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sexta-feira, 1 de setembro de 2023

 



No Invisível

 

Léon Denis

 

Parte 32

 

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do clássico No Invisível, de Léon Denis, cujo título no original francês é Dans l'Invisible.

Nossa expectativa é que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.

Cada parte do estudo compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto indicado para leitura.

Este estudo é publicado sempre às sextas-feiras.

 

Questões preliminares

 

A. À época de Léon Denis, os Espíritos já indicavam a reforma da educação como solução para os males e perigos que ameaçavam a sociedade?

B. Para alguns notórios adversários da tese espírita, os médiuns seriam indivíduos tão somente histéricos e neuróticos. Que diz Léon Denis a respeito desse pensamento?

C. O Espírito do médium pode agir sobre seu próprio corpo adormecido com mais eficácia do que no estado de vigília?

 

Texto para leitura

 

856. De 1893 a 1901 tínhamos, no Grupo de Estudos Psíquicos de Tours, três senhoras, médiuns de transe, todas pertencentes à burguesia, e cujo concurso era absolutamente desinteressado. Relatórios estenográficos, que formam diversos volumes, permitem comparar os discursos pronunciados, as comunicações obtidas com o auxílio de suas faculdades, e comprovar, a muitos anos de distância, uma perfeita identidade de caráter e de opiniões em relação a cada um dos Espíritos que se comunicavam.

857. Logo que se produz a obscuridade, os médiuns sentem a influência magnética dos invisíveis. No primeiro grau do transe, estando ainda acordados, eles veem um grupo completo de Espíritos formar-se atrás dos experimentadores e descrevem as aparições; ouvem e transmitem as indicações, os pedidos desses Espíritos, e por sua linguagem, por certas particularidades da fisionomia ou da atitude, os assistentes facilmente reconhecem parentes e amigos falecidos. Dentro em pouco se acentua o transe, o médium adormece, a incorporação se verifica. Em nosso grupo o poder fluídico dos Espíritos-guia era suficiente para anular por completo a personalidade do sensitivo e evitar qualquer intervenção da subconsciência. Quando muito, pôde-se observar algumas vezes num dos sensitivos, a Sra. D., uma interferência de personalidades, quando o transe não era profundo.

858. Quase sempre as incorporações se sucedem. Desde que a possessão é completa, faz-se a luz, e depois, quando o Espírito se retira, torna-se a diminuí-la para facilitar a ação fluídica dos invisíveis e o ingresso de um novo manifestante. Cada médium serve habitualmente de órgão a três Espíritos diferentes, numa mesma sessão. Enquanto a incorporação se produz num dos médiuns, os outros descansam; algumas vezes as incorporações são simultâneas. Diálogos, discussões se travam então entre diversos Espíritos e o presidente do grupo. Essas conversações entre quatro pessoas, três das quais pertencem ao mundo dos Espíritos, são das que mais vivamente impressionam.

859. Em geral, são os Espíritos-guia que primeiro se manifestam, dando conselhos, instruções, repassadas de lógica e de grandeza, sobre os problemas da vida e do destino. Sucedem-se depois conversas com Espíritos menos elevados, alguns dos quais viveram entre nós e participaram dos nossos trabalhos. Cenas patéticas se produzem. É um pai, uma mãe, que vêm exortar seus filhos, presentes à reunião. São amigos de além-túmulo, que nos despertam recordações de infância, relembram serviços prestados, faltas cometidas. Descrevem suas condições de vida no Espaço, falam das alegrias e dos sofrimentos morais, experimentados depois da morte, consequências inevitáveis de sua conduta na Terra. Como lições vivas de coisas, palpitantes de colorido e movimento, essas expansões, essas confissões nos deixavam profundamente comovidos.

860. Muitas vezes se travaram discussões um tanto veementes entre Espíritos. Dois políticos célebres, adversários declarados na Terra, continuavam a hostilizar-se pela boca dos nossos médiuns, com arroubos oratórios, uma dialética cerrada, argumentos de tribuna e de pretório, um conjunto de ditos característicos e acerados que constituíam outras tantas provas de identidade. Um duelo de vontade, entre um de nossos Guias e um Espírito obsessor, ambos incorporados, atingia culminâncias verdadeiramente épicas. Essas cenas, de uma intensidade de vida e de expressão como se não pode ver em teatro algum, deixaram em nossa memória indeléveis recordações.

