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sábado, 30 de junho de 2012

O casamento segundo o Espiritismo


O Espiritismo nos ensina que o casamento foi um avanço na história da Humanidade e sua abolição seria um retrocesso  que poria o homem abaixo mesmo de certos animais 
Não há, em todo o direito privado, instituto mais discutido que o casamento. LINTON o define como sendo a união socialmente reconhecida entre pessoas de sexo diferente. LAURENT o chama de "fundamento da sociedade, base da moralidade pública e privada". GOETHE entende que o matrimônio é a base e o coroamento de toda cultura e LESSING diz ser o casamento "a grande escola fundada pelo próprio Deus para a educação do gênero humano", havendo, no entanto, entre filósofos e literatos os seus detratores, como SCHOPENHAUER que afirmou que "em nosso hemisfério monógamo, casar é perder metade de seus direitos e duplicar seus deveres".
É conhecido no anedotário nacional o ditado que equipara o casamento a uma fórmula matemática: uma soma de preocupações, uma subtração da liberdade, uma multiplicação de filhos e uma divisão de bens.
No campo do direito civil, conceitua-se o matrimônio como a união permanente entre o homem e a mulher, de acordo com a lei, a fim de se reproduzirem, de se ajudarem mutuamente e de criarem os seus filhos. 
Historicamente, o casamento começou a receber atenção na Roma antiga, onde se achava perfeitamente organizado. Inicialmente havia a confarreatio, casamento da classe patrícia, correspondendo ao casamento religioso. Dentre outros traços, caracterizava-se pela oferta aos deuses de um pão de trigo, costume que, modificado, sobrevive até os nossos dias, com o tradicional bolo de noiva. A confarreatio não tardou a cair em desuso e era rara já ao tempo de Augusto. A coemptio era o matrimônio da plebe, constituindo o casamento civil. Finalmente, havia o usus, aquisição da mulher pela posse, equivalendo assim a uma espécie de usucapião. O casamento religioso só foi regulamentado pela Igreja no Concílio de Trento (1545-1563). Com o tempo, em virtude de inúmeros fatores, inclusive a Reforma protestante, os Estados puseram à margem o casamento religioso e o primeiro país a dar esse passo foi a Inglaterra, ao tempo de Cromwell. 

Aspectos jurídicos do casamento 

Historicamente, pode-se dizer que quatro formas fundamentais de casamento existiram no mundo:
1) casamento por rapto ou captura, muito comum entre as tribos que guerreavam entre si e nas civilizações antigas, embora MALINOWSKI entenda que esse tipo de casamento tenha existido mais na teoria do que na prática;
2) casamento por compra ou troca, comum entre os zulus da África, os índios americanos e os germanos;
3) casamento por determinação paterna, cultivado sobretudo pelos povos islâmicos e na China; e, por fim,
4) casamento por consentimento mútuo, em que é dispensável a autorização dos pais, salvo se os contraentes forem menores. 
ROUAST entende que o matrimônio é ato complexo, ao mesmo tempo contrato e instituição. Claro que ele é mais que um contrato, mas não deixa de ser também um contrato. No Brasil, somente em 11/9/1861 foi regulado por Lei o casamento dos acatólicos, que poderia celebrar-se segundo o rito religioso dos próprios nubentes. Mas foi somente com a proclamação da República que o casamento perderia seu caráter confessional, instituindo-se no país, em 24/1/1890, com o Decreto no 181, o casamento civil. O casamento é desde então um ato solene em que três elementos são essenciais, sob pena de ser considerado inexistente: sexos diferentes, consentimento dos contraentes e celebração na forma estabelecida no Código Civil. O casamento entre Nero e Sporus, mencionado por Suetônio, seria no Brasil um ato inexistente, porque é condição vital do matrimônio a diversidade de sexos dos nubentes. 

Visão espírita do casamento 

ALLAN KARDEC propôs aos Espíritos a seguinte questão: - "Será contrário à lei da Natureza o casamento?" Eles responderam: "É um progresso na marcha da Humanidade". Sua abolição seria regredir à infância da Humanidade e colocaria o homem abaixo mesmo de certos animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes. Em outro item do mesmo livro Kardec anotou: "A poligamia é lei humana cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não há afeição real: há apenas sensualidade". (O Livro dos Espíritos, 695, 696 e 701.)
Segundo os Espíritos, há no homem alguma coisa mais, além das necessidades físicas: há a necessidade de progredir. "Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos." O relaxamento dos laços de família traria como resultado a recrudescência do egoísmo (cf. O Livro dos Espíritos, 774 e 775).
Allan Kardec,  examinando o tema em outra obra, assim escreveu: "Na união dos sexos, de par com a lei material e divina, comum a todos os seres viventes, há outra lei divina, imutável como todas as leis de Deus, exclusivamente moral - a Lei do amor. Quis Deus que os seres se unissem, não só pelos laços carnais, como pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se transmitisse aos filhos, e que fossem dois, em vez de um, a amá-los, cuidar deles e auxiliá-los no progresso". (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 22, item 3.) 

Planejamento espiritual da família 

No estado errante, o Espírito mesmo "escolhe o gênero de provas que deseja sofrer; nisto consiste o seu livre arbítrio" (O Livro dos Espíritos, 258, 851 e 866). O acaso, propriamente considerado, não pode entrar nas cogitações do sincero discípulo do Evangelho (Emmanuel, O Consolador, pergunta 186). Observe-se, entretanto, que o Espírito escolhe "o gênero de provas"; os detalhes são consequência da posição escolhida e frequentemente de suas próprias ações. "Somente os grandes acontecimentos, que influem no destino, estão previstos" (O Livro dos Espíritos, 259). Além disso há duas clássicas exceções à regra geral de escolha das provas: 1) quando o Espírito é simples, ignorante e sem experiência, "Deus supre a sua inexperiência, traçando-lhe o caminho que deve seguir" (O Livro dos Espíritos, 262). 2) quando possuído pela má vontade ou sendo ainda muito atrasado, Deus pode impor-lhe uma existência que sabe lhe será útil ao progresso; mas "Deus sabe esperar: não precipita a expiação" (O Livro dos Espíritos, 262-A e 337). 
A dúvida relativamente à planificação espiritual do casamento pode ser desfeita com os ensinamentos seguintes, transmitidos por Emmanuel, que foi mentor espiritual da obra de Francisco Cândido Xavier:
1.) Habitualmente somos nós mesmos quem planifica a formação da família, antes do renascimento terrestre, com o amparo e a supervisão dos instrutores beneméritos. Comumente chamamos a nós antigos companheiros de aventuras infelizes, programando-lhes a volta em nosso convívio, a prometer-lhes socorro e oportunidade, em que se lhes reedifique a esperança de elevação e resgate, burilamento e melhoria. De todos os institutos sociais existentes na Terra, a família é o mais importante, do ponto de vista dos alicerces morais que regem a vida. (Emmanuel, Vida e Sexo, cap. 17.)
2.) O colégio familiar tem suas origens sagradas na esfera espiritual. Em seus laços, reúnem-se todos aqueles que se comprometeram, no Além, a desenvolver na Terra uma tarefa construtiva de fraternidade real e definitiva. (Emmanuel, O Consolador, pergunta 175.)
3.) O matrimônio na Terra é sempre uma resultante de determinadas resoluções tomadas na vida do Infinito, antes da reencarnação dos Espíritos, razão pela qual os consórcios humanos estão previstos na existência dos indivíduos, no quadro escuro das provas expiatórias ou no acervo de valores das missões que regeneram e santificam (...) E para que possam bem cumprir seus deveres, faz-se mister a mais entranhada fé em Deus, visto que na prece e na vigilância espiritual encontrarão sempre as melhores defesas. (Emmanuel, O Consolador, perguntas 179 e 188.)
4.) Quase sempre, Espíritos vinculados ao casal interessam-se na Vida Maior pela constituição da família, à face das próprias necessidades de aprimoramento e resgate, progresso e autocorrigenda. Em vista disso, cooperam, em ação decisiva, na aproximação dos futuros pais, aportando em casa, pelos processos da gravidez e do berço, reclamando naturalmente a quota de carinho e atenção que lhes é devida. (Emmanuel, Vida e Sexo, cap. 11.) 

