendemos, presentemente, que todo dia é ocasião de renovar e partir para
destinos mais altos!..." Em seguida, ela lhe disse que conhecia toda a
verdade a respeito do caso dele e a responsabilidade de Amâncio, seu padrasto,
em sua morte. (Obra citada, cap. 24, pp. 203 a 205.)
76. Podemos
considerar nossos irmãos delinquentes como pessoas enfermas que necessitam de
socorro?
Sim. Esse pensamento, por sinal, foi manifestado por Evelina na
resposta que ela deu a seu pai (Desidério), quando ele lhe disse que não
acreditava que ela tivesse com relação a Caio Serpa, seu carrasco entre as
paredes domésticas, a mesma benevolência que ela pedia que ele tivesse para com
seus algozes. Evelina disse-lhe então que todos eles (Caio Serpa, Amâncio Terra
e todos os nossos irmãos delinquentes) não passavam de enfermos, a quem devemos
ajudar. Por que – perguntou Evelina – não manifestar piedade à frente das
vítimas da loucura, como fazemos diante dos acidentados? Serão os mutilados de
espírito diferentes dos mutilados do corpo? (Obra citada, cap. 24, pp. 205 e
206.)
77.
Deus nos permite abraçar como filhos as mesmas criaturas que não soubemos amar
em outras posições afetivas?
Sim. As afeições transviadas podem ser corrigidas no santo
instituto da família, através da reencarnação. Deus nos permite abraçar, como
filhos, aquelas mesmas criaturas que não soubemos amar em outras posições
sentimentais! (Obra citada, cap. 24, pp. 208 e 209.)
78. O
apelo feito por Evelina a Desidério com relação à sua atitude de não largar o
corpo de Elisa foi aceito por ele?
Inicialmente, não. Mesmo com a promessa da filha de que ele
reencontraria Elisa e com ela poderia preparar uma nova existência juntos,
Desidério se manteve inflexível: – "Não, não!... – trovejou ele, em crise
violenta de desespero – sou um réprobo, não posso fingir!..." (Obra
citada, cap. 24, pp. 208 e 209.)
79. Na
sequência, Desidério foi finalmente convencido por Evelina. Que fator concorreu
para que isso se desse?
Foi a oração que Evelina pronunciou, tendo as mãos pousadas na
cabeça de seu pai. Quando ela concluiu a prece, as lágrimas que perolavam sua
face precipitaram-se sobre o desventurado amigo, transfigurando-lhe o coração.
Então, tangido por energias recônditas, Desidério desferiu doloroso gemido e
largou, de imediato, a mão da falecida. Ato contínuo, abraçando os pés da
filha, bradou com veemência: "Ah! Evelina, Evelina!... Minha filha, minha
filha, leve-me para onde quiser!... Confio em você!... Apague a fogueira de meu
espírito que tem sabido tão somente odiar!... Socorro, meu Deus!... Socorro,
meu Deus!..." (Obra citada, cap. 24, pp. 209 a 211.)
80.
Como Caio Serpa se comportou durante o sepultamento de Elisa?
Caio parecia distrair-se em quadra próxima àquela em que o corpo
de Elisa seria sepultado. Ele não queria ver a inumação. Colhido em cheio pela
influência de Evelina, que ele, dois anos antes, levara ao sepulcro, pensava
nela e, sem querer, via-lhe mentalmente o semblante na tela da memória. Ele
rememorou, então, a partida da esposa e os incidentes havidos. Era crepúsculo,
qual ocorria ali, e as mesmas indagações lhe vinham à cabeça. Terminaria a vida
em montões de pedra e cinza? para onde se transfeririam os mortos, caso
continuassem a existir? onde estariam seus pais? em que região andaria Evelina?
(Obra citada, cap. 25, pp. 212 a 214.)
Observação:
Para
acessar a Parte 9 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/01/blog-post_19.html
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