861. Dois Espíritos assumem mais particularmente a direção do grupo e se manifestam em todas as sessões: o Espírito Azul e Jerônimo. O Espírito Azul é uma entidade feminina de ordem assaz elevada. Quando anima o organismo da médium, pessoa tímida e de modesta instrução, as linhas do semblante adquirem uma expressão seráfica, a voz se torna extremamente doce e melodiosa, a linguagem reveste forma poética e irrepreensível. A cada um dos assistentes, por sua vez, dirige ela advertências, conselhos, relativos à sua conduta privada, os quais atestam, mesmo ao primeiro encontro, perfeito conhecimento do caráter e da vida íntima daqueles a quem são dirigidos.

862. Acontece frequentemente que pessoas vindas pela primeira vez às nossas reuniões, e desconhecidas da médium, recebiam conselhos, palavras de animação ou de censura, apropriadas a seu estado moral e a seus mais secretos pensamentos. Essas advertências, obscuras para os outros ouvintes, eram sempre claras e positivas para os interessados. E não era um dos menores atrativos de tais manifestações essa arte que empregava o Espírito Azul em falar, diante de todos, as coisas íntimas e ocultas, de modo a evitar qualquer indiscrição, tornando-se perfeitamente claro para a pessoa alvejada.

863. A solicitude e a proteção do Espírito Azul se estendiam a todos os membros do grupo e se patentearam muitas vezes no domínio dos fatos. Vários dentre nós, premidos por sérias dificuldades, conseguimos vencê-las, graças à ação providencial desse Espírito, que, nos casos mais melindrosos e no momento oportuno, sabia fazer surgir um socorro, provocar uma intervenção inesperada. Suas instruções se referem geralmente à família e à educação das crianças. O periódico La Tribune Psychique, de março de 1900, reproduziu uma dessas comunicações, que resume em termos elevados o método do nosso guia. O Espírito Azul vê, numa profunda reforma da educação da infância e da mocidade, o verdadeiro remédio aos males do presente e aos perigos que ameaçam a sociedade moderna.

864. Jerônimo se comunica pela mesma médium; mas o contraste entre os dois Espíritos é flagrante. Jerônimo, que foi um apóstolo e um mártir, conservou-se orador e combatente; sua palavra é vibrante, seu gesto amplo e dominador. Exprime-se por períodos incisivos, em termos escolhidos. Sua energia é tal que esgota rapidamente o sensitivo, de sorte que nem sempre pode terminar os seus discursos, por falta de força fluídica. Ele dirige mais especialmente os estudos filosóficos do grupo. Numerosas existências, passadas no silêncio dos claustros e entre a poeira das bibliotecas, lhe permitiram acumular tesouros de conhecimentos e imprimiram-lhe maior vigor ao pensamento.

865. Os séculos o viram imerso na investigação, no estudo, na meditação. As percepções mais nítidas e as impressões da vida do Espaço vieram completar sua ciência, já de si tão extensa. Por isso, que amplitude em suas apreciações, que habilidade em dissipar as contradições e resumir em linhas sóbrias e claras as mais transcendentes leis da vida e do Universo! E tudo isso pela boca de uma pobre senhora, de gestos tímidos e instrução elementar!

866. Deveremos examinar, a propósito desses fenômenos, a objeção habitual que lhes é feita, isto é, de serem produtos da subconsciência do médium, das personalidades secundárias criadas por uma divisão temporária da consciência normal, como o pretendem os Srs. Pierre Janet e Flournoy?

867. Essa teoria não poderia resistir a um exame atento dos fatos. É precisamente nos fenômenos de incorporação que mais positiva se revela a identidade dos Espíritos, quando o transe é profundo e completa a posse daqueles sobre o sensitivo. Por suas atitudes, seus gestos, suas alocuções, o Espírito se mostra tal qual era aqui na Terra. Os que o conheceram durante sua existência humana o reconhecem em locuções familiares, em mil detalhes psicológicos que escapam à análise.