Tipos de casamento existentes na Terra 

Diz-nos André Luiz que quatro são os tipos de casamento na Terra: há uniões marcadas pelo amor; há casamentos em que a fraternidade é o sentimento dominante; existem uniões de provação e há, por fim, os casamentos criados pelo dever. O matrimônio espiritual realiza-se alma com alma. "Os demais representam simples conciliações para a solução de processos retificadores." ("Nosso Lar", obra psicografada por Francisco Cândido Xavier, cap. 38, pág. 212.)
Ainda no mesmo livro, o autor transmite-nos a informação de que "na fase atual evolutiva do planeta, existem na esfera carnal raríssimas uniões de almas gêmeas, reduzidos matrimônios de almas irmãs ou afins, e esmagadora porcentagem de ligações de resgate. O maior número de casais humanos é constituído de verdadeiros forçados, sob algemas". ("Nosso Lar", cap. 20, pág. 113.)
E foi por essa ocasião que André Luiz tomou conhecimento da experiência de seu amigo Lísias, que se noivou no plano espiritual, preparando seu retorno à Terra, em nova encarnação. Ele ignorava até então que as bases do casamento terrestre se encontram na vida espiritual, mas sua maior surpresa foi saber que Lísias e sua noiva já haviam acumulado vários fracassos na experiência do matrimônio na Terra, em virtude da imprevidência e da falta de autodomínio, razões de sua perdição no pretérito.


quinta-feira, 28 de junho de 2012

A quem se destina o Espiritismo?


Existem pessoas que, apesar de profitentes de outras crenças, apreciam as palestras espíritas e chegam mesmo a frequentar com certa regularidade os Centros Espíritas. E o inverso também se dá, pois ninguém ignora que alguns espiritistas costumam frequentar centros ou terreiros de Umbanda. Dentre estes, há até os que entendem que certos atendimentos feitos no meio umbandista são mais fortes e produzem resultados mais rápidos do que nas Casas Espíritas que adotam as obras de Allan Kardec.
Como encarar tais coisas?
A Umbanda acredita em fatos e leis que o Espiritismo também apregoa: a comunicação entre nós e os mortos, a reencarnação, a lei de causa e efeito, a crença em Deus, a imortalidade da alma etc. Em alguns lugares, os núcleos de Umbanda utilizam até mesmo livros espíritas, como por exemplo em Neves Paulista (SP), onde há um centro umbandista dirigido até bem pouco tempo por uma médium extraordinária que, por sinal, lia livros e periódicos espíritas.
Devemos ter pela Umbanda, como aliás por todas as religiões sérias, o mesmo respeito que esperamos que todos tenham para com o Espiritismo. É preciso, aliás, além disso, reconhecer que existem pessoas que não conseguiriam trabalhar nas fileiras espíritas mas se encaixariam perfeitamente na Umbanda e em suas práticas. 
Reportando-se a esse assunto, Chico Xavier dizia que, em relação à escolha da religião, a pessoa deve ficar onde se achar melhor, onde tiver mais amplas condições de atender àquilo que é o objetivo principal da religião: aproximar a criatura de Deus. Uns encontram essa possibilidade nas igrejas evangélicas, outras no Catolicismo, outras na Umbanda, o que depende de cada um e nada tem que ver com a evolução do indivíduo, mas tão-somente com sua aptidão e o compromisso firmado na vida espiritual no momento em que foi elaborada a chamada programação reencarnatória.
No caso da mediunidade, é óbvio que as pessoas que não conseguem livrar-se do tabaco ou do álcool nenhum impedimento devem encontrar na Umbanda, o que no Espiritismo seria muito difícil, visto que nas práticas umbandistas admitem-se tanto o fumo como o álcool, o que não implica dizer que os guias espirituais que ali trabalham sejam atrasados. São apenas indivíduos desencarnados que, tendo muitas qualidades, ainda se encontram apegados a certos vícios, fato que pode ocorrer com qualquer um.
A única coisa que é realmente, para nós espíritas, inaceitável – e é isso que distingue claramente a prática espírita da prática umbandista – é a forma como ali se encaram e se realizam os trabalhos de desobsessão.
Na Umbanda, tradicionalmente procura-se afastar o agente causador da perturbação, o chamado obsessor, visando desse modo a proteger a pessoa que lhe sofre o assédio. No Espiritismo, segundo a orientação emanada dos autores mais respeitados, procura-se atender ambos os litigantes, não só o que sofre a perturbação mas também aquele que a causa, porque ambos, obsessor e obsidiado, são enfermos que necessitam de tratamento e atenção, não cabendo nesse processo nem os exorcismos, nem a expulsão pelo medo.
Devemos, por fim, ter sempre em mente a célebre lição dada por Kardec aos espíritas de Lyon e Bordeaux (“Viagem Espírita em 1862”, 2ª edição, Ed. O Clarim, págs. 69 e 70):
“O Espiritismo está destinado àqueles para os quais o alimento intelectual, que lhes é dado, não basta, e o número destas pessoas é tão grande que o tempo não sobra para nos ocuparmos com as outras. (...) O Espiritismo não procura ninguém, não se impõe a ninguém, limita-se a dizer: Aqui me tendes, eis o que sou, eis o que trago. Os que julgam ter necessidade de mim, se aproximem, os demais permaneçam onde se encontram.”

terça-feira, 26 de junho de 2012

Reflexões espíritas


Onde estão os nossos familiares desencarnados?

