quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

 


E a Vida Continua...

 

André Luiz

 

Parte 9

 

Prosseguimos o estudo da obra E a Vida Continua..., de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1968 pela Federação Espírita Brasileira.

Esta é a décima primeira obra do mesmo autor integrante da Série Nosso Lar, que temos estudado metodicamente às quartas-feiras neste blog.

Eis as questões de hoje:

 

65. Ernesto Fantini não gostou de saber que Caio se havia apossado dos bens que ele próprio adquirira em sua derradeira existência. Que lhe foi dito a respeito disso pelo instrutor Ribas?

Notando a surpresa e a decepção de Fantini, visto que Caio – namorado de sua filha – valera-se de um ardil para se apossar dos bens que foram seus, o instrutor Ribas lhe disse: “Aceite a realidade, meu amigo. Todas as suas propriedades no campo físico, mediante a desencarnação, passaram ao domínio de outras vontades e ao controle de outras mãos. A vida reclama o que nos empresta, dando-nos em troca, seja onde seja, o que fazemos dela, junto dos outros..." A lição é expressiva. Os bens que detemos não nos pertencem e podem, portanto, mudar de mãos, sem que nada possamos fazer. O apego aos bens materiais é, em face disso, algo que devemos combater seriamente em nós mesmos. (E a Vida Continua, cap. 22, pp. 181 e 182.) 

66. Ribas afirmou, a respeito do assunto, que Caio, ao agir como estava agindo, enganava a si mesmo. Que é que ele quis dizer?

Primeiro, apossando-se indevidamente dos bens deixados à família por Fantini, Caio assumia largas dívidas perante as Divinas Leis. Além disso, segundo Ribas, ele deveria experimentar, instintivamente, a fome de ação para enriquecer-se cada vez mais. Apaixonar-se-á pelo dinheiro e, em vez de aproveitar as alegrias da vida simples, andará distante da verdadeira felicidade, escravizado que ficará, por muito tempo, à ambição de ganhar e ganhar, amontoar e amontoar. E isso tudo, no fim, será revertido em benefício dos familiares de Fantini, principalmente de Elisa, a quem ele presentemente impelia à desencarnação prematura, porquanto ela, prestes a desencarnar naqueles dias, deveria reencarnar dentro de cinco a seis anos, na condição de filha de Caio e Vera. Ela receberá então, na condição de filha, os bens que lhe foram surrupiados, acrescidos de grandes rendimentos. (Obra citada, cap. 22, pp. 181 e 182.)

67. Quanto a Amâncio Terra, que havia exterminado o corpo de Desidério, que futuro, na vida espiritual, o aguardava?

O instrutor Ribas, a respeito de Amâncio, que fora padrasto de Evelina, disse o seguinte à jovem: "Em verdade, ele exterminou o corpo de Desidério, seu pai, alucinado na paixão que lhe enceguecia o espírito, e apossou-se-lhe da casa e dos recursos... É um homem ateu e evidentemente criminoso, mas profundamente humano e caritativo. Recolheu os bens de seu pai; no entanto, ao dilatá-los, com administração judiciosa e profícua, fez-se o esteio econômico para mais de duzentos Espíritos reencarnados, os seus servidores e rendeiros, com os descendentes respectivos..." A todos Amâncio protegia havia mais de vinte anos; nunca abandonou os que enfermassem; nunca desprezou os caídos em prova; nunca deixou crianças ao desamparo. Ele, de fato, assassinou Desidério e responderá por essa falta nos tribunais da vida, mas dedicou-se a Brígida (mãe de Evelina), a quem procurava satisfazer os menores desejos, na posição de marido honesto e fiel. Tantas preces subiam do mundo, a favor dele, pelas consolações e alegrias que espalhava, que chegou a merecer mais amplas atenções dos Maiores da Espiritualidade. Desidério tornaria, assim, ao convívio do homem que ainda odiava, na condição de filho adotivo, mas, ao ver-lhe as qualidades nobres, amá-lo-ia enternecidamente, como a um pai verdadeiro, de quem receberia abnegação e ternura, apoio e bons exemplos. (Obra citada, cap. 22, pp. 183 a 185)

68. Segundo Ribas, o plano ora arquitetado deveria estender-se por 30 anos. A quem estaria reservada a tarefa de execução, supervisão e acompanhamento, para que tudo ocorresse como planejado?