868. O mesmo acontece com as individualidades que viveram em épocas remotas. Em nosso grupo, os Espíritos-guia se comunicavam pelo órgão do médium mais modesto. Uma outra senhora, de maneiras elegantes, era preferida, para a incorporação, por Espíritos de ordem inferior. Ouvia-se uma vendedora de legumes falar, por sua boca, o calão de um país em que essa senhora jamais estivera. Uma velhota leviana discorria numa verbiagem (1) ociosa, ou punha-se a contar-nos anedotas engraçadas. Depois disso, era um sacristão de voz arrastada que se apresentava ou ainda um antigo procurador que, pelo órgão da própria médium, dizia ao marido dela, em tom veemente, duras verdades.

869. O caráter de cada um desses Espíritos e de outros muitos se manteve e afirmou em sua originalidade, sem a mínima alteração, através de um período de sete anos. Disso dão testemunho as nossas atas. Ao mesmo tempo nos foi dado acompanhar os progressos graduais de um deles.

870. Sofia, a vendedora de legumes, que graças à sua boa vontade e à proteção de nossos Guias conseguiu emendar-se e instruir-se, até que para ela soou a hora da reencarnação. Sua volta à vida terrestre foi antecipadamente anunciada e nós pudemos observar-lhe as fases dolorosas. Consumado esse ato, Sofia nunca mais reapareceu em nossas sessões.

871. Se aí estão personalidades secundárias do médium, como explicar que sejam em tão grande número e revistam aspectos e nomes tão diferentes? Em nosso grupo contavam-se por dezenas os Espíritos que se comunicavam. Em cada sessão, tínhamos de seis a oito, dos quais dois ou três para cada médium. À medida que cada um deles se apresentava, mudava a fisionomia do sensitivo, a expressão das feições se modificava. Pela inflexão da voz, pela linguagem e atitude, a personalidade invisível se revelava, antes de ter dado o nome. Esses Espíritos não se manifestavam todos seguidamente. Alguns só reapareciam depois de longas ausências, mas sempre com a mesma originalidade de caráter, com a mesma intensa realidade de vida e de ação.

872. Como explicar pela subconsciência, ou dupla personalidade, essa variedade de personagens que, do sacristão ao Espírito Azul, representam todos os tipos da gradação hierárquica do mundo invisível, desde o bruto até o anjo, todas as formas do aviltamento, da mediocridade ou da elevação; de um lado, poder, bondade, saber, penetração das coisas; de outro, fraqueza, ignorância, grosseria, miséria moral?

873. Esses Espíritos observam, uns para com os outros, a atitude que convém à sua posição. Todos, por exemplo, mostram pronunciada deferência aos Espíritos-guia. Deles não falam senão com respeito; e é sempre num tom comovido e suplicante que Sofia se recomenda à proteção da “dama azul”.

874. Não se trata de personagens ilusórias, de vagos fantasmas subconscientes. Esses Espíritos vivem e agem como homens. Suas opiniões, suas percepções são diferentes. As divergências são às vezes categóricas; discussões veementes e apaixonadas se travam entre eles; surgem incidentes dramáticos e a isso se vêm intercalar mil provas de identidade que dissipam as dúvidas mais tenazes e obrigam à convicção.

875. Se a personalidade secundária pode engendrar semelhantes contrastes, animar tão variadas criações, força é reconhecer que ela ultrapassa em talento, em gênio, as mais prodigiosas concepções do pensamento normal. Produz obras-primas à vontade e sem esforço; é a mais portentosa das explicações que se possa dar do fenômeno; orça pelo sobrenatural. E é preciso que os nossos contraditores se sintam verdadeiramente em extremos apuros, para lançar mão de teoria tão contrária às exigências de uma crítica sensata e de uma rigorosa ciência, e recorrer a uma hipótese tão fantástica quão inverossímil, ao passo que a teoria espírita explica os fatos mediante leis naturais, simples e claras.

