Trilhas da
Libertação
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 12
Prosseguimos neste espaço o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995. Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.
Eis as questões de hoje:
89. Havia muita perturbação espiritual no recinto em que a
menina Rosaly seria atendida e, além disso, suas dores eram intensas. Como o
ambiente no local de repente se modificou?
Tudo se modificou
graças à força da prece. Tomado de compaixão, dr. Carneiro transmitiu breve
instrução ao dr. Hermann e se acercou da mãezinha da enferma, a quem inspirou
fizesse uma oração. A senhora, comovida, levantou-se e pediu: “Oremos a Deus em
favor da minha filhinha”. A prece sensibilizou a todos os presentes, que se
recolheram também em oração. Lentamente o ambiente passou a ser visitado por
vibrações de harmonia, que começaram a esbater as sombras dominantes. O amigo
Ernesto, mentor do médium, utilizando-se da mudança mental dos presentes,
exortou a Deus suas bênçãos e suplicou permissão para minorar as dores da
menina, suavizar o seu sofrimento e confortar os pais. Ao silenciar,
emocionado, pairavam outras vibrações no recinto. (Trilhas da Libertação. Últimas Advertências, pp. 242 a 244.)
90. É correto afirmar que o triunfo do mal somente é possível
quando com ele as pessoas sintonizam?
Sim. Foi isso que o
dr. Hermann (Espírito) disse à esposa do médium Davi. Ele lhe lembrou que é
possível, sim, modificar os programas maléficos em desdobramento, através de
radical transformação interior e alteração de conduta. “Colhem-se os frutos,
doces ou amargos, das árvores que se plantam. O triunfo do mal somente é
possível quando com ele as pessoas sintonizam, negando-se ao bem que podem e
devem realizar”, acrescentou o médico. “Os servidores do Bem – concluiu o amigo
espiritual – não necessitam empanturrar-se das coisas transitórias que deixarão
com a morte, mas, sim, devem amealhar as moedas morais da coragem, da
abnegação, da confiança em Deus, do amor, com que jamais lhes faltará na Terra
e fora dela o necessário para serem felizes. O mais são engodo, fuga alucinada,
abandono da realidade, sob os vapores da fantasia que os deixam nas horas
decisivas, quando perceberão as mãos vazias...” (Obra citada. Últimas
Advertências, pp. 245 e 246.)
91. É correto dizer que a morte não modifica a ninguém,
apenas nos transfere a outra dimensão?
Sim. Os fatos
demonstram que o fenômeno da morte, ao libertar o Espírito das amarras carnais,
apenas o transfere de uma para outra dimensão, preservando-lhe os valores,
positivos ou negativos, com os quais se houve no mundo. (Obra citada. Noite de
Angústias, pp. 249 a 251.)
92. Que ocorre então ao Espírito cuja conduta na derradeira
existência não primou pela correção e pela honestidade?
Deparando-se com a
própria realidade, ele permanece errático, associando-se a outros com os quais
se afina, formando assim, qual ocorre entre os homens, hordas e legiões
perniciosas. Quando algum deles se dá conta da própria situação, caindo em si e
decidindo pela mudança de comportamento, Benfeitores diligentes que o assistem,
sem que o saiba, acorrem a auxiliá-lo, recambiando-o para outro campo
vibratório no qual se reeduca, reconsidera atitudes e reprograma o futuro.
Permanecendo na rebeldia, na insensatez, na ociosidade, além de perturbar-se em
longo curso, torna-se vítima de sicários mais impenitentes que o exploram e o
utilizam para fins hediondos, até o momento em que luz a divina misericórdia e
a expiação o reconduz ao processo reencarnatório, que o irá depurar. (Obra
citada. Noite de Angústias, pp. 249 a 251.)
93. Embora o livre-arbítrio seja apanágio do Espírito, há
momentos em que, para evitar um mal maior, pode ser ele cerceado?
