CÍNTHIA
CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
Se
dois corpos não podem habitar o mesmo lugar, se, então, houver a frustração ou
o arrependimento não haverá espaço para a esperança ou o otimismo ou a
realização. Na vida, há que se escolher um caminho ou outro, há que se escolher
em ser livre e poder seguir ou estar preso em ocorrências passadas e não
aceitas ainda. Não se muda a palavra dita, não se altera nada do que aconteceu,
mas pode-se modificar toda maneira de sentir a partir da compreensão do que se
experienciou e, assim, aceitar o aprendizado.
Há
inumeráveis situações presenciadas que pensamos que poderiam ser melhores,
diferentes, porém nós as vemos apenas por um ângulo e tempo. Uma ocasião atual
é, por enquanto, o resultado de milhares ocasiões anteriores. O tempo liga a
vida a todas as suas consciências. E um fato devemos compreender quanto antes:
cada existência é um incomparável presente ao espírito.
Então,
que o julgamento não seja mais um morador assíduo, mas um breve inquilino em
nosso coração, pois não importa o que ocorreu, mas tudo o que pode ser. Essa
reflexão serve perfeitamente para a autoanálise e para a análise alheia. Somos
todos caminhantes no Universo, somos espíritos ‒
centelhas divinas ‒ em busca do desenvolvimento e
manutenção da própria luminosidade e, consequentemente, da coletiva.
A
energia que se desperdiça quando se julga é maior e mais fatigante em
comparação com a energia utilizada para desejar o bem e compreender. E a
bondade é tão maravilhosa que não se despende para realizá-la somente se
enriquece com a sua realização.
E
o horizonte à frente é mais vivo, harmonioso e feliz, pois podemos ser a nossa
melhor versão sempre.
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