Darwin retifica sua teoria no além

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com 

 

Estive conversando com Darwin.

Isso mesmo que você entendeu, alma amiga, o espírito de Charles Robert Darwin conversou comigo sobre alguns reparos que fez na sua "teoria da evolução" em inesquecível comunicação mediúnica.

Disse-me, chorando, que se tivesse lido O Livro dos Espíritos (LE) e as demais obras da codificação espírita publicadas por Allan Kardec, como fez Alfred Russel Wallace, jamais teria dado a entender que o evolucionismo de sua teoria se contrapõe ao "criacionismo divino", pois Deus, “inteligência suprema”, jamais cessa de criar e recriar mundos, estrelas, galáxias e individualidades. Espiritualista, Wallace acreditava que a mente humana, muito mais complexa do que a dos animais, comprovava a diferença entre nós e os animais, conforme consta nas obras espíritas, em especial as citadas acima. E estava certo!

Agora, Darwin quer retratar-se com Deus e a Terra, em relação a cada ponto decorrente de sua "descoberta", reconhecendo ser sua teoria inferior à de Wallace, que sabiamente associou-a à revelação dos mensageiros espirituais.

Eis o que Charles constatou, tão logo desencarnou:

 

1. Em relação à sua afirmação de que "todos os seres vivos remontam uns dos outros até a mais remota origem da vida na Terra", viu que não é bem assim...

O corpo humano iniciou sua evolução dos australopitecos, há cerca de 3,5 milhões de anos até alcançar a configuração do homo sapiens, há 200 ou 300 mil anos. O ser humano, ao longo de muitos séculos, evoluiu em sua natureza animal, mas se “Pelo corpo, o homem participa da natureza dos animais e de seus instintos, por sua alma, participa da natureza dos espíritos" (LE, questão 605). Para melhor entendimento, leia as questões 135, 592 e toda a q. 605 do LE).

2. Também dizia que "os seres vivos não foram criados independentes" e que "todos temos um ancestral comum". No espaço desmistificado do mundo espiritual, percebeu que essa ideia só é real no que diz respeito aos organismos físicos, mas no que tange à alma há considerável diferença, como se observa na q. 191 do LE, que evito reproduzir aqui para não lhe poupar o prazer de conferir ali. Atualmente, grande número de cientistas concluiu que o ancestral humano mais antigo, o australopiteco, não descende do macaco, como imaginam que Darwin imaginou.[1]

3. Constatou, então, que "a seleção natural, baseada na transmissão hereditária dos genes e favorecida pelo ambiente em que os organismos vivem", se aplica, exclusivamente, à evolução da matéria, pois há no Universo três elementos: Deus, espírito e matéria (q. 27 LE). O homem possui a mais que os demais seres da natureza a vontade e a inteligência superior, que lhe permitem transcender as limitações genéticas.

Isso ocorre em virtude de haver uma programação participativa, no mundo espiritual, pelo espírito humano, em relação ao novo corpo que tomará e que leva em conta o livre-arbítrio humano; entretanto, no que se refere aos animais, são os espíritos encarregados por Deus de seus destinos que determinam como se dará seu retorno à vida física, pois seu senso moral não está desenvolvido... (q. 597 e 599 do LE).

4. Por fim, Darwin percebeu que sua teoria, sem a revelação espírita, está incompleta, pois ele ignorou o princípio inteligente que rege a criação e a transformação espiritual da vida das criaturas, paralelamente ao desenvolvimento de seus organismos (q. 540 LE).

5.Então, Charles convenceu-se de que, ao se referir à evolução humana, desconsiderou sua principal origem: a espiritual. Imaginara ter explicado tudo apenas com base na evolução biológica dos corpos e, com isso, deu origem à falsa suposição sobre a inexistência de Deus e dos espíritos, que somos nós, seus filhos.

 

Concluindo, disse-me que, nos primórdios de nossa evolução, trabalhamos pela própria melhoria. Então o trabalho nos parece verdadeira expiação; porém, em estágio superior de evolução espiritual, obramos como auxiliares de Deus no aperfeiçoamento do universo que Ele cria e recria eternamente, mas a transformação depende de nós. Por isso, os Espíritos superiores não se cansam de nos lembrar: "Deus conta contigo"; "Deus está dentro de ti".

E Jesus confirma o que diz Davi:  "Vós sois deuses, e vós outros sois todos filhos do Altíssimo" (Salmo, 82:6 e João, 10:34). Ou seja, criados para a luz, como o Cristo, somos filhos de Deus. Quando a ciência aceitar isso, pelo próprio entendimento sobre a ciência do espírito, como ocorre com a ciência da matéria, haverá a “aliança entre a ciência e a religião”, como previu o grande missionário do Cristo: Allan Kardec, e Charles Darwin, agora no mundo espiritual, pôde constatar. [2]

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[1] Darwin nunca disse que o homem descende do macaco, mas sim que um e outro tiveram um ancestral comum. Confira: https://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/noticia/2019/02/12/erro-dizer-que-homem-descende-do-macaco-diz-biologo-sobre-teoria-da-evolucao-no-dia-de-darwin.ghtml

[2] Como o cronista Jorge Leite de Oliveira já explicou em nota publicada oportunamente, seu diálogo com Darwin, tanto quanto os supostos diálogos com Machado de Assis, trata-se de obra ficcional e como tal deve ser considerado.

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