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segunda-feira, 3 de abril de 2023

 


Sexo e Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 15

 

Damos sequência neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Sexo e Obsessão, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada originalmente em 2002.

Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

99. Concluídas as recomendações feitas por Marie-Eléonore, que resultados daí resultaram?

Quando Maria-Eléonore silenciou, aqueles que haviam ouvido as recomendações especiais e que foram convocados ao recomeço apresentavam diferentes emoções, que se lhes estampavam nos rostos emocionados. Relutante e enfraquecido, o antigo marquês transformara-se, tornando-se, repentinamente, fragilizado e temeroso. Todos os conflitos que lhe dormiam no íntimo vieram-lhe à face e apresentavam-se em forma de pavor e angústia, evocando, sem dúvida, as atrocidades cometidas em ambas as esferas da Vida, que deveria então começar a enfrentar sem disfarces nem cinismo. (Sexo e Obsessão, capítulo 17: Libertação e felicidade.)

100. De acordo com os ensinos espíritas, ninguém foge de si mesmo. Por quê?

A explicação foi dada pelo mentor Anacleto. Estamos sempre diante da própria consciência, que registra todos os pensamentos e ações de que somos objeto, responsável pelas nossas construções morais e espirituais. Durante muito tempo ela pode permanecer adormecida e seus conteúdos bloqueados pela conduta extravagante ou pela inspiração perturbadora que desvia os indivíduos da trajetória que devem seguir. No entanto, basta um toque de amor, e todo um mecanismo semelhante às sinapses neuroniais desencadeia sucessivas reações que trazem à tona tudo quanto se encontra aparentemente morto ou desconhecido. Esses impulsos liberam fixações e atitudes transatas, que ora volvem a exigir conduta reparadora, quando são negativos, ou estímulos novos para a ampliação do quadro de valores, quando positivos. É por isso que se diz que ninguém foge de si mesmo. “Deus habita a consciência do ser humano e Suas Leis aí estão exaradas com todas as exigências de que se fazem portadoras”, acrescentou o Instrutor espiritual. (Obra citada, capítulo 18: Os labores prosseguem.)

101. Por que nos faz mal o ódio que nasce do ressentimento e da necessidade de vingança?

Em sua fala ao Espírito ainda atormentado de Rosa Keller, madre Clara de Jesus explicou que o ódio nascido em tais condições, herança vigorosa do barbarismo que ainda predomina na natureza humana, nutre-se dos seus próprios fluidos e termina por consumir aquele que o vitaliza. Quando, porém, recebe os impulsos da compaixão, diluem-se as teceduras de que se constitui, alterando a vibração morbígena e cedendo, por fim, espaço à comiseração, à ternura, à fraternidade. É por isso que é muito bom o perdão, tanto para quem é perdoado quanto para quem perdoa. (Obra citada, capítulo 18: Os labores prosseguem.)

102. É certo afirmar que a morte não libera os indivíduos envolvidos nos vícios e nas fixações tóxicas?

Sim. É exatamente isso que Dr. Bezerra de Menezes disse ao marquês de Sade: “Como você não ignora, toda treva densa é apenas resultado da luz ausente que, em chegando, altera por completo a paisagem de horror concedendo-lhe beleza e claridade. O ontem são as sombras pesadas da embriaguez dos sentidos e da loucura que trazias desde priscas eras, que estouraram em violência vulcânica naqueles dias, gerando maior soma de sofrimentos para o futuro. Em decorrência dos vícios e das fixações tóxicas, a morte não libera aqueles que se devotam às baixas vibrações, antes os encaminha para regiões equivalentes onde dão curso aos seus apetites insaciáveis e mórbidos”. (Obra citada, capítulo 18: Os labores prosseguem.)

103. Em que condições o marquês de Sade deveria reencarnar?

Segundo Dr. Bezerra Menezes, o marquês chegaria à nova existência corpórea com as vestes carnais assinaladas pelos distúrbios longamente vivenciados. A idiotia, a paralisia, a deformidade da face seriam os recursos prodigalizados pela Misericórdia Divina para o ocultarem dos inimigos que o não deixariam viver no corpo. É que, assim disfarçado, a providência dificultaria que seus cobradores o alcançassem para vingar-se. (Obra citada, capítulo 18: Os labores prosseguem.)

104. Em casos como o do marquês de Sade a mudança de conduta mental é realmente mais difícil?

Sim. Os longos anos de perversa distância dos valores éticos, da dignidade humana, do respeito pela vida e por todos os seus elementos constitutivos fizeram dele um odiento e singular espécime, que somente vivia em função das baixas sensações a que se entregara desde há muito. Não era, portanto, fácil a mudança de conduta mental e de aceitação emocional. Seria necessário muito tempo para que a conjuntura mental se alterasse e uma visão nova se lhe assenhoreasse da mente e da emoção. (Obra citada, capítulo 18: Os labores prosseguem.)

105. Quais seriam as ferramentas a utilizar no processo de regeneração de Madame X, então reencarnada como padre Mauro?

Foi-lhe dito que estavam sendo tomadas providências, a fim de que pudesse Madame X superar o desgaste e os transtornos psicológicos disso decorrentes, em clínica especializada, que o senhor Bispo contrataria, após o que, transferido de cidade para uma região carente e menos populosa, pudesse padre Mauro (Madame X) recomeçar a existência e transformar-se em benfeitor da comunidade. Seus exemplos constituiriam uma bênção para os pobres e desafortunados, que veriam, então, no seu testemunho de jovem voltado para o Bem, uma emulação para a vivência da caridade e do amor, seguindo Jesus na sua condição de modelo e guia da Humanidade. (Obra citada, capítulo 18: Os labores prosseguem.) 

 

 

Observação:

Para acessar a parte 14 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui:  https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/02/blog-post_20.html

 

  

 

 

 

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