Como fora esboçado, o plano previa a volta de Elisa e Túlio como filhos de Caio e Vera, bem como o retorno de Desidério como filho adotivo de Amâncio e Brígida. Em seguida, no momento oportuno, Elisa e Desidério se reencontrariam para firmar matrimônio. Admirado com os projetos esboçados, Fantini indagou de Ribas quem se responsabilizaria pela sua execução. "Vocês já ouviram falar em guias espirituais?" – perguntou o instrutor a Fantini e Evelina. Como ambos ficassem em silêncio, informou: "Pois é... Vocês dois serão os encarregados do serviço em perspectiva, com todas as tarefas-satélites que lhe forem consequentes. Esforçar-se-ão para que Serpa e Vera se consorciem; para que Elisa se recupere após a desencarnação, no menor prazo possível; para que Desidério volte ao renascimento físico, nas condições desejáveis, e auxiliarão, ainda, a Elisa, no retorno à Terra, com o dever de amparar-lhes o berço e a meninice, além de que estarão colaborando não só para que a futura genitora de Desidério conquiste recursos adequados para acolhê-lo no claustro materno, como também para que o nosso amigo, ao reencarnar, venha a sentir-se convenientemente instalado, na posição de filho adotivo..." Dito isto, Ribas acrescentou com bom-humor: "Trabalho para trinta anos, meus amigos! Para início de ajuste, considerem-se vinculados à nossa cidade, em serviço, no mínimo de trinta anos pela frente!..." (Obra citada, cap. 22, pp. 185 a 187.)

69. O fracasso de Ernesto Fantini como pai é algo comum no mundo em que vivemos? Qual fora sua falha?

Sim; trata-se de algo comum em nossa sociedade. Fantini agira como pai da mesma forma que Ribas havia agido. Segundo palavras do próprio Ribas, o instrutor fora na Terra o chamado esposo-legenda, isto é, casou-se e abraçou compromissos de família, acreditando que suas responsabilidades se limitassem a ostentar a chefia da casa e a pagar as contas de fim de mês. "A rigor – disse Ribas – jamais compartilhei as inquietações da companheira, na educação íntima dos filhos e, que eu me lembre, nunca me sentei, junto de qualquer deles, para sondar-lhes as dificuldades e os sonhos, conquanto lhes exigisse conduta que me honrasse o nome." Fantini, assinalando a delicada objurgação, viu-se mais uma vez espicaçado pela própria consciência, porque também não fora o esposo e o pai que deveria ter sido e somente ali, depois da morte do corpo físico, percebia, nas duras refregas da autocorrigenda, que o dinheiro não faz o serviço do coração. (Obra citada, cap. 23, pp. 188 e 189.)

70. Na agressão praticada por Elisa contra seu genro Caio ocorreu alguma influência de natureza espiritual?

Sim. Elisa se revoltara com as palavras que ouviu de Caio e se aprestou para a reação, exclamando: "Infame!..." Surgida a indignação, Desidério senhoreou-lhe a mente, de forma espetacular, e a crise se desencadeou dominadora, terrível. Possessa, Elisa investiu sobre o genro, buscando asfixiá-lo, em meio a impropérios que lhe jorravam da boca. Caio recuou, espantado, dando lugar à paciente enfermeira que imobilizou a viúva, enquanto que, de outro lado, Fantini tentava impedir os movimentos desordenados do companheiro. (Obra citada, cap. 23, pp. 192 e 193.)

71. Inútil protestar contra as leis da vida. Por que essa frase foi dita por Fantini ao ex-amigo Desidério?

Ernesto Fantini a pronunciou quando Desidério, avisado da próxima desencarnação de Elisa, bradou: "Elisa não partirá de meus braços, não me abandonará!... Não a deixarei!..." Ao ouvir isso, Fantini lembrou-lhe que eram inúteis quaisquer protestos contra as forças da vida, porque as leis de Deus, quer gostemos ou não, se cumprirão sempre. (Obra citada, cap. 23, pp. 194 e 195.)

72. A. Em face da morte corpórea de Elisa, que fez Desidério?

Jungido à falecida pela força dos últimos desejos que ela mesma enunciara, Desidério, inflamado em labaredas de ódio, retivera-lhe uma das mãos na destra rude, impedindo-lhe a retirada. Elisa, apesar de semi-inconsciente, percebeu que se achava presa a ele e algemada ao corpo físico, a ouvir o desventurado companheiro dizendo, convicto, que jamais a deixaria. O fato estabeleceu enorme dificuldade à liberação de Elisa e sua internação em instituição adequada no plano espiritual. (Obra citada, cap. 23, pp. 198 e 199.)

  

 

Observação:

Para acessar a Parte 8 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/01/blog-post_12.html

 

 

 

 

 

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