A Vida no Outro Mundo
Cairbar Schutel
Parte 14
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP).
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Este estudo será publicado neste blog
sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. A dificuldade de abandonar hábitos
enraizados tem também reflexos na adaptação do Espírito em sua chegada ao mundo
espiritual?
B. Existem hospitais no mundo
espiritual?
C. Os Espíritos recém-desencarnados se
alimentam?
Texto para
leitura
168. Toda transformação ocasiona uma
perturbação; uma simples mudança, seja de uma cidade para outra, seja
unicamente de residência, não deixa de causar uma desorganização psíquica que
só cessa com a adaptação ao novo meio. A personalidade não mudou, nada perdeu,
continua a ser a mesma, mas sofreu a desagregação do meio em que se achava e
lutou para se acostumar e poder agir no meio para onde se transferiu. Naturalmente, nesses trâmites por que passou,
a pessoa teve contrariedades e sofreu. (A
Vida no Outro Mundo – Cap. XIII – Perturbação da Morte.)
169. Pensemos agora na transição
provocada pela morte e façamos uma ideia em relação incomparavelmente superior
às insignificantes mudanças – seja de residência, seja de cidade ou de país.
Acrescente-se ainda a desagregação do corpo físico e poder-se-á ter uma ideia
do que seja a perturbação da morte: 1º) mudança de meio; 2º) mudança de
condições de vida; 3º) mudança de meio de ação. (Obra citada – Cap. XIII – Perturbação
da Morte.)
170. A individualidade, contudo, permanece,
como permaneceu a mesma individualidade durante todas as mudanças que fez – de
casa em casa; de cidade em cidade; de um para outro país. O homem é imperecível
nas trocas que faz de residência, nas suas transferências de um país para
outro. O Espírito, que é a individualidade permanente, é imortal na sua
transformação e passamento para o Outro Mundo, tendo unicamente o trabalho de
se adaptar a uma vida nova, muito diferente daquela vivida na Terra e ainda com
o acréscimo de não mais possuir um corpo denso, material, que "não
podia" dispensar para agir neste mundo, e lhe servia de instrumento para
desempenhar a tarefa que veio realizar, ou exercício do cargo que veio
desempenhar. (Obra citada – Cap. XIII – Perturbação da Morte.)
171. Todos sabem, perfeitamente, como
é difícil abandonar hábitos enraizados, e a morte vem suprimir, de uma hora
para outra, os hábitos costumeiros, dando lugar à aquisição de outros costumes,
visto serem diferentes as condições do meio para o qual somos trasladados. Está
claro que tudo é relativo, e o progresso, em todas as coisas, age
gradativamente, sem saltos bruscos, de modo que, na outra esfera da vida,
teremos um complemento de vida, como meio de transição para um estado melhor,
assim como certamente haverá uma esfera de seguimento à fase física do
indivíduo, para que ele se adapte à Vida Superior sem uma transição brusca. (Obra
citada – Cap. XIII – Perturbação da Morte.)
172. Por isso, o Mundo Espiritual é
provido de meios que fornecem à vida de além-túmulo as condições indispensáveis
para a transição. Por exemplo, dizem as entidades do Espaço que lá existem
hospitais onde são tratados aqueles que passam por longa enfermidade, os quais,
por suas condições de atraso, não percebem o Mundo dos Espíritos em sua
realidade. Aí são curados, e, depois, instruídos sobre a nova situação até que
se adaptem ao meio em que se acham. (Obra citada – Cap. XIII – Perturbação da
Morte.)
173. Os Espíritos dos que morrem
quando crianças são acolhidos carinhosamente por missionários, que se dedicam a
essa tarefa, e são igualmente instruídos até que se lhes desponte a consciência
integral e desapareça deles o traço infantil gravado na "consciência pessoal".
(Obra citada – Cap. XIII – Perturbação da Morte.)
174. Assim também sucede com a
alimentação. Aos entes muito materializados, que chegam ao Mundo Espiritual sem
compreenderem a transformação por que passaram, e têm ainda sensação de fome e
sede, lhes são ministrados alimentos em instalações especiais, até que,
adaptados ao meio em que iniciaram a nova vida, compreendam que não têm mais
necessidades desses alimentos, que julgavam necessários para sua manutenção.
Naturalmente, os alimentos assemelham-se muito aos que lhes eram usuais na
Terra, mas são feitos de matéria peculiar ao Mundo dos Espíritos e de acordo
com o corpo fluídico, ou seja, o organismo perispiritual de cada um. (Obra
citada – Cap. XIII – Perturbação da Morte.)
