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segunda-feira, 4 de abril de 2022

 



Trilhas da Libertação

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 6

 

Prosseguimos neste espaço o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995. Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

41. Em que lugar na Crosta terrestre a equipe espiritual desfrutava do necessário repouso após os trabalhos realizados na Casa Espírita?

A sede terrestre para esse repouso, após os trabalhos na Sociedade Espírita, situava-se em bairro próximo da capital de X... Era o lar de uma afeiçoada trabalhadora da Doutrina Espírita, que cultivava o Evangelho e vivia-o intensamente. Chamava-se Ernestina. Dotada de caráter diamantino, trabalhava em uma empresa de grande porte, de onde retirava os recursos para a sua própria manutenção, auxiliando alguns familiares e os irmãos do Calvário com generosidade e júbilo. Contribuía em favor da divulgação do Espiritismo mediante o seu ensino, nos cursos ministrados na Sociedade que frequentava. Retirava, periodicamente, do seu tempo escasso, horas valiosas para visitar e confortar os enfermos, especialmente os internados na Colônia de hansenianos em cidade do interior do Estado, acompanhada por dois abnegados amigos, José e Ângelo, ambos dedicados à Causa do Bem. (Trilhas da Libertação. Ensinamentos Preciosos, pp. 116 e 117.)

42. A reencarnação é considerada por Manoel Philomeno de Miranda um teste severo para aprendizagem superior. Por quê?

O motivo desse pensamento advém do fato de que a existência corpórea é assinalada por incontáveis riscos e desafios constantes, que a podem pôr a perder de um instante para outro. O véu carnal, que obscurece o discernimento da realidade maior, impede muitas vezes – se a pessoa não é afeiçoada à reflexão – que se adote o comportamento correto diante das inúmeras pressões que confundem a razão e o sentimento, gerando muitas dificuldades. Eis por que o hábito da meditação, da análise cuidadosa antes de determinadas decisões, senão de quase todas, tornam-se indispensáveis. Pensar duas vezes antes de agir, como assevera o refrão popular, é atitude de equilíbrio. (Obra citada. Ensinamentos Preciosos, pp. 118 e 119.)

43. Que ideia equivocada e bastante comum, com relação aos próprios problemas, verifica-se entre as pessoas, inclusive no seio do Espiritismo?

Segundo o dr. Carneiro de Campos, ainda viceja entre pessoas que acreditam na reencarnação, e que conhecem, portanto, a causalidade dos sofrimentos humanos, uma ideia equivocada quanto às próprias problemáticas. Tais pessoas parecem anelar pelas soluções de fora e, porque estas não chegam conforme gostariam, entregam-se ao desânimo ou à dúvida. Era esse o caso de Raulinda, a médium que esperava que o Espiritismo lhe resolvesse o problema de saúde emocional e a brindasse com um companheiro fiel e amoroso, sonho esse que é, aliás, acalentado por muitas pessoas. (Obra citada. Ensinamentos Preciosos, pp. 119 a 121.)

44. Qual era, no caso de Raulinda, a causa real de seus distúrbios psicológicos?

Raulinda era vítima da perseguição de alguém que ela havia prejudicado no passado. A respeito disso, informou o dr. Carneiro: “O seu perseguidor foi-lhe vítima da insensatez moral, que se imprimiu nas tessituras sutis do perispírito e que ora se manifesta como insatisfação, crises periódicas de contrações, paralisias e nevralgia uterina... O fenômeno fisiológico está intimamente ligado ao distúrbio psicológico, derivado da consciência de culpa”. “Esta lhe impõe a autoflagelação e perturba as atividades nervosas normais, dando surgimento aos estados de desequilíbrio.” (Obra citada. Ensinamentos Preciosos, pp. 122 e 123.)

45. Como devemos tratar casos como o de Raulinda?

Segundo o benfeitor espiritual – dr. Carneiro de Campos – “não podemos dissociar o paciente da sua enfermidade”. “Concluímos que os fenômenos perturbadores da nossa irmã têm suas matrizes no perispírito, decorrentes da conduta irregular de ontem e de severa obsessão atual, conforme estudaremos.” Dito isto, ele explicou que somente uma visão holística na área médica, examinando o enfermo como um ser global – Espírito, perispírito e matéria –, poderá ensejar-lhe uma terapia de profundidade, erradicando as causas preponderantes das enfermidades e dos transtornos de comportamento. (Obra citada. Ensinamentos Preciosos, pp. 122 e 123.)

46. Quando uma pessoa lesa outra, é preciso que alguém se lhe faça cobrador? 

Não. Esse é, por sinal, um equívoco que anima os chamados obsessores. Em verdade, ninguém escapa da correção, quando erra. Mas não é necessário que outrem se lhe faça cobrador, tornando-se candidato, por sua vez, a futuras reparações. Cada qual imprime na consciência os próprios atos, e as Leis se encarregam de trabalhar a retificação dos incursos nos seus Estatutos. A vingança é algo, portanto, absolutamente desnecessário e, por isso, não previsto pela justiça divina. (Obra citada. O caso Raulinda, pp. 128 e 129.)

47. É um equívoco também pensar, como os obsessores, que seu perdão significa a liberação de quem os prejudicou?

Claro que é um equívoco. O afastamento ou o perdão do obsessor não significa a liberação de quem o prejudicou, porquanto as consequências dos desequilíbrios permanecem e, de conformidade com a Lei, toda causa desencadeada produz um efeito equivalente. (Obra citada. O caso Raulinda, pp. 129 a 131.)

48. No caso de Raulinda o benfeitor espiritual valeu-se do recurso da regressão de memória?

Sim. Dr. Carneiro de Campos acercou-se dela e induziu-a às recordações, elucidando-a a respeito dos delitos perpetrados, assim como das futuras possibilidades de reabilitação. Embora as evocações fossem pessoais, Manoel P. de Miranda pôde acompanhar o desenrolar dos fatos mais graves, que culminaram no assassinato do esposo, por ela cometido. Incontinenti, ante a visão do sucedido, ela começou a apresentar sinais de desequilíbrio, que foram interceptados pelo Amigo experiente, que a exortou à mudança de atitude, explicando: “A recordação dos erros tem como finalidade despertar a consciência para o conveniente resgate. No passado de todos nós demoram-se muitas sombras perturbadoras, que o amor de Nosso Pai nos faculta diluir. Desse modo, despertados para a realidade dos objetivos da reencarnação, que têm caráter educativo, reparador, devemo-nos propor o dever de nos iluminarmos, auxiliando aqueles que deixamos tombados na retaguarda”. Após dizer isto, o Mentor envolveu-a em vibrações de equilíbrio. (Obra citada. O caso Raulinda, pp. 131 a 133.)

 

 

Observação:

Para acessar a parte 5 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/03/blog-post_28.html

 

 

 

  

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