Sim. Pelo menos é o
que se deu no caso de Estefânio, o hábil mistificador, que enganou o médium
Davi. Ao se ver descoberto, ele começou a exigir: “Libertem-me. Sou peixe miúdo
na sua rede. Não tenho valor. Apenas cumpro meu dever, obedecendo ordens
superiores, poupando-me problemas”. Muito calmo, Fernando lhe respondeu: “Bem o
sabemos. Conhecemos pessoalmente a organização a que você pertence e temos
interesse em contatar com os seus chefes, especialmente com o Soberano”. E, em
seguida, acrescentou: “Mesmo que o nosso Davi resvale na alucinação que
vitaliza, e para a qual o amigo contribuiu, não mais lhe terá acesso à
hospedagem mental nem acompanhará o desenrolar dos acontecimentos em pauta.
Momento chega, no qual cessa o livre-arbítrio individual e se expressa a Lei.
Toda liberdade tem limite e este é a fronteira do direito, da alheia liberdade,
sem o que se abrem os fossos da libertinagem, do desvario. Você e os nossos
irmãos, seus servidores, ficarão aqui detidos, para posterior remoção, no
momento hábil”. (Obra citada. Noite de Angústias, pp. 251 a 253.)
94. Por que o médium Davi envolveu-se numa briga que, no
final, acabou levando-o à morte?
Ele participava de
um leilão em um elegante clube e, em dado momento, se interessou por uma peça
antiga que decidiu adquirir. Um oponente dispôs-se a competir com ele. O preço
tornou-se muito alto, mas Davi acabou arrematando o objeto, com júbilo e
estardalhaço. Revoltado, o opositor explodiu com referências acusatórias: “O
seu dinheiro é ganho pelo dr. Hermann, e, portanto, em grande quantidade, como
charlatão e explorador da credulidade e da ignorância generalizada. Eu, não.
Ganho e vivo do meu trabalho”. Gargalhadas ressoaram no recinto. Sacudido pela
acusação intempestiva, Davi avançou, irado, e atirou-se contra o adversário,
engalfinhando-se os dois em luta vulgar, até que alguns presentes e empregados
da Casa os separaram, diante do constrangimento de todos. (Obra citada. Noite
de Angústias, pp. 257 e 258.)
95. Se a briga havia terminado, que fato levou Davi à morte?
Ambos continuavam no
clube, onde a festa teria continuidade, mas Davi encontrava-se possesso pelo
ódio, semi-incorporado por seu adversário desencarnado que, técnico em
obsessão, seguia dominando os painéis mentais do sensitivo, que não tinha o
menor controle sobre os próprios atos. Subitamente, acionado por um comparsa do
obsessor, o oponente de Davi levantou-se e, aproximando-se da mesa em que ele
se encontrava, golpeou-lhe a face. Davi ergueu-se e sacou da arma. O impacto da
cólera, no entanto, foi de tal natureza, e o choque tão terrível, que, antes de
acionar o gatilho, Davi levou a mão ao peito, deu um grito e tombou fulminado
por violento e brutal enfarte do miocárdio, sobrevindo-lhe, momentos depois, a
morte corpórea. (Obra citada. Noite de Angústias, pp. 258 e 259.)
96. Quem era o inimigo desencarnado de Davi que tivera
participação direta na briga e, portanto, na sua morte?
Seu nome quando
nasceu na Sibéria, no longínquo século XIV, fora Tuqtamich. Descendente de
Gengis Khan, foi senhor absoluto da região de Qiptchaq, quando recebeu apoio de
Timur Lang e devastou a Rússia. Posteriormente, seu aliado inimizou-se com ele
e o venceu, arrasando o seu reino e espoliando-o terrivelmente. Havendo
desencarnado em desgraça, por volta de 1406, sua impiedade competia com a dos
adversários, cada qual mais cruento e sanguinário. Quando da eleição do
Soberano das Trevas, fez parte do séquito que o apresentou, passando depois à
condição de ministro do seu reino de vandalismo espiritual. (Obra citada. Novos
Rumos, pp. 260 a 262.)
Observação:
Para acessar a parte 11 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/05/blog-post_09.html
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