175. Não podíamos deixar de narrar
todas essas particularidades do Mundo Espiritual, que não deixam de ser
lógicas, de acordo com a lei da evolução, que não admite bruscas transições e
que proporciona, sempre, períodos intermediários para suavizar as mudanças que
ocasionam grande abalo, e maior perturbação ainda ocasionariam, se fossem
excluídos os meios precisos para essas transições. (Obra citada – Cap. XIII –
Perturbação da Morte.)
176. Isso demonstra que o Mundo
Espiritual não é uma concepção abstrata, uma miragem, um vácuo inconcebível,
sem sanção da inteligência, mas, sim, um meio concreto, onde se encontram as
condições indispensáveis para as adaptações e o progresso do Espírito. Já
havíamos recebido essas revelações há muitos anos; contudo, tínhamo-las
conservado como lição de caráter puramente familiar, e sujeita, portanto, à
observação, pois é sabido que as revelações da Verdade têm caráter coletivo;
se, de fato, a nossa procedesse dessa fonte, outros também recebê-la-iam em
todo o mundo. Se isso acontecesse, julgaríamos essas revelações transcendentais
realmente dignas de atenção e até de experimentações novas, com outros médiuns,
para sua melhor confirmação. (Obra citada – Cap. XIII – Perturbação da Morte.)
177. Com efeito, em diversas obras
inglesas, norte-americanas e francesas, vemos, hoje, a reprodução detalhada
dessas mensagens! O Plano Espiritual desenterra o oculto e concorre para que
conheçamos o futuro que nos espera, assim como nos dá a conhecer, desde já, em
que consiste a outra vida e quais os meios facultados, nessas regiões, aos
entes que nos são caros, para a aquisição de uma felicidade duradoura e de um
progresso crescente para a Luz e a Verdade. (Obra citada – Cap. XIII –
Perturbação da Morte.)
178. Com estes dados, mal apanhados
pela imperfeição dos nossos sentidos, dados fornecidos pelos Espíritos que
habitam o Além e passaram, mais ou menos, por essas peripécias, podemos, hoje,
fazer uma ideia mais aproximada das condições desse Outro Mundo e em que
consiste a perturbação da morte e os meios aplicados para suavizá-la. Com a
leitura das obras espíritas, especialmente “O Céu e o Inferno”, de Allan
Kardec, e “A Crise da Morte”, de Ernesto Bozzano, muito se aprende sobre a
perturbação que ocasiona a passagem de uma a outra vida. (Obra citada – Cap.
XIII – Perturbação da Morte.)
Respostas às
questões preliminares
A. A dificuldade de abandonar hábitos enraizados tem reflexos
na adaptação do Espírito em sua chegada ao mundo espiritual?
Sim. Todos sabem como é difícil
abandonar hábitos enraizados. Ora, a morte vem suprimir, de uma hora para
outra, os hábitos costumeiros, dando lugar à aquisição de outros costumes,
visto serem diferentes as condições do meio para o qual o indivíduo é
trasladado após a morte corpórea. Esse fato concorre para a dificuldade de
adaptação do Espírito desencarnado ao meio em que passa a viver. (A Vida no Outro Mundo – Cap. XIII –
Perturbação da Morte.)
B. Existem hospitais no mundo espiritual?
Evidentemente. Dizem as entidades do
Espaço que lá existem hospitais onde são tratados aqueles que passam por longa
enfermidade, os quais, por suas condições de atraso, não percebem o Mundo dos
Espíritos em sua realidade. Aí eles são curados e, depois, instruídos sobre a
nova situação até que se adaptem ao meio em que se acham. (Obra citada – Cap.
XIII – Perturbação da Morte.)
C. Os Espíritos recém-desencarnados se alimentam?
Sim. Aos entes muito materializados,
que chegam ao Mundo Espiritual sem compreenderem a transformação por que
passaram, e têm ainda sensação de fome e sede, lhes são ministrados alimentos
em instalações especiais, até que, adaptados ao meio em que iniciaram a nova
vida, compreendam que não têm mais necessidades desses alimentos, que julgavam necessários
para sua manutenção. Naturalmente, os alimentos assemelham-se muito aos que
lhes eram usuais na Terra, mas são feitos de matéria peculiar ao Mundo dos
Espíritos e de acordo com o corpo fluídico, ou seja, o organismo perispiritual
de cada um. (Obra citada – Cap. XIII – Perturbação da Morte.)
Observação:
Para acessar a Parte 13 deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/04/blog-post_22.html
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