Revista
Espírita de 1859
Allan
Kardec
Parte
3
Prosseguimos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1859, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo será baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A
coleção do ano de 1859 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por
Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada
parte do estudo, que será apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
Os Espíritos têm sexo?
B.
Como um Espírito descreveu Kardec trabalhando em seu escritório?
C.
Há músicos na vida espiritual?
D.
Quando na Revista Espírita foi
mencionada pela primeira vez a informação acerca do rastro luminoso visto nas
aparições de vivos?
Texto para leitura
54.
Há certas posições sociais – diz um assinante da Revista – que apresentam
invencíveis obstáculos ao progresso espiritual, como os magarefes, que abatem
as reses e tiram sua pele nos matadouros, assim como os carrascos. E indaga:
Qual a necessidade dessas profissões em nosso estado social? (P. 104)
55.
Kardec responde dizendo que só gradativamente pode o Espírito progredir e ele
deve passar sucessivamente por todos os graus, de modo que cada passo à frente
seja uma base para assentar novo progresso. Ninguém pode transpor de um salto a
distância entre a barbárie e a civilização. (P. 104)
56.
Os empreendimentos que Deus abençoa, sejam quais forem as suas proporções, são
os que correspondem aos seus desígnios, trazendo seu concurso à obra coletiva.
(P. 106)
57.
Prova a experiência que a aptidão de um médium para tal ou qual trabalho
depende da flexibilidade que apresenta ao Espírito. (P. 111)
58.
O conhecimento do ofício e os meios materiais de execução não constituem o
talento, mas é evidente que em um médium assim encontre o Espírito menos
dificuldade mecânica a vencer. (PP. 111 e 112)
59.
Comentando um diálogo mantido com o Espírito de Poitevin, ex-aeronauta, Kardec
diz que os homens que na Terra tiveram uma especialidade nem sempre são os mais
adequados ao nosso esclarecimento. (P. 118)
60.
Kardec diz que, embora seja contra os médiuns mercenários, nada há a opor
contra os sonâmbulos mercenários, porque estes agem por si mesmos e é o seu
próprio Espírito que se desprende e vê mais ou menos bem. (P. 120)
61.
Os Espíritos se encarnam homens ou mulheres, porque não têm sexo. Cada sexo,
porém, lhes impõe provas e deveres especiais. (P. 121)
62.
De acordo com a doutrina espírita, a solidariedade não se restringe à sociedade
terrena: abarca todos os mundos e é, pois, universal. (P. 121)
63.
Há reuniões de Espíritos onde muitos não podem penetrar: são os Espíritos
superiores que fazem esse controle. (P. 125)
64.
Pierre Le Flamand, falecido há quinze anos, confessa não ser feliz na
erraticidade, por lhe faltar a realidade dos prazeres. Insuficientemente
evoluído para gozar de uma felicidade moral, deseja tudo que vê, aborrece-se e
procura matar o tempo como pode, mas o tempo não passa! (P. 126)
65.
Não lhe seria útil ver e ouvir coisas boas e úteis que o auxiliassem a
progredir? Ele diz que sim, mas para isso seria preciso saber aproveitar as
lições. Ele prefere, porém, assistir às cenas de amor e deboche, que em nada o
ajudam. (P. 127)
66.
Na palestra seguinte, Pierre diz que de alguns dias para cá tem visto um
Espírito que parece segui-lo por toda parte, que o impele ou contém. Se quer
fazer algo errado, ele se posta à sua frente. (P. 129)
67.
Pierre conta que, indo visitar Kardec, viu o professor sozinho no escritório,
rodeado porém por cerca de vinte Espíritos. Dois ou três sopravam aquilo que
ele escrevia e davam a impressão de ouvir a opinião dos outros. Kardec
acreditava, porém, que as ideias lhe eram próprias. (P. 131)
68.
Chegaram depois oito ou dez pessoas, que se reuniram numa outra sala com
Kardec, que respondia às suas perguntas. Um era chamado Príncipe, outro
chamavam de Duque, e os Espíritos chegaram em massa: havia mais de cem, dos
quais alguns tinham uma espécie de coroa de fogo. (P. 131)
69.