   Uma pessoa próxima perguntou-nos onde vivem, de fato, os Espíritos que constantemente estão perto de seus familiares encarnados? Estariam eles no chamado Umbral?
Os Espíritos, ainda que estejam desencarnados – isto é, desligados completamente do corpo físico –, podem permanecer no plano terrestre por algum tempo, fato que dependerá, em última análise, do seu nível evolutivo.
Há criaturas tão apegadas à matéria que não apresentam condições nem mesmo de ir para uma cidade espiritual próxima da Crosta terrestre. A densidade do corpo espiritual – ou perispírito – a isso se opõe.
Vencida essa fase, lembremo-nos da célebre lição dada por Ernesto Bozzano em seu livro “A Crise da Morte”, segundo a qual os Espíritos dos mortos gravitam fatalmente, e de modo automático, para a esfera espiritual que lhes convém, por virtude da “lei de afinidade”.
Parece-nos óbvio que o Espírito seja conduzido para o local no mundo espiritual em que estejam seus reais interesses e onde vivam as pessoas que fazem parte da família espiritual a que pertença, não importando o lugar em que se verifique a morte do seu corpo.
Muitos pessoas ignoram o que seja realmente o Umbral, que nada mais é do que uma região espiritual de transição, a que André Luiz se refere no livro “Nosso Lar”, cap. 12, págs. 71 a 73.
Debatem-se na zona umbralina Espíritos desesperados, infelizes, malfeitores e vagabundos de várias categorias.

Segundo André Luiz, cada Espírito ali permanece o tempo que se faça necessário ao esgotamento dos resíduos mentais negativos, mas seus habitantes separam-se dos encarnados tão-somente por leis vibratórias. Fisicamente falando, eles se encontram muito próximos do plano em que nós, os encarnados, vivemos.

O Umbral faz parte do campo magnético da Terra, o qual, segundo alguns autores, estaria dividido em sete regiões ou esferas: 1. Umbral “grosso”. 2. Umbral médio. 3. Umbral superior, que é onde fica a colônia “Nosso Lar”. 4. Região da arte, da cultura e da ciência. 5. Região do amor fraterno universal. 6. Esfera em que se definem as diretrizes do planeta. 7. Abóbada estelar. 
Heigorina Cunha, no livro “Cidade no Além”, com fundamento em informações transmitidas pelos Espíritos de Lucius e André Luiz, por intermédio de Chico Xavier, refere-se ao assunto.

domingo, 24 de junho de 2012

Que ocorre com uma pessoa em estado de coma?


Uma amiga pergunta-nos como fica o Espírito de uma pessoa em estado de coma. Ele se desprende do corpo o tempo todo? Fica ali perto do corpo? Pode trabalhar na condição de Espírito? Pode estudar? Qual o objetivo de semelhante estado que costuma, às vezes, durar anos a fio?
O assunto é tratado no artigo intitulado Vinte dias em coma, de Orson Peter Carrara, publicado recentemente na revista “O Consolador” – www.oconsolador.com
No artigo, Orson alude ao romance Vinte Dias em Coma, de autoria de nosso confrade Wilson Frungilo Jr., que examina exatamente as questões propostas pela leitora. Na obra em questão o personagem principal é vaidoso e arrogante empresário bem sucedido que é levado ao estado de coma e, nesse estado, ouve tudo que se passa à sua volta, o que produz expressiva renovação em seus sentimentos, ao perceber realidades que seu orgulho não permitia ver. Ao retornar do coma, ele dá outro rumo à própria vida.
O romance citado pode, pois, ajudar-nos a compreender o que se passa durante esse estado e deduzir quantos benefícios, em termos morais e espirituais, pode o coma trazer à alma de uma pessoa, uma vez que, examinando o assunto tão-somente pela ótica materialista, não é possível vislumbrar no fato nenhum benefício, salvo quando o coma seja necessário e, por isso, induzido pela equipe médica responsável.
São inúmeros os relatos de pessoas que voltaram do coma e afirmaram ter podido acompanhar, como se estivessem perfeitamente acordadas, os fatos que se passaram a seu lado durante aquele estado.
No livro Plantão de Respostas – Pinga Fogo II, publicado em 1995 pela Editora CEU, Emmanuel, valendo-se da mediunidade de Chico Xavier, respondeu a uma pergunta semelhante, expressa nos seguintes termos: “O que se passa com os Espíritos encarnados cujos corpos ficam meses, e até mesmo anos, em estado vegetativo (coma)?”
Eis a resposta dada por Emmanuel, constante da obra mencionada:
“Seu estado será de acordo com sua situação mental. Há casos em que o Espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores espirituais. São pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação.
Em outros casos, os Espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do perispírito, dispõem de uma relativa liberdade. Em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem as paisagens e os contatos com seres que os precederam na passagem para a Vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos.
Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados (familiares e médicos)”.


sábado, 23 de junho de 2012

Pílulas gramaticais – n. 11


Devemos ter cuidado com o uso do vocábulo mesmo e suas variações (mesmos, mesma, mesmas), que se flexionam normalmente e estão corretamente usados em frases como estas:
1.      Eu mesmo levarei o pacote.
2.      A professora mesma presidirá à reunião.
3.      Ela mesma fará o vestido.
4.      Nós mesmos faremos as honras da casa.
5.      Deu-se com João a mesma coisa.
6.      Ocorreu em Minas o mesmo fato.
7.      O mesmo relato ouvi eu.
Nas três últimas frases acima, ainda que o substantivo estivesse oculto, o emprego do vocábulo mesmo estaria correto. Exemplos: Deu-se com João o mesmo. Ocorreu o mesmo em Minas.
Quando tem a função de advérbio, o vocábulo mesmo não se flexiona, como mostram estes exemplos:
  1. Ela não quis mesmo ir.
  2. Hoje mesmo irei lá.
  3. Os jogadores decidiram que não jogarão mesmo.
  4. Maria esteve mesmo em coma.
  5. As crianças desejam mesmo voltar para casa.
*

Há, entretanto, um uso condenável do vocábulo mesmo e de suas variações, ou seja, quando os utilizamos, indevidamente, em substituição do pronome ou do nome, tal como pode ser visto nos exemplos seguintes, todos eles errôneos:
  1. Chamei-o insistentemente, mas o mesmo não me atendeu.
  2. Vou à casa de mamãe e falarei com a mesma sobre o assunto.
  3. O casamento realizou-se ontem e compareceram ao mesmo duzentas pessoas.
  4. Devemos estudar a língua pátria e todas as matérias que tiverem relação com a mesma.
  5. A empresa Marroni Ltda. é constituída dos sócios A e B, que se comprometem a dedicar à mesma todas as energias.
  6. Recebi sua carta e entregarei a mesma ao diretor.
  7. A festa será domingo e todos poderão participar da mesma.