876. Estudemos mais de perto essa teoria da subconsciência, de que incidentemente acabamos de falar, e com a qual acreditam certos psicólogos poder explicar os fenômenos do transe e da incorporação. Os Srs. Pierre Janet, A. Binet, Taine, Ribot e Flournoy acreditam que uma cisão se produz na consciência dos sensitivos adormecidos e que daí resulta uma segunda personalidade, desconhecida da pessoa normal, e com a qual se relacionam todos os fenômenos. Deram-lhe eles os mais diversos nomes: inconsciente, subconsciência, consciência subliminal, personalidade secundária etc.

877. Essa hipótese serviria para explicar a maior parte das anomalias observadas em histéricas, nos casos de sugestão, assim como os diferentes aspectos do sonambulismo e todas as variações da personalidade. A unidade do “eu-consciente” não passaria de uma ilusão. Este seria suscetível de desagregação em certos casos patológicos, e personalidades distintas, inconscientes ou dotadas de subconsciência, ignorando-se reciprocamente, poderiam surgir no estado de sono e manifestar-se à revelia uma da outra. Assim se explicariam os fatos espíritas.

878. Os médiuns seriam apenas histéricos, neuróticos, particularmente predispostos, por seu estado fisiológico, a tais cisões da personalidade.  Observemos antes de tudo, com o Dr. Geley, que a histeria e a neurose nada explicam. Por outro lado, os médiuns não são histéricos. O Dr. Hodgson e Myers atestam que as Sras. Piper e Thompson gozam perfeita saúde. O médico e professor Flournoy diz a mesma coisa de Helena Smith. Nenhum sinal de histeria se manifesta nessas três célebres médiuns. À menor indisposição nelas, ao contrário, os fenômenos diminuem de intensidade, cessam de se produzir.

879. A mesma declaração posso eu fazer em relação aos sensitivos de transe que por muito tempo fizeram parte do nosso grupo. Sobre esse ponto as comparações que os nossos adversários procuram estabelecer são errôneas e sua argumentação é completamente falha. As personalidades fictícias que eles provocam, por meio de sugestões pós-hipnóticas, nas histéricas, têm apenas uma vaga semelhança com as manifestações de personalidades no transe. Em relação a estas, não passam de imperfeitas cópias, de esmaecidas e longínquas imitações.

880. No transe, a entidade psíquica, a alma, se revela por distinta atividade do funcionamento orgânico, por particular acuidade das faculdades. Quando é completa a exteriorização, o Espírito do médium pode agir sobre o corpo adormecido com mais eficácia que no estado de vigília e do mesmo modo que um Espírito estranho. O cérebro não é então, como no estado normal, um instrumento movido diretamente pela alma, mas um receptor que ela aciona de fora. É o que resulta de numerosas observações.

881. O Sr. Cromwell Varley, engenheiro-chefe dos Telégrafos da Grã-Bretanha, em seu depoimento perante a comissão de inquérito da Sociedade Dialética, a respeito de sua esposa que é médium de transe, refere o seguinte fato: “A Sra. Varley, adormecida, me diz: Agora não são os Espíritos que vos falam; sou eu mesma, e sirvo-me de meu corpo do mesmo modo que o fazem os Espíritos quando falam por minha boca.”

882. Myers, em seu relatório ao Congresso de Psicologia, 1900, faz a seguinte declaração a propósito dos transes da Sra. Thompson: “Os ditados são, em sua maioria, transmitidos mediante o organismo do médium, por Espíritos que nesse momento o influenciam ou se apossam desse organismo. Alguns são diretamente colhidos no mundo invisível por seu próprio Espírito e por ele transmitidos.”

883. Uma coisa evidente para o psicólogo refletido é que muito pouco nos conhecemos ainda. Há em nós profundezas cheias de mistério, que às vezes se entreabrem e cuja visão nos perturba. Um mundo inteiro aí reside, mundo de intuições, de aspirações, de sensações, cuja origem nos é desconhecida, e que parece provirem de um passado distante; mescla de aquisições pessoais, de hereditariedades psíquicas e atavismos étnicos, vestígios das existências percorridas na sucessão dos tempos, tudo isso está gravado nos refolhos abscônditos (2) do “eu”.

