Afeição que os Espíritos
votam a certas pessoas
Este é o módulo 90 de uma série que esperamos
sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. Os Espíritos costumam nutrir afeição pelos
encarnados?
2. A afeição que um Espírito sente por alguém pode
ter alguma coisa de carnal?
3. Os bons Espíritos se preocupam com os males que
nos atingem na existência corporal?
4. Diante de um mal que nos tenha acometido, qual
é a postura dos Benfeitores espirituais?
5. Dos males que nos possam atingir, quais os que
mais preocupam os bons Espíritos?
Texto para leitura
Os bons Espíritos simpatizam com as pessoas de bem
1. Os Espíritos devotam afeição aos encarnados de
acordo com as afinidades que entre eles existam. Assim, os bons Espíritos
simpatizam com as pessoas de bem ou suscetíveis de se melhorarem. Os Espíritos
inferiores afinizam-se com as criaturas viciosas ou que podem tornar-se tais.
Daí se derivam as afeições, que nada mais são que consequências da conformidade
dos sentimentos.
2. O ser humano tem, pois, no Mundo Espiritual,
amigos que podem perfeitamente interceder por sua felicidade, a fim de
assegurar-lhe a estabilidade de que necessita para lutar e servir, amar e
vencer, apesar do assédio dos desencarnados que lhe foram comparsas em dramas
do passado.
3. São eles – esses amigos de Mais Alto – que
acordam a esperança e restauram o bom ânimo nos indivíduos que se veem a braços
com as investidas provenientes do plano espiritual.
4. Os Espíritos Superiores nutrem sentimentos
elevados para com encarnados e desencarnados. Essas ligações afetivas nada têm
que se assemelhe às afeições carnais. Isso, porém, nem sempre se dá com os
Espíritos inferiores.
5. Embora a verdadeira afeição nada tenha de
carnal, pode ocorrer que um Espírito, quando se apega a uma pessoa, nem sempre
o faça só por afeição. À estima que essa pessoa lhe inspira pode agregar-se,
também, uma reminiscência das paixões humanas.
Os Benfeitores espirituais ficam felizes com a nossa felicidade
6. Os bons Espíritos se preocupam com os nossos
males, do mesmo jeito que compartilham as nossas alegrias. Procurando fazer-nos
todo o bem que lhes seja possível, é natural que se sintam ditosos com a nossa
felicidade e os nossos momentos de alegria.
7. No tocante aos males que nos possam atingir, é
preciso lembrar que eles se dividem em físicos e morais.
8. Sabendo ser transitória a existência corporal e
que as tribulações a ela inerentes constituem meios de alcançarmos uma situação
melhor, os bons Espíritos se afligem mais com os males que tenham origem em
causas de ordem moral do que com os nossos sofrimentos físicos, todos
passageiros.
9. Assim, eles pouco se incomodam com as desgraças
que atingem as nossas ideias e preocupações mundanas, do mesmo modo como,
aliás, agimos com relação às mágoas pueris das crianças.
10. Vendo nas amarguras da vida um meio de nos
adiantarmos, eles as consideram como uma crise ocasional de que resultará a salvação
do doente. Compadecem-se dos nossos sofrimentos, como nos compadecemos dos
sofrimentos de um amigo. Entretanto, enxergando as coisas de um ponto de vista
mais justo, apreciam-nos de um modo diverso do nosso.
Nosso egoísmo e a dureza do nosso coração preocupam os bons Espíritos
11. Em casos assim, os bons Espíritos procuram
levantar-nos o ânimo no interesse do nosso futuro, enquanto os Espíritos
inferiores, com o objetivo de comprometer-nos, nos impelem ao desespero.
12. À vista dos ensinamentos espíritas, podemos
deduzir assim as seguintes conclusões em torno do assunto examinado:
· Os bons Espíritos se afligem quando nós, diante de
um mal qualquer, não sabemos suportá-lo com resignação; os inferiores, no
entanto, se rejubilam com a nossa postura negativa.
· Os males morais que mais preocupam os Benfeitores
Espirituais são o nosso egoísmo e a dureza dos nossos corações, do que, ensina
o Espiritismo, decorre tudo o mais. Nossos adversários desencarnados e os maus
Espíritos, porém, adoram tal comportamento.
· Os bons Espíritos se riem de todos os males
imaginários que nascem do nosso orgulho e da nossa ambição. Os inferiores,
contudo, valem-se deles para, se for possível, afundar-nos mais ainda no fosso
da amargura.
· Os Benfeitores Espirituais se rejubilam com os
males e os sofrimentos que redundam na abreviação do tempo de nossas provas. Os
infelizes não gostam nada disso e buscam, quando a ocasião se apresente, obter
exatamente o resultado contrário.
Respostas às questões propostas
1. Os Espíritos costumam nutrir afeição pelos encarnados?
Sim. Os Espíritos devotam afeição pelos encarnados
de acordo com as afinidades que entre eles existam. Os bons Espíritos
simpatizam com as pessoas de bem ou suscetíveis de se melhorarem. Os Espíritos
inferiores afinizam-se com as criaturas viciosas ou que podem tornar-se tais.
Disso se derivam as afeições, que nada mais são que consequências da conformidade
dos sentimentos.
2. A afeição que um Espírito sente por alguém pode ter alguma coisa de
carnal?
Depende. Embora a verdadeira afeição nada tenha de
carnal, pode ocorrer que um Espírito, quando se apega a uma pessoa, nem sempre
o faça só por afeição. À estima que essa pessoa lhe inspira pode agregar-se,
também, uma reminiscência das paixões humanas.
3. Os bons Espíritos se preocupam com os males que nos atingem na
existência corporal?
Sim. Os bons Espíritos preocupam-se com os nossos
males, do mesmo jeito que compartilham as nossas alegrias.
4. Diante de um mal que nos tenha acometido, qual é a postura dos
Benfeitores espirituais?
Vendo nas amarguras da vida um meio de nos adiantarmos,
eles as consideram como uma crise ocasional de que resultará a salvação do
doente. Compadecem-se dos nossos sofrimentos, como nos compadecemos dos
sofrimentos de um amigo, mas apreciam-nos de um modo diverso do nosso. Em casos
assim, procuram levantar-nos o ânimo no interesse do nosso futuro, enquanto os
Espíritos inferiores, com o objetivo de comprometer-nos, nos impelem ao
desespero.
5. Dos males que nos possam atingir, quais os que mais preocupam os
bons Espíritos?
Eles se afligem mais com os males que tenham
origem em causas de ordem moral do que com os nossos sofrimentos físicos, que
são, como sabemos, passageiros.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan
Kardec, questões 484 a 487.
O Pensamento de Emmanuel, de Martins Peralva,
p. 150.
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