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Jesus também se designava Filho do homem, não somente Filho de Deus


Um dileto amigo nos enviou a seguinte pergunta: “Jesus ora se intitulava Filho de Deus, ora se designava Filho do homem. Que significam esses títulos?”
As explicações seguintes podemos encontrar no livro Obras Póstumas, de Allan Kardec, livro publicado depois de seu falecimento, composto de textos esparsos que o Codificador do Espiritismo havia escrito, muitos deles até então inéditos.
O título de Filho de Deus, longe de implicar igualdade, é, em verdade, indício de uma submissão.
Jesus é Filho de Deus como todas as criaturas o somos. Ele o chama de Pai como nós aprendemos a chamar o Criador de nosso Pai.
A expressão “Filho bem-amado de Deus”, que aparece no Evangelho, deriva do fato de que, tendo Jesus chegado à perfeição que o aproxima de Deus, possui ele toda a sua confiança e todo o seu afeto.
A expressão Filho do homem, que Jesus utilizou em inúmeras oportunidades, tem outro significado e, para compreendê-lo, é-nos necessário remontar à Bíblia, em que a mesma expressão aparece no livro de Ezequiel.
Eis o que está registrado no capítulo II, v. 1 a 3, de Ezequiel:
"Tal foi a imagem da glória do Senhor que me foi apresentada. Tendo, pois, visto essas coisas, lancei meu rosto por terra: e ouvi uma voz que me falava e disse: Filho do homem, tende-vos sobre os vossos pés e eu falarei convosco. E o Espírito, tendo-me falado da sorte, entrou em mim, e me firmou sobre os meus pés e eu o ouvi que me falava e me dizia: Filho do homem, eu vos envio aos filhos de Israel, para um povo apóstata que se retirou de mim. Violaram até este dia, eles e seus pais, a aliança que fiz com eles."
A qualificação de Filho do homem aparece outras vezes em Ezequiel e parece evidente que significa: o que nasceu do homem, por oposição àquilo que está fora da Humanidade. O Senhor designou Ezequiel com esse nome para lembrar-lhe que, apesar do dom da profecia que lhe fora concedido, ele pertencia à Humanidade e não devia considerar-se dotado de uma natureza excepcional.
Jesus deu a si mesmo essa qualificação com uma persistência notável, porque não é senão em pouquíssimas circunstâncias que ele se diz Filho de Deus, com o objetivo evidente de lembrar que ele também, como criatura de Deus, pertence à Humanidade.
Segundo observa Kardec, é bem provável que sua insistência em se designar Filho do homem fosse um protesto antecipado contra a qualidade que no futuro lhe seria atribuída, porquanto – segundo o dogma aprovado no Concílio de Niceia em 325 – a Igreja considera Jesus um dos integrantes da Santíssima Trindade, conferindo-lhe assim status de Deus, um ser não gerado.
Com efeito, a sentença do Concílio de Niceia diz o seguinte: "A Igreja de Deus, católica e apostólica, anatematiza os que dizem que houve um tempo em que o Filho não existia, ou que não existia antes de haver sido gerado".
As discussões e perturbações que suscitou essa questão agitaram os espíritos durante três séculos e só vieram a cessar com a proscrição dos bispos arianos, ordenada pelo imperador Constantino, e o banimento do papa Líbero, que não quis sancionar a decisão do Concílio.


quinta-feira, 21 de junho de 2012

A sabedoria de um velho aforismo


“Mente sã em corpo são”, eis uma antiga máxima cuja validade o tempo e a evolução científica vêm confirmando a cada ano.
“O que faz mal ao coração, faz também mal ao cérebro”, ensina Marilyn Albert, médica psiquiatra e professora da Faculdade de Medicina de Harvard. “Pressão alta, colesterol elevado e tabaco prejudicam a oxigenação e, assim, alteram o nível hormonal do cérebro.”
Ora, o cérebro é o instrumento mais delicado de que se vale a mente humana, de modo que, se ele está bem, a mente tem tudo para também estar. Pelo menos não encontrará no instrumento de que se serve óbices intransponíveis.
O assunto é objeto do livro, já lançado no Brasil, “Cérebro Jovem”, de Marilyn Albert e Guy McKhann, neurologista e professor da Faculdade de Medicina John Hopkins.
Para manter o cérebro jovem é preciso, fundamentalmente, usá-lo: ler livros, acompanhar o noticiário, assistir a palestras e até mesmo enfrentar o singelo desafio das palavras cruzadas ou do jogo de cartas. Qualquer atividade que proponha um desafio – asseguram os autores da obra citada –  ajuda.
Movimentar o corpo, como subir escadas, andar a pé, praticar exercícios físicos regulares, além de combater o sedentarismo, auxilia o desempenho do corpo e, por consequência, melhora o bem-estar mental.
Essa informação, como tantas que vêm sendo divulgadas nos últimos anos, faz parte de uma ideia central que diz respeito à melhora da qualidade de vida, um assunto da maior importância porque diretamente ligado ao processo reencarnatório.
André Luiz, autor espiritual que ficou conhecido por seus livros psicografados por Chico Xavier, surpreendeu os espiritistas quando em sua obra tratou dos chamados “completistas” – indivíduos que regressam à pátria espiritual no tempo certo, o que, segundo ele, constitui infelizmente uma exceção, uma vez que a maioria tem saído do cenário físico antes da hora. É o caso dos suicidas voluntários e dos involuntários, indivíduos que, por causa dos excessos cometidos, impedem que o veículo físico dure o tempo programado.
A conclusão é, portanto, óbvia: cabe-nos cuidar da mente e do corpo, cientes todos de que, ao cuidar de um, estaremos cuidando do outro e criando condições para que a alma encarnada cumpra a tarefa para a qual veio ao mundo.


terça-feira, 19 de junho de 2012

Por que os bebês choram?


Um fato bastante conhecido das pessoas que têm ou já tiveram filhos tem sido com frequência objeto de discussão nos meios médicos: o choro dos bebês. Por que será que eles choram?
Há quem pense, como a psiquiatra e psicoterapeuta Maria Lúcia Bezerra, que em 95% dos casos os bebês choram devido a problemas emocionais.
Em um encontro realizado oportunamente em Curitiba, duas conclusões aprovadas pelos especialistas merecem análise.
A primeira: os pais não devem ceder ao impulso de oferecer ao bebê remédios para cólica sem ter antes conversado com o pediatra.
A segunda: é preciso zelar pela saúde emocional da família, porquanto um lar em desequilíbrio reflete, sem dúvida, no comportamento das pessoas que o compõem, especialmente os bebês, seres ainda frágeis que requerem, por isso mesmo, toda a atenção de seus pais ou responsáveis.
Como aprendemos na doutrina espírita, o serviço de reencarnação inicia-se na concepção, mas só se completa, com a plena integração do Espírito reencarnante nos elementos físicos, quando a criança atinge sete anos de idade. André Luiz trata do assunto no cap. 14, pp. 246 a 249, de seu livro Missionários da Luz, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier.
O assunto foi focalizado certa vez, em palestra, pelo estimado orador J. Raul Teixeira, ao narrar uma experiência pessoal vivida na creche que ele e alguns companheiros fundaram na cidade de Niterói.
Nos primeiros tempos da creche não havia ali o hábito de oferecer o passe magnético e a água fluidificada às crianças então assistidas. Por orientação espiritual, elas passaram a receber o recurso do passe e a água magnetizada, uma providência singela que, todavia, propiciava àquelas criaturinhas um reforço vital para o seu organismo físico e perispiritual.
Muitas crianças, quando em tenra idade, costumam ver vultos desencarnados no ambiente em que vivem. Nem sempre esses vultos são benfeitores vindos em missão de paz. Se o lar não é equilibrado, podem ser Espíritos igualmente perturbados cuja visão assusta os bebês e, eventualmente, pode levá-los ao choro.
O passe, a água fluidificada e a prece fornecem as condições mencionadas no encontro a que nos referimos, indispensáveis à saúde emocional da família, eliminando assim, sem nenhuma dúvida, uma das possíveis causas do choro de nossos bebês.