884. A consciência, no estado normal, é acanhada; no de desprendimento é vasta e profunda. Não há, porém, duas consciências, do mesmo modo que não há em nós duas entidades. É sempre o mesmo ser, a mesma personalidade vista sob dois aspectos diferentes.

885. A permanência e unidade do “eu” consciente são demonstradas por um fato bem conhecido; enquanto o nosso corpo físico incessantemente se renova, a consciência e a memória persistem em nós, através das flutuações da matéria. É verdade que a consciência normal não conserva todas as impressões recolhidas pelos sentidos. Muitas sensações e conhecimentos ficam, na aparência, esquecidos; mas são realmente arquivados na consciência profunda. Podem ressurgir por um esforço intelectual, sob o influxo de uma emoção, ou ainda no sono e, em geral, em todos os estados que provocam o despertar das faculdades adormecidas. (Continua no próximo número.)

 

Glossário:

1 – Verbiagem: verborragia, grande abundância de palavras, mas com poucas ideias, no falar ou discutir; logorreia: hábito de falar com excesso.

2 – Abscôndito: absconso: escondido, oculto, esconso; coisa secreta; segredo.

 

Respostas às questões preliminares

 

A. À época de Léon Denis, os Espíritos já indicavam a reforma da educação como solução para os males e perigos que ameaçavam a sociedade?

Sim. Um dos instrutores que se comunicavam no grupo espírita por ele dirigido, designado pelo nome de Espírito Azul, se referia geralmente, em suas mensagens, aos problemas da família e à educação infantil. O periódico La Tribune Psychique, de março de 1900, reproduziu uma dessas comunicações, que resume em termos elevados o método por ele utilizado. Segundo o Espírito Azul, uma profunda reforma da educação da infância e da mocidade seria o verdadeiro remédio para os males de então e os perigos que ameaçavam a sociedade europeia. (No Invisível - O Espiritismo experimental: Os fatos - XIX - Transe e incorporações.)

B. Para alguns notórios adversários da tese espírita, os médiuns seriam indivíduos tão somente histéricos e neuróticos. Que diz Léon Denis a respeito desse pensamento?

Léon Denis, com base nos fatos e na observação, diz que, consoante opinião manifestada também pelo Dr. Geley, a histeria e a neurose nada explicam e os médiuns com quem trabalhou não eram histéricos. O Dr. Hodgson e Myers atestam que as Sras. Piper e Thompson gozavam perfeita saúde. O professor e médico Flournoy diz a mesma coisa de Helena Smith. Nenhum sinal de histeria se observou nessas três célebres médiuns. À menor indisposição nelas, ao contrário, os fenômenos diminuíam de intensidade e cessavam de se produzir. (Obra citada - O Espiritismo experimental: Os fatos - XIX - Transe e incorporações.)

C. O Espírito do médium pode agir sobre seu próprio corpo adormecido com mais eficácia do que no estado de vigília?

Quando é completa a exteriorização, sim, o Espírito do médium pode agir sobre o corpo físico com mais eficácia que no estado de vigília e do mesmo modo que um Espírito estranho. O cérebro não é então, como no estado normal, um instrumento movido diretamente pela alma, mas um receptor que ela aciona de fora. É o que resulta de numerosas observações. O Sr. Cromwell Varley, engenheiro-chefe dos Telégrafos da Grã-Bretanha, em seu depoimento perante a comissão de inquérito da Sociedade Dialética, a respeito de sua esposa que era médium de transe, refere o seguinte fato: “A Sra. Varley, adormecida, me diz: Agora não são os Espíritos que vos falam; sou eu mesma, e sirvo-me de meu corpo do mesmo modo que o fazem os Espíritos quando falam por minha boca”. (Obra citada - O Espiritismo experimental: Os fatos - XIX - Transe e incorporações.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 31 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/08/no-invisivel-leon-denis-parte-31-damos.html

 

 

 

 

 


 

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