Revista
Espírita de 1858
Allan
Kardec
Parte
4
Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1858, periódico lançado por Allan Kardec em janeiro de 1858 e por ele editado de 1858 a março de 1869, quando desencarnou.
O
estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
Cada
parte do estudo, apresentado sempre às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
Existem metades eternas?
B.
Quando foi fundada a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas?
C.
Como é que os Espíritos fazem os objetos materiais mover-se?
D.
A dúvida a respeito da própria morte é comum aos recém-falecidos?
Texto para leitura
95.
Um assinante suscita a questão das metades eternas e pede a Kardec analise o
assunto. Abelardo e Heloísa, evocados, explicam que a ideia é errônea, mas
confirmam o fato de que as almas afins se buscam, devido à simpatia e à
semelhança de gostos e ideais. (P. 140)
96.
São Luís afirma que a expressão metades eternas é inexata e que não existe uma
união particular e fatal de duas almas. (P. 141)
97.
Kardec conclui o assunto dizendo ser necessário rejeitar a ideia de que dois
Espíritos, criados um para o outro, um dia deverão unir-se na eternidade.
(N.R.: As respostas de São Luís e o comentário de Kardec deram origem às
perguntas 298 a 303 d'O Livro dos
Espíritos.) (P. 142)
98.
A Revista Espírita publica duas entrevistas com o Espírito de Mozart, enviadas
por um de seus assinantes. (P. 142)
99.
Mozart informa estar habitando Júpiter, onde não existe o ódio e a melodia
existe em toda parte: nas águas, nas folhas, no vento, nas flores – tudo ali
produz sons melodiosos. (PP. 144 e 145)
100.
Nenhuma música, diz ele, pode dar uma ideia da que existe ali. "Não temos
instrumentos: são as plantas e os pássaros os coristas. O pensamento compõe e
os ouvintes gozam sem audição material, sem o concurso da palavra – e isto a
uma distância incomensurável." (P. 145)
101.
Confirmando a necessidade da reencarnação para evoluir, Mozart diz que a crença
em Deus e a dedicação ao trabalho trar-nos-ão a calma. (P. 146)
102.
Um assinante de Haia (Holanda) enviou interessante relato sobre a manifestação
do Sr. M., que deserdou os parentes próximos em favor da família da mulher,
falecida pouco antes dele. (P. 147)
103.
Com ajuda de espíritas radicados em Lião, foi desmascarado um impostor que
dizia ser o médium Daniel Dunglas Home. Para confundir o público, o Sr. Lambert
Laroche intitulava-se grande médium americano de nome Hume. (PP. 150 e 151)
104.
A Revista Espírita noticia a fundação no dia 1º de abril de 1858 da Sociedade
Parisiense de Estudos Espíritas. (P. 153)
105.
São Luís fala sobre os fluidos e explica como é que os Espíritos fazem os
objetos materiais mover-se, dando-lhes uma vida factícia: quando a mesa se
ergue não é o Espírito que a levanta; é a mesa animada que obedece ao comando
mental do Espírito. (PP. 155 a 157)
106.
Kardec percebe seu equívoco anterior e conclui: quando um objeto é posto em
movimento, arrebatado ou lançado no ar, não é o Espírito que o pega, empurra ou
levanta: ele o satura com o seu fluido, pela combinação com o do médium, e,
assim momentaneamente vivificado, o objeto age como se fosse um ser vivo. (P.
158)
107.
A Revista Espírita prossegue relatando os fenômenos de raps publicados pelo Jornal
de Bergzabern em que a médium era a jovem Filipina Sanger. (P. 159)
108.
Perto do Natal os golpes e as arranhaduras tornaram-se mais violentos e duravam
mais tempo. Ouviam-se no alto pancadas muito fortes, que faziam abalar a casa,
sacudir as janelas e dar a impressão às pessoas presentes de que o solo tremia
sob seus pés. (P. 165)
109.
São Luís escreve sobre a preguiça, asseverando que a força não foi dada ao
homem, nem a inteligência ao seu espírito, para que consuma seus dias na
ociosidade, mas para ser útil aos seus semelhantes. (P. 170)
110.
Kardec conversa com o Espírito do Sr. Morisson, o milionário inglês que nos
dois últimos anos de vida imaginava-se reduzido à extrema pobreza. São Luís diz
que ele sofria muito pelo bem que não fez. (P. 171)
111.