domingo, 17 de junho de 2012

Nossos filhos não são obra do acaso


Um amigo nos pergunta se um casal tem o direito de limitar o número de filhos.
Pensamos que a resposta a essa questão, que continua sendo atual e preocupa tanto o homem, já foi dada com clareza por Joanna de Ângelis no cap. 10 de seu livro “Após a Tempestade”, psicografado por Divaldo Franco.
O homem – afirma Joanna, em sua privilegiada posição de Espírito que vê as duas faces da existência humana, a visível e a invisível – pode e deve programar a família que lhe convém ter, o número de filhos e o período propício para a maternidade, mas jamais se eximirá dos imperiosos resgates que deve enfrentar, tendo em vista seu próprio passado.
Os filhos não são realizações fortuitas. Procedem de compromissos aceitos antes da reencarnação pelos futuros pais, de modo a edificarem a família de que necessitam para a própria evolução.
É, evidentemente, lícito aos casais adiar a recepção de Espíritos que lhes são vinculados, impossibilitando mesmo que reencarnem por seu intermédio. Mas as Soberanas Leis da Vida dispõem de meios para fazer que aqueles rejeitados venham por outros processos à porta de seus devedores ou credores, em circunstâncias talvez mui dolorosas, complicadas pela irresponsabilidade dos cônjuges que ajam com leviandade, em flagrante desconsideração aos códigos divinos.
Afirma o Dr. Jorge Andréa, no livro “Encontro com a Cultura Espírita”, págs. 77, 105 e 106, que o planejamento familiar é questão de foro íntimo do casal. Mas pergunta: Será preferível um Espírito reencarnar num lar pobre com as habituais dificuldades de subsistência, ou ficar aturdido e acoplado à mãe que lhe fechou os canais, criando, nessa simbiose, neuroses e psicoses de variados matizes?
Respondendo a isso, ele próprio esclarece – em “Forças Sexuais da Alma”, cap. V, págs. 124 a 126 – que na maioria das vezes, quando vêm para a reencarnação, os Espíritos de há muito se encontram em sintonia com o cadinho materno. Se os canais destinados à maternidade são neutralizados e fechados, é claro que haverá distúrbios, principalmente no psiquismo de profundidade, isto é, na zona inconsciente ou espiritual, no qual as energias emitidas por essas fontes não encontram correspondência em seu ciclo. Seria melhor, portanto, não opor obstáculos à volta dos Espíritos a um corpo de carne, pois o espírita não ignora a seriedade da planificação reencarnatória.
É, pois, razoável pensar que antes de retornarmos às experiências físicas nos tenhamos comprometido a receber, como filhos, um número determinado de Espíritos. A prole estaria, assim, com sua quota previamente estabelecida quando ainda nos achávamos nos planos espirituais. Rejeitar alguém convidado para vir seria equivalente a romper um compromisso, um contrato, um acordo, como fazem os que desertam das responsabilidades, o que não é raro na sociedade em que vivemos.


sexta-feira, 15 de junho de 2012

As tentações existem e é possível vencê-las


As tentações que acometem o homem, não há por que duvidar, são inegáveis.
Miguel Vives dedicou ao assunto o cap. IX do seu livro “O Tesouro dos Espíritas”, traduzido para o idioma português pelo saudoso confrade J. Herculano Pires.
A Bíblia faz referência a várias delas.
O Gênesis narra no cap. 3 a tentação exercida sobre Eva, no Paraíso, de tão tristes consequências.
Lucas alude no cap. 4 de seu Evangelho às tentações de Satanás sobre Jesus.
O Eclesiástico trata do assunto nos capítulos 2, 33 e 34 e até mesmo nos oferece uma receita para rechaçá-las.
O Cristo reporta-se ao tema na conhecida passagem que faz parte da oração dominical: “Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”.
Tiago menciona o assunto em sua extraordinária epístola, cap. 1, versículo 14.
Jesus retorna à temática quando ressalta a importância da vigilância e da oração para que não caiamos em tentação.
A Doutrina Espírita examina o tema em três questões sucessivas constantes d’ O Livro dos Espíritos, a saber:
Questão122:
“O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Ele não teria mais liberdade se a escolha fosse determinada por uma causa independente da sua vontade. A causa <de seguir o caminho do mal> está nas influências a que cede em virtude de sua vontade livre. É a grande figura da queda do homem e do pecado original; alguns cederam à tentação, outros lhe resistiram.”
Questão 122-A:
De onde provêm as influências que se exercem sobre ele? “Dos Espíritos imperfeitos, que procuram se aproximar para dominá-lo, e que se alegram em fazê-lo sucumbir. Foi isso o que se intentou simbolizar na figura de Satanás.”
Questão 122-B:
Essa influência não se exerce sobre o Espírito senão em sua origem? “Ela o segue na sua vida de Espírito, até que tenha tanto império sobre si mesmo, que os maus desistam de obsidiá-lo.”
Vale ressaltar que não é somente nas questões citadas que “O Livro dos Espíritos” se refere ao assunto, porquanto a principal obra do Espiritismo fere o tema em 27 oportunidades diferentes, como se pode ver nas questões 459, 460, 461, 465, 466, 467, 468, 469, 472, 497, 498, 511, 525, 567, 644, 645, 660, 671, 720 “a”, 753, 845, 851, 872 (1o parágrafo), 909, 971, 971 “a” e 972.
Emmanuel disserta sobre as tentações em dois de seus livros: “Religião dos Espíritos” (cap. 88) e “Caminho, Verdade e Vida” (cap. 129).
André Luiz as examina diretamente em três obras bastante conhecidas: “Nos Domínios da Mediunidade” (cap. 16), “Ação e Reação” (cap. 7, 14 e 18) e “Sexo e Destino” (cap. VI).
Como vimos, o assunto é por demais conhecido no meio espírita, e a tese exposta pela Doutrina dos Espíritos é bem clara: Ninguém na Terra é perfeito, logo estamos todos sujeitos às tentações, que nos acompanham pela vida afora, consoante dito claramente na questão 122-B d’ O Livro dos Espíritos. O Eclesiástico explica o porquê disso.
Temos, portanto, de lembrar e pôr em prática continuamente a lição ensinada por Jesus: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação”. Se fugirmos disso, não tenhamos dúvida, certamente cairemos de novo nas mesmas redes em que já sucumbimos no passado.


