A
liberdade dos abençoados dias
CÍNTHIA
CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
Não há valor maior do que a liberdade,
não para fazer o que quiser de maneira até irresponsável, mas para sentir o
coração em paz, a consciência tranquila e, mesmo só, sentir-se feliz ‒
um dos grandes objetivos do espírito. Quando se alcança esse nível de consciência,
então, encontrou-se também a felicidade. Há quem não seja capaz de ficar um
segundo sem uma companhia alheia, pois a voz interna, imprescindivelmente, não
poupa o seu próprio criador. A voz interna é a conexão com o Universo que tudo
conhece antes mesmo de existir, quem dera ações já vividas.
Nem ouro, nem posição, nada de caráter
terreno é possível negociar para alcançar a paz porque é característica
adquirida e também o que define o estágio do espírito, ou no momento terreno,
ou no plano real. Se não houver essa quietude particular, outras incalculáveis
situações não terão o seu valor. E tudo é tão perfeito que não depende de outro
ser para estar em paz visto que as próprias ações, palavras e sentimento é que
construirão essa paz ou desestruturarão o próprio coração. Tudo depende de cada
um.
A liberdade de ser realmente quem é,
voar para onde quer, pousar onde deseja, admirar o horizonte, dormir tranquilo
e também acordar assim, amar pessoas, apreciar a leitura de um livro escolhido,
de fazer uma oração, de olhar para o céu e admirar a sua grandeza, de sorrir
com a graciosidade das crianças e dos animais e com a beleza das flores, não
desanimar com os desafios, conversar horas sobre determinado assunto e viver
tantas ocasiões favoráveis só é possível quando há paz no coração.
Não há liberdade quando há
preocupação, mágoa, revolta, dor ou qualquer sentimento negativo, pois quando
se sente dessa forma o que mais acontece é a prisão com a outra pessoa e o
ocorrido, uma vez que situações sempre envolvem pessoas.
Há maravilhas a viver em todas as
horas do dia, mas o espírito necessita estar livre para percebê-las, ele
precisa estar sensível e poder ouvir-se. E quando for possível essa liberdade,
sem dúvida, o espírito se sentirá muito afortunado. A grande transformação não
vem do exterior, mas sempre da interiorização ‒ ligada ao todo.
O coração livre ama e vive com
tranquilidade, ampara e caminha com luz. Ele não sai a esmo buscando
equivocadamente o que já existe no interior, ele compreende que só tem
liberdade quem já conquistou a paz.
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