A respeito desse caso, São Luís afirma que em parte alguma se têm encargos
apenas para consigo mesmo. O homem responde pelos que o cercam e não só pelas
almas que lhe foram confiadas. (P. 172)
112.
Kardec evoca o Espírito de um suicida, seis dias após a sua morte no
estabelecimento da Samaritana. O homem contava cerca de 50 anos. (P. 173)
113.
O suicida não tinha ciência de sua morte, embora sentisse sufocar-se no caixão.
São Luís explica que o Espírito do suicida fica ligado ao corpo até o termo de
sua vida. (PP. 173 e 174)
114.
A dúvida da morte é muito comum nos recém-falecidos, diz Kardec; principalmente
naqueles que em vida não elevaram a alma acima da matéria. É um fenômeno
bizarro, mas explicável naturalmente. (P. 174)
115.
Após transcrever parte das confissões de Luís XI, ditadas por ele mesmo à srta.
Ermance Dufaux, Kardec diz que esse trabalho prova que as comunicações
espíritas podem esclarecer-nos sobre a História, desde que nos saibamos colocar
em condições favoráveis. (P. 178)
116.
A Revista Espírita transcreve trecho da "História da França", de
Henri Martin, célebre historiador francês, que descreve com respeito os fatos
espíritas e as faculdades extraordinárias de Joana d'Arc. (PP. 179 a 181)
117.
Em todos os tempos, diz Kardec, o gênio da discórdia agitou o seu facho sobre a
Humanidade: é que os Espíritos inferiores, invejosos da felicidade dos homens,
encontram entre estes acesso muito fácil. (P. 182)
118.
Kardec foi ao banquete anual dos magnetizadores e diz professar a ciência
magnética há 35 anos, desde pois os 18 anos de idade. (P. 183)
119. São Luís escreve sobre a inveja e diz que as
obras de caridade e de submissão são as únicas que nos darão entrada no seio de
Deus. A inveja é uma das mais feias e mais tristes misérias deste globo. A
caridade e a constante emissão da fé farão desaparecer todos esses males. (P.
186)
120.
Os jornais franceses noticiaram o curioso fenômeno da imagem do falecido Sr.
Badet, com seu boné de algodão, fotografada no vidro da janela, à qual
costumava ficar no período de sua enfermidade. (P. 186)
121.
Evocado, o Sr. Badet confirmou o fato, mas não conseguiu explicá-lo com
clareza. Ele, contudo, confirmou que o Espírito não tem olhos, mas o
perispírito os tem. (P. 188)
122.
Kardec tece considerações sobre a fotografia espontânea e adverte que devem
desiludir-se os que pensam que os Espíritos lhes abririam minas de ouro, pois
sua missão é mais séria. (P. 192)
Respostas às
questões propostas
A. Existem metades
eternas?
Um
assinante suscitou esta questão. Abelardo e Heloísa, evocados, explicaram que a
ideia é errônea, mas confirmaram o fato de que as almas afins se buscam, devido
à simpatia e à semelhança de gostos e ideais. (Revista Espírita de 1858, pp. 140 e 141.)
B. Quando foi
fundada a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas?
Em
1º de abril de 1858, conforme notícia veiculada pela Revista Espírita. (Obra
citada, p. 153.)
C. Como é que os
Espíritos fazem os objetos materiais mover-se?
Segundo
São Luís, os Espíritos fazem os objetos materiais mover-se dando-lhes uma vida
factícia: quando a mesa se ergue não é o Espírito que a levanta; é a mesa
animada que obedece ao comando mental do Espírito. Kardec pensava de modo
diferente, mas mudou de opinião com a explicação dada por São Luís. Assim, diz
ele, quando um objeto é posto em movimento, arrebatado ou lançado no ar, não é
o Espírito que o pega, empurra ou levanta: ele o satura com o seu fluido, pela
combinação com o fluido do médium, e, desse modo, momentaneamente vivificado, o
objeto age como se fosse um ser vivo. (Obra citada, pp. 155 a 158.)
D. A dúvida a
respeito da própria morte é comum aos recém-falecidos?
Sim.
A dúvida da morte é muito comum nos indivíduos recentemente falecidos,
principalmente quando em vida não elevaram a alma acima da matéria. (Obra
citada, p. 174.)
Observação:
Para acessar a Parte 3 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/02/blog-post_23.html
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