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segunda-feira, 25 de abril de 2022

 



Trilhas da Libertação

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 9

 

Prosseguimos neste espaço o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995. Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

65. Onde se radicam as causas dos males que desabam sobre os seres humanos?

Na raiz desses males estão presentes o egoísmo, a presunção e a ignorância das Leis que regem a vida. Prepotentes e rebeldes, porque estagiam nos níveis primários do pensamento e nos patamares sombrios da consciência, os indivíduos dão preferência a direitos que lhes não são devidos, em razão dos deveres que não atendem ou sequer reconhecem como possuindo algum valor. Permitindo-se todas as extravagâncias e concessões, revoltam-se quando contrariados ou surpreendidos pela morte, que não os aniquila, mas os reúne em grupos afins, onde prosseguem em suas vãs tentativas de dominação e poder. Sendo o mundo físico pálido reflexo do espiritual, as ocorrências de um refletem-se no outro com a mesma intensidade, em inevitável intercâmbio de ações e reações. (Trilhas da Libertação. Cilada Perversa, pp. 179 e 180.)

66. Qual é grande desafio da evolução?

O grande desafio da evolução é a forma de enfrentar as dificuldades e superá-las. As provas não existem para nos abater, mas para serem superadas e assimiladas. Uns recuam e fogem da luta. Outros resistem e as enfrentam sem nenhum temor. (Obra citada. Cilada Perversa, pp. 183 e 184.)

67. Quais eram as causas das aflições e conflitos que acometiam com frequência o médium Francisco? 

As causas radicavam-se no passado. Francisco procedia de reencarnações malogradas, especialmente no campo da fé religiosa, onde mais de uma vez se comprometera gravemente. Certa vez, no passado, passando como pastor, vinculado ao clero romano, entregara-se a lamentáveis práticas da luxúria e da sensualidade, vivendo largo período de permissividade e hipocrisia. Utilizando-se da religião, disfarçava as paixões inferiores na sotaina, enquanto explorava moçoilas ingênuas e viúvas angustiadas, que abandonava com indiferença, após saciados os caprichos servis. Denunciado várias vezes, conseguia, a peso de ouro, prosseguir na carreira infeliz, transferido de uma para outra paróquia, onde dava continuidade às práticas perversas e imorais. Ao desencarnar, na meia-idade, reencontrou várias de suas vítimas que o aguardavam entre ódios e promessas de vingança. Reencarnando, por interferência de abnegado Mentor, volveu ao clero, para reparar e elevar-se, não conseguindo o êxito que dele se esperava, porquanto, insensato, deu curso outra vez aos disparates morais, aumentando ainda mais a carga de aflições que o futuro lhe deveria cobrar. (Obra citada. Vidas em Perigo, pp. 185 a 187.)

68. Que aconteceu a Francisco no mundo espiritual depois de seu novo fracasso como membro do clero?

Largo foi o seu trânsito no mundo espiritual, entre remorsos sinceros e dores acerbas, até que nova oportunidade lhe foi concedida, através da faculdade mediúnica, cujo objetivo era ensejar-lhe o apaziguamento com muitos daqueles a quem prejudicara e que não conseguiram perdoá-lo. Graças à conduta irregular na área sexual, que o corrompera antes, renasceu com dificuldades e limites genésicos, que respondiam pelos tormentos atuais. Frequentemente, ao adormecer, assomavam do seu inconsciente profundo as cenas do passado, as quais lhe produziam pesadelos cruéis que o atormentavam, levando-o a reviver o clima de morbidez que o intoxicara antes. Nesses dias, as aflições tornavam-se-lhe ásperas, levando-o à depressão, à insegurança, ao sofrimento. Naturalmente, cultivando esses sentimentos, sintonizava com os adversários, experimentando angústias de alto porte. (Obra citada. Vidas em Perigo, pp. 187 e 188.)

69. Podemos afirmar que na raiz de todo problema encontramos a presença do passado?

Sim. Foram essas as palavras do dirigente da Casa Espírita, Sr. Almiro, a quem Francisco expôs todo o drama que o acometia. Depois de deixá-lo exteriorizar as aflições, o dirigente, devidamente inspirado pelo Mentor do Grupo, elucidou: “Na raiz de todo problema encontramos a presença do passado. No ontem situam-se as causas, como sabemos, positivas ou perturbadoras da nossa caminhada no rumo do progresso. Equivocados e renitentes, os devedores nos apresentamos jungidos à canga dos débitos que a imprevidência e a presunção nos levaram a contrair. Particularmente, na área dos conflitos sexuais, assim como da insegurança pessoal com todo o seu séquito de tormentos, enfrentamos o ressumar da intemperança e dos abusos de vária ordem, que volvem do pretérito espiritual. O apóstolo Paulo, escrevendo aos gálatas, refere que ‘Tudo o que o homem semear, isso também ceifará’, demonstrando a excelência da Justiça Divina. Daí resulta que a existência física é uma oportunidade feliz de recomposição, em que o endividado se reedifica interiormente mediante o aproveitamento das horas. Aqueles que se consideram estigmatizados por esta ou aquela limitação sexual, estão sob a disciplina retificadora dos excessos que antes se exigiram, impondo-se-lhes a necessidade de recuperação do equilíbrio”. (Obra citada. Vidas em Perigo, pp. 188 a 191.)

70. Dentre todas as paixões, quais delas constituem nosso maior verdugo?

São os apetites sexuais o mais terrível verdugo da criatura humana. O plasma psíquico do sexo da pessoa cobiçada atormenta o inquieto e inconsequente, levando-o à desarmonia e à loucura. Somente a decisão forte e consciente para a libertação rompe esse círculo apertado de desejo e insatisfação, de gozo e sede. (Obra citada. Vidas em Perigo, pp. 192 a 194.)

71. É certo dizer que os médiuns não são criaturas especiais, mas, em verdade, Espíritos muito comprometidos por seus atos no passado?

Sim, é verdade. Respondendo a uma pergunta de Manoel P. de Miranda, o mentor espiritual explicou: “Não são os médiuns, conforme sabemos, criaturas especiais, destinados à galeria espiritual dos eleitos, como seres venerandos. Normalmente são Espíritos muito comprometidos que dispõem das faculdades medianímicas para mais servir, reequilibrando o psiquismo desarmonizado ao impacto das ações incorretas. Vitimados pela consciência culpada, experimentam os conflitos que defluem das atitudes exorbitantes que se permitiram”. A faculdade propicia-lhes ajudar aqueles a quem ofenderam e se demoram em aflição, assim como a socorrer indiscriminadamente a todos que necessitem de disciplina corretora. (Obra citada. Ocorrência Grave, pp. 195 e 196.)

72. Qual é o verdadeiro direcionador do nosso destino?

O excelente direcionador do destino é o livre-arbítrio. Quando a opção tomada pelo indivíduo é correta, acelera a marcha, e quando é equivocada retarda-a, aprendendo, pela metodologia da reeducação, a discernir o que deve fazer e como realizá-lo, passando a agir com acerto. Contudo, quando gera dificuldades para si mesmo, sofrendo-as com resignação e amor, elas se tornam elementos vitais para a libertação do indivíduo. (Obra citada. Ocorrência Grave, pp. 198 a 200.)

 

 

Observação:

Para acessar a parte 8 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui:  https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/04/blog-post_18.html

 

 

 

 

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