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Somos, não há dúvida, o país da miscigenação


Um longo estudo que demorou três anos para ser concluído, conduzido pela equipe do professor Sérgio Danilo Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais, concluiu que o Brasil é, de fato, o país da miscigenação, onde há brancos que geneticamente são negros, e negros que são geneticamente brancos.  
A pesquisa, fundamentada nas leis da Genética, baseou-se na amostra de DNA de 247 brasileiros e teve o mérito de traçar, pela primeira vez, o retrato molecular de nosso país, em que quase a totalidade do povo brasileiro – 97% da população – provém de um tronco paterno europeu, enquanto o tronco materno divide-se em três partes: europeia (39%), ameríndia (33%) e africana (28%).
O resultado obtido pela equipe de pesquisadores de Minas Gerais confirma não só os dados que conhecemos relativamente à história do povoamento do Brasil, como também as revelações divulgadas por Humberto de Campos (Espírito) em sua obra “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, psicografada em 1938 por Francisco Cândido Xavier.
O colonizador branco, sobretudo o português, manteve relações tanto com mulheres brancas, quanto com africanas e ameríndias, fato que não ocorreu da mesma forma com o homem oriundo da África e com o indígena, restritos ambos à sua comunidade.
Diz Humberto de Campos, na obra citada, que a alma brasileira é, na expressão harmoniosa de um de seus poetas mais eminentes, “a flor amorosa de três raças tristes”, e que isso não se deu por acaso.
Na formação da alma coletiva do povo que surgiria com o advento do descobrimento do Brasil, primeiro compareceram os simples de coração, os primitivos habitantes, que foram os índios; em segundo lugar, os sedentos da justiça divina, os portugueses, muitos deles exilados injustamente de Portugal por ordem da Coroa; e, por último, os humildes e aflitos, os escravos oriundos da África.
Eis, pois, segundo a ciência e segundo a revelação espírita, a origem de nossas mães queridas.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Pílulas gramaticais - n. 10


Quando alguém se refere aos ganhadores do Prêmio Nobel, há quem pronuncie a palavra  Nobel como se fosse  paroxítona (Nóbel), o que constitui um erro porque esse vocábulo é oxítono e como tal deve ser pronunciado: Nobél.
Se nos referirmos a mais de um prêmio, diremos: prêmios Nobel. Caso o plural seja aplicado ao vocábulo Nobel, não há dúvida em dizer: Nobéis.
É correta, portanto, esta construção: - Foram entregues ontem os Nobéis de física, de química e de economia.
A razão disso é que, de acordo com o Formulário Ortográfico vigente no País, os nomes próprios seguem as mesmas normas aplicáveis aos nomes comuns e por isso têm plural.
Diremos então: os Armandos, os Josés, os Luíses, as Franciscas, os Maias, os Andradas, os Nobéis, os Silvas.
Se o nome próprio é composto, o plural recairá no segundo vocábulo: os Almeida Prados, os Silva Jardins, os Nascimento Silvas.
Se os vocábulos que formam o nome próprio forem ligados pela preposição “de”, o plural recairá sobre o primeiro: os Monteiros de Carvalho, os Castros de Lima.

*

Devem ser escritas com inicial minúscula as palavras carnaval e entrudo.
Igualmente com inicial minúscula devemos grafar norte, leste, oeste e sul, salvo quando tais vocábulos representarem polos ou regiões geográficas.
- Vamos percorrer o Brasil de norte a sul, de leste a oeste.
- O povo do Norte sofre muito com as chuvas.
- Os habitantes do Nordeste, por sua vez, enfrentam longos períodos de seca.


domingo, 10 de junho de 2012

Como conviver em paz com os avanços tecnológicos?


Segundo o dr. Larry Rosen, psicólogo americano e professor de psicologia da Universidade da Califórnia, que há mais de 20 anos pesquisa os efeitos das conquistas tecnológicas no dia-a-dia das pessoas, o homem moderno tem sido vítima de uma nova forma de estresse, ocasionada por nossa dependência cada vez maior das máquinas.
Como a vida segue um ritmo mais rápido, por causa exatamente desses avanços, as pessoas se irritam quando, por exemplo, o equipamento de que dependem não pode ser acionado, seja o computador que emperrou, o telefone celular que está fora da área ou algo equivalente.
Mesmo a internet, que veio para facilitar a nossa vida, acaba constituindo para certas pessoas um fator adicional de estresse, porquanto – diante de um volume notável de informações que dobra a cada 72 dias – os indivíduos por vezes se perdem, como alguém que tivesse uma lista enorme de afazeres, sem saber por onde começar.
O assunto, que pode parecer uma bobagem num país com tantos problemas como o Brasil, constitui na verdade uma questão complexa que podemos adicionar à lista dos chamados males ou dificuldades trazidos pelo progresso.
Em um livro lançado há oito anos, Larry Rosen diz que podemos, no entanto, conviver pacificamente com esse avanço tecnológico vertiginoso e arrola a respeito uma série de sugestões.
Das recomendações do especialista americano, duas ideias curiosas e interessantes se destacam.
Para que a tensão de cada dia não se estenda à cama, é preciso procurar fazer, antes de dormir, algo capaz de acalmar a mente: ler um livro, conversar com os familiares, assistir a algum programa de TV e – o que é fundamental – anotar em um papel os afazeres do dia seguinte.
Ao deitar-se, deixar um caderno ou um bloco de anotações ao lado da cama para, se houver necessidade, escrever as coisas que vierem à memória no meio da noite, porquanto, ao tirar a ideia da cabeça, a pessoa acaba relaxando.
Ambas as proposições são conhecidas dos espíritas que participam de sessões mediúnicas. O repouso físico e mental, momentos antes da reunião, e a anotação numa folha de papel de todas as preocupações e afazeres imediatos ajudam realmente no relaxamento e na concentração indispensáveis ao bom êxito de qualquer tarefa, ainda que esta seja uma mera noite de sono.

sábado, 9 de junho de 2012

Com que mulher Caim, filho de Adão, constituiu família?


Um leitor nos pergunta que ensinamento se pode colher do relato bíblico referente à fuga de Caim e seu casamento numa cidade distante.
Conforme relata o Antigo Testamento, tendo-se retirado para outra região depois de haver assassinado Abel, Caim não tornou a ver seus pais, que de novo ficaram isolados. Só muito mais tarde, na idade de 130 anos, foi que Adão teve um terceiro filho, que se chamou Seth.
Dessa forma, quando Caim foi estabelecer-se a leste do Éden, havia na Terra – conforme a Bíblia – apenas três pessoas: seu pai, sua mãe e ele. Mas a própria Bíblia informa que ele se casou e teve um filho. Que mulher podia ser essa e onde pudera ele desposá-la?
O livro de Gênesis diz também que ele construiu uma cidade em homenagem ao filho, fato que pressupõe a existência de habitantes, porque ninguém faria uma cidade para nela habitar sozinho.
Deduz-se, pois, do texto bíblico que aquela região em que passou a viver era povoada por pessoas estranhas a Adão e Eva, porque estes tinham então apenas um filho: Caim. A presença de outros habitantes no globo ressalta também destas palavras que a Bíblia atribui a Caim: «Serei fugitivo e vagabundo e quem quer que me encontre matar-me-á», bem como da resposta que, segundo o Gênesis, o Senhor lhe teria dado.
Ora, se havia na Terra outros homens afora a família de Adão, é que esses homens aí estavam antes dele, donde se deduz esta consequência, fundamentada na própria Bíblia, de que Adão não foi o primeiro nem o único pai do gênero humano.
Aliás, é bom relembrar que os componentes da família de Adão apresentavam habilidades desconhecidas dos homens primitivos, como o uso da terra para plantio e o pastoreio. Caim conhecia também a arte da construção de casas e cidades, uma conquista do período neolítico, porque antes da época em que ele viveu os homens da Terra moravam em cavernas.
Foi, conforme se sabe, apenas no período neolítico – entre os anos 5.000 a.C. e 2.500 a.C. – que surgiu na Terra o pastoreio, seguido do cultivo da terra, e o homem passou de caçador a pastor e a habitar em casas. Como o povoamento da Terra se iniciou em épocas bem mais recuadas, fica evidente que não descendemos diretamente dos pais de Caim, mas de outros ancestrais que viveram muitos séculos antes da chegada aqui da raça adâmica.