Pierre conta que chegou a presenciar um roubo: o ladrão era acolitado por dois
Espíritos; um o incitava a roubar, o outro o estimulava a resistir. Pierre
avisou o negociante e o roubo não aconteceu. (PP. 131 e 132)
70.
Como ele avisou o negociante? Pierre disse ter provocado no negociante um forte
espirro e ele desceu à loja para buscar a caixa de rapé, quando surpreendeu o
marginal. (P. 132)
71.
Mozart e Chopin se manifestam: o primeiro confirma que no mundo onde vive toda
a Natureza faz ouvir sons melodiosos. (P. 135)
72.
Chopin confirma ser uma pessoa sombria e triste, porque tinha empreendido uma
prova que não soube realizar bem e lhe faltava coragem para recomeçá-la. (P.
136)
73.
Chopin diz que na erraticidade há legiões de executantes que tocam suas
composições com mil vezes mais arte do que qualquer músico da Terra. São
músicos completos. O instrumento de que se servem é a própria garganta,
auxiliados por instrumentos, espécies de órgãos, de uma precisão e de uma
melodia que não podemos compreender. (P. 136)
74.
Kardec pediu a Mozart, e este explicou: Há mundos particularmente destinados
aos seres errantes, mundos que eles podem habitar temporariamente, espécies de
bivaques, de campos de repouso. (P. 137)
75.
Santo Agostinho confirmou a informação e disse que os Espíritos progridem
enquanto estacionam nesses mundos intermediários. (P. 138)
76.
O Sr. R., antigo ministro-residente dos Estados Unidos junto ao rei de Nápoles,
informou a Kardec ter conhecido na Inglaterra um médium vidente que notava nas
aparições de vivos um rastro luminoso que partia do peito, através do espaço, e
terminava no corpo físico. (P. 140)
77.
Se eu fosse sacerdote – diz Kardec – e quisesse provar que há em nós algo mais
que o corpo, demonstrá-lo-ia de maneira irrecusável pelos fenômenos do
sonambulismo natural ou artificial. (P. 146)
78.
Kardec conta ter feito durante 35 anos (portanto, desde os 20 anos de idade)
estudos especiais sobre o sonambulismo e, assim, podia afirmar que o médium é
dotado de uma faculdade particular, que não se pode confundir com o
sonambúlico, e que a completa independência de seu pensamento é provada por
fatos da maior evidência, para quem os observe com imparcialidade. (P. 146)
Respostas às
questões propostas
A. Os Espíritos têm
sexo?
Não.
Os Espíritos encarnam como homens ou mulheres, porque não têm sexo. Mas cada
sexo lhes impõe provas e deveres especiais. (Revista Espírita, p. 121.)
B. Como um Espírito
descreveu Kardec trabalhando em seu escritório?
Ele
disse ter visto Kardec sozinho no escritório, rodeado, todavia, por cerca de
vinte Espíritos. Dois ou três sopravam aquilo que ele escrevia e davam a
impressão de ouvir a opinião dos outros. Mas Kardec acreditava que as ideias
lhe eram próprias. (Obra citada, p. 131.)
C. Há músicos na
vida espiritual?
Sim.
O Espírito de Chopin diz que há, na erraticidade, legiões de executantes que
tocam suas composições com mil vezes mais arte do que qualquer músico da Terra.
São músicos completos. O instrumento de que se servem é a própria garganta,
auxiliados por instrumentos, espécies de órgãos, de uma precisão e de uma
melodia que não podemos compreender. (Obra citada, p. 136.)
D. Quando na Revista Espírita foi mencionada pela
primeira vez a informação acerca do rastro luminoso visto nas aparições de
vivos?
Foi
em 1859. A informação foi dada a Kardec pelo Sr. R..., antigo
ministro-residente dos Estados Unidos junto ao rei de Nápoles, o qual disse ter
conhecido na Inglaterra um médium vidente que notava nas aparições de vivos um
rastro luminoso, que partia do peito, através do espaço, e terminava no corpo
físico. (Obra citada, p. 140.)
Observação:
Para acessar a Parte 2 parte deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/04/blog-post_13.html
Como consultar as matérias deste blog? Se você não
conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário