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terça-feira, 5 de abril de 2022

 



As flores sempre serão flores

 

(Mas o rei não será sempre rei)

 

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@gmail.com

De Londrina-PR

 

Nenhum pássaro canta, feliz, numa gaiola. Talvez essas grades tenham sido criadas para o próprio homem (reprimir seus tamanhos desejos desatinados), porém este ainda se regozija de limitar quem já conquistou o horizonte e insiste em intimidar a criatura mais leve e sensível. O homem velho precisa renovar-se. Há de lembrar que tudo se movimenta e toda atitude gera resultado. Desde criança, sabemos que a gangorra ora está embaixo, ora, em cima. Pode-se mudar de lado, no entanto o mesmo movimento ocorrerá. Nada se perpetua; tudo se renova. Nada é estático. E o opressor estará, um dia, sob os olhos do oprimido.

Quem conhece mais sobre os valores da vida não precisa falar alto a fim de impor-se, mas conversa suavemente, pois sabe que a verdade é calma e absoluta. Se alguém o interrompe com outras ideias, o homem sábio também passa a ouvir as novas palavras porque não há tanto que tudo saiba nem pouco que nada ensine.

A humildade conduz o homem a uma movimentação tranquila e venturosa no Universo e as estrelas passam a reconhecê-lo também pelo brilho. E os semelhantes se aproximam.

“E daquela água nunca beberei”, talvez aquela água seja a única a matar a sede e a manter a vida. Tudo passa e se renova e também pode voltar. Todos estão sob a mesma lei divina; o caminho a seguir dependerá somente do livre-arbítrio, nada mais.

Como somos seres em desenvolvimento, a compreensão do bom senso e da transitoriedade é início determinante para o progresso, pois o rei já foi plebeu e o homem simples teve seu reinado por até anos seguidos. A arrogância sempre cultivou criaturas inconvenientes que tanto sofrem a sua própria imperfeição egocêntrica.

Não é tempo de parar nem de muito se adiantar e nunca será tempo de humilhar, pois uma notável regra universal é a de que tudo o que é lançado ao mundo este o devolverá.

Se houver alegria que seja, então, valorizada e se houver dor, sem desespero, pois tudo passa, menos a grandiosidade do Pai. O que já atingiu a elevação do amor não é mais transitório, mas, sim, eterno.

E seguimos.

 

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