quarta-feira, 6 de junho de 2012

O stress ante a fé e os ensinamentos espíritas


Das lições de Richard Rahe, psiquiatra americano e diretor do centro de stress da Faculdade de Medicina da Universidade de Nevada, que em 1967, em parceria com Thomas Holmes, elaborou o primeiro autoteste para quantificar o nível de stress, várias conclusões podemos extrair relativamente à causa, aos efeitos e às formas de nos prepararmos para enfrentar as situações estressantes.
Segundo o dr. Rahe, o impacto dos estímulos que causam tensão na vida das pessoas agravou-se 50% desde os anos 60, mas o stress só existe como um fator fisiológico ou psicológico para quem se torna incapaz de lidar com os problemas que surgem naturalmente em sua vida.
As estatísticas revelam que, infelizmente, dois terços das pessoas acabam perdendo a batalha e ficam realmente estressadas.
O stress não é, em si mesmo, uma doença, mas pode levar a pessoa a ficar doente. A resposta do indivíduo ao stress se dá de duas formas: física e psicológica. Alguns ficam com dor de estômago e até úlcera; outros sentem apenas dor de cabeça. Pessoas há que se tornam excessivamente ansiosas ou caem em depressão profunda; outras podem sofrer quadros de paranoia.
Não é possível, na sociedade em que vivemos, evitar o stress, porque as tensões que envolvem o homem são cada vez maiores. Podemos, contudo, preparar-nos para enfrentá-lo e várias formas existem para isso. Uma das mais eficientes é manter o corpo em bom estado físico. Quem pratica exercícios físicos tende a baixar o nível de stress porque, ao controlar a pressão sanguínea, o coração continuará funcionando em ritmo adequado; mas só exercícios físicos não bastam.
É indispensável ter um bom preparo psicológico para enfrentar o stress, procurando buscar novas atitudes com relação aos problemas. A fé pode ajudar nisso. É por isso que as pessoas que têm alguma religião conseguem enfrentar melhor as pressões do dia-a-dia, porquanto, além de ter os olhos voltados também para a vida espiritual, elas desenvolvem trabalhos comunitários, que constituem atividades positivas para encarar esse mal.
Anos atrás, um famoso especialista em stress explicou, em uma conferência realizada no Brasil, como costuma agir ante uma situação estressante de modo a manter-se calmo e não perder a batalha. “Simplesmente – disse ele –, ante um fato assim, pergunto a mim mesmo: Que importância este fato terá daqui a cinco anos?”
Nós que acreditamos na imortalidade e na pluralidade das existências, incorporando à experiência de vida o que temos aprendido na doutrina espírita, poderíamos adotar, diante das tensões e vicissitudes da existência corpórea, pergunta semelhante, ligeiramente modificada, dirigindo-a a nós mesmos: “Que importância este fato terá na próxima existência?”.
Haverá atitude melhor do que essa?

terça-feira, 5 de junho de 2012

Pílulas gramaticais – n. 9


Leia os textos abaixo e procure ver se há neles algum equívoco: 
1. Morreu meu amigo. O féretro será realizado a partir das 15 horas.
2. Quando cheguei ao velório, o caixão já estava sobre o cadafalso.
3. No catafalco via-se perfeitamente o homem condenado à forca.
4. Meu amigo morreu e o féretro será sepultado às 16 horas. 
O bom observador deve ter percebido que, com exceção do quarto texto, todos estão errados.
Féretro [do lat. feretru] é o mesmo que caixão, isto é, caixa comprida, geralmente de tampa abaulada, usada para depositar o corpo dos mortos e conduzi-los à sepultura. Féretro tem como sinônimos estes vocábulos: caixão de defunto, ataúde, esquife, tumba, urna funerária. A palavra aplica-se também para se designar o andor em que nos triunfos romanos se levavam os despojos dos vencidos.  
Exemplos:
·         Ajudamos a levar o féretro à cova.
·         O féretro será levado ao cemitério às 15 horas.
·         O féretro do meu amigo estava bem leve.
·        Antônio, por ter pernas muito compridas, exigiu um féretro maior do que o normal. 
É comum confundir-se féretro com velório e também com cortejo, ou préstito, que levará a urna funerária ao local do sepultamento, logo que findo o velório. 

*
Catafalco e cadafalso, embora com origem comum, têm significados diferentes. 
Catafalco é nome que se dá ao estrado alto, armado em igreja, casa mortuária etc., sobre o qual se coloca o féretro, isto é, a urna funerária.
Exemplo:
O caixão do falecido foi posto sobre o catafalco.
Cadafalso é o nome dado ao tablado ou estrado erguido em lugar público, para sobre ele se executarem condenados. É sinônimo de patíbulo.
*
Feitas as observações acima, os textos deveriam ser assim redigidos: 
1. Morreu meu amigo. O velório será realizado a partir das 15 horas.
2. Quando cheguei ao velório, o caixão já estava sobre o catafalco.
3. No cadafalso via-se perfeitamente o homem condenado à forca.
4. Meu amigo morreu e o féretro será sepultado às 16 horas. 


