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sábado, 9 de setembro de 2023

 



Origem dos sofrimentos e seu antídoto

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

 

Alma amiga, muitas pessoas se perguntam: Por que sofremos na vida física, desde que nascemos e também quando morremos?

Em resposta a isso, Allan Kardec, o bom senso encarnado segundo Camille Flammarion, registra que os sofrimentos têm duas origens: a existência passada e a atual. A questão número 952 d’O Livro dos Espíritos informa-nos que a causa atual de nossos sofrimentos é o abuso das paixões, o que significa nosso “suicídio moral” provindo de “falta de coragem, bestialidade e, além disso, esquecimento de Deus”.

A vida afastada da espiritualidade causa-nos grande alienação em relação ao uso do nosso livre-arbítrio. Alguns querem o poder a todo o custo. Não têm escrúpulo em lesar qualquer pessoa que for empecilho ao seu projeto de domínio. Outros também querem a riqueza. Então fazem todo o tipo de negócios escusos, em prejuízo do próximo. Outros mais querem utilizar egoisticamente as heranças recebidas ou ficam de olho no que seus testadores lhes doarão, muito antes da desencarnação destes. Agem como verdadeiros sanguessugas do que foi fruto do trabalho alheio, como se fossem seres privilegiados, dispensados do trabalho duro para merecerem uma vida material melhor.

Egoísmo, ambição, orgulho são as bases do sofrimento passado e atual de grande número de pessoas. Aliam-se a esses defeitos morais os excessos das paixões provenientes do nível espiritual inferior. Acreditando que a vida termina no túmulo, quantas pessoas praticam todos os abusos, sem medir suas consequências?

A lei humana e a lei de Deus agem de modo diverso em relação à nossa liberdade de pensar e agir. A primeira pune apenas o que está previsto em lei. “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”, estatui o Código Penal. Aprendemos isso nos cursos de Direito. Entretanto, perguntamos se determinados atos pensados mas não praticados por algum motivo não seriam criminosos. Se outros, praticados sem serem vistos, não serão punidos.

É Jesus que responde, segundo anota Mateus, 5:27 e 28 “Ouviste o que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, digo-te: Qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”. Também a mulher que agir desse modo está incursa na mesma falta. Ou seja, não é preciso que realizemos nossos desejos malfazejos para que demonstremos nossa imperfeição. O que falta é a oportunidade. Quando ela surge, nos mostramos quais somos. Foi por isso que, certa vez, Chico Xavier disse: “Emmanuel costuma dizer que o criminoso é sempre um de nós que foi descoberto”. Ou seja, por pensamento ou por ato, cometemos faltas que a sociedade não censura nem pune por não ter presenciado.

Os crimes não puníveis pelas leis humanas, entretanto, não ficam sem sua correção ante as leis de Deus. Não que ele queira nos punir, mas porque instalou na consciência sua lei, como lemos na questão 621 d’O Livro dos Espíritos. Aqueles que julgam bobagem tudo isso, afirmando que todos os nossos pensamentos nada mais são que secreções cerebrais, breve perceberão seu equívoco. Daí resultarem as provas e expiações personalistas, pois a cada um segundo suas obras, já dizia Jesus.

Mas Deus sempre proporciona a seus filhos réprobos novas oportunidades de arrependimento. É o que propunha Jesus no início de suas pregações: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho”, como lemos em Marcos, 1:15. Sim, o tempo de pouco mais de dois mil anos vem sendo preparado. Breve momento, ante a eternidade.

Muitos deram a vida no seu testemunho de fé, sempre fiéis a Jesus, outros desertaram, iludidos pelos convites do mundo. Os primeiros colhem, na vida verdadeira, a do Espírito, a recompensa por seus atos de renúncia, de amor e de fidelidade ao Cristo. Os demais continuam em aprendizado, sofrendo e chorando, até perceberem que da lei de Deus nada passará sem que seja cumprido o contido no seu Evangelho. E os espíritos vêm clamando, há 166 anos, como já dissera o Espírito de Verdade n’O capítulo 6 d’O Evangelho Segundo o Espiritismo: “Irmãos, nada perece. Jesus Cristo foi o vencedor da morte. Sede os vencedores da impiedade”.

Cientes disso, tenhamos compaixão para com todos os sofredores, esquecendo as próprias dores, uma vez que é pelo devotamento e abnegação ao próximo que seremos fortes contra os desfalecimentos. Haja vista que “O sentimento do dever cumprido” nos dará repouso ao espírito e resignação ante as expiações e provas atuais, como também nos orienta o Espírito de Verdade na obra e capítulo citados acima.

Ninguém mais, portanto, além de nós mesmos, é responsável por nossos sofrimentos e por nossa felicidade hoje ou amanhã. É então que a caridade e a humildade agem em nosso benefício como antídotos contra os sofrimentos e prenúncio de cura para todos os males praticados quando nosso desconhecimento ou ignorância voluntária nos levaram a violar a lei divina ínsita em nossa consciência.

 

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