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quinta-feira, 5 de março de 2020



O Livro dos Espíritos

Allan Kardec

Estamos fazendo neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo dos oito principais livros do Codificador do Espiritismo. Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes, cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog sempre às quintas-feiras.
Continuamos hoje o estudo da principal obra espírita – O Livro dos Espíritos –, cuja publicação inicial ocorreu em 18 de abril de 1857.

Parte 11

81. Como se explicam, à luz do Espiritismo, os casos de catalepsia e letargia? 
A letargia e a catalepsia derivam da perda temporária da sensibilidade e do movimento, por uma causa fisiológica ainda inexplicada. Numa, a suspensão das forças vitais é geral e dá ao corpo todas as aparências da morte; na outra, a suspensão fica localizada, podendo atingir uma parte mais ou menos extensa do corpo, de sorte a permitir que a inteligência se manifeste livremente, o que a torna inconfundível com a morte. A letargia é sempre natural; a catalepsia é por vezes magnética. (O Livro dos Espíritos, questões 422 a 424.)
82. Que é sonambulismo e qual a causa da clarividência sonambúlica? 
O sonambulismo natural é um estado de independência do Espírito, mais completo do que no sonho, estado em que maior amplitude adquirem suas faculdades. Disso é que deriva a clarividência sonambúlica. A alma tem então percepções de que não dispõe no sonho e pode, portanto, ver o que ocorre a distância. Quando se produzem os fatos do sonambulismo, é que o Espírito, preocupado com uma coisa ou outra, se aplica a uma ação qualquer, para cuja prática necessita utilizar seu corpo. Serve-se então deste, como se serve de uma mesa ou de outro objeto material no fenômeno das manifestações físicas, ou mesmo como se utiliza da mão do médium nas comunicações escritas. (Obra citada, questões 425, 426, 428 e 432.)
83. O que o Espiritismo nos ensina sobre o êxtase? 
Segundo o Espiritismo, o êxtase é um sonambulismo mais apurado. A alma do extático é ainda mais independente. O Espírito do extático pode penetrar outros mundos e compreender a felicidade dos que os habitam, donde lhe nasce o desejo de lá permanecer. Há, porém, mundos inacessíveis aos Espíritos que ainda não estão bastante purificados. (Obra citada, questões 439, 440, 441, 442 e 443.)
84. Em que consiste o fenômeno chamado de segunda vista, também conhecido como dupla vista? 
O que se chama dupla vista é o resultado da libertação do Espírito, sem que o corpo esteja adormecido. A dupla vista ou segunda vista é a vista da alma. (Obra citada, questões 447, 448, 449, 450 e 450-A.)
85. Os Espíritos podem ver o que fazemos? Podem também ler os nossos pensamentos? 
Sim. Eles podem ver o que fazemos, pois que constantemente nos rodeiam. Cada um, porém, só vê aquilo a que dá atenção, não se ocupando com o que lhe é indiferente. Eles podem também conhecer os nossos mais secretos pensamentos. Nem atos nem pensamentos se lhes podem dissimular. Quando pensamos que estamos sozinhos e ocultos, é comum termos ao nosso lado uma multidão de Espíritos que nos observam. (Obra citada, questões 456, 457, 457-A e 458.)
86. Os Espíritos influem sobre nossos pensamentos e atos?
Sim. Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos muito mais do que imaginamos. Eles influem a tal ponto que, de ordinário, são eles que nos dirigem. (Obra citada, questões 459, 460, 461, 464, 466 e 469.)
87. Por que Deus permite que os Espíritos nos incitem à prática do mal?
Os Espíritos imperfeitos são instrumentos próprios a pôr em prova a fé e a constância dos homens na prática do bem. Como Espíritos que também somos, temos de progredir na ciência do infinito. Daí o passarmos pelas provas do mal, para chegarmos ao bem. A missão dos Bons Espíritos consiste em nos colocar no bom caminho. Desde que sobre nós atuam influências más, é que as atraímos, desejando o mal, uma vez que os Espíritos inferiores correm a nos auxiliar no mal, logo que desejamos praticá-lo. Só quando queremos o mal, podem eles ajudar-nos para a prática do mal. Se um homem for propenso ao crime, terá em torno dele uma nuvem de Espíritos a lhe alimentarem no íntimo esse pendor. Mas outros também o cercarão, esforçando-se por influenciá-lo para o bem, o que restabelece o equilíbrio da balança e o deixa senhor dos seus atos. É assim que Deus confia à nossa consciência a escolha do caminho que devamos seguir e a liberdade de ceder a uma ou outra das influências contrárias que se exercem sobre nós. (Obra citada, questões 465, 465-A, 465-B, 466 e 467.)
88. Como podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos?
Praticando o bem e pondo em Deus toda a nossa confiança, repeliremos a influência dos Espíritos inferiores e aniquilaremos o império que desejem ter sobre nós. É preciso, para isso, não atender às sugestões dos Espíritos que nos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia e nos insuflam as más paixões. Devemos desconfiar especialmente dos que nos exaltam o orgulho, pois esses nos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração dominical, ensinou-nos a dizer: “Senhor! não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal”. (Obra citada, questões 468, 469 e 472.)


Observação:
Para acessar a Parte 10 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/02/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec_27.html





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