domingo, 3 de junho de 2012

A importância de tratar bem nossos filhos especiais


Há pessoas preparadas para qualquer desafio, até mesmo quando ele se manifesta na enfermidade de um filho ou nas deficiências que o nosso rebento possa trazer desde o berço. Evidentemente nem todos são assim, havendo criaturas que não apenas lastimam ter gerado filhos fisicamente deficientes como têm vergonha de mostrá-los à sociedade.
Nancy Puhlmann di Girolamo reporta-se a isso em seus dois primeiros livros dedicados ao tema crianças excepcionais.
Uma revista de grande circulação nacional mostrou, anos atrás, alguns exemplos comoventes de postura oposta, em que pais mostraram o carinho, a dedicação e o afeto real que nutriam por seus filhos, independentemente da condição em que vieram ao mundo ou do grau de excepcionalidade que apresentam.
A vida de uma criança com retardamento mental, diz Nancy Puhlmann, é muito mais rica do que imaginamos.
Allan Kardec demonstrou, ao estudar o caso do menino Charles Saint-G... (Revista Espírita de 1860, pp. 181 a 183), que as crianças que até pouco tempo chamávamos de excepcionais têm consciência do seu estado e compreendem por que nasceram assim. A imperfeição de seus órgãos constitui somente um obstáculo à livre manifestação de suas faculdades, mas não as aniquila, esclareceu o Codificador do Espiritismo, antecipando-se ao que hoje é sabido, ou seja, que a criança especial entende perfeitamente se é bem ou maltratada e reage à atenção e ao afeto que lhe damos.
Nancy Puhlmann menciona a respeito do assunto um caso bastante elucidativo que se passou com um menino portador da síndrome de Down. Num momento de desprendimento da alma em virtude do sono corporal, o jovenzinho lhe disse que sua desencarnação estava próxima, por lhe faltar o alimento indispensável à vida. Nancy imaginou que ele falasse de comida, mas não era disso que o garoto tratava. O alimento era o apoio, o incentivo, que ele percebia faltar em seu próprio lar, onde as pessoas, com pena do seu estado, intimamente rogavam a Deus lhe encurtasse os dias.
Coisa curiosa! O pequenino entendia até o que nas entrelinhas era dito em casa, o que torna claro que o excepcional não é um ser condenado à vida vegetativa e que o amor por nossos filhos, em qualquer situação, é alimento indispensável à vida e à saúde da alma.



sábado, 2 de junho de 2012

A morte em face da reencarnação


Numa roda de amigos, em encontro num clube londrinense, alguém, reportando-se ao falecimento repentino de um colega, extravasou seu inconformismo e sua incompreensão com relação à morte, manifestando a ideia – mais comum do que se pensa – de que a morte ceifa os indivíduos exatamente quando estes chegam a um período da vida em que se encontram mais maduros, mais experientes e mais preparados.
O sentimento de perda em momentos assim, quando nos despedimos dos entes queridos, é compreensível e obviamente aceitável. O homem que não entende a vida não pode, evidentemente, entender a morte e, por não compreendê-la, acaba emitindo pensamentos como o exposto, em que se patenteiam claramente dúvidas com respeito à inteligência, à bondade e à sabedoria de Deus.
A mesma incompreensão no tocante à vida podemos encontrar no pensamento de pessoas de destaque na cultura do mundo, como o historiador americano Jacques Barzun, 94 anos de idade, um dos fundadores da disciplina de história cultural e autor de uma obra notável, “Da Alvorada à Decadência”, publicada em nosso país pela Editora Campus.
Numa de suas entrevistas, o professor Barzun afirmou que gostaria de ter vivido no século XIX, a partir de 1830, um período que se autonomeou Era do Progresso e que foi, sem contestação, um tempo de grande inventividade em toda a Europa e de luta contra os resquícios da monarquia e do velho sistema de classes.
A doutrina da reencarnação, defendida por pensadores brilhantes como Pitágoras, Sócrates e Platão e cultuada por boa parte das religiões orientais, traria a um e outro o esclarecimento necessário à solução de suas dúvidas, que, no fundo, se radicam no mesmo ponto.
Se o amigo londrinense entende que deveríamos viver no corpo muito mais do que normalmente vivemos, o professor gostaria de haver nascido e vivido antes.
Podem, no entanto, tranquilizar-se os dois.
Ensina o Espiritismo que ambos os desejos são satisfeitos pelo Criador, pois tanto Jacques Barzun viveu ou pode ter vivido na Era do Progresso, quanto o colega que partiu volverá ao corpo em nova experiência reencarnatória.
E Deus é tão sábio e previdente, que o falecido, em vez de carregar um fardo pesado e incômodo por séculos sem conta, poderá dispor de um corpo novo e reviver inúmeras vezes a época da meninice e o período da juventude, fases essas que todas as pessoas mais velhas geralmente lembram com saudade.


sexta-feira, 1 de junho de 2012

O poder corrompe tão-somente as pessoas imaturas


Faz já muito tempo que os principais noticiários dos jornais, do rádio e da TV vêm-se ocupando do tema corrupção. Parece até que não existem outros problemas neste país imenso, tantos são os casos envolvendo políticos e malversação do dinheiro público, tanto aqui quanto em Curitiba ou Brasília.
Em Londrina o assunto assumiu proporções inimagináveis: licitações fraudadas, compras superfaturadas, desvios de recursos e por aí afora, repetindo-se em escala local os escândalos de âmbito federal, em que é difícil encontrar um setor no qual problemas dessa ordem inexistam.
O tema, evidentemente, não constitui novidade.
Sete anos atrás – em 2005 – foi ele objeto do editorial de uma das edições deste jornal.
Intitulado “A força corruptora do poder”, o editorial lembrou inicialmente a frase “o poder corrompe”, de autoria atribuída ao historiador inglês John Emerich Edward Dalberg, também conhecido como lorde Acton, a qual sempre é mencionada quando se desnudam fatos de corrupção e de abuso de poder como esses que as CPIs, desde então, têm investigado em nosso país. Por sinal, em setembro próximo fará 20 anos que um conhecido presidente da República foi retirado do poder exatamente pela prática de atos de corrupção.
Podemos, portanto, escrever hoje exatamente o que foi dito naquela oportunidade.
Que o poder tem evidente capacidade de corromper, eis algo que não se discute, mas, examinando-o à luz da reencarnação, veremos que ele apresenta facetas que provavelmente escapam ao observador comum.
Poder, riqueza, projeção social compõem a lista das provas a que o ser humano se submete em suas múltiplas existências corporais.
Nosso planeta é, como já dissemos inúmeras vezes, um mundo modesto e atrasado e, por isso, classificado pelo Espiritismo na categoria geral de mundo de provas e expiações.
Provas, como o próprio nome indica, são testes. E testes bastante semelhantes àqueles que a criança e o jovem têm de enfrentar em sua passagem pelos bancos escolares. Todos sabem que só ascende ao ensino médio quem enfrentou o fundamental e neste foi aprovado.
Sendo das provas mais difíceis que se apresentam à criatura humana em sua passagem pela experiência corpórea, o poder é efetivamente capaz de seduzir e levar à queda todos aqueles que não dispõem da qualificação necessária para vencê-lo.
É o que ocorre relativamente a todas as provas. A riqueza, por exemplo, é, dentre elas, uma das mais difíceis, como Jesus mesmo advertiu ao dizer que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus.
À luz do que aprendemos na doutrina espírita, podemos, então, relativamente à sedução do poder sobre as criaturas humanas, estabelecer duas coisas:
1a. O poder corrompe, sim, mas corrompe somente as criaturas imaturas que se seduzem com as benesses do cargo e se esquecem de que a vida é curta e que ninguém se encontra na Terra a passeio.
2a. O conhecimento da reencarnação e das leis divinas que regem nossa vida faria um bem imenso aos nossos políticos e governantes, que saberiam então que a cada ação corresponde uma reação de igual intensidade, ou seja, para valer-nos de conhecida frase de Jesus: “Quem matar com a espada morrerá sob a espada”.

 (Texto por mim escrito para o editorial da edição de junho de 2012 do jornal “O Imortal”.)