A ambição, a ganância e as crises econômicas
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
Há
uma diferença nítida no significado dos vocábulos ambição e ganância. O
dicionário Aurélio define do seguinte modo as palavras citadas:
Ambição: 1. Desejo veemente
de alcançar aquilo que valoriza os bens materiais ou o amor-próprio (poder,
glória, riqueza, posição social, etc.). 2. Desejo ardente de alcançar um
objetivo de ordem superior; aspiração, anelo. 3. Aspiração relativamente ao
futuro. 4. Desejo intenso.
Ganância: 1. Ambição de
ganho. 2. Ganho ilícito; usura. 3. P.
ext. Ambição desmedida.
O
assunto foi bastante comentado quando da última crise econômica que abalou a
sociedade terrena em 2008 e espalhou no Ocidente o temor de uma recessão
generalizada que, como sabemos, sempre acaba, em última análise, afetando as
pessoas mais pobres.
Vários
analistas daqui e do exterior associaram a origem da crise à ganância de
executivos dos grandes bancos e das pessoas em geral que viram na especulação a
possibilidade de se enriquecerem. A ganância estimulou investimentos sem as
garantias devidas, o que levou à insolvência ou a perdas gigantescas bancos e
empresas nos vários continentes da Terra.
Na
análise dos especialistas procurou-se, corretamente, distinguir ganância de
ambição.
Ora,
a aspiração de uma vida melhor, a busca do bem-estar, o desejo de progredir
nada têm de mau. A Doutrina Espírita, por exemplo, considera-o normal, algo
inerente ao ser humano e que acarreta, por consequência, o progresso material
da sociedade.
A
ambição é, na opinião de vários economistas, o motor que move a sociedade
capitalista e, nesse sentido, nenhum reparo se pode fazer a ela, lembrando
apenas que o homem não é, em verdade, proprietário de nada, mas tão somente
usufrutuário de bens que um dia terá de restituir, quando do seu retorno à
verdadeira vida, ocasião em que carregará consigo apenas o conhecimento
adquirido, as virtudes conquistadas e nada mais.
Diferente
dela é a ganância, cuja melhor definição, à vista da lição contida no Aurélio,
é mesmo ambição desmedida, ou seja, ambição sem limite, ambição que não hesita
em usar todo e qualquer meio para se obter uma vantagem.
Não
foi, pois, sem razão que a Igreja listou a cupidez – ganância, ambição
desmedida por riquezas – como um dos sete pecados capitais.
Quando
o homem entender o significado da vida e o objetivo real de nossa passagem pela
experiência corpórea, é evidente que situações como essa não mais existirão.
Claro
que estamos distantes disso, dada a inferioridade geral que caracteriza o
planeta. Mas, com certeza, esse dia chegará e as pessoas compreenderão, então,
que a busca do bem-estar deve ser algo natural que não prejudique a ninguém e
seja a consequência direta do nosso trabalho.
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